Bondade com os Pais

Bondade com os Pais

(parte 1 de 3): Dever e Devoção

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Se você digitar as palavras “bondade com os pais” no Google, seis dos primeiros dez resultados são artigos islâmicos enfatizando a importância de ser respeitoso e bom com os pais.  Por quê?  O Islã é uma religião que enfatiza as qualidades da misericórdia, tolerância e respeito.  Deus ordenou o bom tratamento aos pais e nos alertou contra tratá-los com desrespeito.  Existem vários versículos no Alcorão nos quais a bondade com os pais é até associada com o aspecto mais importante do Islã, adorar somente a Deus.  Isso indica que ser bom com os pais, honrá-los e respeitá-los, é extremamente importante no estilo de vida que é o Islã.

“O decreto de teu Senhor é que não adoreis senão a Ele; que sejais indulgentes com vossos pais, mesmo que a velhice alcance um deles ou ambos, em vossa companhia; não os reproveis, nem os rejeiteis; outrossim, dirigi-lhes palavras honrosas.” (Alcorão 17:23)

Nenhuma palavra de desrespeito deve ser pronunciada em relação a pai ou mãe, nem mesmo um olhar de ressentimento ou desprezo.  Honrar os pais pode ser considerado uma forma de adoração se a intenção for agradar a Deus Todo-Poderoso ao respeitar Seus comandos.

Deus continua esse versículo nos lembrando que os pais merecem bondade porque criam seus filhos com gentileza e em geral fazem grandes sacrifícios pelo seu bem-estar.  Seu uso da palavra asa evoca a imagem de uma mãe pássaro que abriga com ternura seus filhotes e traz à mente a gentileza que os pais têm por seus filhos.

“E estende sobre eles a asa da humildade, e dize: Ó Senhor meu, tem misericórdia de ambos, como eles tiveram misericórdia de mim, criando-me desde pequenino!” (Alcorão 17:24)

O amor e misericórdia que emanam do Deus Misericordioso se manifesta no tratamento bondoso que existe entre pais e seus filhos.  Deus proíbe claramente o mau tratamento de pais e em outro versículo do Alcorão Ele nos prescreve a necessidade de demonstrar gratidão a Ele, nosso Criador, e também aos nossos pais.  Mais uma vez, Deus claramente vincula os direitos devidos a Ele aos direitos devidos aos pais.

“E recomendamos ao homem benevolência para com os seus pais. Sua mãe o suporta, entre dores e dores, e sua desmama é aos dois anos. (E lhe dizemos): Agradece a Mim e aos teus pais, porque o retorno será a Mim.” (Alcorão 31:14)

O Profeta Muhammad reforçou o dever de ser bom com os pais.  Um companheiro do Profeta uma vez perguntou a ele qual, dentre os muitos bons atos que um homem pode fazer, é o mais amado por Deus.  O Profeta Muhammad respondeu dizendo: “Oferecer a oração em seu horário apropriado.” O companheiro então perguntou: “E depois disso?” ao que o Profeta Muhammad respondeu: “Ser bom e respeitoso com os pais...” [1]  A responsabilidade de ser gentil e bom com os pais vem logo depois do maior dever no Islã, a oração.

Mais que Bondade

A palavra árabe que é usada no Alcorão e as narrações do Profeta Muhammad classificam gentileza com os pais como bir, que frequentemente é traduzida como bondade.   Entretanto, como é o caso com a maioria das palavras árabes, uma tradução direta para o inglês geralmente falha ao explicar o significado verdadeiro e profundo. Bir não significa apenas bondade; contém nuances de significado que indicam gentileza, compaixão, respeito e até paciência.  O Islã, o modo de vida, abrange todas essas qualidades, e os muçulmanos devem se empenhar para modelarem esse comportamento em todas as relações, particularmente no relacionamento entre pais e filhos.

