Muhammad O Mensageiro de Deus

O Islam é a religião que concorda com as disposições naturais do homem. Ela encoraja os muçulmanos e os chama para que perguntem sobre as coisas que são incompreensíveis a eles, através da consultas às autoridades competentes e versadas. No Islam não há coisas obscuras ou misteriosas; ela nos permite perguntar sobre todas as coisas.

Muhammad
O Mensageiro de Deus
Que a paz e bênção de Deus estejam com ele (S.A.W)

محمد رسول الله صلى الله عليه وسلم باللغة البرتغالية

Abd Ar-Rahman bin Abd Al-Kareem Ash-Sheha
د/ عبد الرحمن بن عبد الكريم الشيحة

Tradução
Lic. Muhammad Isa García
Revisão
Ana María Gonzalez Litardo  &  Khadija Machado
Segunda edição

European Islamic Research Center (EIRC)
& Ali Momade Ali Atumane
 

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Índice
1. Introdução
2. Quem é o profeta Muhammad (S.A.W)?
3. Sua linhagem
4. Nascimento e infância
5. A descrição do profeta
6. Modos e características do Profeta (S.A.W)
7. A ética do Profeta (S.A.W)
8. Declarações de justiça e equidade
9. As esposas do Profeta
10. Algumas evidências textuais que confirmam a mensagem e profecia de Muhammad (S.A.W)
11. Provas do Alcorão
12. Provas da Sunnah
13. Escrituras Sagradas prévias
14. No Novo Testamento
15. Provas intelectuais que confirmam a mensagem e profecia de Muhammad (S.A.W)
16. Em que consiste no testemunho que Muhammad é mensageiro de Deus!
17. Conclusão
 
