A ADORAÇÃO E O ATEÍSMO

A ADORAÇÃO E O ATEÍSMO

A ADORAÇÃO

E O ATEÍSMO

العبودية واللادينية باللغة البرتغالية

 

 

Abd Ar-Rahman bin Abd Al-Kareem Ash-Sheha

د/ عبد الرحمن بن عبد الكريم الشيحة

 

 

Tradução

European Islamic Research Center (EIRC)

المركز الأوروبي للدراسات الإسلامية

& Ali Momade Ali Atumane

 

 

www.islamland.com

 

 

 

 

 

 

A ADORAÇÃO E O ATEÍSMO

Introdução

Todos os louvores pertencem a Deus, Àquele que enviou o Mohammad como alvissareiro e admoestador; pregador de Sua mensagem como luz resplandecente.  Àquele que preferiu seus companheiros e os enobreceu. Que a paz e a bênção de Deus estejam com Mohammad, sua família e companheiros.

Quando li esta obra, de Dr. Abd Ar-Rahman bin Abd Al-Karim Al-Sheha, senti o prazer contido em cada parágrafo, no qual ele apresenta respostas a um dos problemas mais perigoso na atualidade: a abstinência da adoração em Deus. Porém, esta abstinência tem motivações e pode ser classificada em subdivisões. Dentre as motivações, está o ateísmo, como por exemplo, grupos sociais ideologicamente incrédulos ou agnósticos; outros afastam-se por causa da cultura, uma vez que, têm pessoas, cujo seu cotidiano consiste numa rotina do trabalho, acúmulo de capitais e a procriação. Elas estão mais preocupadas com seus caprichos e menos interessadas na busca de proximidade a Deus.

Em relação àquelas que se abstêm de Deus por ateísmo, tenho me encontrado com muitas delas e lhes explicado que o ateísmo é, na realidade, uma prática religiosa. Elas rejeitam todas as religiões, alegadamente que as religiões não apresentam evidências concretas. Aliás, elas crêem na existência de Deus, o Senhor do universo, mas afirmam que é uma perspectiva humana. E desta forma, elas criaram uma religião própria, não divina. Mas fui perceber que existe um dado comum entre elas, o de todas elas terem experimentado outras religiões além do Islam, por isso, é a partir de uma perspectiva cristã que acusam equivocadamente o Islam.

E quanto aos agnósticos, não negam e nem aceitam a existência de uma força divina, alegando que, uma vez que não podem observar indícios comprovativos, então não podem confiar às afirmações do homem, mas acreditam plenamente na teoria evolucionista darwiniana, a qual alega que, há 600 milhões de anos, o homem encontrava-se em estágio de selvageria (macaco). Eles acreditam firmemente, mesmo diante das evidências científicas que comprovam o contrário, como as amostras da explosão Cambriana, ciências arqueológicas, geológicas e da genética, revelaram que a árvore da evolução das espécies é inversa, as espécies entram em extinção e não em estado de evolução, porém, o processo da evolução ocorre internamente na mesma cadeia e não transcende de espécie para outra. No entanto, as bactérias podem evoluir e se desenvolverem de bactérias vitais às bactérias vitais, ou seja, sua evolução não as transforma em outras espécies, da mesma maneira que nunca vimos um peixe evoluído ao estado de animal terrestre.

Há mais de 1400 anos, o Alcorão mencionou o processo da evolução, onde Deus diz: “Enquanto, com efeito, Ele vos criou em estágios[1]”. Deus nos revela as etapas da evolução[2]. Eis que a criança se torna adulta e, o filhote de leão ganha membros fortes. Por isso, a teoria evolucionista de Darwin não é científica, porque não é comprovada por observação ou experimentos ou reincidência para que seja considerada, cientificamente. E quanto àqueles que afirmam a invalidade das religiões e, que o universo está sujeito às leis físicas, questionámo-los, então, quem estabeleceu o sistema e as leis do universo? Os sistemas são simplesmente leis descritivas, sendo que nem as leis de Newton criaram a gravidade. Elas não criam nada e nem por equação matemática são capazes de contabilizar as composições do universo. Além disso, não há divergência entre a fé em Deus e as interpretações da lei da física, porque ela nunca se tornaria em criadora ou em originadora de ácido nucleico, por exemplo.

 

Convite íntimo para o retorno à religião divina

Algumas pessoas, dentre aquelas que descrêem em Deus, o Misericordioso, questionam: por que os desobedientes a Deus terão castigo no Dia da Ressurreição? Não seria isso, contraditório com o atributo de Deus - Misericordioso? Retorquimos a elas: por que é que punem aqueles que violam a honra e fraudam os bens doutrem? Você não ameaça, não julga e não encarcera os infratores em compensação de seus atos criminosos? Você tem noção da quantidade de portas de misericórdia abertas aos que se arrependem com sinceridade? Na verdade, irá ao inferno somente aquele que for rebelde, que rejeitar a adoração do Misericordioso e de todos os benefícios disponíveis. Outros dizem: não constitui injustiça, uma baleia alimentar-se de outras espécies de peixe? E nós respondemos que esse processo faz com que os mercados e a vida terrestre não fiquem lotados de peixes; evita a deterioração do meio ambiente, destruição de montes e da terra, porém, tudo ocorre com a prudência de Deus e somente Ele detém a ciência do destino da criação.

Busca o teu Senhor e aceita o meu convite. No entanto, com a soberba, tu jamais alcançarás as montanhas em altura ou fenderás a terra. Procura conhecer a grandeza do Misericordioso, o Criador do universo e da Vida pós-morte. Segue o caminho da verdade, o Islam, a última religião divina, quiçá, no Dia da Ressurreição, a misericórdia de Deus esteja ao teu favor, através dela serás conduzido ao paraíso, eternamente prazeroso. Não penses que seguir os princípios éticos, isso pode substituir os das religiões.

Será que os homens concordam em diferenciar entre os bons atos e as ações criminosas? Ou sempre divergiram ao longo dos séculos e - dependendo do país - definem o que é considerado certo no meio dos costumes perversos? Alguma vez observaste alguma lei que estabelece princípios éticos além da religião? Tu pretendes seguir os ditames de tua consciência, cuja sujeição não está à disposição divina? E por que razão tu te submetes às leis impostas pelos órgãos legislativos? Enquanto que a consciência de outra pessoa pode combinar com atos criminosos dela? Certamente, se os ateus fossem eleitos governantes, destruiriam os locais de culto, as mesquitas e as igrejas, é só lembrar as perseguições e dificuldades que fizeram contra os religiosos na época dos comunistas. Então, não ignora os favores do Misericordioso para contigo e os direitos d’Ele em adoração. Não aches que o Sapientíssimo se esqueceu de nós ou que Ele é uma invenção do homem. Tu esqueceste quando estavas no estado de adoecimento e Ele te deu cura e te afastou de doenças malignas, Ele atendeu teus pedidos e te livrou da angústia, e depois te agraciou com a melhor moradia, com esposa/o e filhos. Por isso, se Ele te colocar à prova, quiçá, seja algo melhor para ti e para a sociedade. Adora o teu Senhor, que criou o sol, a lua e os planetas, todos em órbita sistemática, sendo que o sol não alcança a lua e nem os corpos celestiais entram em disputa. Ele criou a terra, firmou nela as montanhas para não se agitar, criou oceanos salgados e rios doces para a nossa bebida. Tu ignoras tudo isso e acreditas que a tua religião é a racional. Em nome do Senhor da Kaaba, mas a religião racional é o Islam.

 

Por: Sheikh Ahmad Al-Amir

European Islamic Research Center (EIRC)

Atenas – Grécia

2017

 

../../../../../../../Documents/MY%20SITES%20&%20PROJECTS/PROJECTS%20&%20SITES/ISLAML

www.islamland.com

 

 

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.

Louvado seja Deus, paz e bênção de Deus estejam com Seu Mensageiro Mohammad, sua família e companheiros.

Observe analiticamente o Islam e os seus ensinamentos, não a partir de um muçulmano ou de seus comportamentos e práticas.

A adoração em Deus é uma condição inata no interior dos seres humanos, ela é inseparável de qualquer circunstância e o homem está somente entre duas possibilidades: (i) ser submisso à adoração em único Deus, o que lhe proporciona tranquilidade íntima e da vida espiritual. Por isso, Deus diz: “Dize: ‘A Allah adoro, sendo sincero com Ele, em minha devoção”, “Então adorai o que quiserdes, além d’Ele”. Dize: “por certo, os perdedores são os que perderão a si mesmos a sua família, no Dia da Ressurreição”. Ora, essa é a evidente perdição!”. “Terão, acima deles, camadas de Fogo, e, abaixo deles, camadas (de Fogo). Com isso, Allah amedronta a Seus servos. Ó servos Meus! Então, temei-Me[3]”. (ii) Ou ser devoto a falsos deuses, tais como, o hedonismo, os ídolos, as estátuas, o dinheiro, os sistemas, os homens, os que conduzirão o coração e alma dele à angústia e perdição deste mundo e da Outra Vida. Deus diz: “E viste aquele que tomou por deus sua paixão, e Allah o desencaminhou, com ciência, e lhe selou o ouvido e o coração e lhe fez névoa sobre a vista? E quem o guiará, depois de Allah? Então, não meditais[4]?”.

Segundo Sayyed Qutbi – Deus tenha misericórdia dele-, a devoção a Deus é necessária! Se não for voltada a Deus Único, então é a outros deuses, porém, a adoração em Deus é um processo que proporciona a liberdade, a honra e nobreza nas pessoas, enquanto que a adoração em outros deuses subestima a personalidade humana, reduz sua honra, liberdade e nobreza, além de extorquir seus bens e interesses materiais. 

A servidão é um estado de plena submissão e humildade compulsória ao senhor (escravizador) e livre de amor. Por isso, com base nesta interpretação, ela torna-se repugnante ao coração e detestável aos ouvidos. Contrariamente, quando se trata em servidão a Deus, o seu significado exprime o alcance da honra, dignidade e liberdade. O Islam veio para conceder a plena liberdade através da adoração em Deus Único, àquela que regulamenta a vida das pessoas, elimina a injustiça e instaura a confiança entre elas, no seu sentido genérico. Deus diz: “Por certo, Allah vos ordena que restituais os depósitos a seus donos. E, quando julgardes entre os homens, que julgueis com justiça[5]”.

O Islam proíbe o consumo de bens das pessoas, ilegalmente ou por roubo ou fraude ou  usura. Deus diz: “Ó vos que credes! Não devoreis, ilicitamente, vossas riquezas, entre vós, mas (é licito) existir comércio de comum acordo entre vós[6]”.

Proíbe também, a violência contra a honra das pessoas e a prática de homicídio. Deus diz: “E os que não invocam, junto de Allah, outro deus, e não matam a alma que Allah proibiu (matar), exceto se com justa razão, e não adulteram; e quem faz isso encontrará punição[7]”.

O Islam ordena a observância dos direitos dos outros, conforme a palavra de Deus: “E adorai a Allah e nada Lhe associeis. E tende benevolência para com os pais e os parentes e os órfãos e os necessitados e o vizinho aparentado e o vizinho estranho e o companheiro achegado e o filho do caminho, e os escravos que possuís. Por certo, Allah não ama quem é presunçoso, arrogante[8]”. O agressor e o pecador podem ser concedidos o perdão e a tolerância, de acordo com a ordem de Deus, que diz: “Toma-te, (Muhammad), de indulgência e ordena o que é conveniente, e dá de ombros aos ignorantes[9]”.

Hoje em dia, a humanidade tem ambicionado e sacrificado muito para alcançar a alegada liberdade que exige o exercício de pleno livre-arbítrio e o fim de restrições, para que o indivíduo faça e desfaça o que lhe apraz, contrariamente, os muçulmanos não almejam este tipo de liberdade incondicional, mas sim, buscam uma liberdade que consista na veneração a Deus - Glorificado Seja-, porque eles têm a consciência de que a devoção lhes conduzirá à verdadeira liberdade, a qual não depende de ninguém e as pessoas jamais a alcançarão senão através da adoração dentro dos parâmetros transmitidos por mensageiros de Deus, que eram enviados a determinados períodos de tempo para renovar a religião de Deus e resgatar as pessoas à adoração de seu Senhor, o Criador. Desta forma, elas não terão argumento algum diante Deus. Ele diz: “E, com efeito, enviamos a cada comunidade um Mensageiro, (para dizer) ‘Adorai a Allah e evitai At-Taghut[10]’. Então, dentre eles, houve aquele a quem Allah guiou, mas, dentre eles, houve aquele ao qual se deveu o descaminho. Caminhai, pois, na terra, e olhai como foi o fim dos desmentidores[11]!”.

A liberdade absoluta, no sentido ocidental, é atualmente, de fato, uma desordem, pois, ela permite que o rico elimine o pobre, o forte domine o fraco. Permite o abuso moral e a violência da dignidade humana; facilita práticas de extorsão de bens, homicídio, impunidade em direitos e deveres, uma liberdade comparada com a da floresta. Por isso, Deus, o Altíssimo, censura aquele que adora além d’Ele e que se entrega a seus próprios desejos e caprichos. Deus diz: “E, com efeito, destinamos, para a Geena, muitos dos jinns[12] e humanos. Têm corações com que não compreendem, e têm olhos, com que nada enxergam, e têm ouvidos, com que não ouvem. Esses são como os rebanhos, aliás, são mais descaminhados. Esses são os desatentos[13]”.

Os problemas que o mundo enfrenta atualmente, tais como injustiças, guerras e crise econômica, social e política, são por conta da abstinência da adoração em Deus Legislador das leis que proporcionam o bem-estar ao indivíduo e a sociedade. No entanto, a implementação da lei divina conduz a prosperidade de toda humanidade, tanto na vida mundana como na Derradeira, e em contrapartida, sua revogação causa problemas e crise na sociedade, mas mesmo assim, a sociedade preferiu a lei Positiva (humana) que lhe causa malefícios, a qual apresenta mais lacunas do que soluções, por resultar da combinação dos interesses privados e orientação política. Deus diz: “Não saberá Ele a quem criou? E Ele é O Sutil, O Conhecedor[14]”.

Quando os primeiros muçulmanos integraram a adoração em Deus em todas as esferas da vida: política, social, moral e econômica, conseguiram dominar o mundo e foram os melhores governantes da humanidade, porque no território deles não se praticava injustiças, criminalidades, violência de direitos de outros e exploração de riquezas de povos estranhos. Por esta razão, os não muçulmanos preferiam estar sob governo muçulmano do que o de outras religiões, porque já tinham experimentado a justiça e equidade dos muçulmanos. Já contrariamente dos muçulmanos atuais, onde alguns crêem numa parte do Livro e descrêem a noutra. Adoram a Deus quando lhes convêm e de acordo com suas vontades e, se comportam de maneira contrária; fato que fez com que eles fossem dominados por seus opositores; que eles fossem governados por líderes corruptos, voltados aos caprichos e amor mundano. Por meio desses líderes, os opositores conseguiram colonizar os muçulmanos e pilhar suas riquezas. A respeito do assunto Deus diz: “Isso, porque não é admissível que Allah transmute uma graça, com que haja agraciado um povo, antes que este haja transmutado o que há em si mesmo. E Allah é Oniouvinte, Onisciente[15]”.

E o Mensageiro de Deus os advertiu com as seguintes palavras: “Que estado vós estarão quando ocorrerem cinco? Pois, peço refúgio em Deus para que não ocorram no vosso meio ou não os alcanceis [...] quando vossos governantes julgarem com base no que Deus não revelou, Deus os tornará dominados por seus inimigos e se socorrerão do pouco que tiverem; e não revogam o livro de Deus (Alcorão) e a tradição do Seu Profeta sem que Deus permita inimizade entre eles”. Narrado por Al-Baihaqi, Al-Hakim e autenticado por Al-Albani. Infelizmente, esta é a situação, na qual se encontram os muçulmanos atualmente, por terem se afastado da adoração em Deus.

 

 

 

O Alcorão e a visão geral sobre o universo

Uma das questões que tem preocupado o intelecto humano, ao longo dos séculos, é relativa à criação do universo e ao que existe nele. Em suma, o homem chegou a conclusões especuladas, longe da lógica e da razão, por não ter conseguido desvendar a verdade, que só pode ser conhecida através do próprio Criador. O Alcorão revelou sobre este fato, dentro de uma sequência lógica e racional, de maneira que transmite segurança e tranquilidade; apresentou respostas e esclareceu - nos seus versos - o princípio da criação do universo, o seu propósito, percurso e destino.

 

O princípio da criação do homem

É plausível entrar neste assunto com a apresentação do versículo do Alcorão, onde Deus diz: “Ele é o Primeiro e o Último; o Visível e o Invisível, e é Onisciente[16]”. E noutro capítulo diz: “Dize: ‘Ele é Allah, Único”, “Allah! O Absoluto!”, “Jamais gerou ou foi gerado!”, “E ninguém é comparável a Ele[17]!”.

Certa vez, o Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele - recebeu uma delegação de Iêmen, cuja missão era questioná-lo a respeito do universo. Eles disseram: viemos para que nos ensines a religião e que nos expliques sobre o estado primordial do universo. O Mensageiro de Deus disse: “Deus sempre existiu e nada antes d’Ele; Seu Trono estava sobre a água, depois criou os céus e a terra e prescreveu todas as coisas”. Narrado por Bukhari.

Deus diz: “E os que renegam a Fé não viram que os céus e a terra eram um todo compacto, e Nós desagregamo-los, e fizemos da água toda cousa viva? – Então, não crêem?[18]”. Portanto, Deus criou o universo, separando em sete céus e sete terras que estavam integrados, e criou o ar para separar o planeta terra com o céu, deste, deixa cair chuva que vivifica a terra. Deus diz: “(Ele é) O Criador Primordial dos céus e da terra, e, quando decreta algo, apenas, diz-lhe: ‘sê’, então, é[19]. Depois, Deus criou o Adão, pai da humanidade, tornou o paraíso sua morada, ordenou os anjos para que o honrassem com a prostração, todos obedeceram exceto o Lúcifer, que desobedeceu e se orgulhou. Desde então, o Lúcifer passou a odiar e invejar o Adão, por Deus ter honrado e preferido Adão sobre ele. Assim foi o começo da inimizade entre o homem e o Lúcifer, pai dos diabos. Deus diz: “Quando teu Senhor disse aos anjos: ‘Por certo, vou criar de barro um homem’, “E quando o houver formado e, nele, houver soprado (algo) de Meu Espírito, então, caí, prosternados, diante dele”, “E todos os anjos prostraram-se, juntos, Exceto Iblis[20]. Ele se ensoberbeceu e foi dos infiéis”, “Allah disse: ‘Ó Iblis! O que te impediu de prosternar-te diante daquele que criei com as Próprias mãos? Ensoberbeceste-te, ou és de alta grei?”, “(Iblis) disse: “Sou melhor que ele. Criaste-me de fogo e criaste-o de barro”. “(Allah) disse: ‘Então sai dele[21], pois és, por certo, maldito’; ‘E, por certo, Minha maldição, será sobre ti, até o Dia do Juízo”. “(Iblis) disse: ‘Senhor meu! Concede-me dilação, até um dia, em que eles serão ressuscitados”. “(Allah) disse: ‘Então, por certo, serás daqueles aos quais será concedida dilação”, “Até o dia do tempo determinado”. “(Iblis) disse: ‘Então, por Teu poder! Eu os farei incorrer do mal, a todos”, “Exceto Teus servos prediletos, entre eles”, “(Allah) disse: ‘Então, a verdade (emana de mim), e a verdade Eu digo’, ‘Com certeza, encherei a Geena de ti e dos que, entre eles te seguirem, de todos vós[22]”.

Deus criou, em seguida, Adão e Eva – paz de Deus esteja com eles – e os uniu pelo carinho, amor e convivência, dando início o processo da reprodução da raça humana. Deus diz. “Ó homens! Temei a vosso Senhor, Que vos criou de uma só pessoa e desta criou sua mulher, de ambos espalhou (pela terra) numerosos homens e mulheres, e (respeitai) os laços consanguíneos. Por certo, Allah, de vós, é Observante[23]”.

 Eles tinham o Paraíso, como morada e o Lúcifer um inimigo declarado, e sobre ele (Lúcifer), Deus tinha-lhes advertido sobre suas tentações. Deus diz: “E dissemos! Ó Adão! Por certo, este é um inimigo para ti e para tua mulher; então, ele vos não faça sair do Paraíso: serias, pois, infelizes”. “Por certo, nele, não hás de estar com fome nem com nudez”, “E nele, não hás de estar com sede nem com calor do sol[24]”.

Deus permitiu que eles desfrutassem de tudo quanto havia no paraíso, exceto de uma árvore. Deus diz: “E dissemos: ‘Ó Adão! Habita, tu e tua esposa, o Paraíso, e dele comei, fartamente, onde quiserdes, não vos aproximeis desta árvore, pois sereis dos injustos[25]”.

Lúcifer aplicou sua astúcia, engano e falsificação dos fatos que causaram a expulsão de Adão e Eva do Paraíso. Ele os induziu a comer da árvore proibida. Deus diz: “E Satã sussurrou-lhe (perfídias). Disse: ‘Ó Adão! Queres que te indique a árvore da eternidade e um reino, que jamais perecerá?Então, dela ambos comeram, e as partes pudendas mostraram-se-lhes, e começaram a aglutinar, sobre elas, folhas do Paraíso. E Adão desobedeceu a seu Senhor, e transviou-se”. “Em seguida, seu Senhor elegeu-o, e voltou-Se para ele, remindo-o, e guiou-o[26]”.

Como punição contra Adão e Eva - por desobediência ao Senhor - foram tirados do Paraíso à terra, aonde Deus já havia preparado para que fosse a morada deles e dos filhos, igualmente, seria lugar de teste e provação. Deus diz: “Dissemos: ‘Descei todos, dele! Então, se vos chega de Mim orientação, aqueles que seguirem Minha orientação, por eles nada haverá que temer, e eles não se entristecerão”, “E os que renegarem a Fé e desmentirem Nossos sinais, esses serão os companheiros do Fogo. Nele serão eternos[27]”.

Assim que foram expulsos do Paraíso e passaram a habitar na terra, continuou a inimizade e o Lúcifer foi efetivando seus planos que já tivera prometido contra Adão e sua descendência, antes de serem expulsos do Paraíso. Deus diz: “(Allah) disse: ‘Ó Iblis! Por que razão não estás com os que se prosternaram?” “Disse: “Não é admissível que me prosterne diante de um mortal que criaste de argila sonorosa, de barro moldável”, “(Allah) disse: ‘Então, sai dele[28], e, por certo, és maldito”, “E, por certo, a maldição será sobre ti, até o Dia do Juízo”, “Ele disse: ‘Senhor meu! Então, concede-me dilação, até um dia, em que eles serão ressuscitados”, “(Allah) disse: ‘E, por certo, és daqueles aos quais será concedida dilação”, “Até o dia do tempo determinado”. “Ele disse: ‘Senhor meu! Pelo mal a que me condenaste, em verdade, aformosearei (o erro), para eles, na terra, e fá-los-ei, a todos, incorrer no mal”, “Exceto Teus servos prediletos, entre eles”. “(Allah) disse: ‘Esta é uma senda reta, que Me impende (observar)”, “Por certo, sobre Meus servos não terás poder algum, exceto sobre os que te seguirem, entre os desviados”, “E, por certo, a Geena será seu lugar prometido, de todos[29]”.

No começo as pessoas formavam uma única comunidade, quando se multiplicaram se espalharam pela terra, na busca do sustento e das condições favoráveis à subsistência. Deus diz: “A humanidade era uma só comunidade. Então, Allah enviou os profetas, por alvissareiros e admoestadores. E por eles, fez descer o Livro, com a verdade, para julgar, entre os homens, no de que discrepava[30]”.

Como resultado da multiplicação, os seres humanos se espalharam e se divergiram. Daí, a justiça de Deus ao enviar mensageiros, trazendo-lhes boas notícias e admoestando-os para que se voltem à verdadeira doutrina e religião, a qual lhes servirá de argumento diante de Deus. Deus diz: “Mensageiros por alvissareiros e admoestadores, para que não houvesse, da parte dos humanos, argumentação diante de Allah, após (a vinda) dos Mensageiros. E Allah é Todo-Poderoso, Sábio[31]”.

