A intercessão permitida e a proibida

trata-se de um livro interressante que elucida os tipos de intercessão e as suas condições.


A intercessão permitida e a proibida
البرتغالي]-Português-portuguese]
        
Compilado por: Abdallah bin Abdul Hamid Al-athary

 

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Tradução:Faruque Juma
Revisão: Mubin Hajat

 

التوسل المشروع والممنوع

        

الشيخ عبد الله عبد الحميد الأثري

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ترجمة:فاروق جمعة
مراجعة: مبين حاجات

 


Introdução

Em nome de Allah, O Misericordioso, O Misericordiador

A intercessão Permitida e a proibida

Todo louvor pertence a Deus, Senhor dos mundos e rogamos a Ele que a paz e bênçãos Dele estejam sobre o Mensageiro Muhammad (o selo dos profetas), bem como a sua família, seus companheiros e todos aqueles que o seguirem até o Último Dia.
Ora bem: De frisar que a maioria dos sábios do ahl sunnat wal-jamat estão em unânime sobre a permissão da intercessão segundo o ponto de vista do sharia e apoiam-se a essa legitimação a partir de versículos alcorânicos e ditos (sunnat) do Profeta (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele); mas há que deixar claro aqui que alguns muçulmanos dificultou-lhes perceber o modo como deve ser feita essa intercessão, que consta no Livro (Alcorão) e na sunnat e a prática dos salafs deste ummat, que acabaram assim incorrendo na má-percepção concernente a este aspecto, e incorreram em algo que não vai em concordância com os princípios do islão e da orientação do Profeta (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) e apoiaram-se nisso com hadiths não autênticos e inventados, até mesmo chegaram ao ponto de irem além, pois passaram a interpretar os versículos que abordam sobre a intercessão com um sentido que vá em concordância com a sua má-perceção.
É sobejamente sabido que quando nós divergimo-nos no que concerne a perceção dos ditos alcorânicos e da sunnat devemos voltar a era dos salafs (sábios passados) para vermos qual foi a percepção dos virtuosos, dentre os sahabs e os tabis (os que viram os sahabs e creram no islão), pois esses estiveram próximos ao tempo em que havia a revelação e são eles que viveram num dos melhores tempos privilegiados (séculos), pelo que o Mensageiro de Deus (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) testemunhou isso sobre eles, dizendo: “os melhores dentre as pessoas são os que viveram nesta minha era, e depois deles são os que viveram na era a seguir (a esta), e finalmente os que viveram na outra era (a terceira) ” Al-bukhari.
A partir daqui fica claro que a obrigação de todo aquele que crê em Deus e no Seu Mensageiro (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) deve abster-se de seguir a lascívia, por ser este um descaminhador da senda recta (caminho de Deus), e que deve trilhar pelo mesmo caminho que seguiram os salafs virtuosos.
Deste ponto de partida gostaria de esclarecer esta questão delicada (intercessão), que há tantos discursos (contraditórios) em torno dela, e alguns vascilaram quanto a isso, como vemos os ahl- bida e os que seguem suas paixões.
Pedi ajuda a Deus, O Altíssimo, juntei aquilo que foi possível juntar dentre as provas do Livro (Alcorão) e da sunnat concernente ao tema de intercessão, pelo que rogo a Deus que me dê a sinceridade na intenção ao elaborar este pequeno manual e que me confira o sucesso de trazer opiniões certas, e Ele é o Generoso, Bondoso.

Conceito de Intercessão:  

A intercessão no seu sentido etmológico significa tudo que constitue causa para alcançar-se o objectivo, aproximação ao que se pretende e chegar ante ele segundo o que se deseja, como também tem um outro significado, que é a posição que se tem perante um Rei, o grau e a aproximação.
Quanto ao seu sentido restrito no Sharia significa: tomar algo como uma razão permitida pelo sharia a fim de aproximar-se a Deus, O Altíssimo, uma adoração que se observa para que se busque com isso o contentamento de Deus, segundo o que Ele legislou a partir do que ensinou o Seu Mensageiro (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) a fim de se conseguir um elevado grau perante Ele ou com propósito de preencher alguma necessidade, buscando algum benefício ou livrar-se de algum mal ou consiguir algo desejado na vida terrena e na Vida do Além. De frisar que a intercessão a Deus não é permitida senão aquela que se faz segundo o que  Ele legislou, pelo que a intercessão compreende três partes:
1.    O que se busca o seu contentamento ou algum beneficio a partir da intercessão, que Deus, O Altíssimo;
2.    O que busca a intercessão, que é o servo necessitado, que deseja ser atendida uma das suas necessidades;
3.    O intercessor, que é a prática que busca-se a partir dela a aproximação a Deus, usando como um meio.

