Sobre o Artigo

Autor :

أمين الدين محمد إبراهيم

Data :

Mon, Aug 08 2016

Categoria :

A Moral e a Ética

O vestuário

A L M A D I N A
 O VESTUÁRIO!
Por: Sheikh Aminuddin Mohamad

 

 

Cada Ser Humano nasce com várias necessidades básicas. De entre elas, está a necessidade de se vestir.
Mas cobrir o corpo não é apenas uma necessidade, pois também faz parte da natureza humana tapar partes do seu corpo, para que estas não estejam expostas às outras pessoas.
E a diferença básica entre o Ser Humano e os animais está no vestir, pois os animais não usam vestuário. Portanto, o objectivo principal de vestir-se, é tapar o corpo, sendo isso que Deus explica claramente no Alqur’án, Cap. 7, Vers. 26:
“Ó filhos de Adão! Nós fizemos descer, para vós, vestuário (isto é, criamos a matéria-prima e ensinamos-vos como fazer roupa) que tapa a vossa nudez e vos proporciona protecção e beleza (ao vosso corpo). Mas o vestuário da piedade, esse é o melhor de todos! (pois protege-vos de todos os males). Este (vestuário) é um dos sinais de Deus, para talvez eles meditarem”.
Portanto, o vestuário deve proporcionar cobertura ao corpo, pois de contrário não merece que se designe de vestuário.
Há pessoas que estando vestidas, ao mesmo tempo estão nuas, isso porque o seu vestuário não está a cumprir com o objectivo principal de vestir, que exige que as partes de vergonha estejam adequadamente cobertas. Há partes do corpo que têm necessariamente que estar tapadas e não expostas à vista de estranhos. Ao cobrirem-se essas partes da vergonha devem-se observar dois aspectos:
1 - O vestuário não pode ser transparente ao ponto de se conseguir descortinar o
               corpo que se pretende cobrir.
2 - As roupas devem ser suficientemente largas por forma a não revelarem os
     contornos do corpo, pois se forem demasiado apertadas ao ponto de determinadas
     partes do corpo ficarem moldadas, então é como se a pessoa estivesse nua, apesar
    de vestida.

É importante que o nosso vestuário seja limpo e dignificante. Também é importante que se observe alguma sobriedade no vestir, especialmente quando se estiver for do recinto de casa.
Não se deve usar vestuário do sexo oposto. A nova história do chamado vestuário unisexo, é mais uma artimanha dos fabricantes de roupa, que cultivam o materialismo sem limites, e a todo custo querem ganhar dinheiro, não deixando escapar ninguém.
Nas últimas décadas a moral baixou drasticamente na nossa sociedade, em todos os aspectos, particularmente no vestuário.
Muita gente, até mesmo quem tenha vivido no Ocidente há menos de um século,  sentir-se-ia agastada, envergonhada, embaraçada e espantada, se fosse confrontada com a forma como os seus netos/as se vestem hoje em dia.
Por um lado, muitas mulheres vão ao extremo de praticar uma certa forma de nudismo e imoralidade na forma como se vestem, e por outro, as gerações mais novas de jovens e mães, estão mais inclinadas em se vestir ao estilo mais ocidentalizado, distantes dos padrões de vergonha das suas mães e avós.
Muitas mulheres ficaram totalmente ocidentalizadas no seu vestuário, adoptando as famosas jeans e t-shirts. Já não usam o nosso vestuário tradicional de capulana, mukume, lenço na cabeça, etc., sendo por isso difícil distinguir pelo traje, quem é moçambicana e quem é estrangeira, perdendo-se assim a sua identidade na aparência.
As nossas praças, ruas e esquinas estão inundadas de roupas usadas, as chamadas calamidades, a preços de banana, atraindo assim qualquer pessoa a usá-las. Será que as nossas avós, e até mesmo muitas mães, aceitariam usar o tipo de vestuário que elas toleram que as suas filhas ou netas enverguem? E se essas avós e mães de repente tivessem, de um dia para o outro que adoptar o mesmo tipo de vestuário que as suas filhas e netas estão a usar, será que elas também eliminariam as sobrancelhas?
As jovens meninas de hoje já atropelaram tudo o que antes era considerado fronteiras e limites da vergonha e moralidade. Empurraram tudo isso para limites onde  suas mães e avós jamais teriam sonhado chegar.
Se isto não for travado agora, a próxima geração empurrará essas fronteiras para mais longe ainda.
Enquanto as jovens de hoje afastam-se do vestuário tradicional para o estilo mais ocidental, as filhas do amanhã usarão vestuários ainda piores. Se as saias hoje estão pelo joelho, amanhã estarão mais de dois palmos acima, pois acha-se que isso é que é o progresso.
O que não é bom para as mães e avós, também não pode ser bom para as filhas. Muitas mães vestem-se de forma modesta e decente, mas toleram que as suas filhas usem vestuários que elas próprias jamais usariam.
O Al-Qur’an diz que o melhor vestuário, é o vestuário da piedade. Isso aplica-se tanto aos homens como às mulheres. O vestuário tem um efeito psicológico subtil na pessoa que o veste.
Se a uma criança fizermos vestir o vestuário de palhaço, ela portar-se-á como um palhaço. Se lhe fizermos vestir o vestuário de polícia ou de militar, ela portar-se-á como polícia ou como militar, e irá policiar as outras crianças. Se ao nosso filho rapaz lhe fizermos vestir o vestuário de menina, ele portar-se-á como uma menina. Se lhe fizermos vestir de jogador de futebol, portar-se-á como um jogador. Portanto, está claro que o vestuário e a condição externa tem um efeito no comportamento e na conduta da pessoa.
Os homens e as mulheres devem usar o vestuário da modéstia. O Profeta Muhammad, S.A.W. disse uma ocasião: “Se estás privado de modéstia, então faça o que quiseres”. Quer dizer que, quando a pessoa perde o conceito de modéstia, deixa de se impor barreiras a si mesma, podendo facilmente envolver-se-á em todas as formas de vícios e maldades.
Hoje o nosso Mundo está de pernas para o ar. As mulheres que se vestem com modéstia são vistas como estranhas, sendo ridicularizadas, mas as que andam despidas, são vistas como normais. Entretanto, nunca antes no Mundo houve tanta roupa e uma grande diversidade de tecidos, mas mesmo assim, elas andam semi-nuas ou nuas, o que é muito irónico.
Antigamente a escravatura era física, mas hoje é mental, sem que nos  apercebamos que estamos escravizados. Até defendemos essa escravatura e sentimo-nos orgulhosos e animados com tal qualidade.