Os que forem obedientes à mensagem de enviados de Deus, terão, no Paraíso morada, e quanto aos renegadores e soberbos estarão eternamente no fogo Infernal. Deus diz: “Ó filhos de Adão! Se, em verdade, vos chegam Mensageiros, (vindos) de vós, para narrar-vos Meus sinais, então, aqueles que são piedosos e se emendam, por eles nada haverá que temer, e eles não se entristecerão”. “E os que desmentem Nossos sinais e, diante deles, se ensoberbecem, esses são os companheiros do Fogo. Nele serão eternos[32]”. E noutra passagem Deus diz: “E, para os que renegam seu Senhor, haverá o castigo da Geena. – E que execrável destino!”, “Quando nela forem lançados, dela ouvirão soluços, enquanto ela ferverá”, “Ela quase rebentará de rancor. Cada vez que nela for lançada uma turba, seus guardiões perguntar-lhes-ão: ‘ Não vos chegou um admoestador?” “Dirão: ‘Sim, com efeito, um admoestador chegou-nos; então, desmentimo-lo e dissemos: ‘Allah nada fez descer; vós não estais senão em grande descaminho!”, “E dirão: ‘Se houvéssemos ouvido ou razoado, não estaríamos entre os companheiros do Fogo ardente”. “E reconhecerão seus delitos; então, extintos sejam os companheiros do Fogo ardente”. “Por certo, os que receiam a seu Senhor, ainda que Invisível, terão perdão e grande prêmio[33]”.

Os Mensageiros de Deus – que a paz esteja com eles – recordavam sempre aos seus povos a respeito da inimizade do Lúcifer; advertiam os povos a não se desviarem da senda reta, na qual Deus estabeleceu através de Seus Mensageiros e Profetas, e o desvio sucede quando seguem os seus próprios desejos, caprichos e por indução falsa do Diabo. Deus diz: “Ó filhos de Adão! Que Satã não vos tente, como (quando) fez sair a vossos pais do Paraíso, enquanto a ambos tirou a vestimenta, para fazê-los ver suas partes pudendas. Por certo, ele e seus sequazes vos vêem de onde vós não os vedes. Por certo, Nós fizemos os demônios aliados aos que não crêem[34]”.

 

A prudência divina na criação do ser humano

É óbvio e lógico que o ser humano não investe sua vida, tempo, esforço, dinheiro, na invenção ou fabrico de um produto senão por algum propósito, que pode proporcionar-lhe benefícios ou evitar-lhe prejuízos, e isso é racional! Portanto, as invenções humanas têm por objetivo alcançar determinado interesse, independentemente do tipo de interesse, que pode ser maligno ou benigno. Com base nesta lógica Deus, o Altíssimo, não criou sem propósito e nem deixou a criação sem norte. Deus diz: “E supuseste que vos criamos, em vão, e que não seríeis retornados a Nós?”, “Então, Sublimado seja Allah, O Rei, O Verdadeiro! Não existe Deus senão Ele. Ele é o Senhor do nobre Trono[35]!”.

Deus não criou o universo e tudo quanto nele existe em vão ou por diversão, pois, Ele fê-los por um profundo propósito. Deus diz: “E não criamos o céu e a terra e o que há entre ambos, por diversão”, “Se houvéssemos desejado tomar um entretenimento, havê-lo-íamos tomado de Nossa parte, se houvéssemos querido fazê-lo[36]”.

Deus não criou o ser humano, depois o preferiu sobre todas as criaturas e o elegeu para governar na terra, senão para desempenhar determinado dever, pelo qual foi criado, tal como Deus nos esclarece com as seguintes palavras: “E não criei os jinns[37] e os humanos senão para Me adorarem”, “Não desejo deles sustento algum, e não desejo que Me alimentem”, “Por certo, Allah é O Sustentador, O Possuidor da força, O Fortíssimo”.

No entanto, Deus criou os seres vivos, e em seguida, criou todas as condições necessárias para o estabelecimento da vida deles, depois lhes enviou Mensageiros para transmiti-los as regras da vida que devem seguir, conforme a vontade do Criador e não segundo seus desejos. Porém, o ser humano não gosta que alguém estabeleça regras na vida dele e na sua propriedade. Da mesma forma, Deus cria o que Lhe apraz e faz o que Lhe apraz. Ele diz: “E teu Senhor cria o que quer, e escolhe (o que quer). Não é admissível que a escolha seja deles. Glorificado e Sublimado seja Allah, acima do que idolatram[38]!”.

Este é o objetivo, pelo qual, o universo e tudo quanto existe nele, os planetas visíveis e os invisíveis, foram criados, ou seja, visa materializar a prática da adoração em Deus, aplicando todos os recursos existentes, de modo a conceber o Criador e a dedicar sua devoção a Ele. Pois, a criação de tudo isso, não visa proporcionar algum poder ou benefício ou prejuízo a Deus, porque é a criação que necessita d’Ele, e Ele é Subsistente, como nos revela com as seguintes palavras. Deus diz: “Ó humanos! Vós sois pobres diante de Allah, e Allah é o Bastante a Si mesmo, O Louvável”, “Se Ele quisesse, far-vos-ia ir e faria chegar novas criaturas”, “E isso não é, para Allah penoso[39]”.

Aquele que adorar plenamente a Deus alcançará todas as promessas de Deus como a Sua eterna graça de prosperidade, e, aquele, cuja devoção for a si mesmo ou aos seus desejos ou ao Diabo terá o eterno castigo.  Deus diz: “Por certo, os que renegam a Fé, dentre os seguidores do Livro, e os idólatras estão no Fogo da Geena, nela, serão eternos. Esses são os piores de toda a criação”, “Por certo, os que crêem e fazem as boas obras, esses são os melhores de toda a criação”. “Sua recompensa, junto de seu Senhor, são os Jardins do Éden, abaixo dos quais correm os rios; nesses, serão eternos para todo o sempre. Allah se agradará deles, e eles se agradarão d’Ele. Isso para quem receia a seu Senhor[40]”.

 

As etapas da criação humana

O Alcorão menciona as etapas evolutivas da criação humana. Deus diz: “Que fez perfeita cada cousa que criou, e iniciou do barro a criação do ser humano”, “Em seguida, fez-lhe a descendência da quintessência de (gota) d’água desprezível”, “Em seguida, formou-o, e, nele, soprou (algo) de seu espírito. E vos fez o ouvido e as vistas e os corações. Quão pouco agradeceis[41]!”.

Esta evidência contraria a teoria daqueles que alegam de que o ser humano evoluiu de outra espécie. Deus diz: “Com efeito, criamos o ser humano, na mais bela forma[42]”.

Deus estabeleceu fases e estágios, pelos quais o ser humano passa, e que terminarão, eternamente ou no Inferno ou no Paraíso. O Alcorão descreveu as fases da criação de maneira resumidamente extraordinária. Por efeito, os cientistas, com todo o avanço científico, são incapazes de apresentar uma eloquente descrição da vida humana, do começo ao término. Por isso, esta descrição retórica demonstra a veracidade do Alcorão e de tudo que consta nele. Deus diz: “E, com efeito, criamos o ser humano da quintessência do barro”, “Em seguida, fizemo-lo gota seminal, em lugar[43] estável, seguro”, “Depois, criamos, da gota seminal, uma aderência; e criamos da aderência embrião; e criamos do embrião, ossos; e revestimos os ossos de carne; em seguida, fizemo-lo surgir em criatura outra. – Então, Bendito seja Allah, o Melhor dos criadores!”, “Em seguida, por certo, depois disso, sereis mortos”, “Em seguida, por certo, no Dia da Ressurreição, sereis ressuscitados[44]”.

Tais fases são as seguintes:

  1. A criação a partir do nada: em princípio, o ser humano era nada, e Deus o fez existir do nada. Há, nisso, provas suficientes, do poder de Deus em ressuscitá-lo depois da morte, pois, Àquele que o criou do nada é capaz e é fácil para Ele recriá-lo. Deus diz: “Com efeito, transcorreu, para o ser humano, um lapso de enorme tempo, (em que) não era cousa mencionada”, “Por certo, criamos o ser humano de gota seminal, mesclada, para pô-lo à prova, então, fizemo-lo ouvinte, vidente[45]”.
  2. O ventre da mãe: durante esta fase, o ser humano passa por vários estágios evolutivos, até ganhar a alma que movimenta todo o motor, e formar o corpo de acordo à determinação de Deus, o Altíssimo, como nos revela nos versos anteriores. E ainda Deus diz: “(...) Ele vos cria, nos ventres de vossas mães, criação após criação, em trevas tríplices. Esse é Allah, vosso Senhor. D’Ele é a soberania. Não existe deus senão Ele. Então, como (d’Ele) vos desviais[46]?”.

Deus criou todas as condições necessárias para manter a vida do ser humano, enquanto no ventre da mãe. Deus diz: “Não vos criamos de uma água desprezível”, “E fizemo-la estar em lugar estável, seguro”, “Até um tempo determinado?”, “Então, determinamos (a criação). Quão Excelente Poderoso somos Nós[47]!”.

  1. A vida mundana: é a fase de responsabilização e provação. Deus criou o ser humano e lhe agraciou os sentidos, tais como, o ouvido, a visão, a mente, pelos quais consegue distinguir o certo do errado, o bem e mal. Deus diz: “E Allah vos fez sair do ventre de vossas mães, enquanto nada sabeis. E vos faz ouvido e as vistas e os corações, para serdes agradecidos[48]”.

Criou o ser humano de melhor forma, concedeu-o membros externos capazes de explorar as riquezas do universo e membros internos para manter seu corpo e força. Deus diz: “Não vistes que Allah vos submeteu o que há nos céus e o que há na terra, e vos colmou de Suas graças, aparentes e latentes? E, dentre os homens, há quem discuta acerca de Allah, sem ciência nem orientação nem Livro luminoso[49]”.

Apesar de serem criados somente com o propósito da adoração em Deus, mas por Sua amabilidade para com eles, enviou mensageiros e livros orientadores das regras da adoração, indicadores da senda reta e, admoestadores dos perigos. Deus diz: “E não enviamos Mensageiros senão por alvissareiros e admoestadores. Então, quem crê e se emenda por eles nada haverá que temer, e eles não se entristecerão[50]”.

Deus criou o universo para o homem e tudo quanto existe nele submeteu ao homem, para que, este, consiga edificá-lo com práticas, tais como, agricultura, indústria e outras formas para sua sobrevivência, de modo que, ele tenha forças para adorar o único Deus. Deus diz: “Ele é “quem vos fez a terra dócil; então, andai, por seus francos e comei de seu sustento. E a Ele será a Ressurreição[51]”.

Isto, para que as outras criaturas estimulem a reflexão e a análise do homem em relação ao poder divino, o que causará firmeza e crescimento da fé dele em Deus. Deus diz: “Por certo, na criação dos céus e da terra, e na alternância da noite e do dia, e no barco que corre, no mar, com o que beneficia a humanidade; e na água que Deus faz descer do céu, com a qual vivifica a terra, depois de morta, e nela espalha todo (tipo) de ser animal, e na mudança dos ventos e das nuvens, submetidos entre o céu e a terra, em verdade, (nisso tudo), há sinais para um povo que razoa[52]”.

 

As evidências racionais do Alcorão sobre a Ressurreição

Como a questão da ressurreição é uma daquelas que preocupa o ser humano, alguns rejeitam esta verdade, sobretudo aqueles, cuja fé não contempla seus corações. O Alcorão afirma que não se trata de um incidente, mas sim do posicionamento do próprio ser humano. Por isso, Deus diz: “Os que renegam a Fé pretendem que não serão ressuscitados. Dize: ‘Sim! Por meu Senhor, sereis ressuscitados; em seguida, sereis informados do que fizestes. E isso, para Allah, é fácil[53]”.

Os argumentos que eram apresentados pelos negadores da ressurreição, exigindo que os Mensageiros de Deus mostrassem evidências, eram fracos, revelavam a arrogância e a soberba dos negadores, senão, deveriam, antes de tudo, observar o processo da criação deles mesmos. A respeito disso, Deus diz: “E, quando se recitam, para eles, Nossos evidentes versículos, seu argumento não é senão dizer: ‘Fazei vir nossos pais, se sois verídicos’[54]”.

O fenômeno da descrença em ressurreição é uma das induções do Diabo para afastar o ser humano da fé. Muitos versículos do Alcorão reiteram a existência de Deus e Sua capacidade em ressuscitar, pois, o ser homem, deveria refletir sobre a sua própria origem. Deus diz: “E o ser humano diz: “Quando morrer, far-me-ão sair vivo?”, “E o ser humano não se lembra de que o criamos antes, enquanto nada era[55]?”.

E partindo da dimensão lógica humana, quem produz algo é capaz de reproduzir – Deus é o grande exemplo – quem criou o ser humano, do nada, tem a capacidade de recriá-lo. Por isso, Deus diz: “E Ele é Quem inicia a criação; em seguida, repete-a; e isto Lhe é mais fácil. E dEle é a transcendência absoluta, nos céus e na terra. E Ele é O Todo- Poderoso, o Sábio[56]

Os versículos do Alcorão são capazes de convencer o despojado de seu temperamento religioso e de seu raciocínio se se deixou levar por conta de efeitos externos. Dentre os versículos que abordam esta questão, apresentamos os seguintes:

  • Reflexão sobre a origem e a primeira criação do ser humano: Quem tem a capacidade de originar algo, tem poderes para recriar. Deus diz: “E o ser humano não viu que o criamos de gota seminal? Então, ei-lo adversário declarado!”, “E, esquecendo sua criação, propõe, para Nós, um exemplo. Diz: “Quem dará vida aos ossos, enquanto resquícios?”, “Dize: ‘Quem os fez surgir, da vez primeira, dar-lhes-á a vida e Ele, de todas as criaturas, é onisciente[57]”.
  • Reflexão a respeito das etapas da criação do homem: Deus chama a nossa atenção com as seguintes palavras: “O ser humano supõe que será deixado negligenciado?”, “Não era ele de uma gota de esperma ejaculada?”, “Em seguida, uma aderência. Então, Ele o criou e o formou”, “E fez dele o casal: o varão e a varoa”, “Esse não é Poderoso para dar vida aos mortos[58]?”.
  • Reflexão sobre o processo da vivificação do solo: Quanto ao que brota da terra, de plantas depois de se tornar árida, e sem sinal de vida. Deus diz: “E, dentre os Seus sinais, está que tu vês a terra humilde, e, quando fazemos descer, sobre ela, a água, move-se e cresce. Por certo, Aquele, que a vivifica, dará a vida aos mortos. Por certo, Ele, sobre todas as cousas, é Onipotente[59]”.
  • Reflexão sobre a criação do mundo e do que há nele, sendo mais admirável do que a criação do próprio ser humano. Por isso, o Criador é capaz de dar vida aos mortos e isso, para Ele, representa algo mais fácil. Deus diz: “E não viram eles que Allah, Que criou os céus e a terra, e não Se extenuou com sua criação, é Poderoso para a vida aos mortos? Sim! Por certo, Ele, sobre todas as cousas, é Onipotente[60]”.
  • Reflexão sobre o estado de dormida e de desperto do ser humano: Representa parte da morte menor, seguida, logo pela vida. Deus diz: “Allah leva as almas, ao morrerem, e a que não morre, Ele a leva, durante seu sono. Então, Ele retém aquela para quem decretou a morte, e reenvia aqueloutra, até um termo designado. Por certo, há nisso sinais para um povo que reflete[61]”.

Portanto, Deus esclarece aos renegadores da ressurreição, outra questão que aumenta a arrogância deles, que é a Sua Onipotência, a qual nada Lhe impossibilita de ressuscitar toda a criação, desde Adão até o fim do mundo num instante, porém, Sua ordem, quando quer algo, é tão-somente: Seja! e é. Deus tem melhores exemplos. E no caso da nossa vida, é normal acionar um botão que pode iluminar uma cidade inteira. Deus diz: “Vossa criação e vossa ressurreição não são senão como as de uma só alma. Por certo, Allah é Oniouvinte, Onividente[62]”.

Todos os versículos do Alcorão servem de reflexão, raciocínio e lição. Por isso, Deus diz: “E, com efeito, facilitamos o Alcorão, para a recordação. Então, há quem disso se recorde[63]?”.

  1. O estado entre a morte e a ressurreição (Barzakh[64]): todo o ser humano, depois da morte, passará por esse estado, o que quer dizer, a morte não é o fim da vida do ser humano, mas sim é o seu verdadeiro começo. Ele permanece na vida de Barzakh até o período em que Deus decretar o fim do mundo e de tudo quanto existe nele, salvo os que Deus permitir. Deus diz: “E soprar-se-á na Trombeta; então, quem estiver nos céus e quem estiver na terra, cairão fulminados, exceto quem Allah quiser. Em seguida, soprar-se-á nela, outra vez: então, ei-los de pé, olhando, estarrecidos![65]”.

Barzakh representa o fim da vida mundana do ser humano e o começo doutra vida na sepultura, dependendo de suas obras mundanas, ele será submetido ao castigo ou a prosperidade. Está realidade é evidenciada no verso corânico onde Deus revela sobre o estado do Faraó e seu povo descrente depois que foram afogados. Deus diz: “O Fogo, a ele serão expostos, ao amanhecer e ao anoitecer. E, um dia, quando a Hora advier, dir-se-á: ‘Fazei o povo de Faraó entrar no mais veemente castigo’[66]”.

Depois, as pessoas serão ressuscitadas para o Juízo Final. Nesse dia, as pessoas estarão distraídas pela preocupação do que ouvirão e observarão. Deus diz: “Ó humanos! Temei a vosso Senhor. Por certo, o tremor da Hora será cousa formidável!”, “Um dia, quando o virdes, toda nutriz distrair-se-á de quem estiver amamentando e toda mulher grávida deporá sua carga. E tu verás os homens ébrios, enquanto não ébrios; mas o castigo de Allah será veemente[67]”.

Nesse dia todo o sistema da órbita – sol, planeta terra, estrelas - será destruído. Deus diz: “Quando o sol for enrolado”, “E quando as estrelas se tombarem”, “E quando as montanhas forem movidas”, “E quando os camelos fêmeas, prestes a dar à luz, forem descurados”, “E quando as feras forem reunidas”, “E quando os mares forem abrasados”, “E quando as almas forem parelhadas[68]”, “E quando a filha, enterrada viva, for interrogada”, “Por que delito fora morta”. “E quando as páginas forem desenroladas”, “E quando o céu for esfolado”, “E quando o Inferno for atiçado”, “E quando o Paraíso for aproximado”.

 

O julgamento: Deus ressuscitará todas as criaturas e a congregará para a prestação de contas, diante da justiça e todos terão seus direitos. Deus diz: “E nós poremos as balanças equitativas para o Dia da Ressurreição; então, nenhuma alma sofrerá nada de injustiça. E, se houver ação do peso de um grão de mostarda, fá-la-emos vir à balança. E bastamos Nós por Ajustador de contas[69]”.

Cada nação será julgada segundo a legislação que Deus havia instituída a ela através do Seu profeta, aonde os fiéis serão bem recompensados e os incrédulos castigados. Deus diz: “Um dia convocaremos cada grupo dos homens, com seu imam. Então, a quem for concedido seu livro em sua destra, esses lerão seu livro e não sofrerão injustiça, nem a mínima que seja”, “E quem, nesta vida, é cego, na Derradeira Vida será cego e mais descaminhado do rumo[70]”.

Nesse dia será feita a justiça entre as criaturas, tal como nos relata o Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele -, este, certa vez, perguntou aos seus companheiros: “Sabeis quem é o pobre?”, Os Companheiros disseram que o pobre era o indivíduo que não possuía dinheiro ou propriedade. O Profeta disse: "Pobre, dentre os meus seguidores, é aquele que embora compareça no Dia do Juízo Final com bons registros de orações, jejum e zakat (pagamento do tributo obrigatório), tivera injuriado alguém, difamado outro, usurpado os bens de outro, tivera morto outro, ou batido em outro. Então, todas as pessoas agredidas receberão parte das boas ações do agressor; e quando as boas ações terminarem, antes de pagar as injustiças que havia cometido, os pecados e as faltas das pessoas agredidas serão transferidas para ele, que então será jogado no Fogo" (narrado por Musslim).

A plena justiça divina fará com que os animais e todas as criaturas prestem justiças entre elas, por essa razão foi chamado: Dia do Juízo Final. O Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse, em referência à esse Dia: “Certamente, a justiça será feita, ao ponto de o cordeiro sem chifres (vítima de agressão) se retaliará do cordeiro com chifre (agressor)” (narrado por Musslim).

Assim que a justiça for feita entre os animais, Deus os tornará argila, nesse momento, o descrente, ao ver o que lhe espera de castigo, desejará que seja transformado também em argila. Por isso Deus diz: “Por certo, Nós vos admoestamos de um castigo próximo. Um dia, em que o homem olhará o que suas mãos anteciparam, e o renegador da Fé dirá: ‘Quem dera fosse eu pó!’[71]”.

Feita a justiça, as pessoas seguirão um dos dois caminhos: Ao paraíso ou ao inferno eternamente, e assim os perdedores serão os renegadores. Por isso, que trabalhem e raciocinem para este propósito. Deus diz: “E, um dia, quando advier a Hora, nesse dia, eles se separarão”, “Então, quanto aos que crêem e fazem as boas obras, deliciar-se-ão em horto florido”. “E, quanto aos que renegam a Fé e desmentem Nossos sinais e o deparar da Derradeira Vida, esses serão trazidos ao castigo[72]”.

  1. A Outra Vida: Os crentes dos Mensageiros de Deus, praticantes de boas ações, obedientes a Deus, tanto diante das interdições como das obrigações, usufruirão do gozo do paraíso, o qual nenhum olho tivera visto, ou ouvido ou passara na imaginação de alguém, estarão em plena felicidade e terão a vida eterna, tal como Deus revela: “Terão, nele, o que quiserem, sendo eternos. Isso impende a teu Senhor, como promessa exigível[73]”.

Nele comerão, beberão, libertarão bom odor, não excretarão e tudo quanto consumirem será expelido através de arroto e transpiração, um suor de almíscar, livre de qualquer doença. Ser-lhes-á anunciado: Nele (paraíso) viverão sãos e jamais adoecerão; viverão e jamais morrerão; serão jovens e a velhice jamais vos atingirá, terão todo o desfrute e com nada se preocuparão. Tal como relatou o Profeta Mohammad - que a paz e bênção de Deus estejam com ele.

Em relação aos descrentes, aos ateus e aos renegadores dos Mensageiros de Deus e da mensagem divina, estarão no inferno eternamente. Deus diz: “E os que renegam a Fé terão o Fogo da Geena; não se lhes porá termo à vida para que eles morram; e nada se lhes aliviará do castigo. Assim, recompensamos todo ingrato”, “E, nele, gritarão: ‘Senhor nosso! Faze-nos sair daqui, nós faremos bem outro que o que fazíamos’. Ele dirá: ‘E não vos deixamos viver um tempo, em que pudesse meditar quem quisesse meditar? E o admoestador chegou-vos. Então, experimentai o castigo. E não há para os injustos socorredor algum[74]”.  Submetidos ao contínuo castigo, conforme a palavra de Deus: “Por certo, aos que renegam Nossos sinais, fá-los-emos entrar em Fogo. Cada vez que suas peles se consumirem, trocá-las-emos por outras peles, para que experimentem o castigo. Por certo, Allah é Todo-Poderoso, Sábio[75]”.

Eles comerão da espinhosa, umas das piores árvores. Deus diz: “Para eles, não haverá alimento, senão o de Darí[76]”. E da Zaqqum[77], uma planta que brota do inferno, a qual se gotejasse na terra corromperia a vida humana. Deus diz: “Por certo, a árvore de Zaqqum”, “Será o alimento do pecador”, “Como o metal em fusão, ferverá nos ventres”, “Como o ferver da água ebuliente[78]”.

Alimentar-se-ão também de excremento. Deus diz: “Então, hoje, ele não terá, aqui, íntimo algum”, “Nem alimento algum, exceto o Ghislin[79]”, “Não o comerão senão, os errados[80]”.

Eles beberão água fervente que dilacerará os órgãos internos da barriga e a pele. Deus diz: “(...) são (esses) como os que, no Fogo, serão eternos, e aos quais se dará de beber água ebuliente, e lhes despedaçará os intestinos[81]?”.

A vestimenta deles não será integral tal como Deus nos revela. Deus diz: “(...) Então, aos que negaram a Fé, cortar-se-lhes-ão trajes de fogo. Sobre suas cabeças, entornar-se-á água ebuliente”; “Com ela, derreter-se-á o que há em seus ventres, e, (também), as peles”; “Cada vez que desejarem sair dele, por angustia, fá-los-ão voltar a ele. E (dir-se-lhes-á): ‘Experimentai o castigo da Queima![82]”.

Desta forma começará a verdadeira Vida, eterna e plena. O Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Quando (as pessoas) entrarem no Paraíso e as outras, no Inferno, (ouvirão) o chamamento: Ó moradores do Paraíso, nele vós sereis eternos e jamais morrerão; ó moradores do Inferno, nele vós sereis eternos e jamais morrerão”, (Narrado por Bukhari, Tirmizi e Ibn Hibbane).

Por isso, a pessoa sensata é aquela que se prepara para esse Dia. Faz julgamento das próprias ações e analisa se está no caminho certo e na religião certa ou não. Deus diz: “Por certo, Allah não faz injustiça alguma com os homens, mas os homens fazem injustiça com si mesmos[83]”.

