Über den Artikel

Autor :

عائشة ستاسي

Datum :

Tue, Dec 16 2014

Kategorie :

Biographies & Scholars

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Abd Allah Ibn Salam-----

Abd Allah Ibn Salam

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(parte 1 de 2): O que há em um nome?

 

 

      Em 622EC o profeta Muhammad, que Deus o exalte, e a maioria da comunidade muçulmana migraram de Meca para Medina.  Na época Medina era conhecida como Yathrib.  Era mais uma série de fortalezas e fortificações nas quais várias facções políticas estavam unidas por alianças tênues do que uma cidade.  Medina era governada por duas grandes tribos árabes, os Khazraj e Aws. 

Um grupo de líderes influentes convidaram o profeta Muhammad e seus seguidores para Medina. Quando o profeta Muhammad chegou lá, vários dos clãs judeus ficaram incomodados, para dizer o mínimo.  Nesses primeiros anos problemáticos o profeta estabeleceu o primeiro estado islâmico.  Durante essa época alguns indivíduos medinenses judeus aceitaram o Islã, o mais famoso dos quais foi Abdullah Ibn Salam, um estudioso religioso e rabino bem respeitado e querido.

Husain Ibn Salam, como era conhecido na época, era um homem religioso, dedicado ao estudo e à contemplação.  Também trabalhava em seu pequeno pomar/plantação de tâmaras, mas organizava seu tempo de tal forma que seu estudo religioso e devoção sempre tinham precedência.  Estudou o Torá em detalhes, embora registros históricos pareçam indicar que o estudo do Talmude desempenhou um papel pequeno no Judaísmo na Península Arábica na época.  De qualquer maneira, por causa de seu estudo Husain estava ciente dos versos no Torá mencionando um profeta que completaria a mensagem de todos os profetas anteriores.  Quando ouviu os relatos de um homem em Meca que reivindicava ser esse profeta, o mensageiro de Deus, ficou imediatamente interessado.

Nas tradições autênticas e na tradução das palavras do próprio Husain /Abdullah, encontramos a passagem a seguir: “Quando ouvi sobre o aparecimento do mensageiro de Deus, comecei a fazer perguntas sobre seu nome, genealogia, características, sua época e lugar e comecei a comparar essas informações com o que estava contido em nossos livros. A partir dessas perguntas me convenci sobre a autenticidade de sua missão profética e afirmei a verdade de sua missão.”

Por algum tempo, possivelmente anos, Husain Ibn Salam continuou a estudar sua escritura e a ouvir as notícias sobre o profeta Muhammad.  Então, em 622 EC, mensageiros correram para as ruas de Medina anunciando que o mensageiro de Deus estava em Quba, a uma pequena distância de Medina.  As histórias relatam que Husain estava em sua plantação de tâmaras, no alto de uma tamareira.  Quando ouviu as notícias ele gritou Allahu Akbar - Deus é grande.  Sua tia mais velha pode ouvir a excitação na voz dele e argumentou declarando que ele não estaria mais excitado se o próprio Moisés estivesse prestes a entrar na cidade.

Essas palavras estavam corretas porque Husain Ibn Abdullah era de opinião que Muhammad era o irmão de Moisés, uma vez que ambos eram profetas.  Sem hesitação Husain se juntou às multidões correndo para as ruas, esperando encontrar e saudar o profeta Muhammad.  Husain relata que avançou entre a multidão esperando ficar próximo do homem pelo qual tinha estado esperando.  As primeiras palavras que Husain ouviu dos lábios do profeta Muhammad foram “Ó povo! Espalhe a paz... compartilhe a comida... ore durante a noite enquanto outros dormem... e entrarão no paraíso em paz...” [1]

Husain olhou nos olhos do profeta de Deus, escrutinou seu rosto e disse com certeza completa: “Não há divindade merecedora de adoração exceto Allah e Muhammad é o mensageiro de Allah”.  Ao ouvir as palavras que saíram tão espontaneamente dos lábios do homem, o profeta se voltou para ele e perguntou com voz gentil, mas forte: “Qual o seu nome?” Husain respondeu: “Husain Ibn Salam”.  “Desse dia em diante”, disse o profeta Muhammad, “será conhecido como Abdullah Ibn Salam”. 

 


Notas de rodapé:

[1] At-Tirmidi & Ibn Majah

(parte 2 de 2): Um homem entre as pessoas do paraíso

Na nova cidade de Medina as relações entre todas as filiações políticas eram tensas.  A composição da sociedade era mantida pelas alianças tribais e políticas e qualquer mudança ameaçava afundar a área no caos.  O advento do Islã era uma dessas mudanças.  O profeta Muhammad e seus seguidores foram convidados a se relocarem para Yathrib (agora conhecida como Medina) com o profeta Muhammad, que Deus o exalte, assumindo a liderança da área circunvizinha.  As habilidades diplomáticas e lealdade do profeta eram bem conhecidas e admiradas. Entretanto, alguns grupos, particularmente alguns grupos judaicos, não queriam qualquer mudança a suas tênues, mas ainda assim lucrativas, alianças.  Assim era o cenário político de Medina e nessa mistura surgiu Abdullah Ibn Salam.