Introdução
Todos os louvores são para Deus, o Senhor  dos mundos, e que a paz e bênção de Deus estejam com o Profeta, para com sua família e todos seus companheiros.
Quando se fala do Profeta Muhammad  deve ter-se em conta que se está falando do maior indivíduo da história. E [esta] não é uma frase sem fundamento; quem lê a sua biografia e aprende suas atitudes e ética, e ao mesmo tempo se mantém afastado de todos os preconceitos, seguramente chegará a esta conclusão. Alguns não muçulmanos, que têm um caráter justo, também chegaram a esta conclusão.
O Professor Hassan Ali, que Deus tenha piedade dele, disse em sua revista ‘Nur al-Islam’, que um colega seu de religião Brâmane  disse-lhe uma vez: ‘Reconheço e creio que o Mensageiro do Islã é o maior e mais prudente homem de toda a história’. O Professor Hassan Ali, que Deus tenha piedade dele, perguntou-lhe: Por que o consideras o maior e mais prudente homem de toda a história?
Este lhe respondeu: Nenhum homem possuía as características, as atitudes e a ética que ele tinha em conjunto. Ele era um rei, sob cujo reinado na península estava unificada; mas era humilde. Ele acreditava que o domínio era só de Deus. Chegavam-lhe grandes riquezas, mas vivia em estado de pobreza; o fogo não ardia em sua casa durante muitos dias e ele permanecia com fome. Era um grande líder; guiava uns poucos a lutar contra milhares, e mesmo assim os derrotava de maneira decisiva. Amava os acordos de paz, e os entabulava com firmeza de coração, se bem que tinha a seu lado milhares de bravos e valentes Companheiros. Cada Companheiro era muito valente e enfrentava sozinho, milhares de inimigos, mas não se sentia nem um pouco intimidado. Mas o Profeta tinha coração terno e piedoso; não queria derramar uma gota de sangue. Estava profundamente preocupado com os assuntos da Península Arábica, mas não descuidava os assuntos da sua família, do seu lar e dos pobres e necessitados. Mostrava com prazer o Islã àqueles que haviam perdido o rumo. Em geral, era um homem preocupado com a melhoria e o bem estar da humanidade, mas não se interessava em amealhar uma fortuna mundana. Ocupava-se em adorar a Deus e amava fazer coisas que O compraziam.
 Nunca se vingava por razões pessoais. Rezava inclusive pelo bem estar dos seus inimigos e os advertia do castigo de Deus. Era ascético a respeito dos assuntos mundanos e adorava a Deus toda a noite. Era o soldado bravo e valente que lutava com a espada, e o infalível Profeta – o conquistador que conquistava nações e países. Dormia em uma cama feita de palha e uma almofada feita com grossas fibras. O povo o coroou como Sultão dos árabes, o Rei da Península Árabe, mas sua família levava uma vida simples, mesmo depois de receber grandes fortunas; as riquezas se acumulavam na mesquita. Fátima  se queixou, certa vez, pelo árduo trabalho que fazia, pelo pilão e pela jarra de água que costumava carregar e que deixavam marcas em seu corpo. O Mensageiro não lhe deu um serviçal, nem lhe deu um pouco de sua riqueza; apenas lhe ensinou umas palavras e súplicas. Seu Companheiro Umar , veio a sua casa, olhou seu quarto e não viu mais que uma cama de palha onde estava sentado o Profeta, e que havia deixado marcas em seu corpo. Os únicos víveres que havia em sua casa eram meio Saa’   de cevada em um recipiente, e uma pele para guardar água que pendurava na parede – isso era tudo que o Mensageiro de Deus possuía no momento em que metade dos árabes estava sob seu controle. Quando Umar viu isto, não pôde controlar-se e rompeu em pranto. O Mensageiro de Deus disse: “Por que choras Umar?’. Ele respondeu: ‘Porque não haveria de chorar? – Cosroes e César desfrutam deste mundo e o Mensageiro de Deus só possui o que posso ver”.
Respondeu-lhe: ‘Oh Umar, não te comprazeria saber que isso é o que lhes toca a Cosroes e César neste mundo, e que no Além o prazer será somente para nós?’.
Quando o Profeta – que a paz e bênção de Deus estejam com ele (S.A.W) - examinava suas tropas antes de ocupar Meca, Abu Sufyan (um de seus inimigos) estava parado perto de Abbas, tio do Profeta (S.A.W), e admirava os estandartes do exército muçulmano. Sufyan ainda não era muçulmano. Surpreendeu-se ante o grande número de muçulmanos que avançavam em direção a Meca, como uma torrente de água. Ninguém podia detê-los e nada se interpunha em seu caminho. Abu Sufyan disse então a Abbas: “Oh Abbas, teu sobrinho se converteu num grande Rei!”.
 Abbas respondeu, dizendo: “Não é um rei, mas um profeta e transmite a Mensagem do Islã”.
Ad’i at-Ta’i, que era um paradigma de generosidade, assistiu à Assembléia do Profeta, enquanto ainda era cristão. Quando viu como os Companheiros protegiam-no com seus instrumentos de guerra e respeitavam-no, ficou confuso - era Profeta ou rei? Perguntou para si mesmo: “É um rei ou um Mensageiro dos Mensageiros de Deus?” Enquanto procurava uma resposta para essa pergunta, uma mulher pobre veio ao Profeta (S.A.W) e lhe disse: “Quero te contar um segredo”.
Ele lhe disse: “Em que caminho de Medina queres que nos encontremos?”. O Profeta (S.A.W) partiu com a mulher e atendeu às suas necessidades. Quando Ad’i viu a humildade do Profeta, deu-se conta da verdade; desfez-se das cruzes que levava consigo e se converteu em muçulmano.
Mencionaremos algumas frases dos orientalistas a respeito de Muhammad (S.A.W). Como muçulmanos, cremos no Profeta (S.A.W) e na sua Mensagem, mas mencionamos estas frases pelas seguintes razões:
a) Para que sirvam de lembrança e advertência aos supostos muçulmanos que abandonaram seu Profeta, para que se apressem e regressem à sua religião .
b) Para que os que não são muçulmanos saibam quem é o Profeta a partir das palavras de seu próprio povo e possam assim ser guiados ao Islã.
Peço-lhes que não sejam preconceituosos na hora de buscar a verdade, ou lendo algum outro material islâmico. Peço a Deus que os faça abrir seus corações para que aceitem a verdade, que lhes mostre o caminho correto e os inspire a segui-lo.