 

 

 

 

A necessidade da criatura em adoração a único Deus

Os seres humanos necessitam de um deus, cujo suas almas e sentidos se submetem a ele, da mesma forma que seus corpos têm necessidades básicas, tais como o alimento e a bebida; suas almas, também, precisam de um Criador para adorá-Lo, apresentá-Lo suas necessidades, ao se submeterem a Ele, sentirem conforto e segurança. Por essa razão, os seres humanos sem a veneração em Deus, equivalem ao estado dos animais selvagens, aqueles que somente se importam com o instinto sexual e seus estômagos, no entanto, esse estado é suficiente para a perdição da senda reta e a causa da crise psicológica. Deus diz: “Por certo, Allah fará entrar aos que crêem e fazem as boas obras em Jardins, abaixo dos quais correm os rios. E os que renegam a Fé gozam, (nesta vida), e comem como comem os rebanhos; e o Fogo lhes será moradia[84]”.

Sem a condição da veneração em Deus, a vida humana transformar-se-á em vida selvagem onde o mais forte extermina o mais fraco; o rico subjuga o pobre; não há piedade para com os mais novos; não há misericórdia para com os idosos e nem prestação de apoio aos fracos e doentes, resumindo-se em vida material com base nos interesses e ganhos.

A alma humana é naturalmente criada com os sentimentos e reconhecimento da existência de seu Criador e O deste mundo, cujo, a Ele se submete, tal é o que os teólogos denominam de “instinto religioso”. Deus diz: “Então ergue tua face para a religião, sendo monoteísta sincero. Assim é a natureza feita por Allah – segundo a qual Ele criou os homens. Não há alteração na criação de Allah. – Essa é a religião reta, mas a maioria dos homens não sabe[85]”.

O Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele -  disse: “Toda a criança nasce submissa (a Deus), seus pais judaízam-na ou cristianizam-na ou a tornam mago”, (narrado por Bukhari).

Mesmo depois da corrupção desta natureza divina existente no interior humano, ela tende a buscar alguma força, para qual apresenta suas necessidades, dificuldades e preocupações, uma observação notável nas nações passadas, que adotavam deuses dentre astros ou árvores ou pedras, porque este instinto está presente no interior de todo ser humano, mas há aqueles que renegam soberbamente e há outros que reconhecem e crêem. Essa natureza religiosa se manifesta quando o ser humano está numa aflição, como o estado de adoecimento ou desgraça. Ele, inconscientemente, invoca a Deus ou ergue seus olhares ao céu, como gesto de reconhecimento da existência de uma poderosa força que pode livrá-lo do estado que se encontra, por isso Deus diz: “E, quando um infortúnio toca os homens, invocam a seu Senhor, voltando-se contritos para Ele; em seguida, quando Ele os faz experimentar misericórdia (vinda) d’Ele, eis um grupo deles que associa (ídolos) a seu Senhor[86]”.

Assim como, quando eles atravessam adversidades e angústia, a verdade se revela e a falsidade das divindades veneradas além de Deus, também se revela. Nesse instante as súplicas são sinceramente dirigidas ao verdadeiro Deus, o Poderoso de tudo e o capaz de aliviar o ser humano de todas as aflições. O Alcorão expõe a imagem dessa situação. Deus diz: “E, quando o infortúnio toca ao ser humano, (este) Nos invoca, estando sentado ou assentado ou de pé. Então, quando lhe removemos o infortúnio, segue em frente, como se Nos não houvesse invocado, por infortúnio que o tocou. Assim, aformoseou-se, para os que se entregam a excesso, o que faziam[87]”.

Às vezes quando é surpreendido por algo que desgosta e não encontra outro refúgio senão diante da força oculta, na qual tem o sentimento de sua existência e é capaz de salvá-lo. Deus diz: “Ele é Quem vos faz caminhar, na terra e no mar, até que, quando estais no barco, e este corre com eles[88], (movido) por galerno vento, e com este eles jubilam, chega-lhes tempestuoso vento, e chegam-lhes as ondas, de todos os lados, e pensam que estão assediados: eles suplicam a Allah, sendo sinceros com Ele, na devoção: ‘Em verdade, se nos salvares desta, seremos dos agradecidos’![89]”.

As nações antepassadas veneravam ídolos em vez de Deus, isto porque, no subconsciente delas, carregavam o instinto natural da religiosidade, implantado por Deus em toda a criação. Quando desaparecem as religiões divinas que são capazes de atender o instinto natural da adoração, o ser humano começa a procurar um adorado, nesse momento ele se perde pelo fato de venerar divindades criadas como ele, e sobre o assunto, Deus diz: “Por certo, os que invocais, além de Allah, são servos como vós. Então, invocai-os! Que eles vos atendam, se sois verídicos[90]”.

Por incrível que pareça, as divindades veneradas, como pedras, árvores, planetas, animais, aves e etc, cujo mente sensata as rejeita, são, admiradamente, cultuadas por pessoas de alto nível de escolaridade, aprendizado e de capital cultural, e são práticas adotadas por países que alcançaram alto nível de conhecimento científico. Por isso, a verdadeira palavra de Deus diz: “Eles sabem, (apenas) das aparências da vida terrena. E estão desatentos à Derradeira vida[91]”.

Segundo Sayyed Qutbi – Deus tenha misericórdia dele – as pessoas não conseguem seguir uma vida sem religiosidade! Há necessidade de professar alguma religião, e os que descrêem na unicidade de Deus são vítimas de todas as formas de veneração prestada a outros deuses, em todas as partes da vida.

Elas são vítimas de seus desejos e caprichos sem limites ou regras. Por essa razão, elas perdem as especificidades humanas e passam pela categoria animalesca. Deus diz: “(...) E os que renegam a Fé gozam, (nesta vida) e comem como comem os rebanhos, e o Fogo lhes será moradia[92]”.

A maior perda do ser humano é quando regride ao estágio de selvageria, situação que ocorre assim que ele se desvia da unicidade em Deus e passa a professar os desejos e caprichos.

Depois se tornam vítimas de diversas formas de veneração a criatura, para além de serem vítimas de governantes e presidentes, aqueles que direcionam as pessoas de acordo com legislações pessoais, cujo objetivo é a proteção de seus interesses e este fenômeno pode ser confirmado por pesquisas internacionais, sobretudo em toda legislação humana que não se submete a Deus por totalidade e nem adota a Lei divina.

Isto nos leva a entender o valor da unicidade em Deus na adoração e da religião para a manutenção das almas humanas, de sua honra e propriedade. Porém, estes elementos se tornam reféns quando o ser humano venera outra criatura em qualquer das formas de adoração, tanto na condição legislativa, tradicional, cultural através de credo e imaginação.

 

 

 

Evidências racionais sobre a unicidade em Deus

 

Um barco que tiver dois capitães se afunda; uma administração com dois gestores vai à falência; quando duas pessoas tomam diferentes posições sobre o mesmo negócio, na tentativa de cada um deter maior controle da situação, resulta em perdas. Que será do universo e de sua grandeza, no qual se um átomo saísse do seu sistema o destruiria e se caso houvesse outra divindade junto com Deus sucederia divergências que levariam a sua corrupção. Por isso, Deus diz: “Houvesse, em ambos[93], (outros) deuses que Allah, haveriam sido ambos corrompidos. Então, glorificado seja Allah, O Senhor do Trono, acima do que alegam[94]!”.

É da natureza dos associados e dos venerados divergirem entre si por conta de cada um tentar deter maior controle e ser o dono das decisões. Esta natureza destrói o trabalho e as divergências causam a falência. Deus diz: “Allah não tomou (para si) filho algum, e não há com Ele deus algum; nesse caso, cada deus haver-se-ia ido com o que criara, e alguns deles se haveriam submetido em arrogância, sobre outros. Glorificado seja Allah, acima do que alegam[95]”.

Assim como os reis que guerrilham entre si objetivando derrubar o reino doutrem e monopolizá-lo. Deus diz: “Se houvesse, junto d’Ele, deuses, como eles dizem, esses, nesse caso, haveriam buscado um caminho até O Possuidor do Trono[96]”.

Segundo Sayyed Qutbi – Deus tenha misericórdia dele – quando Deus diz: “Deus não teve filho algum, nem jamais nenhum outro deus compartilhou com Ele a divindade!”, logo apresenta a evidência que refuta as alegações deles e desmantela a imaginação do politeísmo sendo absurda e impossível. Deus diz: “Porque se assim fosse, cada deus ter-se-ia apropriado da sua criação”. Cada deus estaria voltado a sua criação sob regulamentos específicos, e cada universo ou conjunto de criação teria sua própria lei, e não estariam submetidos ao mesmo sistema, além disso, eles (deuses) “teriam prevalecido uns sobre os outros”, dominariam os outros e governariam o universo que o seu sistema obedece somente uma única lei, única governança e única gestão. Todas estas formas não existem no universo, cujo sistema testemunha a singularidade de sua criação, e a unicidade do seu Criador, a uniformidade de sua Lei testemunha a unicidade de seu Gestor, e todas as coisas estão ligadas com as outras sem colisão, conflito e nem desordem. “Glorificado seja Deus de tudo quanto descrevem!”.

 

 

 

A adoração no Islam

 

O Islam é, e foi a religião de todos os profetas e mensageiros de Deus porque ele (Islam) significa total submissão e obediência a Deus e, livramento da idolatria. A adoração é um dos graus mais alto, por isso, é em função do grau da sua veneração a Deus que você atinge sua liberdade; de acordo com o nível de sua sujeição a Deus você estabelece sua honra; de acordo com o grau de sua satisfação a Deus você alcança seu contentamento, tranquilidade e conforto. Através da adoração Deus honrou Seus profetas e mensageiros, desde Noé ao último profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com eles. Deus diz: E, com efeito, Nossa Palavra antecipou-se a Nossos servos, os Mensageiros”, “Por certo, eles serão os socorridos”, “E, por certo, Nossos exércitos serão os vencedores[97]”.

A adoração a Deus é a legislação de todos os mensageiros d’Ele, porque, na verdade, não foram enviados, senão para efetivá-la, tal como Deus revelou ao Seu mensageiro Mohammad. Deus diz: “Da religião, Ele legislou, para vós, o que recomendara a Noé, e o que te revelamos, e o que recomendáramos a Abraão e a Moisés e a Jesus: “Observai a religião e, nela, não vos separeis.” É grave para os idólatras aquilo a que os convocas. Allah atrai, para Ele, quem Ele quer, e guia, para Ele, quem se Lhe volta contrito[98]”.

A prova do alto valor da adoração é representada pelo próprio Profeta porquanto viveu treze anos - desde o recebimento da missão profética em Meca – convidando as pessoas para, somente, aperfeiçoarem a adoração ao único Deus, corrigindo as falsas percepções doutrinárias voltadas à veneração de ídolos e estátuas. O Profeta acompanhava os encontros e fóruns de seu povo e convida-os dizendo: “Ó povo, declarai: Não há outra divindade além de Deus, para que prospereis!”. (Narrado por Ibn Hibbane). Isto porque a adoração a Deus é a doutrina e o foco principal, na qual prosseguem os regulamentos e obrigações, porém, sem adoração, todas as obrigações, legislações, boas práticas e sacrifícios, são em vão e sem valor, tal como Deus revelou ao Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele -, Deus diz: “E, com efeito, foi-te revelado e aos que foram antes de ti: ‘Em verdade, se idolatras, teus atos anular-se-ão e, certamente, serás dos perdedores’”, “Mas adora, então, só a Allah, e sê dos agradecidos[99]”.

Este foi o método do Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus esteja com ele – e de seus companheiros, quando os enviava para pregar e divulgar a religião de Deus. Ele orientava seus companheiros que o primeiro objetivo da missão deles durante a divulgação do Islam, é convidar as pessoas à adoração ao único Deus. Certa vez ele disse ao Moazi Ibn Jabal – que Deus esteja satisfeito com ele – quando o enviou ao Iémen “Tu te apresentarás a um povo que é seguidor das Sagradas Escrituras. Convida-os a prestarem testemunho de que não há outra divindade além de Deus, e que Mohammad é Mensageiro de Deus. Se o aceitarem, informa-os que Deus prescreveu o cumprimento de cinco orações diárias. Se o aceitarem, informa-os que Deus prescreveu uma caridade que será tomada dos ricos entre eles, para ser distribuída aos pobres entre eles. Se o aceitarem, não toques no que é valioso, de suas propriedades. Contudo, previne-te quanto às súplicas a Deus dos injustiçados, pois entre Deus e essas súplicas não existe barreira alguma” (narrado por Bukhari).

Deus – Glorificado Seja – ordena-nos a adorá-Lo e a livrar-nos de todas as formas de veneração além d’Ele. Que os nossos desejos estejam conforme os Seus mandamentos e de acordo com a Sua legislação no mundo e na vida Derradeira; que não estejam entregues as leis do homem. Com esta liberdade o indivíduo consegue contentar-se. Deus diz: “Ó vós que credes! Temei a Allah e permanecei com os verídicos[100]”.

O indivíduo consegue colocar-se em ordem diante de sua sociedade. O Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Gostaríeis que vos informasse dos verdadeiros fiéis? Aquele de cujas pessoas se sentem salvas em suas riquezas e almas. E o verdadeiro muçulmano é aquele de cuja língua e de cujas mãos os outros muçulmanos se encontram a salvo; e o verdadeiro mujahid (combatente, esforçado) é aquele que se esforça à obediência a Deus e o emigrante é aquele que abandona os erros e os pecados” (narrado por Ahmad e autenticado por al-Albani).

As ordenanças e as proibições que compõem o processo de adoração em Deus inibem aqueles desejos considerados destruidores do mundo, começando em nível do ser humano. Deus diz: “Ó vós que credes! Que um grupo não escarneça de (outro) grupo – quiçá que este seja melhor do que aquele- nem mulheres, de mulheres- quiçá, estas sejam melhores que aquelas- e não vos difameis, mutuamente, e não vos injurieis, com epítetos (depreciativos). Que execrável a designação de “perversidade”, depois da Fé! E os que se não arrependem, esses são os injustos”, “Ó vós que credes! Evitai muitas das conjecturas[101]. Por certo, uma parte das conjecturas é pecado. E não vos espieis. E não faleis mal, uns dos outros, pelas costas. Alguns de vós gostaria de comer a carne de seu irmão morto? Pois, odiá-la-íeis! E temei a Allah. Por certo, Allah é Remissório, Misericordiador[102]”.

Em nível social. Deus diz: “E adorai a Allah e nada lhes associeis. E tende benevolência para com os pais e os parentes e os órfãos e os necessitados e o vizinho aparentado e o vizinho estranho e o companheiro achegado e o filho do caminho, e os escravos que possuís. Por certo, Allah não ama quem é presunçoso, arrogante[103]”.

E em nível ambiental. Deus diz: “E não semeeis a corrupção na terra, depois de reformada. E invocai-O, com temor e aspiração. Por certo, a misericórdia de Allah está próxima dos benfeitores[104]”.

Quanto a nível político. Deus diz: “Allah não vos coíbe de serdes blandiciosos e equânimes para com os que não vos fizeram sair de vossos lares. Por certo, Allah ama os equânimes[105]”.

E relativamente ao nível econômico. Deus diz: “E não devoreis, ilicitamente, vossas riquezas, entre vós, e não as entregueis, (em suborno), aos juízes, para devorardes, pecaminosamente, parte das riquezas das pessoas, enquanto sabeis[106]”.

E quando usamos a nossa mente, invés da nossa emoção, para analisarmos, ficamos convictos que a adoração em Deus faz com que a vida humana seja reta, pois ela exorta a conservação do universo a partir da conservação de seus componentes que o mantêm firme. A adoração condena todo o indivíduo que atenta contra si mesmo ou a sua sociedade ou a terra e seus componentes. A adoração advoga o aperfeiçoamento do bom caráter, tal como disse o Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele: “Fui enviado para completar os mais nobres traços de caráter” (narrado por Bukhari).

A adoração exorta também a disseminação do amor, compaixão, paz, justiça, pureza, honestidade, observação de promessas, execução de diversas ações caridosas para com o vizinho, o órfão, o pobre, o viajante, o necessitado; ter bondade, compaixão e piedade para com os pais, manter as relações de parentesco, manter o bom trato dos vizinhos, disponibilidade, desejar o bem ao outro e etc., além disso, exorta o bom trato para com os animais, e ser bondoso com eles faz parte da adoração em Deus, conforme o dito do Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele: “Para cada ser vivo haverá recompensa” (narrado por Bukhari).

O abandono do mau caráter e a interdição de tudo que propicia a propagação de práticas criminosas no seio da sociedade, tais como, a injustiça, o roubo, a mentira, a fraude, o acúmulo de bens, a usura, a desobediência aos pais, a matança de alma proibida, o consumo do patrimônio de órfão, a prática de adultério, a sodomia, o falso testemunho, desfazer pactos, cortar os laços de parentesco, o suborno, a extravagância e o desperdício, a falsificação de balanças, o orgulho, as calúnias, as fofocas, a difamação e todas as ações, palavras e más condutas que quando disseminadas causam corrupção do sistema social, eliminam sua coesão, causam a insegurança e o desmantelamento de suas relações. Deus diz: “Dize: ‘Vinde, eu recitarei o que vosso Senhor vos proibiu: Nada lhe associeis. E tende benevolência para com os pais. E não mateis vossos filhos, com receio de indigência: Nós vos damos por sustento, e a eles. E não vos aproximeis das obscenidades, aparentes e latentes. E não mateis a alma, que Allah proibiu (matar), exceto se com justa razão. Eis o que Ele vos recomenda, para razoardes”, “E não vos aproximei das riquezas do órfão, a não ser da melhor maneira, até que ele atinja sua força plena. E não completai a medida e o peso com equidade. Não impomos a nenhuma alma senão o que é de sua capacidade. E, quando falardes, sede justos, ainda que se trate de parente. E sede fiéis ao pacto de Allah. Eis o que Ele vos recomenda, para meditardes[107]”.

Esta é a mensagem do Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – até diante daqueles que o violentaram, o expulsaram de sua casa e planejaram seu assassinato, o Profeta os perdoou. Este é o modo pelo qual o Profeta ensinou seus companheiros quando eles pediram para ele suplicasse contra os idólatras que perseguiram e expulsaram os muçulmanos de suas casas e terra e se ensoberbeceram pelo ato. Assim foi a resposta do Profeta – que a paz e bênção de Deus estejam com ele: “Certamente não fui enviado para amaldiçoar, mas sim fui enviado como misericórdia” (narrado por Muslim).

No Islam, a adoração não está restrita somente a práticas, tais como: oração, caridade, jejum e outras relativas, mas ela consiste ainda em obediência e submissão a Deus, como no apego de Seus mandamentos e o abandono das proibições. Todas as formas de adoração devem ser voltadas a Ele por ser o Pleno, o Absoluto. Ele diz de Si mesmo: “(...) Nada é igual a Ele. E Ele é O Oniouvinte, O Onividente[108]”.

Por isso, existem algumas práticas que anulam a adoração em Deus e a pessoa perde a classificação de ser servo de Deus por ter venerado além de Deus, por isso quem o faz não se torna muçulmano mesmo por alegação. São práticas que revogam o Islam: a feitiçaria, a adivinhação, a invocação de bênçãos diante de sepulturas de homens piedosos; veneração de árvores e de pedras, inclinando-se, prostrando-se e circundando em volto delas, prestar sacrifício, fazer juramento, oferecer presentes as sepulturas e enobrecê-las, acreditando na santidade dos mortos e achando que eles beneficiam ou prejudicam ou interferem na vida mundana. Todavia, eles soubessem que se realmente beneficiam, então, beneficiariam a si mesmos. e dentre estas práticas, há aquelas que arruínam a adoração, constrangem sua pureza e deixam o muçulmano no estado religioso perigoso, tais como, o uso de argola, corda ou algo semelhante com a intenção de livrar-se duma calamidade ou o uso de amuletos para prevenir-se de maus  olhares. Por isso, o Mensageiro de Deus advertiu fortemente contra estas práticas e disse: “(...) certamente, os que povos que vos antecederam tomavam os túmulos de seus profetas e dos homens piedosos em mesquitas; não transformeis os túmulos em mesquita, certamente, proíbo-vos desta prática” (narrado por Muslim).

Desta maneira, o Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – ordenava seus companheiros para que considerassem seu humilde status estabelecido por Deus isento de enaltecimento e santificação, sobretudo com receio de a nação dele não proceda como as nações anteriores. O Profeta dizia: “Não me presteis elogios de tal maneira os cristãos prestaram ao Jesus filho de Maria, certamente, eu sou um servo, por isso, chamai-me por: servo de Deus e Mensageiro de Deus” (narrado por Bukhari).

De acordo com Sheikh Abdullah Abá Batine – Deus tenha misericórdia dele: toda a religião é adoração; quando o ser humano está ciente e aperfeiçoa o significado da divindade como a digna de adoração, e percebe a essência da veneração, fica claro para ele de que quem prestar qualquer culto a outro ser além de Deus, venerou-o e tomou-o de deus mesmo não lhe chamando por deus ou por adorado, porém, a diferença de denominação não invalida a essência do propósito e revoga sua condição. Um cristão chamado Adiyo Ibn Hátim chegou diante do Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele. O Profeta escutou-o recitando o seguinte versículo do Alcorão: “Tomam seus rabinos e seus monges por senhores. Além de Allah, e (assim também), ao Messias, filho de Maria. E não se lhes ordenou senão adorarem um Deus Único. Não existe deus senão Ele. Glorificado seja Ele, acima do que idolatram[109]”. Ele disse ao Profeta: nós não os adoramos. O Profeta respondeu: eles não proíbem o que Deus tornou lícito e vocês cumprem? E tornam lícito o que Deus proibiu e vocês os seguem? Adiyo disse: Sim. O Profeta disse: “essa é uma veneração para com eles” (narrado por Bukhari, Tirmizi e al-Tabrani).

E se houvesse algum grupo que pudesse atrair benefícios a si mesmo e livrar-se de maldades seriam, então, os mensageiros e profetas de Deus, mas tudo depende de Deus. O Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – afastou qualquer possibilidade de, as pessoas que o rodeavam junto com os seus bens, proporcionarem-lhe alguma vantagem ou livrarem-lhe de algum malefício. Deus diz: “Dize: “Não possuo, para mim mesmo, nem benefício nem prejuízo, exceto o que Allah quer. E, se soubesse do Invisível, multiplicar-me-ia os bens, e não me tocaria o mal. Não sou senão admoestador e alvissareiro para um povo que crê[110]”.

Assim como descartou a possibilidade de, as pessoas que o rodeavam junto com os seus bens, se beneficiarem dele alguma vantagem ou remoção de algum prejuízo. Deus diz: “Dize: ‘Invoco, apenas, a meu Senhor, e não associo ninguém a Ele”, “Dize: ‘Por certo, não possuo, para vós, prejuízo nem retidão”, “Dize: ‘Por certo, ninguém me protegerá de Allah, e não encontrarei, fora d’Ele, refúgio algum[111]”.

 

Que belas palavras de Sayyed Qutbi – que Deus tenha misericórdia dele – ao afirmar: a religiosidade prestada para além de Deus, sob crença e imaginação, significa cair nas garras de ilusões e mitos que não terminam; que representam diferentes imaginações pagãs; e representam diferentes ilusões, na qual, são oferecidos votos e sacrifícios de bens e às vezes são oferecidos os meninos, com base nas falsas doutrinas e imaginações desviantes. As pessoas permanecem vivendo com medo de sacerdotes imaginários; de guardas e magos ligados aos sacerdotes! Vivendo com medo de feiticeiros que trabalham com gênios e diabos! De idosos e devotos que guardam os segredos! São tantos e tantos mitos, aonde as pessoas continuam interiorizando medo deles e prestando-lhes sacrifícios e esperanças na vida, até o fim de seus esforços, degradação de suas forças e fragmentação de suas energias sob este tipo de práticas absurdas!

A adoração em Deus elimina os instintos animalescos e restaura o fluxo natural estabelecido por Deus, o que permite erguer a terra e conservar o universo contra as frivolidades, cuja sua emergência é evidenciada com o enfraquecimento da camada de ozônio, o aquecimento global e etc., como consequência da ganância material do homem. No entanto, a abstinência da adoração em Deus favoreceu a prática de obscenidades em nome da liberdade, os direitos foram perdidos em nome da sociedade civil, pessoas perderam suas riquezas ilegalmente em nome do livre comércio, outras foram escravizadas em nome das leis humanas, emergiu a divisão de classes sociais e o racismo, e a propagação do politeísmo e da idolatria, por isso Deus diz: “A corrupção apareceu, na terra e no mar, pelo que as mãos dos homens cometeram, a fim Ele fazê-los experimentar algo do que fizeram, para retornarem”.