Os pais educam e se importam com seus filhos a vida inteira, mas em determinado ponto esse dever se reverte, os pais ficam velhos e frágeis e passam a precisar desse cuidado e preocupação.  O filho é obrigado a se importar com os pais exibindo todas as qualidades de bir, sabendo que a recompensa para isso está com Deus.  O Profeta Muhammad disse: “Se alguém possuir essas três características Deus dará uma morte tranquila e levará para Seu Paraíso: gentileza com os fracos, afeição com os pais e bondade com os servos.” [2]

Devoção de um Homem

Abu Hurairah era um companheiro próximo do Profeta Muhammad; ele tem o crédito de lembrar e transmitir muitos dos ditos do Profeta.  A vida de Abu Hurairah também contém muitas demonstrações de amor e devoção à sua mãe.  Quando ele abraçou o Islã nada podia convencer sua mãe de fazer o mesmo.  Chorando e com medo Abu Hurairah se aproximou do Profeta e implorou a ele para suplicar a Deus pedindo que sua mãe fosse guiada.  O Profeta Muhammad atendeu seu pedido e dentro de um período muito curto de tempo a mãe de Abu Hurairah proferiu as palavras: “Não existe divindade exceto Deus e Muhammad é Seu servo e Mensageiro”, abraçando o Islã.

Ao longo de sua vida Abu Hurairah permaneceu gentil e cortês com sua mãe.  Toda vez que ele queria sair de casa, ficava de pé na porta do quarto dela e dizia: “Que a paz, a misericórdia e as bênçãos de Deus estejam com você, mãe.” Ela respondia: “E sobre você a paz, a misericórdia e as bênçãos de Deus, meu filho.” Ele também dizia: “Que Deus tenha misericórdia de ti por ter cuidado de mim quando eu era pequeno”, ao que ela respondia: “Que Deus tenha misericórdia de ti por ter me livrado do erro em minha velhice.”

Abu Hurairah sempre encorajava outras pessoas a serem gentis e boas com seus pais.  Um dia ele viu dois homens caminhando juntos e perguntou ao mais jovem: “O que esse homem é para você?”, ao que o jovem respondeu: “Ele é meu pai”.  Abu Hurairah o aconselhou dizendo: “Não o chame pelo nome, não caminhe na frente dele e não se sente antes dele”.

Essa gentileza e afeição entre Abu Hurairah e sua mãe nos ensina que respeito mútuo e amor são um dever.  Um muçulmano é obrigado a mostrar respeito em relação aos pais mesmo se não forem muçulmanos, e o maior amor que ele pode demonstrar é suplicar a Deus na esperança de que serão guiados para o Islã.  Na época do Profeta muitos daqueles que abraçaram o Islã descobriram que ele conflitava com as crenças e pedidos de seus pais, mas foram ensinados a serem gentis e obedecerem a seus pais, exceto se os pais exigissem que desobedecessem a Deus.

“Porém, se te constrangerem a associar-Me o que tu ignoras, não lhes obedeças; comporta-te com eles com benevolência neste mundo, e segue a senda de quem se voltou contrito a Mim. Logo o retorno de todos vós será a Mim, e então inteirar-vos-ei de tudo quanto tiverdes feito.” (Alcorão 31:15)

Ser respeitoso com os pais, obedecê-los e tratá-los com bondade está embebido nos ensinamentos do Islã, entretanto obediência a Deus é sempre o primeiro e principal dever no Islã.

 


Footnotes:

[1] Saheeh Al-Bukhari

[2] Tirmidhi

 (parte 2 de 3): O Valor da Maternidade: O Paraíso está aos Pés Dela

Em vários versículos do Alcorão, Deus deixa claro que o dever, bondade e gratidão em relação aos pais é uma parte essencial do Islã.  Entretanto, as mulheres no Islã, particularmente as mães, foram escolhidas para o respeito e devoção supremos.  O Próprio Deus fala das dificuldades envolvidas na maternidade.