Abd Ar-Rahman bin Abd Al-Kareem Ash-Sheha
 
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Quem é o Profeta Muhammad (S.A.W )?
Sua linhagem:
Ele é Abul-Qasim (pai de Al-Qasim) Muhammad, filho de Abd Allah, filho de Abdul-Mutalib. Sua linhagem remonta à tribo de Adnan, filho de Ismael [o Profeta de Deus, filho de Abraão] que Deus exalte sua menção. Sua mãe foi Aminah, filha de Wahab.
O Profeta (S.A.W) disse: ‘Certamente Deus escolheu a tribo de Kinanah entre todas as tribos dos filhos de Ismael; Ele escolheu os Quraish entre todas as tribos de Kinanah; Ele escolheu Banu Hashim entre todas as outras famílias dos Quraish; e me escolheu que sou de Banu Hashim’. (Muslim, 2276)
Assim, o Profeta (S.A.W) tem a linhagem mais nobre deste mundo. Seus inimigos assim o afirmavam; Abu Sufyan, que era arqui-inimigo do Islã, antes de converter-se em muçulmano, afirmou-o frente a Heráclito .
Abd Allah b. Abbas, que Deus seja complacente com ele, narrou que o Mensageiro de Deus (S.A.W) escreveu a César e o convidou a entrar no Islã. Escreveu-lhe uma carta que foi entregue ao Governador de Busra, que por sua vez a reenviou a César.
César, em agradecimento a Deus, foi caminhando de Hims a Ilya (Jerusalém), quando Deus lhe outorgou a vitória sobre as forças persas. Então, quando chegou a carta do Mensageiro de Deus, disse depois de lê-la: “Busquem qualquer pessoa do seu povo (árabes da tribo Quraish), para perguntar-lhe sobre o Mensageiro de Deus!”. Nesse momento, Abu Sufyan bin Harb se encontrava em Sham  com uns homens de Quraish que tinham vindo (a Sham) como mercadores, durante a trégua que haviam concluído, entre o Mensageiro de Deus e os incrédulos de Quraish. Abu Sufyan disse: ‘O mensageiro de César nos encontrou em algum lugar de Sham e nos levou, a mim e aos meus companheiros a Ilya, ante a presença de César e o encontrámos sentado em seu trono real, com sua coroa e rodeado de altos dignitários bizantinos.’ Ele disse ao seu tradutor: “Pergunta-lhes quem de entre eles tem algum parentesco com o homem que disse ser profeta”.
Abu Sufyan acrescentou: ‘Respondi-lhe: “Sou seu parente mais próximo”. Perguntou-me: “Qual é teu parentesco com ele?” Respondi-lhe: “É meu primo”, e não havia ninguém na caravana de Bani Abd Manaf, exceto eu. César disse: “Que se aproxime”. E logo ordenou que meus companheiros permanecessem atrás de mim e disse ao tradutor: “Diga a seus companheiros que vou perguntar a este homem sobre o homem que diz ser profeta. Se ele mentir, devem contradizê-lo imediatamente”.
Abu Sufyan acrescentou: ‘Por Deus! Se não fosse uma vergonha que meus companheiros me chamassem de mentiroso, não lhe teria dito a verdade quando me perguntou. Mas me pareceu uma desonra que meus companheiros me chamassem de mentiroso, por isso disse a verdade.’ Logo disse ao seu tradutor: “Pergunta-lhe a que tipo de família pertence”.
Respondi-lhe: “Pertence a uma família nobre”. Logo disse: “Alguma vez outra pessoa afirmou ser o mesmo que ele disse ser?”.
Respondi-lhe: “Não”. Logo disse: “Alguma vez o acusaram de mentir?”.
Respondi-lhe: “Não”. Disse então: “Algum dos seus ancestrais foi rei?” Minha resposta foi: “Não”. Logo acrescentou: “Seguem-no os ricos ou os pobres?” Respondi-lhe: “Os pobres o seguem”. Disse-me logo: “Seguem-no mais ou menos pessoas, cada dia que passa? Respondi-lhe:” “Seguem-no, cada dia, mais pessoas”. Disse-me: “Alguns dos que adotam sua religião se desiludem e logo deixam de lado sua religião?” Respondi-lhe: “Não”. “Quebra suas promessas?”, perguntou-me. Respondi-lhe: “Não”, mas neste momento estamos em uma trégua com ele e temos medo de que nos traia ”.