Sayyed Qutbi – que Deus tenha misericórdia dele - disse: a adoração em Deus liberta as pessoas da idolatria e salva as pessoas da veneração de criaturas para a adoração em Deus Único. Por via disso, o ser humano consegue alcançar sua honra e verdadeira liberdade. Estas duas últimas, é impossível garanti-las sob qualquer outro sistema que não seja o islâmico. Porque noutros sistemas, as pessoas são sujeitadas a venerar umas a outras de diversas formas, tanto a veneração por credo ou simbólica como por leis. Todas elas são formas de adoração, sem diferenças, porque as pessoas são submissas ao invés de Deus, sobretudo visando algum status mundano oposto ao agrado de Deus.

No mundo moderno, quando a adoração é voltada a outro em vez de Deus, as leis e os sistemas humanos tornam-se incapazes de proteger os indefesos, e por conta disso, instaura-se a vida da selva aonde o mais forte elimina o mais fraco, o rico subjuga o pobre, os oportunistas centralizam a vida, os erros são capitalizados para gerar lucros, mesmo em detrimento da felicidade ou vida de outros. Enquanto que as leis da adoração em Deus garantem os direitos e protegem os indefesos, as pessoas inocentes, os fracos e os incapazes. Seus direitos, suas propriedades e honras são conservadas, porém, os piedosos para com as pessoas, Deus tem misericórdia deles, e a adoração ensina ao muçulmano para que tenha piedade com os que estão na terra que Aquele que está no céu tenha misericórdia de nós. 

O Islam veio para libertar o homem da escravidão, por isso, foi uma das primeiras questões que o Islam incentivou e tornou a libertação de escravo sendo ato de expiação de muitos pecados, além disso, promoveu o apoio àquele escravo que quiser comprar sua alforria. Deus diz: “(...) E àqueles de vossos escravos, que buscam a alforria, mediante pagamento de uma soma, então, ajudai-os, se reconheceis neles algum bem[112]”.

O Islam veio para libertar as almas das pessoas submissas a além de Deus, cuja relação era voltada a além de Deus. O Islam protegeu-as das mitologias, dos prestidigitadores e dos magos, por meio dos ensinamentos da submissão que o implanta nos corações deles, deixando claro que o benéfico e o maléfico estão sob controle de Deus, por isso, somente acontece o que Ele quiser e que todos os seres humanos dependem de Suas ordens e vontade. Por isso Deus, o altíssimo diz: “Nenhuma desgraça ocorre sem que seja com a permissão de Allah. E quem crê em Allah, Ele lhe guiará o coração. E Allah, de todas as cousas, é Onisciente[113]”.

Quando os muçulmanos aperfeiçoam a adoração em Deus estabelecem diferenças entre si pelo fato de serem humanos sujeitos a tudo aquilo que pode atingir qualquer outro ser humano, tal como ser tomado por algumas paixões e tentações do coração, pois eles não são anjos e nem são livres de cair no erro. De acordo com Ibn al-Qiyam, a adoração é dentre as particularidades divinas que é estabelecida através de duas pernas e nada mais, que carrega o propósito do amor junto com o de humildade, esta é a adoração plena. Por isso, as diferenças existentes entre os servos em relação ao grau de adoração dependem destes dois elementos essenciais. Aquele que dirigir seu amor, humildade e submissão ao invés de Deus, tomou pareceria de outra divindade no que é direito de Deus, o que é impossível a qualquer religião pregar este tipo de prática. E outra particularidade divina é o de ter direito de ser-Lhe dirigido a prostração e quem prostrar ao invés de Deus tomou a criatura em igualdade a Deus, assim como entregar a total confiança e dirigir o arrependimento a além de Deus se configura na igualdade de criatura com Deus.

 

 

A relação direta entre o servo e o seu Senhor

A adoração em Deus enaltece o coração e liberta-o da idolatria, é desta forma que o servo estabelece ligação direta com o Criador - glorificado Seja, o Altíssimo – sem intermediação entre ambos visto que a porta de Deus está aberta eternamente para todos, a qualquer, de qualquer lugar e situação. Ela não tem guardas ou alguém que possa restringir sua entrada a alguns. Bate a porta d’Ele, apresenta tuas necessidades e queixas, implora a ajuda d’Ele para resolução de teus problemas, invoca tudo quanto tu precisas porque as graças de Deus são infinitas. Deus diz: “E, quando Meus servos te perguntarem, por Mim, por certo, estou próximo, atendo a súplica do suplicante, quando Me suplica. Que eles Me atendam, então, e creiam em Mim, na esperança de serem assisados[114]”.

Independentemente do alto grau de teus pecados e do excesso da transgressão em pecados e erros, tu permaneces necessitando de Deus para pedi-Lo perdão. Tua ligação para o céu está disponível e tudo que tu precisas é ser honesto e fiel. Deus diz: “E quem faz um mal ou é injusto com si mesmo, em seguida, implora perdão a Allah, encontrará a Allah Perdoador, Misericordiador[115]”.

Independentemente da multiplicidade de tuas necessidades e do volume de teus pedidos, Deus se alegra de tuas súplicas, de teres apresentado tuas necessidades a Ele e por te sujeitares a Ele. Deus diz: “Invocai a vosso Senhor, humilde e secretamente. Por certo, Ele não ama os agressores[116]”.

Os tesouros de Deus são infinitos, Suas graças para com o ser humano são ininterruptas, ninguém pode negar Sua generosidade e nem impedir Sua graça. Num dito sagrado profético, Deus diz o seguinte: “Ó servos Meus, eis que proibi a injustiça a Mim Mesmo, e a declarei proibida para vós e entre vós. Ó servos Meus, cada um de vós se encontraria desencaminhado (por assim merecer), exceto aquele que tenha sido bem dirigido. Assim implorai por Minha diretriz, e Eu vos dirigirei. Ó servos Meus, cada um de vós se encontrará faminto, exceto a quem Eu houver alimentado. Assim, implorai para que vos alimente, e vos alimentarei. Ó servos Meus, cada um de vós se encontrará despido, exceto a quem Eu houver vestido. Assim, implorai para que vos vista, e vos vestirei. Ó servos Meus, cometeis faltas, noites e dias seguidos, e vos perdoo todos os pecados. Assim, implorai o perdão, e vos perdoarei. Ó servos Meus, jamais lograreis prejudicar-Me, por assim dizer, nem tampouco beneficiar-Me, por assim dizer. E ainda que o primeiro e o último, de vós, gênios e humanos, tivessem o coração mais devoto, isso em nada aumentaria o Meu reino. Ó servos Meus, ainda que o primeiro e o último de vós, humanos e gênios, se reunissem num mesmo lugar, e Me pedissem, e Eu concedesse a cada um o seu anseio, isso não diminuiria o que tenho, assim como o mar não aumentaria se lhe introduzíssemos uma gota d’água. Ó servos Meus, são as vossas obras que computo, e logo vos compensarei por elas. Aquele que achar boa a recompensa, que louve a Deus. Porém, aquele que achar o contrário, que não culpe a ninguém, mas a si mesmo” (narrado por Muslim).

O Deus digno de adoração não necessita de intermediário entre Ele e Seus servos, porém, Ele está mais inteirado deles, Ele os escuta, está ciente de seus secretos e manifestos; Ele não confunde a multiplicidade dos pedidos e das necessidades das criaturas apesar das diferenças de suas línguas, por isso, não precisa de alguém, dentre Suas criaturas, para apresentar diante d’Ele as necessidades de outra criatura. Ele (Deus) diz: “E vosso Senhor disse: “Suplicai-Me, Eu vos atenderei. Por certo, os que se ensoberbecem diante de Minha adoração entrarão na Geena, humilhados[117]”.

É esta questão, na qual Deus chamou atenção aos Seus servos para que tomem cuidado dos assaltantes, àqueles que querem intermediar as relações entre Deus e a criação. Deus diz: “Ora, de Allah é a pura devoção. E os que tomam protetores, além d’Ele, (dizem): ‘Não os adoramos senão para que eles nos aproximem, bem perto de Allah’. Por certo, Allah julgará, entre eles, naquilo de que discrepam. Por certo, Allah não guia quem é mentiroso, ingrato[118]”.

 

 

 

As consequências por adoração em outros deuses além de Deus

O que as sociedades têm atravessado, tanto as primitivas como as modernas, dentre diferentes formas de injustiça social, desintegração familiar, disseminação de imoralidades e do consumo de drogas, corrupção administrativa, crise econômica e política, guerras e destruição, são provocadas pela abstinência da adoração em Deus, cujos fundamentos exortam a prática de todo bem e proíbem o mal. Deus diz: “E se a verdade seguisse suas paixões, os céus e a terra e quem neles existe haver-se-iam corrompido. Ao contrário, chegamos-lhes com sua Mensagem, e estão dando de ombros a sua Mensagem[119]”.

E saiba que o aperfeiçoamento da adoração em Deus é relativo, quanto mais os membros da sociedade se afastam da adoração em Deus ficam mergulhados na imoralidade e abismo, e quanto mais aperfeiçoam a adoração em Deus são enobrecidos e bem-aventurados junto a sociedade. Deus diz: “Ele disse: ‘Descei ambos dele, todos vós, como inimigos uns dos outros. E, se, em verdade, vos chega de Mim orientação, então, então quem segue Minha orientação não se descaminhará nem se infelicitará”, “E quem der de ombros a Minha Mensagem, por certo, ele terá uma vida atormentada e ressuscitá-lo-emos cego, no Dia da Ressurreição”, “Ele dirá: ‘Senhor meu! Por que me ressuscitaste cego, enquanto, com efeito, era vidente[120]”?

Sayyed Qutbi – Deus tenha misericórdia dele - disse: e quando àqueles que se desviaram da religião de Deus Único e se perderam, devemos fugir deles, esses, são os que não julgam com base na Lei divina e por conta disso caíram na idolatria. Esse tipo de adoração acaba com o humanismo, a honra e a liberdade deles, independentemente do modelo do regime, mesmo aquele, no qual certas pessoas acreditam garantirem sua liberdade e honra. A Europa se afastou de Deus quando se absteve da igreja, por esta ser tirana em nome da religião, e se revoltou contra Deus quando insurgiu contra a igreja, por esta ter deteriorado todos os valores da humanidade pelo uso da violência e dominação injusta. Depois as pessoas imaginaram que encontrariam sua liberdade, honra e interesses nos regimes individualistas “democráticas”, todas suas esperanças de vida para a conquista da liberdade e garantias dependem das constituições do Estado, condições legislativas e parlamentares, liberdade de imprensa, garantias judiciais e legislativas, e ao resultado do voto da maioria representativa. Estes são as condições que norteiam tais regimes. E qual foi o resultado disso? A consequência disso foi à tirania do “capitalismo” que dominou todo o regime e formações. Muitos acabaram sendo submissos a uma minoria tirana que detém o capital, a maioria representativa parlamentar, ditadores das mudanças constitucionais, controladores da liberdade da imprensa e o resto das instituições, as quais, as pessoas imaginavam que lhes assegurariam sua honra e liberdade, mas as levaram ao isolamento de Deus. o Altíssimo.

Em seguida, alguns grupos chegaram a abandonar os regimes individualistas que dominam o “capital” e a “classe”, e introduziram os regimes socialistas! E o que eles fizeram? Substituíram a veneração voltada aos “capitalistas” à classe “perversa”! ou cultuaram os grandes proprietários e as empresas submissas ao Estado que detém a riqueza junto da monarquia, sendo mais perigosos do que os capitalistas. Em cada caso, em cada situação e em cada sistema os seres humanos condenam uns aos outros, porque eles pagam avultados impostos brutais aos diferentes senhores.

 

 

 

A porta da verdadeira adoração

A entrada natural à verdadeira adoração consiste em abandono de associar parceria a Deus, seja na Sua essência, nos Seus atributos, como nas Suas ordens e proibições, para que toda a tua vida seja de acordo com a vontade de Deus, porque a adoração é baseada no amor, submissão e obediência. Deus diz: “Dize: ‘Por certo, minha oração e meu culto e minha vida e minha morte são de Allah, O Senhor dos mundos[121]”.

Se faltar um destes elementos não se torna uma adoração verdadeira a Deus, tal como Deus diz: “E, dentre os homens, há quem, em vez de Allah, tome semelhantes, (em adoração), amando-os como se ama a Allah. E os que crêem são mais veementes no amor de Allah. E, se os injustos soubessem, quando virem o castigo, que toda a força é de Allah, e que Allah é Veemente no castigo, não haveriam adorado os ídolos[122]”.

Isto é a implantação natural de Deus – glorificado Seja – em Sua criação que O glorificam e O louvam. A criação se submete naturalmente a Deus, como no Alcorão diz: “Os sete céus e a terra e quem neles existe glorificam-nO. E não há cousa alguma que O não glorifique, com louvor, mas vós não entendeis, sua glorificação. Por certo, Ele é Clemente, Perdoador[123]”.

As criaturas são sujeitadas e submissas a Deus de maneira voluntária ou compulsória. Deus diz: “E, diante de Allah, prosterna-se, de bom ou de mau grado, quem está nos céus e na terra, e também suas sombras, ao amanhecer e ao entardecer[124]”.

Em relação às outras criaturas, tais como, animais, aves são naturalmente submissas a Deus, livres da idolatria. Deus havia agraciado a Salomão, filho de Davi – que a paz de Deus esteja com eles – um reino que nunca tivera agraciado a ninguém neste mundo. Deus tornou os gênios e o vento como servidores de Salomão. Deus diz: “E submetemos a Salomão o vento, cujo percurso matinal era de um mês. E fizemo-lhe fluir a fonte de cobre fundido. E houve, dentre os jinns, quem trabalhasse as suas ordens, com a permissão de seu Senhor. E a quem, dentre eles, se desviasse de Nossa ordem, fazíamo-lo experimentar o castigo do Fogo ardente”, “Faziam-lhe o que queria: santuários e estátuas e alguidares grandes como os tanques, e caldeirões assentes. E dissemos: ‘Laborai, ó família de Davi, em agradecimento’. Enquanto poucos, dentre Meus servos, são os agradecidos[125]”.

Deus ensinou a Salomão a língua dos pássaros e dos animais. Deus diz: “E Salomão foi herdeiro de Davi. E disse: “Ó humanos foi-nos ensinada a linguagem dos pássaros e foi-nos concedido algo de todas as cousas. Por certo, este é o evidente favor[126]”.

O Salomão – que a paz de Deus esteja com ele - se preocupava com a ausência de seus militantes e subornados que iam circulando em todos os lados do mundo para trazê-lo notícias. Deus diz: “E reuniu-se a Salomão seu exército de jinns e de humanos e de pássaros, e coordenaram-se[127]”.

Certa vez, Salomão sentiu a ausência da poupa (pássaro) e reprovou o ato dele prometendo castigá-lo por ter-se ausentado sem justificação prévia, mas a poupa não demorou em entregar a ele uma grande notícia, denunciando-a e mostrando sua insatisfação. Pois, ela havia descoberto, que a rainha de Sabá, junto com seu povo, estavam mergulhados na idolatria, situação que não lhe agradou e nem Salomão é tolerante a ela. Deus nos revela o episódio no alcorão honrado: “E passou em revista os pássaros. Então, disse: “Por que razão não vejo a poupa? Ou será ela dos ausentes?”,  “Em verdade, fá-la-ei sofrer veemente castigo ou a degolarei, a menos que me faça vir evidente comprovação”, “Mas ela não tardou muito, e disse: “Abarquei aquilo que não abarcaste, e chego a ti, de Sabá[128] com informe certo”, “Por certo, encontrei uma mulher reinando sobre eles, e a ela foi concedido (algo) de todas as cousas e tem magnífico trono”. “Encontrei-a e a seu povo prosternando-se diante do sol em vez de Allah. E Satã aformoseou-lhes as obras e afastou-os do caminho (reto); então, não se guiam”, “(Afastou-os), para que se não prosternassem diante de Allah, Quem faz sair o recôndito nos céus e na terra, e sabe o que escondeis e o que manifestais”, “Allah, não existe deus senão Ele, O Senhor do magnífico Trono![129]”.

 

 

 

A universalidade da unicidade em Deus

Todos os profetas e mensageiros de Deus, desde Adão até Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com eles – pregavam a adoração em Deus e a sinceridade no Seu monoteísmo. Deus diz: “E não enviamos, antes de ti, Mensageiro algum, sem que lhe revelássemos que não existe deus senão Eu, então, adorai-Me[130]”.

Segundo Sayyed Qutbi – que Deus tenha misericórdia dele – “a unicidade divina e de Sua Senhoria é a razão pela qual Deus enviou Seus mensageiros, é por esse objetivo que eles envidaram todos os esforços e para isso implicou a eles o enfrentamento do sofrimento e dores ao longo dos tempos, porém, isso não significa que Deus tem algum interesse nisso, porque, na verdade Ele é bastante a si mesmo e prescinde dos mundos. Isto porque a vida humana não serve, não é elevada e nem se torna digna aos seres humanos senão com o credo da unicidade divina que tem grande impacto sobre todos os aspectos da vida humana”.

Comecemos então a observar o efeito da unicidade, de maneira abrangente, no ser humano, na sua existência, nas suas necessidades naturais e composição humana, ou seja, efeitos sobre sua formação e efeitos desta formação sobre o seu ser. Esta percepção, uma vez que lida com questões abrangentes, dialoga com o ser humano em todos os seus aspectos, tais como seus desejos, necessidades e sentidos, todos estes elementos o conduzem a uma única direção relacional aonde apresenta todas as suas necessidades e pedidos, é o único lado da qual ele coloca suas esperanças e medo, tem receio de sua ira e busca satisfazê-lo. É aquele lado que detém tudo que o ser humano precisa porque é o Criador de tudo, o Possuidor de tudo e o Gestor de tudo.

Assim como a formação humana tem uma única fonte, na qual é a essência de sua imaginação e percepção, valores e equilíbrio, dela provem todas as respostas que dominam o ser humano; é a fonte que desafia o universo, a vida e o homem através de várias questões que emergem dentro de cada um. Diante dessa situação, estes elementos se unem se juntam em sentimentos e comportamentos, em imaginação e submissão, em questões doutrinárias e metódicas, em assuntos de apoio e recebimento, de vida e morte, de busca e movimento, de saúde e sustento, de mundo e vida apos-morte, nada difere nos sentidos e nunca ele busca de vários caminhos e fontes, assim como não toma diversos caminhos sem consenso.

E em relação aos mensageiros, Deus os preferiu, os honrou e os amou, mas mesmo assim eles são seres humanos que não podem ser adorados de qualquer das formas. Deus diz: “Não é admissível que um ser humano, a quem Allah concedeu o Livro e a sabedoria e a profecia, diga, em seguida aos homens: ‘Sede meus adoradores, em vez de Allah’, mas que diga: ‘Sede mestres devotos, por haverdes ensinado o Livro, e o haverdes estudado”. “E, também, não é admissível que ele vos ordene tomar os anjos e os profetas por senhores. Ordenar-vos-ia renegação da Fé, após vos haverdes tornado moslimes[131]?

O Noé foi o primeiro mensageiro enviado por Deus depois de Adão – que a paz e bênção de Deus estejam com eles -, Noé permaneceu 950 anos convidando seu povo e aplicando todos os meios de pregação, tais como advertências e admoestação, abertamente e secretamente, com o objetivo de resgata-lo a unicidade em Deus e a Sua adoração, numa época em que a idolatria tinha sido propagada no meio de seu povo. Deus diz: “Com efeito, enviamos Noé ao seu povo. E disse: ‘Ó meu povo! Adorai a Allah: não tendes outro deus que não seja Ele. Por certo, temo, por vós, o castigo de um formidável dia[132]”.

Sempre que os seres humanos se desviassem da adoração em Deus Único, Deus enviava-lhes mensageiros e profetas para renovarem, no meio das pessoas, a religião de Deus e restaurarem a senda reta e, se afastarem do fogo. Deus diz: “E, com efeito, enviamos a cada comunidade um Mensageiro, para dizer: Adorai a Allah e evitai At-Tãghut. Então, dentre eles, houve aquele a quem Allah guiou, mas, dentre eles, houve aquele ao qual se deveu o descaminho. Caminhai, pois, na terra, e olhai como foi o fim dos desmentidores![133]”.

E quando o profeta Abraão, patriarca dos profetas – que a paz de Deus esteja com ele – viu que seu povo estava mergulhado na idolatria, criticou-o e condenou seus deuses, em seguida apresentou diversos exemplos racionais para convencer seu povo do quão estava desencaminhado. Deus diz: “E lembra-lhes, Muhammad, de quando Abraão disse a seu pai Ãzar: “Tomas ídolos por deuses? Por certo, eu te vejo e a teu povo em evidente descaminho”, “E, assim, fizemos ver a Abraão o reino dos céus e da terra, e isso para que fosse dos convictos”. “Então, quando a noite o envolveu, ele viu um astro. Disse: “Eis meu Senhor.” E quando ele se pôs, disse: “Não amo os que se põem”. “E, quando viu a lua surgindo, disse: ‘Eis meu Senhor’ E, quando ela se pôs, disse: ‘Se meu Senhor não me guia, em verdade, estarei entre o povo descaminhado’. “E, quando viu o sol surgindo, disse: ‘Eis meu Senhor; este é o maior!’ E, quando ele se pôs, disse: ‘Ó meu povo! Por certo, estou em rompimento com o que idolatrais”. “Por certo, eu dirijo minha face, como monoteísta sincero, para Quem criou os céus e a terra. E não sou dos idólatras[134]”.

Enquanto o Jacob - que a paz de Deus esteja com ele -, pai dos filhos de Israel, estava preocupado com a permanência da doutrina da unicidade divina e da garantia de sua continuidade depois da sua morte. Por isso, um dos conselhos que ele deixou com seus filhos, momentos antes da morte, foi a preservação da unicidade divina e a continuação da adoração em Único Deus. Deus diz: “Ou fostes vós testemunhas, quando a morte se apresentou a Jacó, quando ele disse a seus filhos: ‘O que me adorareis depois de mim?’ Disseram: ‘Adoraremos a teu deus e ao deus de teus pais- Abraão e Ismael e Isaque- como um Deus Único. E, para Ele, seremos moslimes’[135]”.

E quando o profeta José – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – foi preso, a gravidade e dificuldade da vida carcerária, a amargura do isolamento e a dor da injustiça, não lhe impediram de convidar outros prisioneiros para a unicidade em Deus e Sua adoração. Deus diz: “Ó meus dois companheiros de prisão! Que é melhor: divindades dispersas ou Allah, O Único, O Dominador?”.  “Não adorais em vez d´Ele, senão nomes de ídolos que nomeastes, vós e vossos pais, dos quais Allah não fez descer comprovação alguma. O julgamento não é senão de Allah. Ele ordenou que não adoreis senão a Ele. Essa é a religião reta, mas a maioria dos homens não sabe[136]”.

No caso do profeta Moisés – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – quando seu povo viu outros povos adorando estatuas e ídolos, pediu ao Moisés para que também prepara-se deuses idênticos para adorarem, mas Moisés explicou-lhes a essência daqueles deuses (ídolos) adorados além de Deus. Deus diz: “E fizemos os filhos de Israel atravessarem o mar, e eles foram ter a um povo que cultuava seus ídolos. Disseram: ‘Ó Moisés! Faze-nos ter um deus, assim como eles têm deuses’. Disse: ‘Por certo, sois um povo ignorante’. “Por certo, a estes, o que praticam ser-lhes-á esmagado, e derrogado o que faziam”. “Disse: ‘Buscar-vos-ei outro deus que Allah, enquanto Ele vos preferiu aos mundos[137]?”.

Depois de Moisés, veio o Jesus filho de Maria - que a paz e bênção de Deus estejam com ele – enviado para os filhos de Israel porque tinham sido desviado e abandonado a lei de Moisés, associando o profeta Uzair (Esdra) a Deus. Portanto, Jesus tinha como missão resgatar os filhos de Israel para a senda reta. Deus diz: “Com efeito, são os renegadores da Fé os que dizem: ‘Por certo, Allah é o Messias, filho de Maria’. E o Messias diz: ‘Ó filhos de Israel! Adorai a Allah, meu Senhor e vosso Senhor’. Por certo, a quem associa outras divindades a Allah, com efeito, Allah proíbe-lhe o Paraíso, e sua morada é o Fogo. E não há para os injustos socorredores[138]”.

O último profeta e mensageiro de Deus, o Mohammad - que a paz e bênção de Deus estejam com ele – foi enviado no meio de um povo que tinha abandonado a unicidade divina e voltado à veneração de árvores e pedras. Ele passou onze anos acompanhamento os fóruns de seu povo e convidando-o para a declaração da unicidade: “declarai que: Não há outra divindade além de Deus, para que prospereis!” (narrado por Ibn Hibbane).

No entanto, esta é a mensagem, pela qual, todos os mensageiros e profetas de Deus pregaram visando o aperfeiçoamento da adoração em Deus e é este discurso que eles introduziam no convite de seus povos: “Ó povo meu! Adorai a Allah, não tendes outro deus que (não seja) Ele[139]”.