“E recomendamos ao homem benevolência para com os seus pais. Sua mãe o suporta, entre dores e dores...” (Alcorão 31:14)

No tempo do Profeta Muhammad, um homem pediu permissão para participar em uma expedição militar.  O Profeta perguntou ao homem se ele tinha mãe e quando ele respondeu que sim, o Profeta Muhammad disse: “Fique com ela porque o Paraíso está aos pés dela.” (Ahmad, Al-Nasai) Que imagens maravilhosas essas palavras evocam: Mães e filhos se fitam mutuamente com amor e gratidão.   Mãos pequeninas fechadas dentro de mãos maiores.  Um toque na face em temos de estresse e doença, ou o calor da voz de uma mãe amorosa.  Imagens de mães educando e cuidando de seus filhos, na saúde ou doença, nos bons momentos e nos momentos de teste.  O paraíso está aos pés das mães; mas o que essas palavras significam exatamente?  Simplesmente que os portões do Paraíso estão abertos para aqueles que respeitam e cuidam de suas mães.

O papel da mãe na família islâmica é igualmente importante, se não mais importante, que o papel do pai, que é o provedor e protetor de sua família.  Ela não apenas passa pelas alegrias e dificuldades da gravidez e parto, mas dedica toda a vida para criar e cuidar de seus filhos.  É responsabilidade dela criá-los e educá-los para serem seres humanos virtuosos e piedosos.  Ela cozinha, limpa, nutre e educa e também é responsável por seu bem-estar e saúde espiritual, emocional e física.  Em troca, as crianças devem cuidado, amor, afeição, respeito e obediência às suas mães.  A tarefa que Deus atribuiu às mães é grande e algumas vezes esmagadora.  Da mesma forma, a recompensa para uma mãe virtuosa é nada menos que o Paraíso e, nessa vida, é estimada e honrada.

Quem é Mais Merecedor de Boa Companhia?

Em um hadith do Profeta Muhammad, um homem veio para o Profeta e perguntou: “Quem entre as pessoas é mais merecedor de minha boa companhia?  O Profeta disse: “Sua mãe.”  O homem disse: “E depois, quem?”  O Profeta disse: “Sua mãe.” O homem perguntou novamente: “E então quem?” O Profeta disse: “Sua mãe.” O homem perguntou novamente: “E então quem?” O Profeta respondeu: “Então, seu pai.” (Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim)

A partir apenas desses dois ditos do Profeta Muhammad, somos capazes de entender a importância das mães no Islã.  Entretanto, nesses dias de materialismo é fácil esquecer que Deus nos obrigou a honrar nossos pais, especialmente nossas mães.  Algumas vezes nos pegamos pronunciando palavras de desprezo ou reclamando de nossos pais.  Esse tipo de comportamento não vem do Islã.

Deus nos lembra que o Profeta João (conhecido como o Batista) era respeitoso com os seus pais amando-os e obedecendo-os[1].  Ele disse:

“Ó Yahia, observa fervorosamente o Livro! E o agraciamos, na infância, com a sabedoria, assim como com as Nossas clemência e pureza, e foi devoto, e piedoso para com seus pais, e jamais foi arrogante ou rebelde.” (Alcorão 19:12-14)

 Adicionalmente, no Alcorão, somos capazes de ouvir as palavras de Jesus; ele se descreve associando sua obediência a Deus com seus deveres em relação à sua mãe Maria.

“Sou o servo de Deus. Ele me concedeu o Livro e me designou como profeta. Fez-me abençoado, onde quer que eu esteja, e me encomendou a oração e (a paga do) zakat enquanto eu viver. E me fez piedoso para com a minha mãe, não permitindo que eu seja arrogante ou rebelde.” (Alcorão 19:30-32)

Independente do quanto nossas vidas sejam ocupadas, é de grande benefício olhar para as vidas dos Profetas, nossos predecessores virtuosos, para ver como tratavam seus pais, particularmente suas mães.

O Comportamento dos Companheiros

Abdullah ibn Omar, um estudioso destacado entre os companheiros do Profeta Muhammad, uma vez viu um homem carregando sua mãe em suas costas e dando voltas ao redor da Casa Sagrada em Meca[2].  Ele não reclamava ou mostrava quaisquer sinais de incômodo; ao invés disso continuava repetindo um verso se comparando a um camelo.  Ele olhou para Abdullah ibn Omar e perguntou-lhe se ao fazer isso ele libertada do débito que tinha em relação à sua mãe.  Ibn Omar disse: “Não. Não devolveu nem uma pontada da dor que ela sentiu ao dar à luz a você.”