Na parte 1 aprendemos que Husain Ibn Salam era um sábio judeu bem respeitado e que desfrutava da confiança de sua comunidade.  Por causa de seus estudos Ibn Salam estava convencido que o profeta Muhammad era o profeta predito no Torá.  Quando o profeta Muhammad chegou a Medina, Ibn Salam correu para a sua presença e declarou sua crença nos ensinamentos do Islã e na missão profética de Muhammad.   O profeta Muhammad mudou o nome de Ibn Salam de Husain para Abdullah (o servo de Deus).

Abdullah Ibn Salam estava excitado de estar na companhia do profeta Muhammad.  Passou tanto tempo quanto possível com ele fazendo perguntas, conversando sobre o Islã e o Judaísmo e desfrutando da companhia do homem que o Torá havia predito tanto tempo atrás.  Abdullah Ibn Salam queria muito que seu povo aceitasse o Islã como sua religião e Muhammad como seu profeta. Entretanto, temia como reagiriam se os informasse de sua conversão.  Ibn Salam era conhecido entre os judeus como um homem virtuoso e bem educado e discutiu seu problema com o profeta Muhammad. Concordaram a respeito de um plano.

Um dia, quando estava na companhia dos respeitados anciãos judeus de Medina, o profeta Muhammad perguntou-lhes suas opiniões sobre o caráter de Ibn Salam.  Responderam: “Ele é o melhor dentre nós, o filho do melhor entre nós, o que tem mais conhecimento e o filho do que tem mais conhecimento” [1] e o profeta Muhammad continuou a questioná-los e a perguntar suas opiniões se Ibn Salam aprendesse e aceitasse o Islã.  Os judeus reagiram com horror.  Ele jamais faria isso, clamaram!  Nesse momento Ibn Salam entrou e declarou sua conversão ao Islã.  Os judeus reagiram com raiva, mas Ibn Salam sabia que os livros revelados judaicos tinham previsto a vinda do profeta Muhammad. 

Embora as alianças fossem tênues, todas as facções políticas em Medina, pelo menos no início, aceitaram a liderança do profeta Muhammad.  Até levavam questões da lei religiosa para ele.  Em uma ocasião quando um grupo de judeus solicitou que o profeta Muhammad emitisse uma sentença sobre um casal adúltero, ele imediatamente perguntou qual era a regra de acordo com o Torá.  Eles responderam: “Divulgamos seu erro e os chicoteamos.”

 Ibn Salam sabia que a punição correta era apedrejamento e insistiu que o próprio Torá fosse usado para confirmar suas palavras.  Foi trazida uma cópia do Torá e descobrimos que havia sido dada uma resposta incorreta para deliberadamente enganar o profeta.  Abdullah Ibn Salam apontou as passagens corretas que estavam habilmente ocultas sob a mão do homem judeu segurando o pergaminho.  A punição no Torá era apedrejamento, Ibn Salaam leu as passagens corretas e o profeta Muhammad ordenou que a regra fosse mantida.

Abdullah Ibn Salam amava estar na companhia do profeta Muhammad.  Passava tanto tempo quanto possível com ele e ficava contente com suas conversas e companhia.  Era devotado ao Alcorão e estava frequentemente na mesquita orando, aprendendo e ensinando.  Era conhecido entre os muçulmanos como um professor eficiente e dedicado e seus círculos de estudos eram populares e muito frequentados.  Abdullah Ibn Salam também era conhecido entre os muçulmanos de Medina como um homem destinado ao Paraíso.  Entre as tradições autênticas do profeta Muhammad existe uma história que explica exatamente por que Abdullah Ibn Salam era considerado uma das pessoas do Paraíso.

Qays bin `Abbad disse: “Estava na mesquita quando veio orar um homem cuja face mostrava sinais de humildade. As pessoas disseram: “Esse é um homem entre as pessoas do paraíso”.  Quando ele partiu, o segui e falei com ele.  Disse a ele: “Quando você entrou na mesquita as pessoas disseram que é uma das pessoas do Paraíso.” Ele respondeu: “Todos os louvores são para Allah! Ninguém deve dizer o que desconhece.  Contarei por que eles dizem isso.  Tive um sonho durante a época do mensageiro de Deus e o narrei a ele. Vi que estava em um jardim verde (e descreveu as plantas e a vastidão do jardim) e havia um poste de ferro no meio do jardim afixado na terra e seu topo alcançava o céu.  Em sua ponta havia uma alça e me disseram para subir no poste.  Eu disse: “Não posso”. Então um ajudante veio e levantou minha túnica e me disse: “Suba”. Subi até que segurei a alça e ele me disse: “Segure na alça.” Acordei daquele sonho com a alça em minha mão.  Fui até o mensageiro de Deus e lhe contei sobre o sonho e ele disse: “O jardim representa o Islã, o poste, representa o pilar do Islã e a alça representa o apoio mais confiável. Você permanecerá muçulmano até morrer.” [2]

 


Notas de rodapé:

[1] Saheeh Al-Bukhari

[2] Imam Ahmad