De salientar que este meio para que seja benéfico, a fim de que se consiga a aproximação a Deus e que sejam atendidas as necessidades há que gozar das seguintes condições e estarem presentes no indivíduo que pede a intercessão:
*O servo que pede intercessão deverá ser um crente virtuoso e que seja a intenção da sua prática a busca do contentamento de Deus;
*A acção que se toma como intermediária deve ser uma das acções que Deus legislou aos Seus servos para que tomassem-na como intermediárias;
*A acção deve ser permitida no sharia, e que vá em concordância com a sunnat do Mensageiro (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele), que nada possa se acrescentar, tão-pouco diminuir, nem mesmo fazer-se fora do seu tempo e do seu local que foi instituido pelo sharia que fosse feita.
Fica aqui claro e sabido que a acção dos não crentes não se considera como um meio válido de intercessão, bem como a prática dos ahl-bidah não se considera um meio de aproximação a Deus, O Altíssimo.

Tipos de Intercessão:   
 
Os sábios da sunnat dividiram a intercessão em dois tipos, nomeadamente:
1.    A intercessão Permitida;
2.    A intercessão proibida.

A intercessão permitida e suas sub-divisões:

A intercessão Permitida é a busca da aproximação a Deus, a partir daquilo que Ele ama e Lhe apraz dentre as adorações obrigatórias ou facultativas sejam os dizeres ou práticas ou crenças.
Primeiro: A intercessão a Deus a partir de Seus belos Nomes e Atributos:
Este é o melhor meio de intercessão e mais benéfica para o servo e a prova disso é o dito de Deus no Seu Livro: (E de Allah são os mais belos nomes: então, invocai-O com eles...) [7:180] isto é: peçam a Deus servindo-se de intermediários os Seus belos nomes; este versículo revela que há permissão no sharia de pedir-se a Deus servindo-se de Seus belos nomes e Atributos como intermediários e que esta prática agrada a Deus e O contenta, que por essa razão o nosso querido Profeta (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) fez uso dele, que assim fica claro que nos é permissível também usar este meio pedindo a Deus como pediu o Seu Mensageiro (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele), e o mesmo fizeram os seus companheiros e os tabis e os tabi tabinas (que viram os tabis e creram no islam).
Segundo: A intercessão a partir de uma boa ação que o suplicador praticou: como é o caso do crente dizer: ó Deus pela minha crença em Ti, pelo meu amor por Ti, pelo que sigo ao Teu Mensageiro (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) e a minha crença nele, suplico que traga um alívio para mim; bem como pedir a Deus servindo-se de suas boas obras como intermediárias, buscando com isso o contentamento de Deus e suplicar-lhe mencionando-as, como a crença em Deus, a oração, o jejum, o Jihad, a recitação do Alcorão, a recordação de Deus, o pedido de bênção ao Mensageiro (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele), o istighfar, as boas acções em geral, a abstenção do ilícito e a prova deste tipo de intercessão ser permissível é o dito de Deus: (Os quais dizem: Senhor nosso! Por certo, cremos: perdoa-nos os delitos e guarda-nos do castigo do fogo) [3:16].
E da sunnat encontramos a seguinte prova: a história dos habitantes da caverna, de povos passados que habitaram pela face da terra antes de nós, este era um grupo de três pessoas que abrigaram-se a uma cave (enquanto chovia), onde uma pedra moveu-se dum lugar fechando a saída da cave, pelo que cada um deles suplicou a Deus servindo-se de sua boa obra como intermediária, e Deus trouxe-lhes o alívio e tirou-lhes da aflição que se encontravam (o hadith foi narrado por Al-Bukhari e Muslim)
Terceiro: a intercessão a partir das súplicas dos virtuosos:
Como é o caso do crente encontrar-se em apuros e saber que ele é uma pessoa não muito íntegra e que por vezes vacila (incorrendo no pecado), que acaba desejando optar por um meio forte a fim de conseguir o que pretende de Deus, que vai até a um homem virtuoso, que conhece-o pelo seu temor a Deus e conhecimento do Livro e da sunnat, pedindo a este virtuoso súplica a Deus por ele, para que consiga um alívio do seu aperto (em que se encontra) e que faça desaparecer a sua angústia.
De salientar que este tipo de intercessão é permissível no sharia e há provas que apoiam esta ideia e que o sharia incentiva a sua prática e dentre as provas, O Altíssimo diz: (dizem: “Senhor nosso! Perdoa-nos e aos nossos irmãos, que se nos anteciparam, na Fé) [59:10] e consta no dito do Mensageiro (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele): “ a súplica de um crente para o seu irmão, na ausência é aceite...” relatado por Muslim; igualmente serve como prova o que consta a partir de Anass (que Deus esteja satisfeito com ele) disse: Omar bin Al-khatab (que Deus esteja satisfeito com ele) tinha o hábito quando passassem por uma seca (em Medina), pedia chuva a Deus por intermédio do Abass bin Abdul Mutalib, e dizia: ó Deus na verdade nós pediamos-Te com intermédio do nosso Profeta (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) e que fazias cair a chuva para nós, e neste momento suplicamos-Te servindo-se de intermediário o tio do nosso Profeta, então dê-nos a chuva; Anass diz: e caia a chuva. Relatado por Al-bukhari. E o sentido do dito do Omar é: nós íamos ter com o nosso (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele), e pedíamos que suplica-se para nós a fim de cair a chuva, e buscavamos a aproximação a Deus a partir da prece dele, e neste momento que ele perdeu a vida (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele), não é possível mais pedi-lo que suplique para nós, pelo que nós vamos ter com o tio do nosso profeta, Abass (que Deus esteja satisfeito com ele) a fim de pedirmos que faça a súplica para nós.
Aquelas são as três subdivisões da intercessão cujas são permitidas, pois o resto dos tipos de intercessão nada consta dentre as provas à respeito deles; aquelas três subdivisões da intercessão supracitadas têm sentenças diferentes, entre as quais existe uma que é obrigatória, como a intercessão a partir dos belos Nomes e Atributos de Deus, da crença e do monoteísmo, e outra tem a sentença de ser recomendável, como a intercessão a partir das boas acções ou preces dos virtuosos; por essa razão fica assim claro que os muçulmanos devem pedir a Deus nas adversidades servindo-se de meios considerados pelo sharia como intermediários, e que abstenha-se da inovação (bidah) e pecados, pelo temor a Deus e por Sua obediência.
A intercessão proibida e suas sub-divisões:
A intercessão proibida é aquela que se busca a aproximação a Deus com algo que Ele não gosta, tão-pouco Lhe apraz, sejam dizeres, práticas ou mesmo as crenças.
De salientar que este tipo de intercessão levou muitos que a fazem à distraição da intercessão permitida pelo sharia, que Deus tomou-a como recomendável, que as tais pessoas distaram-se tanto dela e que foram privadas dela por razões de se ocuparem tanto com esta intercessão proibida adquirindo apenas a má-aventurança no seu esforço.
Neste presente momento gostaria de mencionar aqui alguns tipos (sub-divisões) da intercessão proibida, como um gesto de conselho aos muçulmanos e fazer-lhes chegar a mensagem do islam para que possam conhece-la.
Primeiro: pedir a Deus (intercessão) por meio de respeito das pessoas ou seus prestígios ou pela honra delas (superioridade): este é um dos tipos de intercessão inovada (na religião), que é pedir a Deus por meio da honra de alguém dentre suas criaturas, como o dito: “Allahuma inni ass’aluka bi-jahi nabiyika au bijahi abdika fulano” (ó Deus eu suplico-Te por meio da honra do Teu Profeta ou honra do Teu servo fulano), ou mesmo suplicar a Deus por meio do respeito do Seu Profeta ou pelo respeito de um dos Seus servos, e este tipo de intercessão não é reconhecida pelo Islão, e não consta no Livro de Deus, pelo que Ele diz: [De nada descuidamo-nos (de mencionar) no Livro] [6:38] nem mesmo algo consta na sunnat do Profeta (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele), pois Abu Hurairat (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele), disse: “O Mensageiro de Deus (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) ensinou-nos até as etiquetas de atendermos as necessidades (maior e menor) ” relatado por Muslim.