Outro companheiro do início do Islã, Dhibyan ibn Ali ath-Thowri também costumava viajar com sua mãe para Meca.  A viagem era longa e muito quente; de um lado da estrada durante suas viagens, ele cavava uma pequena poça e a enchia com água fria.  Então se voltava para sua mãe e dizia: “Mãe, sente-se nessa água para se refrescar.”

Os muçulmanos que são obedientes a Deus não podem nunca ser ingratos ou indelicados com seus pais.  Grande recompensa é oferecida àqueles que tratam seus pais, especialmente suas mães, com afeição e bondade, mas também é dado um aviso severo.  O perigo de desrespeito é ilustrado no seguindo dito do Profeta Muhammad.

Um homem veio para o Profeta e disse: “Um rapaz está morrendo e as pessoas pedem a ele que diga que não há divindade exceto Deus, mas ele é incapaz de fazê-lo. “O Profeta então perguntou: “Ele fez orações?” A resposta foi sim.  O Profeta então foi ver o homem e tentou encorajá-lo a dizer que não há divindade exceto Deus.  Ele continuava incapaz de pronunciar as palavras.  O Profeta Muhammad chamou então a mãe do rapaz moribundo.  A mãe a quem ele persistentemente havia desobedecido.

Quando ela apareceu o Profeta perguntou: “Respeitável senhora, ele é seu filho?” Ela respondeu que sim.  Ele então perguntou: “Ó respeitável senhora, se ameaçássemos jogar seu filho em um fogo escaldante, a senhora recomendaria que ele fosse perdoado?” Ela respondeu que definitivamente pediria para que ele fosse perdoado.  O Profeta então disse a ela: “Então declare, tendo Deus e eu como suas testemunhas, que a senhora agora está satisfeita com ele.” A velha senhora prontamente declarou: “Ó Deus, Tu e teu profeta são minhas testemunhas de que estou satisfeito com esse meu amado filho.” O Profeta então se voltou para o rapaz moribundo e pediu a ele que recitasse: “Não existe divindade exceto Deus, Ele é o Único e não tem parceiros e testemunho que Muhammad é Seu Servo e Mensageiro.” (At Tabarani, Ahmad)

Por causa do perdão de sua mãe, o rapaz moribundo foi capaz de recitar as palavras que, pela Graça e Misericórdia de Deus, podem ter permitido sua entrada no Paraíso.  O bom tratamento aos pais pode ser a chave para o Paraíso, por outro lado, mau comportamento em relação a eles pode resultar em uma punição no inferno.

 


Footnotes:

[1] Ibn Jareer al-Tabari

[2] Um dos rituais realizados durante a Peregrinação (Hajj) é andar ao redor da Casa Sagrada (Caaba)

 (parte 3 de 3): Mesmo Após a Morte

O Islã é uma religião de justiça e compaixão.  Ensina moralidade e proíbe má conduta.  Foi concedido status especial aos idosos; são tratados com respeito e dignidade.  Os muçulmanos são estimulados a honrá-los e isso é especialmente verdadeiro quando se refere ao tratamento dispensado aos pais.  Embora a morte possa nos levar a qualquer momento, os pais geralmente são idosos e, por isso, requerem cuidados e atenção especiais.  Embora o rigor da velhice possa fazer com que os pais se tornem exigentes, impacientes ou petulantes, um muçulmano continua obrigado a tratá-los com gentileza e cuidar deles com carinho.  Deus vinculou honrar os pais ao mandamento de crer somente Nele.