Abu Sufyan acrescentou: ‘Fora sua última oração, nada pude dizer contra ele.’ Então César perguntou: “Alguma vez tiveram uma guerra contra ele?” “Sim”, respondi-lhe. Disse-me: “Qual foi o resultado dessas batalhas com ele?” “Ás vezes ele ganha, às vezes, nós ganhamos”, foi minha resposta. Disse então: “Que coisas lhes ordena?”. Disse-lhe: “Manda-nos que adoremos somente a Deus, que não adoremos a outros além d’ Ele, e que deixemos de lado tudo que adoravam nossos ancestrais. Ordena-nos que oremos, que façamos caridade, que mantenhamos a castidade conjugal, que cumpramos nossas promessas e que devolvamos aquilo que nos emprestam.” ‘Quando disse isso, César disse ao seu tradutor:
“Diga-lhe: Perguntei-te sobre sua linhagem e tua resposta foi que pertencia a uma família nobre. De fato, todos os Mensageiros vinham da mais nobre das linhagens dos seus respectivos povos. Logo, te perguntei se alguém mais dizia ser o que ele diz ser, e tua resposta foi negativa. Se a resposta tivesse sido afirmativa, pensaria que este homem diz ser algo que já foi dito antes dele. Quando te perguntei se alguma vez o acusaram de mentir, tua resposta foi negativa; eu considero sensato que uma pessoa que não mente para as pessoas também não minta sobre Deus. Logo te perguntei se algum dos seus ancestrais foi rei. Tua resposta foi negativa, e se houvesse sido afirmativa teria pensado que este homem pretendia recuperar seu passado real. Quando te perguntei se o seguem os ricos ou os pobres, me respondeste que são os pobres que os seguem. De fato, eles são os seguidores dos Mensageiros. Logo te perguntei se seus seguidores são mais ou menos a cada dia. Respondeste que cada vez são mais. De fato, isso é resultado da verdadeira fé, até que esteja completa (em todos os sentidos). Perguntei-te se havia alguém, que logo após adotar sua religião, desiludiu-se e descartou sua religião; tua resposta foi negativa. De fato, é um sinal da verdadeira fé, pois quando seu prazer entra e se mistura completamente nos corações, ninguém se desilude. Perguntei-te se alguma vez tinha quebrado uma promessa. Tua resposta foi negativa. E assim são os Mensageiros; nunca rompem suas promessas. Quando te perguntei se alguma vez combateram, me respondeste que às vezes o fizeram, e que em algumas ocasiões ele saía vitorioso, em outras vezes, vocês. De fato, assim são os Mensageiros; são postos à prova e a vitória final sempre é deles. Logo te perguntei que coisas lhes ordenava. Respondeste-me que lhes ordenava adorar somente a Deus e não adorar a outros, junto com Ele ; deixar de lado o que seus ancestrais costumavam adorar, suplicar, dizer a verdade, ser casto, cumprir as promessas, e devolver aquilo que lhes é confiado. Essas são em realidade as qualidades de um profeta que eu sabia que viria (segundo as Escrituras anteriores), mas não imaginava que seria um de vocês. Se o que dizes é verdade, logo ele ocupará o solo que está sob meus pés, e se pudesse iria até ele imediatamente para conhecê-lo e lavaria seus pés”.
Abu Sufyan acrescentou: ‘César pediu a carta do Mensageiro, que foi lida. A mesma dizia: "Em nome de Deus, o Misericordioso, o Compassivo. De Muhammad, o servo de Deus e Seu Mensageiro a Heráclito, Soberano dos bizantinos: Paz para quem segue a guia. Convido-te ao Islã; torna-te muçulmano e estarás a salvo e Deus te recompensará duas vezes. Mas se Lhe viras as costas, sobre ti recairá o pecado de teus súditos.
Gente do Livro! Sejamos unânimes: Que não adoreis senão a Deus e não o associeis a nada nem vos tomeis uns aos outros por senhores, distantes de Deus; e se derem as costas, dizei: Testemunhai que somos muçulmanos”. [Alcorão-3: 64]
Abu Sufyan acrescentou: ‘Quando Heráclito terminou seu discurso, produziu-se um enorme clamor e um grito por parte dos dignitários bizantinos que o rodeavam, e havia tanto ruído que não se entendia o que diziam. Então, ordenaram-nos que saíssemos da corte.’
‘Quando saí com meus companheiros e estávamos sozinhos, disse-lhes: “Certamente, o assunto do Profeta ganhou poder. O Rei dos bizantinos o teme ” ’.
Abu Sufyan acrescentou: ‘Por Deus, cada vez estava mais seguro de que sua religião obteria a vitória até que terminei por aceitar o Islã.’ (Bukhari, 2782)