Decerto pedir a Deus servindo-se de Seus Nomes e Atributos como intermediários consta da prática dos companheiros do Mensageiro (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) e trata-se de uma prática que o islão orientou às pessoas a praticarem-no.
Efectivamente importa frisar que este tipo de intercessão inovada (na religião) pode conduzir o indivíduo ao shirk maior, e isso acontecerá se a pessoa tiver a crença que Deus precisa de um intermediário, da mesma maneira que acontece com um rei e dirigente, pois nesta questão estará a fazer uma semelhança dO Criador com a criatura, e Deus não se pode assemelhar a nada, pois para Ele contentar-se com alguém não precisa de intermediários, tão-pouco para se enfurecer com alguém não há necessidade nenhuma que haja intermediários.
Saiba também ó caro leitor que mesmo que uma certa criatura goze de que nível de superioridade, seja ela um anjo ou um profeta ou um mensageiro, não é permissível fazer uma comparação (de semelhança) dela com Deus, pois a criatura precisa do Criador, enquanto Deus, O Criador, O Único não precisa de ninguém, nem mesmo de um intermediário, pelo que Ele diz no Seu Livro: (E eles adoram, além de Deus, o que não possui, para eles, sustento algum, nem dos céus nem da terra, e nada podem. Então, não engendreis semelhantes a Allah; por certo, Allah sabe, enquanto vós não sabeis) [16: 73-74].
Depois de ter falecido o Mensageiro de Deus (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) os sahabs (companheiros do Mensageiro) iam ter com seu tio Abass, a fim de suplicar a favor deles, e não se pode perceber que eles diziam nas suas preces: ó Deus suplicamos-Te pela honra do Teu Mensageiro (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele), dê-nos a chuva, e que depois tornaram-se dizendo (depois do Mensageiro falecer): ó Deus suplicamos-Te pela honra de Abass, faça cair chuva para nós, pela razão de que eles (os sahabs) não aprenderam este tipo de prece (intercessão) inovada do Mensageiro de Deus (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele), pois ela não tem base nenhuma no Livro de Deus, que por essa razão não o fizeram, portanto se ela fosse permissível (no sharia), depois da sua morte (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele), seria pela honra do (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele); de frisar aqui que este tipo de intercessão assemelha-se ao politeísmo que era feito pelos politeístas na cidade de Meca, e Deus diz ao respeito do que diziam (Não os adoramos senão para que eles nos aproximem bem perto de Allah) [39:3]
Saiba ó caro leitor, que Deus tenha misericórdia consigo, se houver a intercessão por meio de uma criatura ou pela honra desta, quão elevado seja o seu grau, havendo nisso a crença que tal criatura tem o poder de beneficiar ou protege-lhe de algum mal, que assim chega a considerar-se de shirk maior, que invalida religiosidade, pelo que pedimos refúgio a Deus em incorrer nisto.
Segundo: suplicar, fazer promessas de sacrifício (nazr) e pedir socorro aos defuntos e virtuosos:
A questão de pedir aos virtuosos, a intercessão por meio de suas honras e a promessa de fazer sacrários (nazr) para eles enquanto mortos não faz parte das recomendações do islão, mas sim considera-se esta prática de um shirk maior, que invalida a religiosidade da pessoa e a sua crença em único Deus (tauhid).