Segundo Sayyed Qutbi – que Deus tenha misericórdia dele – se na prática, a essência da adoração fosse simplesmente ritos de adoração, então não haveria necessidade de todo este conjunto de mensageiros e livros, não haveria necessidade de os mensageiros empreenderem tanto esforço e nem haveria razão do sofrimento e dor atravessados por pregadores e fies ao longo dos tempos! Certamente há razão de se pagar caro para tirar as pessoas da adoração em criatura para a adoração em Deus Único, em todos os aspectos e casos, em toda vida mundana e a Derradeira.

 

 

 

O primeiro surgimento do politeísmo

Toda a humanidade seguia, inicialmente, uma única religião da unicidade, desde a época do Adão – que a paz esteja com ele – e não se praticava idolatria alguma até a época do povo de Noé – que a paz esteja com ele – quando as pessoas começam a enaltecer os homens devotos e justos. O povo de Noé começou a erguer estatuas de tais homens para mantê-los em memória. Os tempos passaram e veio outra geração, o Diabo sussurrou-a que seus pais não esculpiram senão para adquirir bênçãos deles, dai que começaram a adora-los. Deus diz: “E disseram: ‘Não deixeis vossos deuses e não deixeis Wadd nem Swa nem Yaghuth nem Yauq nem Nasr’[140]”.

De acordo com Ibn Abbas, escritor e tradutor do Alcorão – que Deus esteja satisfeito com ele -, estes ídolos são nomes de homens devotos do povo do tempo de Noé, que quando foram destruídos, o Diabo revelou para eles que esculpissem figuras e as atribuíssem nomes dos devotos como lembrança. Assim eles esculpiram, mas não as veneraram. Quando veio a segunda geração e com o desaparecimento do conhecimento em relação à essência e propósito daquelas estatuas, começaram a adora-las além de Deus. (Narrado por Bukhari).

Por isso, a prática do politeísmo no mundo, sobre diferentes deuses, comprova a necessidade do homem de adoração em Deus, no início as pessoas eram monoteístas, mas ao longo do tempo entre elas e seus profetas e mensageiros, o diabo iludiu as práticas das pessoas e as levou a idolatria. Porém, há diversas formas da prática da idolatria, entre elas as seguintes:

  • Veneração de homens devotos, tal como procedeu o povo de Noé. Deus diz: “E disseram: ‘Não deixeis vossos deuses e não deixeis Wadd nem Swa nem Yaghuth nem Yauq nem Nasr’[141]”.
  • Adoração a pedras, árvores, estátuas e ídolos, tal como fez o povo de Abraão – que a paz esteja com ele -, cujo trabalho consistia em esculpir matérias e toma-las de deuses venerados. Deus nos revela o discurso de Abraão quando se opôs contra a prática de seu povo. Diz: “Disse-lhes: ‘Adorais o que esculpis’”.  “Enquanto Allah vos criou e ao que fazeis[142]?”.
  • Adoração a estrelas, sol, lua e planetas, como fazia o povo da rainha de Sabá, no reinado de Salomão – que a paz esteja com ele – que foram denunciados pela poupa, como mencionamos anteriormente. Deus diz: “Encontrei-a e a seu povo prosternando-se diante do sol em vez de Allah. E Satã aformoseou-lhes as obras e afastou-os do caminho reto; então, não seguiam[143]”.
  • Adoração ao ser humano, tal como fez o povo de Faraó. Deus diz: “E Faraó disse: Ó dignitários! Não conheço, para vós, nenhum outro deus que não seja eu; então, acende-me o fogo, ó Hãmãm, sob o barro! E faze-me uma torre, na esperança de que eu possa subir até O Deus de Moisés; e, por certo, penso que ele é dos mentirosos[144]”.
  • Adoração a animais, tal como fez o povo de Moisés – que a paz esteja com ele –, Deus diz: “Então ele lhes fez sair um bezerro, um corpo que dava mugidos e disseram: ‘Este é vosso deus e o deus de Moisés’. Então, ele esqueceu a verdade”. “E não viram eles que ele lhes não respondia dito algum nem possuía, para eles, prejuízo nem benefício”. “E, com efeito, antes, Aarão dissera-lhes: ‘Ó meu povo! Apenas, sois provados por ele. E, por certo, vosso Senhor é O Misericordioso; então, segui-me e obedecei-me a ordem’”. “Disseram: ‘Não deixaremos de cultuá-lo, até que Moisés retorne a nós [145]?”.
  • Adoração em profetas e mensageiros, como fizeram os Judeus e cristãos. Deus diz: “E os judeus dizem: ‘Uzaie é filho de Allah’. E os cristãos dizem: O Messias é filho de Allah. Esse é o dito de suas bocas. Imitam o dito dos que, antes, renegaram a Fé. Que Allah os aniquile! Como se distanciam da verdade[146]!”.
  • Adoração a árvores, ao exemplo do povo de Chuaib[147] - que a paz esteja com ele. Deus diz: “Os habitantes de Al-Aikah[148] desmentiram aos Mensageiros”, “Quando Chuaib lhes disse: não temeis (a Allah)?”, “Por certo, sou-vos leal Mensageiro”, “Então, temei a Allah e obedecei-me[149]”.
  • A adoração a pedras, árvores, estátuas e ídolos como faziam os árabes idólatras. Deus diz: “Vistes, então, al Lãt e al Uzza”. “E a outra, Manat, a terceira, que nada podem?”. “É de vós o varão e d´Ele a varoa?”. “Esta é, nesse caso, uma partilha iníqua”. “Os ídolos não são senão nomes que nomeastes- vós e vossos pais- dos quais Allah não fez descer comprovação alguma. Eles não seguem senão as conjecturas e aquilo pelo qual as almas se apaixonam. E, com efeito, chegou-lhes a Orientação de seu Senhor[150]”.

No entanto, a origem do descaminho da unicidade em Deus e a causa do mergulho na idolatria, por parte das nações anteriores, foram motivadas por enaltecimento aos homens devotos, representação deles em estátuas e retratos como forma de enobrecer suas práticas e conservar a lembrança deles. Este cenário foi explicito pelo Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – quando Ummo Habibah e Ummo Salamah revelavam ao Profeta o que viram dentro da igreja denominada “Maria” em Abissínia, na qual havia imagens. O Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “São, os que, quando morre um homem devoto, entre eles, constroem mesquita sobre sua sepultura, colocam-no imagens, esses são as piores criaturas diante de Deus no Dia do Juízo Final” (narrado por Muslim).

As causas do surgimento da adoração além de Deus

Deus, glorificado Seja, o Altíssimo, deixou claro que a ciência e o conhecimento são adquiridos através da audição, visão e mente. É através destes sentidos que o ser humano consegue conceber os acontecimentos do mundo em redor. Deus diz: “E Allah vos faz sair do ventre de vossas mães, enquanto nada sabeis. E vos faz o ouvido e as vistas e os corações, para serdes agradecidos[151]”.

É através dos sentidos que o ser humano observa, ouve e reflete. Sendo que, o mais sensato é aquele, por meio deles, consegue alcançar a fé em seu Criador e crê na Sua existência. Deus diz: “Dize: ‘Olhai o que há nos céus e na terra’. Mas nada valem os sinais e admoestações a um povo que não crê[152]”.

Segundo Sayyed Qutbi: Se o ser humano refletir sobre sua criação e estrutura; sobre os elementos que o compõem como os sentidos e os membros; sobre a energia e a percepção, concedidos nele, então, ele perceberia Deus e estaria bem orientado a partir destes elementos milagrosos e norteadores, que justificam certamente que, Deus é o Único Criador. Além de Deus, ninguém tem a capacidade de criar tudo quanto existe, tanto as menores criaturas como as maiores.

Como é que a audição por si só consegue desempenhar as funções? Como é que a visão por si só consegue capturar as luzes e as imagens? E o que é o coração? Como funciona? Como é que consegue avaliar coisas, figuras, sentidos, valores, sentimentos e sensações? O fato de conceber a natureza destes membros, a sua energia e o modo de sua funcionalidade considera-se um descobrimento milagroso no mundo da espécie humana, e o que será da ação de sua criação e composição de maneira tão coerente e adequada ao ambiente pelo qual ele habita. Se esta notável coerência passar por alguma ruptura proporcional em nível da natureza ou do homem, romper-se-á a comunicação. A audição não conseguiria capturar as vibrações sonoras e nem a visão capturaria a luz, mas o poder divino fez com que a natureza humana se relacionasse com a do mundo aonde habita, e assim estabelece a comunicação. Apesar de tudo isso, o ser humano é ingrato quanto as graças de Deus: “(...) Quão pouco agradeceis[153]”. O agradecimento começa com o reconhecimento do Agraciador, e em seguida engrandecer Seus atributos e depois adorá-Lo. Ele é o Único, cujo Seus sinais testemunham Sua unicidade na criação.

Por isso, muitos versículos do Alcorão dialogam com as pessoas a partir desse princípio. Eles incentivam à reflexão e ao raciocínio sobre as relações desses princípios e ao poder existente nas criaturas que rodeiam o homem neste universo, o que prova, de que o homem não é o resultado de autocriação e não existiu por casualidade. Deus diz: “Ou foram eles criados do nada, ou são eles os criadores?”. “Ou criaram os céus e a terra? Não. Mas não se convencem disso[154]”.

Às vezes, o Alcorão dirige o discurso àqueles que são dotados de bom-senso, que usam o próprio senso em busca da verdade e chegam a comprovar, através da matéria universal, a existência de Deus, o Criador, e por via disso, concluem que cada criação implica existência de criador e cada ação implica existência de sujeito. Deus diz: “Por certo, na criação dos céus e da terra, e na alternância da noite e do dia, e no barco que corre, no mar, com o que beneficia a humanidade; e na água que Allah faz descer do céu, com a qual, vivifica a terra, depois de morta, e nela espalha todo tipo de ser animal, e na mudança dos ventos e das nuvens, submetidos entre o céu e a terra, em verdade, nisso tudo, há sinais para um povo que razoa[155]”.

Outras vezes, os versículos do Alcorão promovem e ordenam à contemplação e meditação nos sinais de Deus, aqueles que são visíveis e perceptíveis no universo. Deus diz: “E, dentre Seus sinais, está que Ele vos criou de pó; em seguida, ei-vos homens, que vos espalhais pela terra”. “E, dentre Seus sinais, está que Ele criou, para vós, mulheres, de vós mesmos, para vos tranquilizardes junto delas, e fez, entre vós, afeição e misericórdia. Por certo, há nisso sinais para um povo que reflete”. “E, dentre Seus sinais, está a criação dos céus e da terra, e a variedade de vossas línguas e de vossas cores. Por certo, há nisso sinais para os sabedores”. “E, dentre Seus sinais, está vosso dormir à noite e de dia, e vossa busca de Seu favor. Por certo, há nisso sinais para os sabedores”. “E, dentre Seus sinais, está o fazer-vos ver o relâmpago, com temor do raio e aspiração da chuva, e o fazer descer do céu água; então, com ela, vivifica a terra, depois de morta. Por certo, há nisso sinais para um povo que razoa”. “E, dentre Seus sinais, está que o céu e a terra se mantêm firmes, por Sua ordem. Em seguida, quando Ele vos convocar, com uma convocação, da terra, ei-vos que dela saireis[156]”.

E às vezes, os versículos ordenam as pessoas a voltarem seus olhares nos objetos visíveis em redor. Deus diz: “Dize: ‘Olhai o que há nos céus e na terra’. Mas nada valem os sinais e as admoestações a um povo que não crê[157]”.

Assim como ordenam à meditação que conduz à sabedoria. Deus diz: “Ele criou os céus, sem colunas que vejais. E implantou na terra assentes montanhas, para que ela se não abale convosco. E, nela, espalhou todo ser animal. E fizemos descer do céu água; então fizemos brotar, nela todos os casais de plantas preciosas”. “Essa é a criação de Allah; então fazei-Me ver o que criaram aqueles que adorais, além d´Ele. Mas os injustos estão em evidente descaminho[158]”.

Noutro momento, os versículos ordenam a prestação de atenção e silêncio ao que está sendo proferido para refletir sobre, aceitar o que for certo e seguir o que for bom. Deus diz: “Ele é Quem vos fez a noite, para nela repousardes, e o dia, claro. Por certo, há nisso sinais para um povo que ouve[159]”.

Às vezes, ordenam à tomada de lição a partir do que rodeia o ser humano, do que vive e do que tira proveito. Deus diz: “E, por certo, há nos rebanhos, lição para vós. Damo-vos de beber, do que há em seus ventres- entre fezes e sangue- leite puro, suave para quem o bebe[160]”.

Noutro versículo, Deus diz: “E enviamos os ventos fecundantes, e fazemos descer do céu água, e damo-vo-la de beber; e não sois seus retentores[161]”.

E diz também: “Desenleia os dois mares, para se depararem”; “Entre ambos, há uma barreira; nenhum dos dois comete transgressão”. “Então, qual das mercês de vosso Senhor vós ambos desmentis[162]?”.

Assim como diz: “E, na terra, há extensões contíguas, mas diversas; e jardins de videiras e searas e tamareiras, geminadas e não geminadas, irrigadas pela mesma água; e preferimos algumas delas a outras, no sabor. Por certo, há nisso sinais para um povo que razoa[163]”.

E onde estão os prudentes, aqueles que raciocinam e exortam! Por isso, no Alcorão, Deus censura aqueles que não aplicam os sentidos: a audição, a visão e o coração para refletir, observar, analisar e meditar. Deus os classifica como surdos, mudos e cegos, porque eles são orientados por estes sentidos corporais, os quais Deus os criou para conduzi-los a verdade, mas eles não raciocinam e nem se orientam. Deus diz: “E, com efeito, destinamos, para a Geena, muitos do jiins[164] e humanos. Têm corações com que não compreendem, e têm olhos, com que nada enxergam, e têm ouvidos, com que não ouvem. Esses são como os rebanhos, aliás, são mais descaminhos. Esses são os desatentos[165]”.

O nobre Alcorão explica os principais motivos que levam as pessoas à idolatria, para que elas saibam e tomem cuidados preventivos evitando cair nela como fizeram outras nações. Entre tais motivos, apresentamos os seguintes:

  1. Seguir cegamente a tradição dos antepassados: reproduzir as práticas de adoração dos antepassados, enquanto são falsas, é algo inaceitável pela mente sensata e é refutado pela natureza. Por esta razão, Deus considera defeituosos, aqueles que reproduzem e negam empreender algum esforço reflexivo, nem tomam para si mesmos a responsabilidade espiritual e física na busca da verdade. Deus diz: “E, quando se lhes diz: “Vinde ao que Allah fez descer e ao Mensageiro”, dizem: “Basta-nos aquilo em que encontramos nossos pais.” E bastar-lhes-ia, ainda que seus pais nada soubessem e não fossem guiados[166]?”.
  2. Obediência cega a homens religiosos desencaminhados: isto consiste em seguir suas falas e práticas sem examinar ou pedir provas. Deus diz: “Tomam seus rabinos e seus monges por senhores, além de Allah, e, assim também, ao Messias, filho de Maria. E não se lhes ordenou senão adorarem um Deus Único. Não existe deus senão Ele. Glorificado seja Ele, acima do que idolatram[167]”. A obediência é somente necessária no que é recomendável. E a verdade não é justificada pela multidão e nem pelos homens, mas através de provas e experimentos. Deus diz: “E, se obedeceres à maioria dos que estão na terra, descaminhar-te-ão do caminho de Allah. Não seguem senão conjecturas e nada fazem senão imposturar[168]”.
  3. Obediência cega aos lideres, aos senhores e aos grandes homens: com o objetivo de estabelecer proximidade com eles ou por aptidão do que eles possuem de bens mundanos, tais como dinheiro, animais e terras, ou por ambição de ocupar algum cargo ou liderança. Deus diz: “Por certo, Allah amaldiçoou os renegadores da Fé, e preparou-lhes um Fogo ardente”. “Nele, serão eternos, para todo o sempre. Eles não encontrarão nem protetor nem socorredor”. “Um dia, quando lhes forem reviradas as faces no Fogo, dirão: “Quem dera houvéssemos obedecido a Allah e houvéssemos obedecido ao Mensageiro!”. “E dirão: ‘Senhor nosso! Por certo, obedecemos a nossos senhores e a nossos magnates: então, eles descaminharam-nos do caminho reto”. “Senhor nosso! Concede-lhes o redobro do castigo e amaldiçoa-os, com grande maldição[169]”.
  4. Submissão a caprichos e a desejos do coração: Isto ocorre por causa das tentações do Diabo e do que ele sussurra nos corações das pessoas, iludindo-as com suas próprias ideias, com suas inclinações íntimas, com o intuito de preencher os desejos e as vontades delas, desvirtuando as provas com o objetivo de concretizar caprichos sem o devido uso da sabedoria e consciência. Deus diz: “E, se te não atendem, sabe, então, que o que eles seguem são suas paixões. E quem mais descaminhado que aquele que segue a própria paixão, sem orientação alguma de Allah? Por certo, Allah não guia o povo injusto[170]”.
  5. O orgulho e a vaidade: são aqueles que conhecem os sinais e as provas de Deus neste mundo, mas o orgulho e a vaidade lhes impedem da declaração da fé no Criador, tal como fez o Faraó quando foi convidado por Moisés a adorar a Deus. Deus diz: “Faraó disse: ”E o que é O Senhor dos mundos?”. “Moisés disse: ‘O Senhor dos céus e da terra e do que há entre ambos, se estais convictos disso”. “Faraó disse aos que estavam a seu redor: ‘Não ouvis o que ele diz”. “Moisés disse: ‘Vosso Senhor é O Senhor de vossos pais antepassados!”. “Faraó disse: ‘Por certo, vosso mensageiro, que vos foi enviado, é louco!”. “Faraó disse: ‘O Senhor do Levante e do Poente e do que há entre ambos, se razoais”. “Faraó disse: ‘Em verdade, se tomas deus outro que não seja eu, far-te-ei dos prisioneiros[171]?”.

A soberba e a vaidade desaparecem quando o sujeito está no estado de fraqueza e poderes reduzidos, assim como aconteceu com Faraó, quando as ondas do mar enfraqueceram suas forças e entrou na agonia da morte. Diante desta situação ele resgatou a sua natureza e reconheceu a existência de Deus, mas infelizmente não era o momento de arrependimento. Deus nos revela sobre ele: “E fizemos os filhos de Israel atravessar o mar; então, Faraó seguiu-os, ele e seu exército, transgressora e agressoramente, até que, quando o afogamento atingiu-o, ele disse: “Creio que não há deus senão Aquele em Que crêem os filhos de Israel, e sou dos moslimes”. “Foi-lhe dito: “Agora?! E, com efeito, desobedeceste, antes, e foste dos corruptores!”. “Hoje, salvar-te-emos o corpo, para que tu sirvas de sinal aos que serão, depois de ti. E, por certo, muitos dos homens estão desatentos a Nossos sinais[172]”.

Ou a renegação deles da adoração em Deus constitui o ato de descrença e resistência contra a verdade, renegando as evidências da existência de Deus, persistindo na perdição e na ignorância. Deus diz: “E negaram-nos, injusta e soberbamente, enquanto suas almas se convenciam deles. Então, olha como foi o fim dos corruptores[173]!”.

  1. Interesses pessoais: Tornar as pessoas submissas ao invés de Deus seja socialmente através de lideranças religiosas ou políticas, o que consiste na orientação da sociedade de acordo com os interesses das lideranças, ou mesmo visando interesses econômicos através da vitimização de seus seguidores. A título de exemplo, pode-se observar os guardas de santuários, túmulos, padres e monges. Deus diz: “Ó vós que credes! Por certo, muitos dos rabinos e dos monges devoram, ilicitamente, as riquezas dos homens, e afastam-nos no caminho de Allah. E aos que entesouram o ouro e a prata e não os despendem no caminho de Allah, alvissara-lhes doloroso castigo[174]”.
  2. A luxúria e a prosperidade causadoras do esquecimento do Criador: pode ser a causa principal que leva certas pessoas a prestarem cultos ao invés de Deus, e quanto aos ricos e os abastados, o medo reside neles porque a adoração em Deus pode levar a perda do que eles acumulam por injustiça, usura, monopólio, fraude e por ações similares. Deus diz: “E não enviamos a uma cidade admoestador algum, sem que seus opulentos habitantes dissessem: “Por certo, somos renegadores do com que sois enviados[175]”.
  3. A ignorância: é um dos inimigos da humanidade, porque leva a humanidade ao entrincheiramento, à perdição e à transgressão. Faz com que ela seja direcionada como um animal, sua ignorância torna-se oportunidade para desviá-la da adoração em Deus e seja facilmente refém. Deus diz: “Dize: Então, ordenais, que eu adore outro que Allah, ó ignorantes[176]?”.
  4. A inércia mental: quando uma pessoa não exerce reflexão sobre o que lhe rodeia e nem dos indicadores do caminho certo para salvar-se da perdição e confusão que está mergulhada. Deus diz: “(...) Apenas, os sábios receiam a Allah, dentre Seus servos. Por certo, Allah é Todo Poderoso, Perdoador[177]”.
  5. Os escravocratas são entre os inimigos da humanidade: são vampiros e escravizadores dos corpos através da disseminação da cultura da idolatria no seio das pessoas, o que lhes permite alcançar seus interesses e ambições no exercício da escravidão e da influência, fazendo uso dos assuntos sacerdotais, os quais lhes permitem permanecer longe da realidade e do trabalho, e viver dentro de distorções e fantasias. Deus diz: “E os dignitários de Faraó disseram: ‘Deixarás Moisés e seu povo, para que semeiem a corrupção na terra, e para que ele te deixe, e a teus deuses?’ Disse: ‘matar-lhes-emos os filhos e deixar-lhes-emos vivas as mulheres e, por certo, somos sobre eles dominadores[178]”.

Segundo Sayyed Qutbi – que Deus tenha misericórdia dele -, atualmente, certas pessoas estão envolvidas em práticas reacionárias e de ignorância, representadas por várias formas:

Algumas se manifestam na negação de Deus e no ateísmo. Esse tipo é a chamada ignorância da crença e da imaginação, como por exemplo, a ignorância dos comunistas.

Outros se manifestam no reconhecimento da existência de Deus de maneira distorcida, e a partir de práticas de adoração, religiosidade e obediência corrompidas, como por exemplo, a ignorância dos pagãos da Índia, tal como os judeus e os cristãos.

E há alguns que manifestam a verdadeira confissão na existência de Deus, glorificado Seja, praticam os cultos, mas estão mergulhados num desvio muito perigoso em relação a interpretação da Declaração do Testemunho “Não há outra divindade além de Deus e que o Mohammad é mensageiro de Deus”. São aqueles que associam a Deus parcerias, em nome da religião, da obediência e da submissão. À título de exemplo, aqueles que reivindicam a si mesmos a identidade “muçulmana” julgando que se tornaram muçulmanos e ganharam as qualidades do Islam e os seus direitos pelo fato de, simplesmente, terem proclamado a Declaração do Testemunho e terem estabelecido as práticas de adoração, enquanto mal entenderam o significado da Declaração do Testemunho, e se submeteram a outras criaturas além de Deus.

 

 

Os perigos adventos da adoração além de Deus

Todos os pecados praticados por seres humanos podem ser alvo de perdão de Deus, ou seja, se Ele assim quiser perdoá-los. Deus diz: “Dize: Ó Meus servos, que vos excedestes em vosso próprio prejuízo, não vos desespereis da misericórdia de Allah. Por certo, Allah perdoa todos os delitos. Por certo, Ele é O Perdoador, O Misericordiador[179]”.

O único pecado imperdoável por Deus é a idolatria – associar parceria a Deus -, ele constitui o maior pecado, o imperdoável e Deus jamais terá misericórdia de seu praticante. Deus diz: “Por certo, Allah não perdoa que Lhe associem outra divindade, e perdoa tudo o que for, afora isso, a quem quer. E quem a associa a Allah, com efeito, se descaminhará, com profundo descaminhar[180]”.

E independentemente do tamanho e do volume dos pecados que pesam sobre o infrator, se ele encontrar-se com Deus enquanto não Lhe associou alguma parceria, ele encontrará Deus Perdoador e Misericordioso, tal como afirma no dito sagrado profético: “Quem praticar uma boa ação, ser-lhe-á recompensado dez vezes e mais; quem praticar uma má ação terá a recompensa igual ou ser-lhe-á perdoado; quem cometer pecado do tamanho da terra e chegar diante de Mim, sem ter tido associado algo em Mim, perdoar-lhe-ei todos os pecados” (narrado por Muslim).