“Adorai a Deus e não Lhe atribuais parceiros. Tratai com benevolência vossos pais...” (Alcorão 4:36)

Um dos companheiros do Profeta Muhammad perguntou sobre as ações que Deus mais amava.  O Profeta respondeu: a oração oferecida no horário ehonrar os pais...  (Saheeh Bukhari)

Os ditos do Profeta Muhammad são ricos em palavras de sabedoria sobre a obrigação de ser respeitoso e bondoso com os pais.  Ouviu-se ele dizer:

“Que ele pereça, que ele pereça, que ele pereça.” Aqueles ao seu redor imediatamente perguntaram a quem ele estava se referindo.  O Profeta Muhammad respondeu: “Aquele cujos pais (um ou ambos) chegam à idade avançada durante sua vida e ele não entra no Paraíso (por causa de sua bondade em relação a eles).” (Saheeh Muslim) 

Respeito com os pais é a chave para os portões do Paraíso.  Ao se ater aos mandamentos de Deus e dar aos pais a afeição e amor devidos a eles, recebemos a recompensa de bênção eterna.

Ações Benéficas

Existem muitas formas dos muçulmanos continuarem a honrar e respeitar seus pais mesmo após a morte deles.   Ele pode orar e suplicar a Deus para que tenha misericórdia com eles; pode pagar débitos mundanos que possam ter acumulado ou débitos com Deus como jejum ou peregrinação (Hajj); e podem também dar caridade no nome deles.  Manter os laços de parentesco e amizade também é uma forma de continuar a mostrar amor e respeito aos pais após a morte deles, e o Islã explica cuidadosamente quais ações da parte dos vivos podem ser benéficas.  O Profeta disse:

“Quando uma pessoa morre todas as ações dela terminam, exceto três: caridade contínua, conhecimento benéfico (que deixou para trás) ou um filho virtuoso que orará por ele.” (At Tirmidhi)

Um homem entre os companheiros perguntou ao Profeta Muhammad:

“Existe algo da bondade devida aos pais que devo apresentar a eles após sua morte?” Ele respondeu: “Sim, quatro coisas: ore e peça perdão para eles. Cumpra as promessas deles. Seja gentil com os amigos deles. E mantenha os laços de parentesco que vêm diretamente deles.” (Ahmad, Abu Dawood & ibn Majah)  

Portanto, entende-se que a gentileza e gratidão que devemos mostrar aos nossos pais devem continuar mesmo após a morte deles.  O Profeta Muhammad também nos falou sobre um homem que alcançou um estágio muito alto no Paraíso.  O homem ficou surpreso e perguntou como havia alcançado essa posição nobre.  Foi informado:

“Porque seu filho orou por seu perdão”. (Ibn Majah)

As Chaves para o Paraíso

A vida no século 21 é agitada e frequentemente somos esmagados por preocupações mundanas; com isso tendemos a esquecer que moral e boas maneiras são uma grande parte do estilo de vida que é o Islã.  Bondade com os pais é uma obrigação e devemos imitar e lembrar o comportamento dos primeiros muçulmanos.  Eles tinham seus pais em alta conta, os amavam e cuidavam deles seguindo os mandamentos de Deus e sabiam que o paraíso realmente repousava aos pés das mães.  Não eram apenas palavras para nossos predecessores; eram as chaves para o paraíso.

Nas narrações do Profeta Muhammad é possível observar o comportamento de Abdullah, o filho de Omar ibn al Khattab.  No caminho para Meca Abdulllah encontrou um beduíno.  O saudou com paz e subiu a montanha que ele estava subindo, dando-lhe o turbante que estava usando em sua cabeça.  Um dos companheiros de Abdullah comentou: “Que Deus o guie, são apenas beduínos e ficam contentes com algo simples.” Abdullah respondeu: “O pai desse homem era um amigo próximo de meu pai e ouvi o Mensageiro de Deus dizer: “A melhor maneira de honrar os pais é o filho manter contato com os amigos de seu pai.”

O Islã reconhece a importância da unidade familiar, e uma relação boa e amorosa entre pais e filhos é essencial.  Depois de Deus nossos pais merecem nossa gratidão e obediência.  Um muçulmano é obrigado a mostrar bondade e misericórdia com seus pais.  Existe apenas uma exceção, se os pais esperarem que seus filhos associem algo a Deus ou façam algo considerado proibido no Islã. Nesse caso o filho não deve obedecer, mas nada remove a obrigação de ser bondoso e respeitador.