Observe o dito de alguns que fazem aquela prática: ó meu senhor fulano, ó meu lider (religioso) fulano...ajuda-me e seja para mim isto... e peça a Deus para mim aquilo ou eu estou na tua proteção e eu sou confio em ti e a Deus; contudo todas estas expressões são consideradas de shirk, bem como as promessas de fazer sacrifícios para os defuntos não é o meio de intercessão permitida no sharia, como o dito de alguns: ó meu líder (religioso) fulano se Deus conceder-me isto, eu sacrificarei aquilo para ti, ó meu líder fulano eu ofereço (em sacrifício) isto para ti ou se eu conseguir tal coisa, irei fazer uma oferenda a ti disto... e todas estas promessas (de sacrifícios) consideram-se feitas para além de Deus, e uma adoração destinada a outra divindade e o islão proíbe tudo isso.
Deus diz: (E eles destinam a Allah porção das messes e dos rebanhos, Ele fez existir, e dizem “isso é para Allah”, segundo sua pretenção, “ e aquilo é para nossos ídolos.”Então, o que é para seus ídolos jamais chegará a Allah, e o que é para Allah chegará a seus ídolos; que vil o que julgam!) [6:136].
De salientar que não é orientação do Profeta (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) e dos seus companheiros e dos tabis, pedir a divindades além de Allah, suplica-las ou edificar algo sobre a campa de seus defuntos ou acender velas nas suas campas, e por ai fora e, bem como dentre outras práticas que alguns ignorantes fazem nos dias de hoje, porque os companheiros do Mensageiro e os tabis tinham a crença que a súplica deve ser destinada apenas a Deus, segundo o que depreende-se do dito de Deus: (E quando meus servos te perguntarem, por Mim, por certo, estou próximo, atendo a súplica do suplicante, quando Me suplica; que eles Me atendam, então, e creiam em Mim, na esperança de serem assisados) [2:186], e o seu imam dos monoteístas, o Mensageiro Muhammad (Que a paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele), ensinou-lhes que: “a súplica é a adoração” relatado por A-Tirmizy.
Decerto é inconcebível que algumas pessoas destinem as suas súplicas a divindades além de Deus, pois ela (adoração) somente deve ser destinada a este ser Poderoso, O Altíssimo.
Saiba ó caro leitor que todas práticas que não vão em concordância com os requisitos da palavra do monoteísmo (la ilaha ila Allah), pela qual foram enviados Profetas e Mensageiros, significa a rejeição de outras divindades que se adoram além de Deus; é necessário também confirmar a adoração somente para Deus e ter-se a crença que não tem parceiros, pois os Profetas e Mensageiros esclareceram que Deus não aceita as acções (obras), senão aquelas que são benignas e que estejam em concordância com as orientações do sharia.
Deus perdoa todo o pecado do indivíduo (se ele quiser), excepto o shirk (se chegar-lhe a morte enquanto o pratica), porque Deus diz no Alcorão: (Por certo, Allah não perdoa que lhe associem outra divindade, e perdoa tudo o que for, afora isso, a quem quer. E quem a associa a Allah, com feito, forjará formidável mentira) [4:48].
Terceiro: Degolar um animal destinando esse sacrifício aos defuntos, e a permanência (em gesto de adoração) em volta de seus sepulcros:
Algo que alguns muçulmanos ignorantes (em matéria do sharia) têm feito e que já são conhecidos por essas práticas, que são os sacrifícios de animais em frente das campas dos virtuosos, e sobre alguns templos que edificaram em tempos específicos, onde levam alguns doentes a fim de ali e permanecerem passando a noite lá, buscando com isso a intercessão de tais defuntos para a cura de seus doentes, por onde invocam-lhes e pedem aos tais defuntos para que os mesmos lhes intercedam (pedem socorro) ou peçam a Deus por eles, todavia isto considera-se de inovação descaminhadora, que Deus não legislou, mas sim é uma prática dentre as práticas que havia na era da ignorância (tempo antes do ressurgimento do islão) e um tipo de shirk na sua adoração.