Portanto, associar parceiro a Deus, é o pecado imperdoável, ao ponto de, mesmo as boas ações praticadas pelo servo poderão servir de intercessoras a favor do pecador, mesmo que elas sejam demasiadas. Deus diz: “E referir-nos-emos às obras que fizeram, e fá-las-emos partículas dispersas no ar[181]”. E o destino dos que morrerem nessa prática, será o eterno Inferno, pois, Deus tornou o Paraíso moradia ilícita a eles. Deus diz: “Por certo, os que renegam a Fé, dentre os seguidores do Livro, e os idólatras estarão no Fogo da Geena; nela, serão eternos. Esses são os piores de toda a criação[182]”.

Qualquer observador consegue verificar no mundo atual, a propagação de práticas de adoração além de Deus e infelizmente, por incrível que pareça, muitos daqueles que são dotados de muita sabedoria se relacionam com criaturas, tal como fazem os cristãos, que alegam a filiação divina de Jesus e os judeus que alegam a filiação divina de Uzair (Ezdra). Deus diz: “E os judeus dizem: Uzair é filho de Allah. E os cristãos dizem: O Messias é filho de Allah. Esse é o dito de suas bocas. Imitam o dito dos que, antes, renegaram a Fé. Que Allah os aniquile! Como se distanciam da verdade!”. “Tomam seus rabinos e seus monges por senhores, além de Allah, e, assim também, ao Messias filho de Maria. E não se lhes ordenou senão adorarem um Deus Único. Não existe deus senão Ele, Glorificado seja Ele, acima do que idolatram[183]”.

Por outro lado, tu vês algumas pessoas adorando e santificando em nome de árvore ou pedra ou animal, e ainda, há muitos dentre os que alegam ser muçulmanos, pessoas idólatras que invocam os mortos dentre os devotos ou profetas, acreditando que eles possuem algum poder mais do que o próprio Deus. Por efeito, eles suplicam e pedem ajuda dos mortos para a solução de seus problemas, necessidades e alívio de angústia, tal como, pedido de cura de doenças ou pedido de concessão de filho ou facilidades às necessidades. Circundam em volta das sepulturas deles, invocam bênção, sacrificam animais em nome deles e crêem que eles (os mortos devotos) proporcionam benefícios e malefícios. Deus diz: “E quem mais descaminhado que aquele que invoca, além de Allah, os que nunca os atenderão, até o Dia da Ressurreição, e estão desatentos a sua invocação?[184]”.

Por esta razão o Islam proíbe tudo quanto é meio que possa ser usado para relacionar-se além de Deus, como por exemplo, uso de amuleto e miçanga, uso de pedras minerais no corpo ou pendurá-las no barco ou em casa com a convicção de afastar qualquer prejuízo e atrair benefício, ou acreditar que os movimentos das estrelas e planetas têm alguma influência na vida humana, e etc., contudo, o Islam tem como objetivo evitar qualquer motivo que conduza a prática da idolatria e eliminar todos os caminhos que levem o ser humano a submeter-se ou depositar sua confiança a outro além de Deus. Deus diz: “E, se lhes perguntas: ‘Quem criou os céus e a terra’, em verdade, dirão: ‘Allah!’. Dize: ‘Vistes os que invocais, além de Allah? Se Allah me deseja um infortúnio, serão eles removedores de Seu infortúnio? Ou, se Ele me deseja misericórdia, serão eles retentores de Sua misericórdia?’ Dize: Allah basta-me. N`Ele confiam os confiantes[185]”.

 

 

 

A verdade sobre o que é adorado além de Deus

Tudo que é venerado além de Deus, junto com os próprios adoradores são incapazes de criar mosca ou átomo, apesar de estarem governando o mundo ou fazerem o que quiserem, não conseguem atrair qualquer benefício ou aliviar qualquer dano. Deus diz: “Ó homens! É-vos proposto um exemplo, então, ouvi-o: Por certo, os que invocais, além de Allah, não criarão uma mosca sequer, ainda que, para isso, se juntem. E, se a mosca lhes tirar algo, não poderão recuperá-lo. O procurador e o procurado são fracos[186]”.

Em vários versículos o nobre Alcorão clarifica a realidade dos deuses e chama a atenção de seus adoradores - que estão mergulhados na ilusão, achando que seu sustento, vitória, vida, saúde e procriação dependem dos deuses deles -, para que possam levantar várias questões e revejam seus corações em relação a situação de perdição e ignorância na qual eles estão. Há grande diferença entre o Criador e a criação, entre o Criador Poderoso Possuidor de todas as coisas e deuses criados e fracos, construídos com base na ilusão e no mito. Por exemplo, na era pré-islâmica, os árabes da península arábica, fabricavam seus ídolos de qualquer coisa, até de material desprezível. Alguns os fabricavam da fruta da tamareira e quando passassem fome e não encontrassem comida, se alimentavam dela (tâmara, ou seja, comiam o deus ídolo). O companheiro do Profeta, Abu al-Ottuaridi – que Deus esteja satisfeito com – disse: Nós adorávamos pedra – antes do Islam – e quando achássemos uma melhor que a outra, então, a substituíamos e quando nada achássemos, juntávamos areia e erguíamos um monte, em seguida, pegávamos ovelha, tirávamos o leite e depois circundávamos em volto dele. (narrado por Bukhari).

Será que os sensatos e os corações conseguem identificar seus erros e corrigir suas convicções quando a verdade lhes chega? Outro exemplo é do companheiro do Profeta, Ráchid Ibn Abd Rabbih al-Salmi – que Deus esteja satisfeito com ele – certa vez, antes de abraçar o Islam, foi prestar culto a seu ídolo, sendo prática habitual, invocando-o e apresentando-lhe suas necessidades, mas quando ele chegou diante do ídolo viu que uma raposa estava urinando na cabeça dele. Ráchid, admirado, parou para refletir e analisar o estado de negligência do ídolo e de seu mau cheiro e, o grau da perdição que ele (Ráchid) se encontrava. Daí, ele expressou algumas palavras poéticas zombando o ídolo.

Uma raposa urina na cabeça de deus...certamente, a humilhação está naquele, cujas raposas urinam nele.

Se ele fosse deus, se defenderia...nada há de bem de um deus fracassado pelas necessidades

Abstenho-me dos ídolos de todas as terras...e creio em Deus, o Dominador[187].

Este é o exemplo das mentes sensatas que quando decifram a verdade, se entregam a ela. Muitos versículos do Alcorão se dirigem a elas e ordenam para que elas reflitam sobre a realidade dos deuses adorados além de Deus. O Alcorão as exorta a fazerem mais pesquisas e a se livrarem da ignorância e ilusão, a elevarem o grau de reflexão no mundo material, cuja natureza é a adoração em Deus Único. Os versículos corânicos direcionam o discurso àqueles que adoram além de Deus e demonstra o nível da fragilidade de seus deuses, suas incapacidades em proporcionar qualquer benefício a si mesmo, e como será possível beneficiar a outrem. Por isso o Alcorão revoga todas as qualidades atribuídas aos deuses, as quais são atributos que devem qualificar o deus digno de adoração. Tu alcanças o grau mais alto da ignorância e idiotice quando veneras um deus que não pode beneficiar-te e nem prejudicar-te, que não detém a vida, a morte e nem a ressurreição. Deus diz: “Associam-Lhe os que nada criam, enquanto eles mesmos são criados”. “E que não podem oferecer-lhes socorro nem socorrer-se a si mesmos?”. “E, se os convocais à orientação, não vos seguirão. É-vos igual que os convoqueis ou fiqueis calados”. “Por certo, os que invocais, além de Allah, são servos como vós. Então, invocai-os! Que eles vos atendam, se sois verídicos”. “Têm eles pernas com que andar? Ou têm mãos, com que bater? Ou têm olhos com que enxergar? Ou têm ouvidos, com que ouvir? Dize: Invocais vossos ídolos; em seguida, insidiai-me, e não me concedais dilação alguma”. “Por certo, meu Protetor é Allah, Quem fez descer o Livro. E Ele protege os íntegros”. “E aqueles a que invocais, além d’Ele, não podem socorrer-vos nem socorrer-se a si mesmos”. “E, se os convocais à orientação, não ouvirão. E vê-los-ás olhar para ti, enquanto nada enxergam[188]”.

No entanto, os versículos ordenam, ainda mais, os dotados de mente sensata a observarem e refletirem analiticamente sobre o reino dos céus da terra e sobre tudo quanto Deus criou e multiplicou em cada ser vivo, realidade que convence qualquer mente sensata a reconhecer a obrigatoriedade da adoração em Deus, o Criador de tudo e sem parceiro. Deus diz: “Dize: Louvor a Allah, e que a paz seja sobre Seus servos, que Ele escolheu! Qual é Melhor: Allah ou o que eles idolatram?”. “Não é Ele Quem criou os céus e a terra e vos fez descer do céu água e, com ela, fazemos brotar pomares, plenos de viço, cujas árvores não vos é possível fazerdes brotar? Há outro deus junto de Allah? Não. Mas eles são um povo que equipara outros a Allah”. “Não é Ele Quem fez da terra um lugar de morar, e fez, através dela, rios, e fez-lhe assentes montanhas, e fez barreira entre os dois mares? Há outro deus junto de Allah? Não. Mas a maioria deles não sabe”. “Não é Ele Quem atende o infortunado, quando este O invoca, e remove o mal e vos faz sucessores, na terra? Há outro deus junto de Allah? Quão pouco meditais!”. “Não é Ele Quem vos guia nas trevas da terra e do mar, e Quem envia o vento, como alvissareiro, adiante de Sua misericórdia? Há outro deus junto de Allah? Sublimado seja Allah, acima do que idolatram”. “Não é Ele Quem inicia a criação, em seguida, a repete? E Quem vos dá sustento do céu e da terra? Há outro deus junto de Allah? Dize: Trazei vossas provanças se sois verídicos”. “Dize: ‘Ninguém daqueles que estão nos céus e na terra conhece ao Invisível, exceto Allah’. E eles não percebem quando serão ressuscitados[189]”.

Desta forma, os versículos corânicos revelam as duas realidades de tudo quanto é adorado além de Deus.

 

Primeiro: a realidade sobre o que é adorado no mundo além de Deus

Os versículos corânicos negam a atribuição de qualidade de “absoluto e perfeição” a outros deuses, por serem atributos indispensáveis de deus verdadeiro, de acordo com a seguinte lógica comparativa:

  • Deus, glorificado Seja, o Altíssimo, é o Conhecedor de todas as coisas e O mais inteirado delas. Ele diz: “E os que renegam a Fé dizem: ‘A hora não nos chegará’. Dize: Sim! Por meu Senhor! Com certeza chegar-vos-á. Pelo Senhor de Invisível. Não escapa d’Ele peso algum de átomo, nos céus nem na terra. E nada há menor que isto nem maior, que não esteja no evidente Livro[190]”.

Enquanto que os ídolos venerados são incapazes e desprovidos de qualquer conhecimento acerca das necessidades e condições das pessoas. Deus diz: “Por certo, os que invocais, além de Allah, são servos como vós. Então, invocai-os! Que eles vos atendam, se sois verídicos[191]”.

  • Deus, glorificado Seja, o Altíssimo, tem poder sobre todas as coisas, capaz de tudo quanto existe nos céus e na terra, e com Ele está o bem e o mal. Deus diz: “Não viram eles que Allah, Que criou os céus e a terra, é Poderoso para criar semelhantes a eles? E Ele lhes fez um termo indubitável. Mas os injustos a tudo recusam exceto à ingratidão[192]”.

E o resto dos deuses é incapaz; nada pertence a eles; não têm qualquer poder de atrair algum benefício a si mesmos ou a outrem, ou livrar-se de qualquer prejuízo ou aliviar outrem. Deus diz: “Dize: ‘Adorais, em vez de Allah, a quem não possui, para vós prejuízo nem benefício?’ e Allah é O Oniouvinte, O Onisciente[193]”.

  • Deus, glorificado Seja, o Altíssimo, é o Rei Absoluto e a Ele, pertence os céus, a terra e tudo quanto existe entre ambos. Ele diz: “E de Allah é a soberania dos céus e da terra. E, um dia, quando advier a Hora, nesse dia, perder-se-ão os defensores da falsidade[194]”.

Enquanto que os outros deuses venerados além de Deus são incapazes em relação a propriedade, eles nunca são possuidores independentes de qualquer coisa deste universo, pois tudo pertence a Deus. Ele diz: “Dize: Invocai os que pretendeis serem deuses, além de Allah. Eles não possuem o peso de um átomo, nem nos céus nem na terra. E, nestes, eles não têm participação alguma. E Ele não tem, entre eles, coadjutor algum[195]”.

  • Deus, glorificado Seja, o Altíssimo, é o Criador de todas as coisas e fez surgi-las do nada. Deus diz: “Esse é Allah, vosso Senhor. Não existe deus senão Ele, Criador de todas as cousas: então, adorai-O. E Ele, sobre todas as cousas, é Patrono[196]”.

No entanto, tais deuses nunca podem criar algo, até um átomo. Deus diz: “Dize: De vossos ídolos, há quem inicie a criação, em seguida, a repita? Dize: Allah inicia a criação; em seguida, repete-a: então, como, d’Ele vos distanciais[197]?”.

  • Deus, glorificado Seja, o Altíssimo, é o Administrador e Planejador do universo de acordo com as leis estabelecidas por Ele, que nunca entram em colapso. Deus diz: “Por certo, vosso Senhor é Allah, Que criou os céus e a terra, em seis dias; em seguida, estabeleceu-Se no Trono, administrando a ordem de tudo; não há intercessor algum senão após Sua permissão. Esse é Allah, vosso Senhor adorai-O, pois. Não meditais[198]?”.

E os outros deuses se submetem a gestão de Deus porque são incapazes de administrar qualquer coisa dentre as criaturas de Deus. Deus diz: “Todo ser que está nos céus e na terra chegará ao Misericordioso apenas como servo[199]”.

  • Deus, glorificado Seja, o Altíssimo, é o Sustentador, o Possuidor da força, o Fortíssimo, provê o sustento a quem Lhe apraz e restringe-o a quem Lhe apraz. Ele é o Único Responsável do sustento de Suas criaturas e o Estabelecedor dos meios, pelos quais, as criaturas podem aplicar para ganhá-lo. Deus diz: “E quantos seres animais não carregam seu sustento! Allah lhes dá sustento, e a vós. E Ele é O Oniouvinte, O Onisciente[200]”.

Enquanto que os outros deuses são incapazes de prover ou impedir o sustento das criaturas. Deus diz: “Dize: “Quem vos dá sustento do céu e da terra? Ou quem tem poder sobre o ouvido e as vistas? E quem faz sair o vivo do morto e faz sair o morto do vivo? E quem administra a ordem?” Dirão: “Allah.” Dize: “Então, não temeis a Allah[201]?”

  • Deus, glorificado Seja, o Altíssimo, é o Vivo, o Absolutamente Eterno e o Imortal. E como morreria se Ele é o Criador da própria morte. Ele não tem começo nem fim e nada é igual a Ele. Ele é o Tutelar de Suas criaturas, cuja estabilidade delas depende d’Ele. Deus diz: “Ele é O Vivente. Não existe deus senão Ele. Então, adorai-O, sendo sinceros com Ele, na devoção. Louvor a Allah, O Senhor dos mundos[202]!”.

Portanto, os deuses venerados além de Deus são suscetíveis de tudo aquilo que atingir todas as criaturas, como a morte e o fim. Eles têm começo e fim, são incapazes de auto-estabilidade e como poderiam manter outrem? Eles não têm ciência do que pode estar sendo feito sobre eles e como saberiam da condição de outros? Deus diz: “E não invoques, com Allah, outro deus. Não existe deus senão Ele. Todas as cousas serão aniquiladas, exceto Sua Face. Dele é o julgamento, e a Ele sereis retornados[203]”.

  • Deus, glorificado Seja, o Altíssimo, é Quem dá a vida e a morte. Ele estende a vida de quem Lhe apraz dentre as criaturas até atingir determinada idade estabelecida por Ele, assim como dá a morte a quem Lhe apraz, seja durante o parto ou a infância. Deus diz: “Por certo, de Allah é a Soberania dos céus e da terra. Ele dá a vida e dá a morte. E não tendes, além de Allah, nem protetor nem socorredor[204]”.

Enquanto que tais deuses não podem fazer nada disto, porém, são incapazes de evitar a morte a favor deles mesmos. Deus diz: “E eles tomam, além d’Ele, outros deuses, que nada criam, enquanto eles mesmos são criados, e não possuem, para si mesmos, prejuízo nem benefício, e não possuem o dom de morte nem de vida nem de ressuscitar[205]”.

  • Deus é o Responsável em prover toda a subsistência para as criaturas, tais como: os seres humanos, os animais, as aves, os insetos e etc,. Deus diz: “Por certo, Allah é O Sustentador, O Possuidor da força, O Fortíssimo[206]”.

Enquanto que os outros deuses são incapazes de sustentar a si mesmos, por isso, como seria possível sustentar a outrem. Deus diz: “Apenas vós adorais ídolos, em vez de Allah, e inventais mentiras. Por certo, os que adorais, em vez de Allah, não possuem, para vós sustento algum. Então, buscai, junto de Allah, o sustento, e adora-O agradecei-Lhe. A Ele sereis retornados[207]”.

  • Deus, glorificado Seja, é o Oniouvinte, o Onividente, recebe as súplicas, atende o injustiçado, resolve as necessidades, alivia as angústias e cura as doenças. Deus diz: “Não é Ele Quem atende o infortunado, quando este O invoca, e remove o mal e vos faz sucessores, na terra? Há outro deus junto de Allah? Quão pouco meditais[208]!”. Enquanto outros deuses nada disso possuem. Deus diz: “Dele é a verdadeira súplica. E os que eles invocam, além d’Ele, em nada lhes atendem senão como é atendido aquele que estende as duas mãos à água de um poço, para que esta lhe atinja a boca, mas ela jamais a estará atingindo. E a súplica dos renegadores da Fé não está senão em descaminho[209]”.

 

Segundo: a realidade sobre o que é adorado além de Deus no Dia do Julgamento.

Deus, glorificado Seja, a fim de livrar os seres humanos da idolatria e da crença além d’Ele, mencionou a finalidade daqueles que obedecem e adoram além d’Ele ou tomam parcerias junto com Deus no Dia do Julgamento. Deus diz: “Por certo, vós e o que adorais, além de Allah, sereis o combustível da Geena; nela, ingressareis”. “Se estes fossem deuses, nela não ingressariam. E todos, nela, serão eternos”. “Nela, darão suspiros e, nela, nada ouvirão”.

  • A morte real do que é adorado além de Deus. Deus diz: E quem mais injusto que aquele que força mentiras acerca de Allah ou desmente Seus sinais? A esses, alcança-los-á sua porção do Livro, até que, quando Nossos Mensageiros celestiais lhes chegarem para levar-lhes a alma, dirão estes: “Onde estão os que invocáveis além de Allah?” Dirão: “Sumiram, para longe de nós.” E testemunharão, contra si mesmos, que eram renegadores da Fé[210]”.
  • O julgamento real do que é adorado além de Deus, será a decepção e o arrependimento. Deus diz: “E um dia, Ele dirá: “Chamai Meus parceiros que pretendestes serem deuses.” Então, eles os convocarão, e não lhes atenderão: e faremos, entre eles, um vale de destruição[211]”.
  • O julgamento real do que é adorado além de Deus, será o afastamento e a inocência. Deus diz: “E lembra-lhes, Muhammad, de que, um dia, os reuniremos, a todos; em seguida, diremos aos que idolatraram: “Para vossos lugares, vós e vossos ídolos!” Então, separá-los-emos, e seus ídolos dirão: “Não éramos nós a quem adoráveis[212]”.
  • A realidade do que é adorado além de Deus, serão, no Dia do Juízo Final, inimigos e adversários entre eles. Deus diz: “E tomam, além de Allah, outros deuses, para que lhes sejam um poder”. “Em absoluto, não o serão. Renegarão sua adoração e serão deles antagonistas[213]”.
  • A realidade do que é adorado além de Deus: o adorado e o adorador estarão no Inferno, no Dia do Juízo Final. Deus diz: “Então, por certo, vós e o que adorais”. “Não sereis sedutores de ninguém contra Ele”, “Exceto de quem sofrer a queima contra Ele[214]”.

 

 

 

Os frutos da adoração em Deus

A adoração em Deus é o motor da alma humana em direção a prática de boas ações construtoras. Deus diz: “(...) E ajudai-vos, mutuamente, na bondade e na piedade. E não vos ajudeis no pecado e na agressão. E temei a Allah. Por certo, Allah é Veemente na punição[215]”.

Os seguintes são dentre os frutos da adoração em Deus:

  1. A reforma individual: são estabelecidas as responsabilidades, os direitos e deveres de cada membro da sociedade, e, quando o indivíduo pressente dentro de si de que Deus está inteirado no que faz, secreta e abertamente, entra no estado de medo de ser visto por Deus praticando o proibido ou desobedecendo Suas ordens. Deus diz: “Allah sabe da traição dos olhos e do que os peitos escondem[216]”.

Desta forma o indivíduo impõe a si mesmo o bom comportamento. Deus diz: “Toma-te, Muhammad, de indulgência e ordena o que é conveniente, e dá de ombros aos ignorantes[217]”.

O bom comportamento individual influencia os outros e enobrece o próprio indivíduo diante de tudo que lhe rodeia dentre as criaturas. Ele purifica a alma contra as ambições do mundo e torna-se um ser de coração dócil e educado por ter observado as ordens de Deus, as quais lhe exortam a prática de bem e a abstinência do mal. Deus diz: “E teu Senhor decretou que não adoreis senão a Ele; e decretou benevolência para com os pais. Se um deles ou ambos atingem a velhice, junto de ti, não lhes diga: “Ufa!”, nem os maltrates, e dize-lhes dito nobre”. “E baixa a ambos a asa da humildade, por misericórdia. E dize: “Senhor meu! Tem misericórdia deles, como quando eles cuidaram de mim, enquanto pequenino”. “Vosso Senhor é bem Sabedor do que há em vossas almas. Se sois íntegros, por certo, Ele é, para os contritos, Perdoador”. “E concede ao parente seu direito, e ao necessitado e ao filho do caminho. E não dissipes teus bens exageradamente”. “Por certo, os dissipadores são irmãos dos demônios. E o demônio é ingrato a seu Senhor”. “E, se lhes dás de ombros, em busca da misericórdia de teu Senhor, pela qual esperas, dize-lhes dito bondoso”. “E não deixes tua mão atada ao pescoço, e não a estendas, com exageros, pois, tornar-te-ias censurado, afligido”. “Por certo, teu Senhor prodigaliza o sustento, para quem quer, e restringe-o. Por certo, Ele, de Seus servos, é Conhecedor, Onividente”. “E não mateis vossos filhos, com receio da indigência: Nós lhes damos sustento, e a vós. Por certo, seu morticínio é grande erro”. “E não vos aproximeis do adultério. Por certo, ele é obscenidade; e que vil caminho!”. “E não mateis o ser humano, que Allah proibiu matar, exceto se com justa razão. E quem é morto injustamente, Nós, com efeito, estabelecemos a seu herdeiro poder sobre o culpado. Então, que ele não se exceda no morticínio. Por certo, pela lei, ele já é socorrido”. “E não vos aproximeis das riquezas de órfão, senão da melhor maneira, até que ele atinja sua força plena. E sede fiéis ao pacto firmado. Por certo, o pacto será questionado”. “E completai a medida, quando medirdes, e pesai com a balança correta. Isso é melhor e mais belo, em efeito”. “E não persigas o de que não tens ciência. Por certo, do ouvido e da vista e do coração, de tudo isso se questionará”. “E não andes pela terra com jactância. Por certo, não fenderás a terra nem atingirás as montanhas, em altura”. “O mal de tudo isso, perante teu Senhor, é odioso[218]”.

E noutro versículo Ele diz: “E dize a Meus servos que digam (aos idólatras) a (palavra) que for melhor. Por certo, Satã instiga a cizânia, entre eles. Por certo, Satã é para o ser humano inimigo declarado[219]”.

