Sobre o Artigo

Autor :

أمين الدين محمد إبراهيم

Data :

Tue, Aug 02 2016

Categoria :

A Moral e a Ética

ِِAnimais halaal e harám

 

Animais halaal e harám
< البرتغالية >

        
Por: Sheikh Aminuddin Mohamad

أمين الدين محمد


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مراجعة: الشيخ/ محمد إبراهيم فقير

 

 

 

 

 

 


Animais halaal e harám


            
    Todas as vidas , tanto as dos animais assim como as dos humanos pertencem a Deus. Contudo, os animais foram criados para benefício do Homem, pelo que este deve tratá-los bem. É nessa base que o Isslam diz, qual dos animais pode ser usado como alimento para os humanos e como é que a sua carne pode ser feita pura e sã (Halaal)
    O Al-Qur’án ordena à Humanidade a comer o que é lícito (Halaal) criado por Deus na terra, e a não seguirem os passos de satanás.
    A moderação é boa não se devendo comer tudo indiscriminadamente, nem abster-se de comer o que é bom e lícito, como fazem os ascéticos.
    Deus diz no Al-Qur’án, Cap. 5, Vers. 3:
“São-vos proibidos o animal morto (que morreu de morte natural), o sangue, a carne de porco, os animais que foram degolados sob a invocação de outro nome fora de Deus, os animais estrangulados até à morte, os mortos por espancamento, os mortos devido à queda ou dilacerados e mortos por chifres, os devorados (despedaçados) por um animal carnívoro, excepto os que são degolados ritualmente ainda com vida. São-vos proibidos também os animais sacrificados para os ídolos”.
    Segundo este versículo, existem dez categorias de comida que são explicitamente proibidas:
-    Os animais mortos (de morte natural). Aqui estão incluídos os mortos por estrangulamento, por embate violento, por queda de cabeça, ferido até à morte ou devorado por outro animal selvagem;
-    A carne de porco;
-    Os animais mortos em nome de outros fora de Deus.
Os animais que morrem por causas naturais são universalmente considerados como ilícitos ou impróprios para o consumo humano. Os animais podem também morrer devido a doenças ou ao comer plantas venenosas, sendo por isso impensável considerar a carne desse tipo de animais para alimentação. Essencialmente existem três tipos de animais:
-    Os que vivem na água.
-    Os que vivem na terra.
-    As aves.
Os animais terrestres são de três tipos:
1 – Os que não têm sangue (mosca, aranha, escorpião, formiga, piolho, gafanhoto, etc.). Exceptuando o gafanhoto que é Halaal, todos os outros são Harám.
2 – Os que têm sangue, mas que não é corrente (cobra, lagartixa, osga, etc.), todos eles são Harám.
3 – Os que têm sangue corrente. De entre esses, há os que o Profeta Muhammad S.A.W. mencionou ao dizer que são Harám como por exemplo o burro. Outros,  como o rato e a toupeira, que escavam a terra vivendo debaixo dela. Esses são Harám. Deste grupo exceptua-se o coelho que é Halaal.
Todos os que utilizam os dentes e as garras para caçar e devorar as suas presas, como por exemplo o leão, o urso, o leopardo, o lobo, o gato, etc., são todos Harám.
Há ainda os que mesmo sendo herbívoros como é o caso do elefante, são Harám.
Os animais que têm sangue corrente e que se alimentam de ervas e grãos, não rasgam com os seus dentes nem caçam, sejam eles domésticos ou selvagens, são Halaal.
Por exemplo, o cabrito, o camelo, o boi, o carneiro, o búfalo a gazela, etc., são Halaal.
As aves que não recorrem às suas garras para caçar ou rasgar as suas presas e alimentam-se de grãos como por exemplo, a galinha, o pato, o pombo, o peru, a avestruz, etc., são Halaal.
É Makruh (detestável) consumir da carne de animais que habitualmente se alimentam de sujidade sem que antes sejam mantidos num local fechado durante algum tempo, limitando-lhes assim o consumo de sujidade antes de serem degolados. No local de “quarentena” devem ser alimentados com produtos limpos.
O período de “quarentena” recomendável é de três dias para a galinha, quatro para o cabrito e dez para o boi e o camelo.
O consumo de sangue seja de que animal for, é Harám, pois este contém organismos causadores de várias doenças. Tais organismos circulam no sangue sem que o corpo manifeste qualquer sintoma da doença, daí que seja prejudicial consumir sangue. Igualmente, na carne que contenha muito sangue existe um perigo potencial de contracção de doenças causadas por organismos contidos no sangue. Daí que o método a usar no abate do animal para consumo humano deva permitir o dreno total do sangue nele existente.
Um dos efeitos prejudiciais no consumo de sangue e da carne rica em sangue é psicológico, pois tal pode induzir a uma psicose carnívora e por consequência a um comportamento selvagem e violento.
O consumo de sangue tem uma componente destrutiva para a natureza humana pura e sã, daí que a Bíblia também o proíba:
“Somente não comereis o sangue , derramá-lo-eis na terra, como se fosse água”. (Deuteronómio 12)
E diz: “Mas que só se guardem do que se sacrifica aos ídolos, e do sangue e do sufocado e da prostituição”. (Actos 21, Vers. 25)
A carne do porco é expressamente proibida e descrita como imunda e impura, pois o porco vive na imundície, dela se alimentando, pelo que o Isslam nos proíbe tudo o que é sujo e não higiénico.
No caso da carne suína, não é apenas o Al-qur’an que impõe a proibição no seu consumo mas também a Bíblia:
“Também o porco, porque tem unhas fendidas e a fenda das unhas divide em duas, mas não remói, este vos será imundo.
Da sua carne não comereis, nem tocareis no seu cadáver, estes vos serão imundos”. (Levítico 11, Vers. 7-8)
Para os animais que foram considerados Halaal, só podem ser consumidos se tiverem sido abatidos (degolados) de acordo com os ritos isslâmicos.