Sabe-se muito bem que Deus proibiu aquele tipo de shirk e diz: (E adorai a Allah, e nada Lhe associeis) [4:36] e diz também numa outra passagem: (Então não façais semelhantes a Allah, enquanto sabeis) [2:22] e aquele que pressiste na prática desta falsidade e aquela que consente têm a mesma sentença, que é de incorrerem no shirk (associar a Deus divindade).
E te espantarás prezado irmão quando vires muitos desses ignorantes, que alegam serem muçulmanos apegando-se a esses tipos de intercessões inovados, e não dando importância as intercessões orientadas pelo sharia, que nem chegam a fazer uso destas, apesar de serem estas que constam no Livro de Deus e na sunnat e no consenso do sábios deste ummat, e observarás que eles inclinam-se mais para as preces que eles mesmos inventaram, e intercessões inovadas por eles, cujos mesmos Deus não os legislou, tão-pouco o Mensageiro (que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre ele) não fez uso deles, nem consta nada sobre isso que os salafs praticaram.
Prezados irmãos: não somos nós os únicos a censurar esta prática de intercessão inovada, mas sim esta é a origem na religião, e aquilo que vier de inovação considera-se de proibido, e essa era a doutrina dos sahabs e dos tabis e dos quatro imams e quem os seguiu.
A razão que levou alguns muçulmanos a se descaminharem ao respeito do assunto em causa:
*Primeira razão: a maior das razões que levou um número significante de muçulmanos a se descaminhar na questão da intercessão proibida é a imitação, que significa seguir o dito de alguém que não tenha prova nenhuma, e isto é proibido no sharia, e o imitador (muqalid) é aquele que segue os ditos de um único sábio, e não segue os ditos de outro sábio, mesmo que haja provas do Livro e da sunnat que sustentam os ditos do outro sábio, ele apega-se ao primeiro. Deus, O Altíssimo, censura esta prática e proibe em muitos versículos, Ele diz: (E quando se lhes diz: “segui o que Allah fez descer” dizem: “Não, mas seguimos aquilo em que encontramos nossos pais”. E ainda que seus pais nada razoassem nem se guiassem? [2:170] e os sábios dentre os salafs e grandes imams (mujtahidins) proibem esse tipo de imitação, pois é uma das razões da discordância e divisionismo no seio dos muçulmanos, e o recomendável é seguir e voltar para o Livro de Deus e sunnat de Seu Mensageiro em caso de contraditórias, e é por essa razão que não vemos os sahabs a imitarem um deles especificamente em todas as questões (mas’alas), bem como os quatro imams (que Deus tenha misericordia com eles) não se apegaram as suas opiniões (sem aceitar as dos outros), mas sim por vezes deixavam de seguir as suas opiniões ao chegar-lhes um hadith do Profeta que não sabiam, e proibiam aos demais a imita-los sem que conheçam as provas que eles apoiam-se a elas, e estes (imams) tinham percebido o sentido do dito do Misericordioso: (Segui o que é descido para vós, de vosso Senhor, e não sigais, em vez dEle, outros protectores. Quão pouco meditais) [7:3].
Segunda razão: a questão desses muçulmanos tomarem certas provas do Alcorão e da sunnat e deixarem outras, e que por vezes as provas que se apoiam a ela não tem o sentido que eles interpretam, tão-pouco sustenta a opinião deles, mas o que realmente acontece é que essas pessoas não perceberam o tafsir (interpretação) certa de tais versículos e dos hadiths ou mesmo interpretam duma forma longe da verdade, e eis um exemplo aqui para elucidar, o dito de Deus: (Ó vós que credes! Temei a Allah e buscai os meios de chegar a Ele.) [5:35] e o sentido da palavra (wasilat) no versículo significa aproximar-se a Deus a partir da obediência e praticar algo que agrada-Lhe, e concernente a esta interpretação não há discordância entre os exegetas, mas quanto a apoiar-se a este versículo que é permitido o pedido de socorro de uma divindade além de Deus, isto considera-se uma deturpação do sentido real das palavras de Deus.