  1. A reforma da sociedade: consiste em passar o legado reformatório da sociedade através da legislação que garante a preservação da alma humana, da propriedade, da honra, da mente e da prole.
  • Em relação à preservação da alma e do corpo, Deus diz: “E nela prescrevemo-lhes que se pague a vida pela vida e o olho pelo olho e o nariz pelo nariz e a orelha pela orelha e o dente pelo dente, e, também, para as feridas, o talião. Então, a quem, por caridade, o dispensa, isso lhe servirá de expiação. E quem não julga conforme o que Allah fez descer, esses são os injustos[220]”.
  • E para a preservação da propriedade, Deus diz: “E ao ladrão e à ladra, cortai-lhes, a ambos, a mão, como castigo do que cometeram, e como exemplar tormento de Allah. E Allah é Todo Poderoso, Sábio[221]”.
  • Enquanto que em relação à preservação da honra contra o adultério, Deus diz: “À adúltera e ao adúltero, açoitai a cada um deles com cem açoites. E que não vos tome compaixão alguma por eles, no cumprimento do juízo de Allah, se crerdes em Allah e no Derradeiro Dia. E que um grupo de crentes testemunhe o castigo de ambos[222]”. E contra calúnia, Ele diz: “E aos que acusam de adultério as castas mulheres, em seguida, não fazem vir quatro testemunhas, açoitai-os com oitenta açoites, e, jamais, lhes aceiteis testemunho algum; e esses serão os perversos[223]”.
  • E a respeito da preservação da mente, Deus diz: “Perguntam-te pelo vinho e pelo jogo de azar. Dize: “Há em ambos grande pecado e benefício para os homens, e seu pecado é maior que seu benefício.” E perguntam-te o que devem despender. Dize: “O sobejo.” Assim, Allah torna evidentes, para vós, os sinais, para refletirdes[224]”.
  • E sobre a preservação da prole, Deus diz: “E, quando volta as costas, esforça-se, na terra, em semear nela corrupção e em aniquilar os campos lavrados e os rebanhos. E Allah não ama a corrupção[225]”.
  1. Organização das relações internacionais e a boa vizinhança: todas as criaturas são de Deus, tanto aqueles que O adoram como os que não, Deus nos ordena a tratá-los dignamente neste mundo, e somente Ele os julgará no Dia do Juízo Final. Deus diz: “Ó homens! Por certo, Nós vos criamos de um varão e de uma varoa, e vos fizemos como nações uns aos outros. Por certo, o mais honrado de vós, perante Allah é o mais piedoso. Por certo, Allah é Onisciente, Conhecedor[226]”.

Deus, glorificado Seja, não enviou o Mensageiro Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – senão como misericórdia para toda a humanidade, tanto aos que lhe obedecerem como aos que lhe desobedecerem. Mas quem lhe obedecer terá as promessas de Deus, de recompensas e pagamentos, e quem desobedecê-lo não será injustiçado perante Deus. Deus diz: “E não te enviamos senão como misericórdia para os mundos[227]”.

Este é o convite e a religião que o Profeta trouxe de Deus para chamar as pessoas à adoração em Deus, baseando-se na indulgência e boas palavras. Deus diz: “Convoca ao caminho de teu Senhor, com a sabedoria e a bela exortação, e discute com eles, da melhor maneira. Por certo, Allah é bem Sabedor de quem se descaminha de Seu caminho e Ele é bem Sabedor dos que são guiados[228]”.

Por isso, tua adoração em Deus e cumprimento de Suas regras, te obrigam que sejas justo para com todas as coisas. Contigo mesmo e para com todas as criaturas de Deus que te rodeiam. Uma mulher foi conduzida ao Inferno por ter preso um gato (até a morte), sem alimentá-lo e nem deixá-lo para que se alimentasse dos insetos. E um homem, do povo de Israel, foi conduzido ao Paraíso por ter dado de beber um cão que estava lambendo o chão por tanta sede. Assim como Deus perdoou os pecados de um homem que cortou um galho feroz que molestava as pessoas num caminho, tal como nos revelou o Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele. Por isso, sê justo para com teus inimigos e eleva teu nível de relacionamento e boa conduta para com eles. Deus diz: “Dize: Meu Senhor ordena a equidade. E erguei vossas faces para Allah, em cada mesquita. E invocai-O, sendo sinceros com Ele, na devoção. Assim como Ele vos iniciou a criação, a Ele regressareis[229]”.

Agora vamos abordar alguns versículos que regem as relações de boa vizinhança:

  • Bom trato e compaixão para com os vizinhos. Deus diz: “Allah não vos coíbe de serdes blandiciosos e equânimes para com os que não vos combateram, na religião, e não vos fizeram sair de vossos lares. Por certo, Allah ama os equânimes[230]”.
  • Garanti-los a segurança. Deus diz: “E, se um dos idólatras te pede defesa, defende-o, até que ouça as palavras de Allah; em seguida, faze-o chegar a seu lugar seguro. Isso, porque são um povo que não sabe[231]”.
  • Não traí-los. Deus diz: “E, se temes traição de um povo, deita fora teu pacto com eles, do mesmo modo que eles o fazem. Por certo, Allah não ama os traidores[232]”.
  • Honrar os acordos firmados com eles e nunca desfazê-los. Deus diz: “Por certo, Allah vos ordena que restituais os depósitos a seus donos. E, quando julgardes entre os homens, que julgueis com justiça. Por certo, quão excelente é isso, a que Allah vos exorta! Por certo, Allah é Oniouvinte, Onividente[233]”.
  • Ser justo para com eles e nunca injuria-los. Deus diz: “Ó vós que credes! Sede constantes em servir a Allah, sendo testemunhas com equanimidade. E que o ódio para com um povo não vos induza a não serdes justos. Sede justos: isso está mais próximo da piedade. E temei a Allah. Por certo, Allah do que fazeis, é Conhecedor[234]”.
  • Não agredi-los. Deus diz: “E combatei, no caminho de Allah, os vos combatem, e não cometais agressão. Por certo, Allah não ama os agressores[235]”.
  • Estabelecer a paz com eles. Deus diz: “E, se eles se inclinam à paz, inclina-te, também, a ela, e confia em Allah. Por certo, Ele é O Oniouvinte, O Onisciente[236]”.
  1. Coibir a obstinação do homem em instintos e desejos animalescos. Deus diz: “Dize: Apenas, meu Senhor proibiu as obscenidades, aparentes e latentes, e o pecado e a agressão desarrazoada, e que associeis a Allah aquilo de que Ele não fez descer, sobre vós, comprovação alguma, e que digais acerca de Allah o que não sabeis[237]”.
  2. Os frutos da adoração em Deus transmitem o otimismo e a esperança em Deus, afasta o pessimismo considerado inibidor das inspirações e eliminador das ambições. Desta forma, o coração se tranquiliza e aceita a predestinação porque sabe de que tudo que Deus predestinou traz o bem para ele mesmo que aparente o contrário. Por isso ele usufrui da vida e vê tudo do lado positivo. Deus diz: “Então, por certo, com a dificuldade, há facilidade!”. “Por certo, com a dificuldade, há facilidade[238]!”.
  3. Livra a humanidade das lendas, mitologias e ilusões que prendem as pessoas na adoração de deuses que não beneficiam e nem prejudicam. Esta realidade foi bem ilustrada por Abraão – que a paz de Deus esteja com ele – quando usou métodos que chamaram a atenção de seu povo a refletir acerca da natureza dos deuses que veneravam. Deus diz: “E, recita, para eles, o informe de Abraão”. “Quando disse a seu pai e a seu povo: “Que adorais?”. “Disseram: Adoramos ídolos; então, a eles permanecemos cultuando”. “Disse: eles ouvem-vos, quando os invocais?”. “Ou vos beneficiam ou vos prejudicam?”. “Disseram: Não! Mas encontramos nossos pais fazendo assim”. “Disse: E vistes o que adorais”. “Vós e vossos antigos pais?”. “Então, por certo, são de mim inimigos, exceto O Senhor dos mundos”. “Quem me criou; e é Ele Quem me guia”; “E Quem me alimenta e me dá de beber”; “E, quando adoeço, é Ele Quem me cura”; “E Quem me dará a morte, em seguida, me dará a vida”, “E a Quem aspiro me perdoe o erro, no Dia do Juízo[239]”.
  4. Livram a humanidade da escravidão de sistemas e legislações positivas (humanas), cuja criação tem como objetivo alcançar interesses pessoas ou regionais ou nacionais. Deus diz: “Dize: Tomarei eu por protetor outro que Allah, O Criador dos céus e da terra, enquanto Ele é Quem alimenta e não é alimentado? Dize: “Por certo, foi-me ordenado ser o primeiro dos que se islamizam!” E não sejas, de modo algum, dos idólatras[240]”.
  5. Alimentam a alma do servo com a convicção e confiança em Deus o que lhe permite vencer os desafios e as crises. A adoração em Deus semeia no coração dele a confiança em Deus e com ela nunca fica decepcionado ou perde a esperança. Quando o profeta Moisés – que a paz de Deus esteja com ele – fugiu com seu povo da tirania do Faraó e seus chefes, que matavam os meninos recém-nascidos e toleravam as meninas (da tribo dos filhos de Israel), e o Faraó com seu exército, repleto de ódio e ira, conseguiram cercar o Moisés com seu povo diante do mar que não mais possibilitava-lhes alguma saída ou caminho, e enquanto o Faraó com seu exército se aproximava, num desespero de qualquer ajuda ou socorro o povo de Moisés ficou convicto que seria destruído e disse “(...) Por certo seremos atingidos[241]”. Moisés respondeu com toda confiança e convicção em Deus, de que nunca seriam atingidos porque Deus decepcionaria as expectativas do injusto e o destruiria junto com seu exército, porque Deus jamais decepciona quem deposita suas confianças e boas expectativas n’Ele. Deus diz: “E, ao nascer do sol, eles perseguiram-nos”. “E, quando se depararam as duas multidões, os companheiros de Moisés disseram: Por certo, seremos atingidos”. “Ele disse: Em absoluto não o seremos! Por certo, meu Senhor é comigo, Ele me guiará”. ‘E inspiramos a Moisés: “Bate no mar com tua vara.” Então, este se fendeu; e cada divisão se tornou como a formidável montanha”. “E, lá, fizemos aproximar os outros”. “E salvamos a Moisés e a quem estava com ele, a todos”. “Em seguida, afogamos os outros”. “Por certo, há nisso um sinal. Mas a maioria deles não é crente[242]”.
  6. O segredo da felicidade espiritual e da tranquilidade do coração consiste na crença da predestinação. Ela permite que o servo tenha ciência de que, o que lhe atingiu jamais o falharia e o que lhe falhou jamais o atingiria, assim como o Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “(...) E tenha certeza de que ainda que se reúna todo o povo para beneficiar-te em algo, não o farão, a não ser aquilo que Deus tenha escrito para ti. E se reunirem-se para prejudicar-te em algo, não o farão, a não ser naquilo que Deus houver determinado sobre ti” (narrado por Tirmizi).

Quando o servo pressente esta realidade e tem a convicção de que tudo depende de Deus e que nada acontece no mundo senão de acordo o que Ele predestinou, o coração do servo alcança a tranquilidade, se esforça conforme as ordens e fica satisfeito das graças de Deus. Deus diz: “Nenhuma desgraça ocorre sem que seja com a permissão de Allah. E quem crê em Allah, Ele lhe guiará o coração. E Allah, de todas as cousas, é Onisciente[243]”.

O servo deve entregar tudo a Deus sem receio, nunca pode ficar ressentido dos acontecimentos ou seu coração detestá-los, porém, pode ser provável que a solução de seu  problema esteja escondida dentro de um exame. Quantos exames e tribulações atingiram as pessoas enquanto, na verdade, representavam um bem e bênção. Isto porque Deus é Sapientíssimo e vocês nada sabem. Segundo at-Tabrani, na sua obra “exegese do Alcorão”, narra que Ibn Abbas – que Deus esteja satisfeito com ele – disse: Certo dia estive atrás do Profeta – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – e ele disse: “Ó Ibn Abbas fica satisfeito com o que Deus prescreveu, mesmo que seja o contrário de tua vontade, certamente, está escrito no livro de Deus. Eu disse: Em que parte, ó Mensageiro de Deus? Se eu já li o Alcorão! Ele respondeu: na palavra de Deus: “É-vos prescrito o combate, e ele vos é odioso. E, quiçá, odieis algo que vos seja melhor. E, quiçá, ameis algo que vos seja pior. E Allah sabe, e vós não sabeis[244]”.

  1. Suportar e pacientar as dores: a adoração em Deus transmite mansidão ao coração de maneira que só a sente aquele, cuja sua crença reafirma a adoração em Deus, e isso, faz-lhe esquecer de todas as dores do mundo. Quando os Magos de Faraó, que os trouxe para enfrentarem a Moisés, viram a veracidade dos sinais apresentados por Moisés, a fé entrou nos corações deles e declararam a adoração em Deus. Faraó ordenou para que fossem castigados e mortos, mas nada abalou a fé deles e firmemente pacientaram tudo. Deus nos revela acerca desta história: “Então, os mágicos caíram prosternados. Disseram: “Cremos nO Senhor de Aarão e Moisés”. “Faraó disse: “Credes nele, antes de eu vo-lo permitir? Por certo, ele é vosso mestre, que vos ensinou a magia. Então, em verdade, cortar-vos-ei as mãos e as pernas, de lados opostos, e crucificar-vos-ei nos troncos das tamareiras, e sabereis qual de nós é mais veemente no castigo e mais permanente em poder”. “Disseram: “Não te daremos preferência sobre as evidências que nos chegaram e sobre Quem nos criou. Então, arbitra o que quiseres arbitrar. Tu arbitras, apenas, nesta vida terrena”. “Por certo, cremos em nosso Senhor, para que nos perdoe os erros e a magia, a que nos compeliste. E Allah é Melhor e mais Permanente, em poder”. “Por certo, quem chega a seu Senhor sendo criminoso, terá a Geena, em que não morrerá nem viverá[245]”.
  2. Produção de autocontrole no coração do servo, através do qual, o servo torna-se vigilante de suas próprias práticas, palavras e comportamentos, sobretudo pela sua consciência interna da palavra de Deus, que diz: “Allah sabe da traição dos olhos e do que os peitos escondem[246]”.

No entanto, observarás nele um grande esforço naquilo que Deus lhe ordena e longe do que lhe é proibido, porque sente que está sob vigilância de Deus e está inteirado das ações dele, por isso, sacrifica para honrar a confiança de Deus e das pessoas. Além da vigilância externa, à qual as pessoas viram suas atenções quando está ausente ou é negligenciada ou enfraquecida. Por exemplo, a Zakat[247] no Islam, um muçulmano se esforça para pagá-la com toda satisfação espiritual e procura quem tem direito para recebê-la. Contrariamente do pagamento de impostos obrigatórios para as pessoas e buscam várias maneiras de evitar pagá-los, recorrendo a fraudes ou a falsificações, ou a corrupção ou a outros meios similarmente abomináveis.

  1. Remédio contra infortúnios do servo e consolo espiritual: quando o servo adora a Deus encontra respostas para todos os seus problemas e preocupações pela disponibilidade do seu coração para com o Criador e por ser exemplar no cumprimento de Suas ordens diante das adversidades. Deus diz: “Ó vós que credes! Implorai ajuda, com paciência e a oração. Por certo, Allah é com os perseverantes”. E noutros versículos diz: “E, em verdade, pomo-vos à prova, com algo do medo e da fome e da escassez de riquezas e de pessoas e de frutos. E alvisssara o Paraíso aos perseverantes”, “Àqueles que, quando uma desgraça os alcança, dizem: “Por certo, somos de Allah e, por certo, a Ele retornaremos”. “Sobre esses são as bênçãos e a misericórdia de Seu Senhor. E esses são os guiados[248]”.
  2. A honra e nobreza do servo: quem servir sinceramente a Deus, Deus está com ele, e aquele que, Deus estiver com ele jamais será desonrado ou dominado ou humilhado. Deus diz: “Por certo, Allah é com os que são piedosos e com os que são benfeitores[249]”.

E como assim não será, enquanto o Rei do universo, o Criador e o Planificador contempla o servo com todos os Seus cuidados, conforme a palavra d’Ele: “E quem se alia a Allah e a Seu Mensageiro e aos que crêem triunfará, por certo, o partido de Allah é o vencedor[250]”.

  1. Proteção contra os demônios e suas tentações: quem aperfeiçoa a adoração em Deus terá proteção de todos os lados. Deus diz: “Por certo, sobre Meus servos não terás poder algum, exceto sobre os que te seguirem, entre os desviados[251]”.
  2. Segurança interna e tranquilidade espiritual: a adoração em Deus liberta a alma de todas as formas de medo, seja o medo relativo ao passado, presente ou futuro, com base em seu sentimento, que tudo depende de Deus que prescreveu a Si mesmo a compaixão. E como é possível não ficar tranquilo e calmo enquanto escuta a seguinte palavra de Deus: “Então, quando elas chegarem às proximidades de seu termo, retende-as; convenientemente; e fazei testemunhá-lo dois homens justos dos vossos, e cumpri, com equanimidade, o testemunho, por Allah. Isso é o com que é exortado quem crê em Allah e no Derradeiro Dia. E quem teme a Allah, Ele lhe fará saída digna”. “E lhe dará sustento, por onde não suporá. E quem confia em Allah, Ele lhe bastará. Por certo, Allah atinge o que quer de Sua ordem, Allah fez para cada cousa uma medida[252]”.

A adoração em Deus elimina todo tipo de medo, porque alimenta a alma de satisfação, o que mantém a alma e o espirito, mata a fome e a sede de ambos. Se o medo for:

  • Medo de coisas incógnitas: com a adoração em Deus não se tem medo de algo desconhecido e nem há preocupação sobre o futuro. Porém, como terá medo quem escutou a seguinte palavra de Deus: “Allah promete aos crentes e às crentes Jardins, abaixo dos quais correm rios; nesses, serão eternos, e esplêndidas vivendas nos Jardins do Éden e agrado de Allah, ainda, maior. Esse é o magnífico triunfo[253]”.
  • Medo de doença: com a adoração em Deus como é que terá medo quem ouve a palavra de Deus que diz: “Nenhuma desgraça ocorre, na terra, nem em vós mesmos, sem que esteja em um Livro, antes mesmo de Nós a criarmos. Por certo, isso, para Allah é fácil[254]”.
  • Medo da morte: com a adoração em Deus, como é que terá medo, quem ouve a palavra de Deus que diz: “E não é admissível que uma pessoa morra senão com a permissão de Allah. É prescrição fixa. E a quem deseja a retribuição da vida terrena, concerde-lhe-emos algo desta; e a quem deseja a retribuição da Derradeira Vida, concerde-lhe-emos algo desta. E recompensaremos os agradecidos[255]”.
  • Medo da perda da família: com a adoração em Deus como é que terá medo quem ouve a palavra de Deus que diz: “De Allah é a soberania dos céus e a terra. Ele cria o que quer. Ele dadiva a quem quer com meninas, e dadiva a quem quer com meninos”. “Ou os reúne em casais de meninos e meninas. E faz estéril a quem quer. Por certo, Ele é Onisciente, Onipotente[256]”.
  • Medo de doenças psicológicas: com a adoração em Deus como é que terá medo quem ouve a palavra de Deus que diz: “Os que creêm e cujos corações se tranquilizam com a lembrança de Allah.” –Ora, é com a lembrança de Allah que os corações se tranquilizam[257]”.
  • Medo de tiranos: com a adoração em Deus como é que terá medo quem ouve a palavra de Deus que diz: “Daqueles aos quais alguns homens disseram: ‘Por certo, o povo inimigo, com efeito, reuniu hostes contra vós. Então, receai-os’. E isso acrescentou-lhes fé, e disseram: “Basta-nos Allah! E que Excelente Patrnono!”. “Então, tornaram, com graça  de Allah e favor, não os tocando mal algum; e seguiram o agrado de Allah. E Allah é Possuidor de magnífico favor”. “Eis Satã: apenas ele vos faz temer seus aliados.Então, não os temais, temei-Me, se sois crentes[258]”.
  • Medo da pobreza e fome: com a adoração em Deus como é que terá medo quem ouve a palavra de Deus que diz: “E quantos seres animais não carregam seu sustento! Allah lhes dá sustento, e a vós. E Ele é O Oniouvinte, O Onisciente[259]”.
  • Medo de falta de subsistência: com a adoração em Deus como é que terá medo quem ouve a palavra de Deus que diz: “E não há ser animal algum na terra, sem que seu sustento impenda a Allah, e Ele conhece sua residência e seu depósito. Tudo está no evidente Livro[260]”.
  • Medo de não alcançar o perdão dos pecados: com a adoração em Deus como é que terá medo quem ouve a palavra de Deus que diz: “Dize: “Ó Meus servos, que vos excedestes em vosso próprio prejuízo não vos desespereis da misericórdia de Allah. Por certo, Allah perdoa todos os delitos. Por certo, Ele é O Perdoador, O Misericordiador[261]”.
  • Medo de pessoas: com a adoração em Deus como é que terá medo quem ouve a palavra de Deus que diz: “E, se Allah te toca com um infortúnio, não existirá quem o remova senão Ele; e, se Ele te deseja um bem, não existirá revogador de Seu favor. Com este, Ele alcança a quem quer de Seus servos. E Ele é O Perdoador, O Misericordiador[262]”.

 

 

 

O retorno à origem

É acordado e é confirmado que toda coisa tem origem e toda ação implica seu sujeito. A humanidade tem única origem, toda ela descende de Adão – que a paz esteja com ele – e dele se multiplicou e se espalhou. Deus diz: “Ó homens! Temei a vosso Senhor, Que vos criou de uma só pessoa e desta criou sua mulher, e de ambos espalhou pela terra numerosos homens e mulheres. E temei a Allah, em nome de Quem vos solicitais mutuamente, e respeitai os laços consanguíneos. Por certo, Allah, de vós, é Observante[263]”.

A lógica indica que, como a humanidade tem única origem, naturalmente a primeira doutrina continua sendo a mesma - a unicidade - e adoração em Deus único, sem associá-Lo parceiro, sendo esta a doutrina e religião do nosso pai Adão. Deus diz: “E os homens não eram senão uma só comunidade; então, discreparam. E, não fora uma Palavra antecipada de teu Senhor, arbitrar-se-ia, entre eles, por aquilo de que discrepavam[264]”.

Esta discrepância resultou da diferença em reflexão, vida e idioma. Deus diz: “E, dentre Seus sinais, está a criação dos céus e da terra, e a variedade de vossas línguas e de vossas cores. Por certo, há nisso sinais para os sabedores[265]”.

É também natural que, por causa disso, surjam distorções doutrinárias e religiosas, situação que se observa atualmente, de diferença em religiosidade, doutrina e deuses. Todavia, seria necessário que todos os seres humanos resgatassem a religião e adoração corretas, que as praticavam antes de os demônios as terem deturpado, que consiste em sincera unicidade em Deus, submissão e obediência a Ele e livramento da idolatria. Assim como implementar Seus mandamentos em todos os aspectos da vida, sem exceção, isto é, se eles almejam realmente a felicidade, honra e bem-estar, caso contrário, provarão a amargura da vida mundana e da Derradeira. Deus diz: “Alif, Lãm, Rã. Este é um Livro que fizemos descer para ti, Muhammad, a fim de fazeres sair os homens das trevas para a Luz-com a permissão de seu Senhor- para a senda dO Todo Poderoso, dO Louvável[266]”.

 

Um convite

Daqui eu convido os não-muçulmanos para que leiam os significados do Alcorão, o estatuto do Islam, por certo, nele encontrarão soluções para todos os seus problemas, tanto soluções para problemas políticos, econômicos, sociais como morais, mas precisam de aprofundá-lo depois de terem abandonado os caprichos e a intolerância religiosa, porque trata-se de estatuto que foi estabelecido para toda a humanidade, não foi apenas aos árabes tal como alegam alguns alienados dos meios de comunicação desviadores. As suas disposições e legislação abrangem todas as esferas da vida e são válidas para todos os tempos e lugares. Eles vão encontrar respostas remediadoras de todas suas questões, sobretudo as que preocupam muitos não-muçulmanos em relação à vida, à morte e etc. (Porém, estamos a disposição para fornecer-te este livro caso tu queiras adquiri-lo). Apesar de ser última mensagem (o Islam), mas o livro respeita outras religiões, tais como o judaísmo, cristianismo e proíbe injuriar doutrinas de outros povos e tradições. Deus diz: “E não injurieis os que eles invocam além de Allah: pois, eles injuriariam a Allah, por agressão, sem ciência. Assim, aformoseamos, para cada comunidade, suas obras; em seguida, seu retorno será a seu Senhor; então informá-los-á do que faziam[267].

Se eles refletirem sobre o Alcorão observarão nele uma abordagem suave, disposições e legislações convincentes. Por isso Deus diz: “E não ponderam eles o Alcorão? E, fosse vindo de outro que Allah, encontrariam nele muitas discrepâncias[268]”.

É uma questão fundamental, por isso, conhece quem é teu verdadeiro Deus, no qual tu sentes tranquilidade e conforto ao adorá-Lo e sentes algum gosto ao invocá-Lo, isso te proporcionará felicidade e conforto mundano, e te proporcionará uma vida eterna no Paraíso. Livra teu coração da ignorância e reprodução cega que te tornam surdo, aquelas que prendem os corações impedindo-os de conquistar a verdade ou ouvi-la. Só dessa forma colherás conhecimento que te leva a conhecer Deus, glorificado Seja, o Altíssimo.

É uma oportunidade que deve ser aproveitada enquanto a porta de arrependimento e regresso a Deus está aberta, antes que a morte te alcance. Nesse momento o arrependimento nada valerá e não tenhas medo de injustiça e nem fiques preocupado perante Deus, aliás, felicita-te que Deus perdoará todos os teus pecados e erros do passado, por isso, não desperdice esta oportunidade e Deus diz: “Dize aos que renegam a Fé que se abstêm da descrença, ser-lhes-á perdoado o que já se consumou. E, se reincidirem, com efeito, precederam os procedimentos de punir dos antepassados[269]”.

E estou plenamente convencido de que muitas pessoas estão insatisfeitas com a própria condição de adorarem além de Deus, o Único, o Dominador, que os criou do nada. Refiro-me principalmente daqueles que adoram criaturas similares a eles, tais como: animais e fenômenos naturais. É admirável quanto aqueles que buscam a adoração de maneira inaceitável pela mente sensata e pelo homem civilizado, por estarem adorando o fogo, os demônios, ratos e etc. Esses são aqueles, cuja cegueira atingiu seus corações antes de seus olhos a respeito da adoração em Deus. Deus diz: “Pois, por certo, não são as vistas que se enceguecem, mas se enceguecem os corações que estão nos peitos[270]”.

Quem busca sinceramente a verdade Deus lhe concede o sucesso, conforme a palavra d’Ele: “E quem crê em Allah, Ele lhe guiará o coração. E Allah, de todas as cousas, é Onisciente[271]”.

Não sejas orgulhoso diante da verdade e das pessoas senão matarás a verdade no teu coração e construirás véu sobre tua visão de maneira que não verás senão o atendimento de teus caprichos, daí é a causa da tua destruição. Deus diz: “Desviarei de Meus sinais os que, na terra, se mostram soberbos, sem razão, e, se eles vêem todos os sinais, neles não crêem, e, se vêem no caminho da retidão, não o tomam por caminho, e, se vêem o caminho da depravação, tomam-no por caminho. Isso, porque eles, por certo, desmentiam Nossos sinais e a eles estavam desatentos[272]”.

Volta ao teu Verdadeiro Deus digno de adoração, e O encontrarás Misericordioso para contigo mais que a compaixão de tua mãe que te nasceu, te amamentou e te educou. Deus diz: “Ele é Quem vos abençoa, e, também, Seus anjos, para fazer-vos sair das trevas para a Luz. E Ele, para com os crentes, é Misericordiador[273]”.

Deus se alegra com o teu retorno a Ele e da tua adoração a Ele, segundo o Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele: “Deus tem maior prazer para com o arrependimento de Seu servo, mais do que a alegria que reside num homem que perdeu seu animal numa terra incompatível à sobrevivência, quanto nele está o seu alimento e bebida. Depois de tê-lo procurado e não achado, descansou por baixo de uma árvore e quando despertou, viu o animal com seu alimento e a bebida. Deus tem maior prazer para com o arrependimento de Seu servo, mais do que a alegria deste homem para com seu animal” (narrado por Muslim).

 

 

 

Conclusão

Prezado leitor, não sou senão um conselheiro carinhoso para contigo e manifesto meu amor para contigo. Minha preocupação para beneficiar as pessoas me levou a escrever este livro “e as melhores pessoas são aquelas que proporcionam benefícios a outras” assim como nos ensina e orienta a nossa religião. Minha compaixão para com as pessoas impulsionou este trabalho, “a misericórdia de Deus está sobre os compassivos” (narrado por Ahmad, Abu Daud e Tirmizi). Tal como Deus nos ordena, e pelo amor ao outro, se constituiu uma força impulsionadora deste trabalho. O Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “deseja às pessoas aquilo que tu gostas para ti mesmo” (narrado por Tirmizi e Ibn Maajah).

Todas estas orientações divinas me permitiram empreender um pouco de esforço para clarificar a verdade que pode estar oculta aos vossos olhos por causa da mídia falsificadora da realidade ou manipuladora das verdades, que tem vestido a pele de cordeiro sobre o coração de lobos, transformando a verdade em mentira e vice-versa. A pessoa mais feliz é aquela que consegue separar e seguir a verdade afastando-se da falsidade. As orientações divinas ordenam a confirmação dos fatos e proíbem tomar algo antes de uma profunda análise. Deus diz: “Ó vós que credes! Se vos chega um perverso com um informe, certificai-vos disso para não lesar por ignorância, certas pessoas: então tornar-vos-íeis arrependidos do que havíeis feito[274]”.

Que não se enganem os que adoram além de Deus pelo fato de estarem gozando de boa saúde, na prosperidade e multiplicação de filhos, porém, se para Deus o mundo tivesse valor do tamanho da asa da mosca, Ele não daria de beber os incrédulos. Deus diz: “E que os que renegam a Fé não suponham que o prazo que lhes concedermos seja um bem para eles mesmos. Apenas, concedemo-lhes prazo, para se acrescentarem em pecado. E terão aviltante castigo[275]!”.

A prosperidade na vida mundana não é o sinônimo de amor de Deus para contigo e nem significa que está satisfeito com tuas ações porque na verdade Deus concede Suas graças e bênçãos a quem ama e a quem não ama, ao passo que Sua obediência e adoração concede somente a quem Ele ama. O caminho está aberto para que tu possas tornar-te dentre aqueles que Deus ama junto com suas ações, mas para tal, é necessário afirmar tua sinceridade na adoração a Ele. Deus diz: “E, não fora porque os humanos se tornariam uma só comunidade de renegadores da Fé, haveríamos feito para quem renega O Misericordioso tetos de prata, para suas casas, e degraus de prata em que subissem”; “E, ainda, portas, para suas casas, e leitos sobre os quais se reclinassem”. “E ornamento. E tudo isso não é senão gozo da vida terrena. E a Derradeira Vida, junto de teu Senhor, será para os piedosos[276]”.

Tudo que o homem acumular de tesouro, tal como fortuna e filhos, nada disso lhe beneficiará se morrer na adoração além de Deus, pelo contrário, no Dia do Julgamento será responsabilizado conforme a revelação divina. Deus diz: “E não são vossas riquezas nem vossos filhos que vos aproximarão, bem perto de Nós; mas quem crê e faz o bem, esses terão o dobro a recompensa, pelo que fizeram e estarão, em segurança, nas câmaras etéreas[277].

E no Dia do Julgamento ele será interrogado sozinho e desprovido de toda sua propriedade mundana. Estará descalço, desnudo e com prepúcio, tal como quanto fora criado pela primeira vez. Deus diz: “Allah dirá: E, com efeito, chegais a Nós sozinhos, como vos criamos da vez primeira, e deixastes, atrás das costas, o de que fizemos vos assenhoreardes. E não vemos, junto de vós, vossos intercessores, que pretendíeis parceiros em vossa adoração. Com efeito, o que havia entre vós cortou-se. E sumiu, para longe de vós, o que pretendíeis[278]”.

O assunto mais importante, no qual tu deves buscar provas é sobre a tua religião e doutrina, da mesma forma que buscas garantias financeiras quando tratas de tuas relações comerciais com vista a certificar seus fundamentos. O melhor é certificares tua religião e doutrina para ter certeza da veracidade de tua crença antes que venha o arrependimento. É preciso separar a verdade da falsidade, sabendo que neste mundo tens apenas uma vida e nada mais. Por isso é preciso escolher a religião certa porque a pessoa mais sensata é aquela que condena a si mesma e se esforça para a Vida pós-morte. Deus não quer de ti senão o pouco, somente adorá-Lo e aperfeiçoar Suas regras. Ele é o Absoluto e não necessita de ti, mas mesmo assim te prometeu uma vida eterna repleta de prosperidade, contrariamente aquele que trocar a vida eterna com a finita será interditado. No começo e no fim das contas os benefícios são do ser humano, uma vez que as ações dos desobedientes não prejudicam a Deus e nem as práticas dos benfeitores Lhe beneficiam em algo. Mas esta é a prova para a separação entre os obedientes e desobedientes. Deus diz: “E, com efeito, provamos os que foram antes deles. E, em verdade, Allah sabe dos que dizem a verdade e sabe dos mentirosos[279]”.

A adoração em Deus é responsável para concretizar tua felicidade no mundo e na vida Derradeira e não a fortuna e a nobreza porque se assemelham a uma sombra que desaparece, e no Dia do Julgamento nada te servirá para livrar-te dos pecados ou comprares boas ações. Deus diz: “Por certo, os que renegam a Fé, se tivessem tudo o que há na terra e mais outro tanto, para, com isso se resgatarem do castigo do Dia da Ressurreição, nada disso lhes seria aceito. E terão doloroso castigo[280]”.

Invoco a Deus para que ilumine tua visão, guie tua alma a senda reta. E que a paz e bênção de Deus estejam com o Profeta Mohammad, sua família e companheiros.

Como é possível para um universo que apresenta céus e terra, sol e lua, dia e noite, estrelas e planetas, não ser, tudo isto, prova suficiente da existência de seu Criador? E qual é propósito do Criador e por que criou?

 

 

www.islamland.com

 

 

 

 

[1] Alcorão. Cap. 71. V. 14.

[2] Que são as que Deus revela nestes versículos: “E, com efeito, criamos o ser humano da quintessência de barro”, “em seguida, fizemo-lo gota seminal, em lugar estável, seguro”, “depois, criamos, da gota seminal, uma aderência; e criamos, da aderência, embrião; e criamos, do embrião, ossos; e revestimos os ossos de carne; em seguida, fizemo-la surgir em criatura outra, - Então, Bendito seja Allah, o Melhor dos criadores”. Alcorão. Cap. 23. V. 12-14

[3] Alcorão. Cap. 39. V. 14-16. Trad. Helmi Nasr

[4] Alcorão. Cap. 45. V. 23

[5] Alcorão. Cap. 4. V. 58

[6] Alcorão. Cap. 4. V. 29

[7] Alcorão. Cap. 25. V. 68

[8] Alcorão. Cap. 4. V. 36

[9] Alcorão. Cap. 7. V. 199

[10] Refere-se tanto ao Satanás quanto ao ídolo ou qualquer outra coisa maléfica.

[11] Alcorão. Cap. 16. V. 36

[12] Jinns: gênios

[13] Alcorão. Cap. 7. V. 179

[14] Alcorão. Cap. 67. V. 14

[15] Alcorão. Cap. 8. V. 53

[16] Alcorão. Cap. 57. V. 3

[17] Alcorão. Cap. 112. V. 1-4

[18] Alcorão. Cap. 21. V. 30

[19] Alcorão. Cap. 2. V. 117

[20] Lúcifer

[21] Dele: do paraíso

[22] Alcorão. Cap. 38. V. 71-85

[23] Alcorão. Cap. 4. V. 1

[24] Alcorão. Cap. 20. V. 117-119

[25] Alcorão. Cap. 2. V. 35

[26] Alcorão. Cap. 20. V. 120-122

[27] Alcorão. Cap. 2. V. 38-39

[28] Dele: do paraíso

[29] Alcorão. Cap. 15. V. 32-43

[30] Alcorão. Cap. 2. V. 213

[31] Alcorão. Cap. 4. V. 165

[32] Alcorão. Cap. 7. V. 35-36

[33] Alcorão. Cap. 67. V. 6-12

[34] Alcorão. Cap. 7. V. 27

[35] Alcorão. Cap. 23. V. 115-116

[36] Alcorão. Cap. 21. V. 16-17

[37] Jinns: gênios

[38] Alcorão. Cap. 28. V. 68

[39] Alcorão. Cap. 35. V. 15-17

[40] Alcorão. Cap. 98. V. 15-17

[41] Alcorão. Cap. 32. V. 7-9

[42] Alcorão. Cap. 95. V. 4

[43] Ou seja, no útero.

[44] Alcorão. Cap. 23. V. 12-16

[45] Alcorão. Cap. 76. V. 1-2

[46] Alcorão. Cap. 39. V. 6

[47] Alcorão. Cap. 77. V. 20-23

[48] Alcorão. Cap. 16. V. 78

[49] Alcorão. Cap. 31. V. 20

[50] Alcorão. Cap. 6. V. 48

[51] Alcorão. Cap. 67. V. 15

[52] Alcorão. Cap. 2. V. 164

[53] Alcorão. Cap. 64. V. 7

[54] Alcorão. Cap. 45. V. 25

[55] Alcorão. Cap. 19. V. 66-67

[56] Alcorão. Cap. 30. V. 27

[57] Alcorão. Cap. 36. V. 77-79

[58] Alcorão. Cap. 75. V. 36-40

[59] Alcorão. Cap. 41. V. 39

[60] Alcorão. Cap. 46. V. 33

[61] Alcorão. Cap. 39. V. 42

[62] Alcorão. Cap. 31. V. 28

[63] Alcorão. Cap. 54. V. 40

[64] Barzakh: terminologia árabe que significa o estado entre a morte e a ressurreição ou barreira entre duas coisas.

[65] Alcorão. Cap. 39. V. 68

[66] Alcorão. Cap. 40. V. 46

[67] Alcorão. Cap. 22. V. 1-2.

[68] Entre as interpretações exegéticas, pode ser aquela da reintegração das almas aos corpos, no Dia da Ressurreição. Tradução do Alcorão: Helmi Nasr.

[69] Alcorão. Cap. 21. V. 47

[70] Alcorão. Cap. 17. V. 71-72.

[71] Alcorão. Cap. 78. V. 40

[72] Alcorão. Cap. 30. V. 14-16

[73] Alcorão. Cap. 25. V. 16

[74] Alcorão. Cap. 35. V. 36-37

[75] Alcorão. Cap. 4. V. 56

[76] Alcorão. Cap. 88. V. 6. Darí: espécie de planta espinhosa, existente no deserto, de sabor hediondo, evitada, por isso, até por animais.

[77] Árvore infernal, de amarguíssimos frutos.

[78] Alcorão. Cap. 44. V. 43-46

[79] Matéria purulenta e sanguínea, que vazará dos corpos dos condenados quando no fogo.

[80] Alcorão. Cap. 69. V. 35-37

[81] Alcorão. Cap. 47. V. 15

[82] Alcorão. Cap. 22. V. 19-22

[83] Alcorão. Cap. 10. V. 44

[84] Alcorão. Cap. 47. V. 12

[85] Alcorão. Cap. 30. V. 30

[86] Alcorão. Cap.30. V. 33.

[87] Alcorão. Cap. 10. V. 12

[88] Os passageiros.

[89] Alcorão. Cap. 10. V. 22

[90] Alcorão. Cap. 7. V. 194

[91] Alcorão. Cap. 30. V. 7

[92] Alcorão. Cap. 47. V. 12

[93] Céus e terra

[94] Alcorão. Cap. 21. V. 22

[95] Alcorão. Cap. 23. V. 91

[96] Alcorão. Cap. 17. V. 42

[97] Alcorão. Cap. 21. V. 171-173.

[98] Alcorão. Cap. 42. V. 13.

[99] Alcorão. Cap. 39. V. 65-66

[100] Alcorão. Cap. 9. V. 119

[101] É proibido ao crente fazer juízo temerário dos outros.

[102] Alcorão. Cap. 49. V. 11-12

[103] Alcorão. Cap. 4. V. 36

[104] Alcorão. Cap. 7. V. 56

[105] Alcorão. Cap. 60. V. 8

[106] Alcorão. Cap. 2. V. 188

[107] Alcorão. Cap. 6. V. 151-152.

[108] Alcorão. Cap. 42. V. 11

[109] Alcorão. Cap. 9. V. 31.

[110] Alcorão. Cap. 7. V. 188.

[111] Alcorão. Cap. 72. V. 20-22.

[112] Alcorão. Cap. 24. V. 33

[113] Alcorão. Cap. 64. V. 11

[114] Alcorão. Cap. 2. V. 186

[115] Alcorão. Cap. 4. V. 110

[116] Alcorão. Cap. 7. V. 55

[117] Alcorão. Cap. 40. V. 60

[118] Alcorão. Cap. 39. V. 3

[119] Alcorão. Cap. 23. V. 71

[120] Alcorão. Cap. 20. V. 123-125

[121] Alcorão. Cap. 6. V. 162

[122] Alcorão. Cap. 2. V. 165

[123] Alcorão. Cap. 17. V. 44

[124] Alcorão. Cap. 13. V. 15

[125] Alcorão. Cap. 34. V. 12-13

[126] Alcorão. Cap. 27. V. 16

[127] Alcorão. Cap. 27. V. 17

[128] Sabá: um dos reinos do sul da península arábica. Chamado, antigamente, de Arábia Feliz. Hoje. Iêmen. Foi região prospera e portadora de avançada civilização, pela fertilidade da terra e moderação de seu clima. Foi destruída pelo rompimento da represa Marab, cujas águas arruinaram toda a região.

[129] Alcorão. Cap. 27. V. 20-26

[130] Alcorão. Cap. 21. V. 25

[131] Alcorão. Cap. 3. V. 79-80

[132] Alcorão. Cap. 7. V. 59

[133] Alcorão. 16. 36

[134] Alcorão. 6. V. 74-79

[135] Alcorão. Cap. 2. V. 133

[136] Alcorão. Cap. 12. V. 39-40

[137] Alcorão. Cap. 7. V. 138-139

[138] Alcorão. 5. V. 72

[139] Alcorão. Cap. 11. V. 50

[140] Alcorão. Cap. 71. V. 23. Tais nomes são do paganismo na época de Noé.

[141] Alcorão. Cap. 71. V. 23

[142] Alcorão. Cap. 37. V. 95-96

[143] Alcorão. Cap. 27. V. 24

[144] Alcorão. Cap. 28. V. 38

[145] Alcorão. Cap. 20. V. 88-91

[146] Alcorão. Cap. 9. V. 30

[147] Cf. Nota 645, do cap. 7. V. 85, do Alcorão, trad. Samir El Hayek. Ed. 18. 2016

[148] Al-Aikah: designação dada a árvores de porte gigantesco, ou ao bosque em que elas se encontravam. O povo do profeta Chuaib residia na vizinhança do bosque. Trad. Helmi Nasr.

[149] Alcorão. Cap. 26. V. 176-179

[150] Alcorão. Cap. 53. V. 19-23

[151] Alcorão. Cap. 16. V. 78

[152] Alcorão. Cap. 10. V. 101

[153] Alcorão. Cap. 7. V. 10

[154] Alcorão. Cap. 52. V. 35-36

[155] Alcorão. Cap. 2. V. 164

[156] Alcorão. Cap. 30. V. 20-25

[157] Alcorão. Cap. 10. V. 101

[158] Alcorão. Cap. 31. V. 10-11

[159] Alcorão. Cap. 10. V. 67

[160] Alcorão. Cap. 16. V. 66

[161] Alcorão. Cap. 15. V. 22

[162] Alcorão. Cap. 55. V. 19-21

[163] Alcorão. Cap. 13. V. 4

[164] Gênios

[165] Alcorão. Cap. 7. V. 179

[166] Alcorão. Cap. 5. V. 104

[167] Alcorão. Cap. 9. V. 31

[168] Alcorão. Cap. 6. V. 116

[169] Alcorão. Cap. 33. V. 64-68

[170] Alcorão. Cap. 28. V. 50

[171] Alcorão. Cap. 26. V. 23-29

[172] Alcorão. Cap. 10. V. 90-92

[173] Alcorão. Cap. 27. V. 14

[174] Alcorão. Cap. 9. V. 34

[175] Alcorão. Cap. 34. V. 34

[176] Alcorão. Cap. 39. V. 64

[177] Alcorão. Cap. 35. V. 28

[178] Alcorão. Cap. 7. V. 127

[179] Alcorão. Cap. 39. V. 53

[180] Alcorão. Cap. 4. V. 116

[181] Alcorão. Cap. 25. V. 23

[182] Alcorão. Cap. 98. V. 6

[183] Alcorão. Cap. 9. V. 30-31

[184] Alcorão. Cap. 46. V. 5

[185] Alcorão. Cap. 39. V. 38

[186] Alcorão. Cap. 22. V. 73

[187] Narrado por Abu Naim, al-Assiúti em sua obra (al-khasoáiss al-kobrah), citado também na obra: Biografia do Profeta, de Ibn Kathir. Porém, outros registros indicam que esta história e poema são referentes a Abu Zarri al-Ghiffari, outro companheiro do Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele.

[188] Alcorão. Cap. 7. V. 191-198

[189] Alcorão. Cap. 27. V. 59-65

[190] Alcorão. Cap. 34. V. 3

[191] Alcorão. Cap. 7. V. 194

[192] Alcorão. Cap. 17. V. 99

[193] Alcorão. Cap. 5. V. 76

[194] Alcorão. Cap. 45. V. 27

[195] Alcorão. Cap. 34. V. 22

[196] Alcorão. Cap. 6. V. 102

[197] Alcorão. Cap. 10. V. 34

[198] Alcorão. Cap. 10. V. 3

[199] Alcorão. Cap. 19. V. 93

[200] Alcorão. Cap. 29. V. 60

[201] Alcorão. Cap. 10. V. 31

[202] Alcorão. Cap. 40. V. 65

[203] Alcorão. Cap. 28. V. 88

[204] Alcorão. Cap. 9. V. 116

[205] Alcorão. Cap. 25. V. 3

[206] Alcorão. Cap. 51. V. 58

[207] Alcorão. Cap. 29. V. 17

[208] Alcorão. Cap. 27. V. 62

[209] Alcorão. Cap. 13. V. 14

[210] Alcorão. Cap. 7. V. 37

[211] Alcorão. Cap. 18. V. 52

[212] Alcorão. Cap. 10. V. 28

[213] Alcorão. Cap. 19. V. 81-82

[214] Alcorão. Cap. 37. 161-163

[215] Alcorão. Cap. 5. V. 2

[216] Alcorão. Cap. 40. V. 19

[217] Alcorão. Cap. 7. V. 199

[218] Alcorão. Cap. 17. V. 23-38

[219] Alcorão. Cap. 17. V. 53

[220] Alcorão. Cap. 5. V. 45

[221] Alcorão. Cap. 5. V. 38

[222] Alcorão. Cap. 24. V. 2

[223] Alcorão. Cap. 24. V. 24

[224] Alcorão. Cap. 2. V. 219

[225] Alcorão. Cap. 2. V. 205

[226] Alcorão. Cap. 49. 13

[227] Alcorão. Cap. 21. V. 107

[228] Alcorão. Cap. 16. V. 125

[229] Alcorão. Cap. 7. V. 29

[230] Alcorão. Cap. 60. V. 8

[231] Alcorão. Cap. 9. V. 6

[232] Alcorão. Cap. 8. V. 58

[233] Alcorão. Cap. 4. V. 58

[234] Alcorão. Cap. 5. V. 8

[235] Alcorão. Cap. 2. V. 190

[236] Alcorão. Cap.8. V. 61

[237] Alcorão. Cap. 7. V. 33

[238] Alcorão. Cap. 94. V. 5-6

[239] Alcorão. Cap. 26. V. 69-82

[240] Alcorão. Cap. 6. V. 14

[241] Alcorão. Cap. 26. V. 61

[242] Alcorão. Cap. 26. V. 60-67

[243] Alcorão. Cap. 64. V. 11

[244] Alcorão. Cap. 2. V. 216

[245] Alcorão. Cap. 20. V. 70-74:

[246] Alcorão. Cap. 40. V. 19

[247] Zakat: termo árabe que, religiosamente, significa: tributo obrigatório, sob determinadas condições e bens de um muçulmano. Porém, sua obrigatoriedade não se estende a todos. Para mais detalhes, consulte livros da jurisprudência islâmica.

[248] Alcorão. Cap. 2. V. 155-157

[249] Alcorão. Cap. 16. V. 128

[250] Alcorão. Cap. 5. V. 56

[251] Alcorão. Cap. 15. V. 42

[252] Alcorão. Cap. 65. V. 2-3

[253] Alcorão. Cap. 9. V. 72

[254] Alcorão. Cap. 57. V. 22

[255] Alcorão. Cap. 3. V. 145

[256] Alcorão. Cap. 42. V. 49-50

[257] Alcorão. Cap. 13. V. 28

[258] Alcorão. Cap. 3. V. 173-175

[259] Alcorão. Cap. 29. V. 60

[260] Alcorão. Cap. 11. V. 6

[261] Alcorão. Cap. 39. V. 53

[262] Alcorão. Cap. Cap. 10. V. 107.

[263] Alcorão. Cap. 4. V. 1

[264] Alcorão. Cap. 10. V. 19     

[265] Alcorão. Cap. 30. V.22

[266] Alcorão. Cap. 14. V. 1

[267] Alcorão. Cap. 6. V. 108

[268] Alcorão. Cap. 4. V. 82

[269] Alcorão. Cap. 8. V. 38

[270] Alcorão. Cap. 22. V. 46

[271] Alcorão. Cap. 64. V. 11

[272] Alcorão. Cap. 7. V. 146

[273] Alcorão. Cap. 33. V. 43

[274] Alcorão. Cap. 49. V. 6

[275] Alcorão. Cap. 3. V. 178

[276] Alcorão. Cap. 43. V. 33-35

[277] Alcorão. Cap. 34.v. 37

[278] Alcorão. Cap. 6. V. 94

[279] Alcorão. Cap. 29. V. 3

[280] Alcorão. Cap. 5. V. 36