E dentre os hadiths que esses muçulmanos perceberam duma forma não saudável é o hadith de Omar, que mencionamos anteriormente, que ele pedia ao tio do Profeta, Abass neste caso que fizesse a prece para eles, e estas pessoas perceberam que Omar fazia as preces servindo-se do Abass como intermediário, pela sua linhagem com o Mensageiro (que a paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele), e nós da-mos a seguinte resposta a essas pessoas: e qual foi a posição de Yazid bin Al-asuad, quando Muhawiya e os muçulmanos informaram-no que queriam a chuva, ele fez a prece para eles, e Deus aceitou a sua prece e fez cair a chuva, como também lembramos-lhes o hadith do cego que veio ante ao Mensageiro e disse: peça a Allah que me cure, e o Mensageiro (que a paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele) disse: “Se quiseres farei a prece para ti...e se quiseres pacientarás, e é o melhor para ti” e ele disse: peça a Deus que me cure, e o Profeta ordenou-o que fizesse ablução e devidamente e disse-se o seguinte na sua súplica: ó Deus dirijo-me a Ti a partir do Teu Profeta, o Profeta da misericordia, ó Muhammad eu te peço que implore a Deus para mim na minha necessidade para que seja atendida, ó Deus aceite a prece de Muhammad para mim, e tornou-se a ver quando regressou a sua casa; depreende-se desse hadith que ele pediu que o Mensageiro de Deus (que a paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele) fizesse a prece para ele.
*Terceira razão: esses muçulmanos que fazem a intercessão proibida fazem uso de hadiths não-autêntico e outros inventados, que não têm nenhuma origem na religião, até que por vezes esses hadiths contradizem a origem da religião, e vamos aqui fazer a menção de apenas alguns e não todos:
- “Façam intercessão por meio da minha honra, pois a minha perante Allah é elevadissima”
-Quando Adão cometeu o pecado (de comer a fruta) disse: ó Deus suplico-Te pela honra de Muhammad que perdoe-me, e Deus perguntou: ó Adão, e como conheceste Muhammad enquanto ainda não o criei? Adão respondeu: Quando criaste-me com as Tuas próprias mãos e sopraste a alma em mim, levantei a minha cabeça e vi escrito nos pilares do trono (Arshi): (la Ilaha ila Allah Muhammad Rasulullah) que soube que não ligaste ao Teu nome senão a criatura que mais gostas. Então Deus disse: “perdoo-te, e se não fosse por Muhammad não teria criado a ti” o Imam Azhaby diz no livro “Al-mizan”: é uma notícia inventada e falsa.
-Quem sair de sua casa com propósito de observar a oração (em congregação na mesquita) e dizer: ó Deus suplico-Te pelo respeito dos que te suplicam, e suplico-Te pelo respeito da minha caminhada) hadith não autêntico, assim foi classificado pelo Sheik Ibn Taimiya e Azahaby.
Por último: de salientar que a obrigação de cada servo monoteista é abster-se dos tipos de intercessões proibidas, pela questão de incorrer-se no shirk maior ou menor ou inovação proibida para quem pratica tais intercessões, bem como considera-se uma transgressão nas preces, que é propenso a pessoa não ser aceite a sua prece, pois Deus não aceita senão o que está em conformidade com o sharia, como também é importante que o monoteista preocupe-se em fazer as preces que consta no Livro (Alcorão) e na sunnat, por serem estas propensas a serem aceites, e por haver no uso delas uma recompenssa.
Ó Deus suplicamos-Te e aproximamo-nos a Ti pelos Teus nomes e atributos, e pela nossa crença em Ti, pelo nosso amor para com o Teu Profeta, o Profeta da misericordia, pelo nosso trilhar pelo caminho da sunnat dele (que a paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele), pelas nossas boas obras que fizemo-las com intuito da busca do Teu contentamento, pedimos que coloque-nos no grupo dos Teus servos monoteístas, que praticam as boas obras no Teu caminho e convidam os demais para o mesmo, torne-nos firmes e ajude-nos contra os nossos inimigos, e Tú és O Oniouvinte que atende as preces, e rogamos-Te que  a paz e Tua bênção estejam com o nosso Profeta Muhammad, juntamente com a sua familia, seus companheiros e todo aquele que segui-los até o Último Dia.