Nascimento e infância
O Profeta (S.A.W) nasceu no ano 571 (segundo o calendário gregoriano), na tribo de Quraish, [considerada nobre por todos os árabes] em Meca [considerada a capital religiosa da Península Árabe.]
Os árabes realizavam a peregrinação a Meca, e caminhavam ao redor da Ka’bah construída pelo Profeta Abraão e seu filho o Profeta Ismael, que a paz de Deus esteja com eles.
O Profeta (S.A.W) era órfão. Seu pai faleceu antes de ele ter nascido e sua mãe morreu quando tinha seis anos. Seu avô, Abdul-Muttalib cuidou dele e quando morreu, seu tio Abu Talib assumiu essa função. Sua tribo e as outras da época adoravam ídolos de pedra, madeira e inclusive de ouro. Alguns destes ídolos foram colocados em volta da Ka’bah. As pessoas acreditavam que esses ídolos podiam afastar o mal ou provocar o bem.
O Profeta (S.A.W) foi um homem honesto e confiável. Nunca teve um comportamento traiçoeiro, nem mentia nem enganava; era conhecido entre sua gente como ‘Al-Amin’, ou ‘O Confiável’. As pessoas lhe confiavam seus objetos de valor quando iam viajar. Também era conhecido como ‘As-Sadiq’, ou ‘O Sincero’, pois nunca mentia. Tinha bons modos, era bem falante e amava ajudar as pessoas. Sua gente o amava e o reverenciava. Deus, o Altíssimo, disse:
Certamente és de uma natureza e moral grandiosas. [68:4]
Thomas Carlyle disse o seguinte em seu livro 'Heroes, Hero-Worship and the Heroic in History': ‘(...) Desde uma tenra idade, se destacou como um homem inteligente. Seus companheiros o chamavam “Al Amin, O Fiel”. Foi um homem fiel e verdadeiro; sincero em suas ações, em suas palavras, e em seus pensamentos. Sempre havia um significado no que fazia e dizia. Ainda que taciturno ao falar e calado quando não havia nada a dizer, era pertinente, sábio e sincero quando falava e sempre colocava um manto de luz sobre o assunto. E essas são as únicas palavras que de verdade vale a pena pronunciar! Na vida, descobrimos que era considerado um homem sólido, fraternal e genuíno. Personagem sério e sincero, mas ao mesmo tempo simpático, cordial, companheiro e inclusive jocoso – apesar de tudo, sempre ria: Há homens cujo riso é falso, como tudo o que sai deles; homens que não podem rir. Ele era um homem espontâneo, apaixonado, mas, ao mesmo tempo, justo e sincero’.
O Profeta (S.A.W) gostava de se enclausurar na caverna de Hira, antes de se tornar profeta. Ficava ali muitas noites seguidas.
Jamais enganou; não ingeria bebidas embriagantes, nem se inclinava ante um ídolo ou uma estátua; tampouco jurava ante eles nem lhes fazia oferendas. Foi pastor de um rebanho de ovelhas que pertencia ao seu povo. O Profeta (S.A.W) disse:
‘Todo Profeta encomendado por Deus foi pastor de um rebanho de ovelhas.’ Seus companheiros lhe perguntaram: ‘Inclusive tu, Mensageiro de Deus?’ Ele respondeu: ‘Sim, eu cuidei de um rebanho de ovelhas para o povo de Meca’. (Bukhari, 2143).
Quando o Profeta Muhammad (S.A.W) completou quarenta anos, recebeu a revelação divina; encontrava-se na caverna de Hira. A’ishah , que Deus esteja comprazido com ela, disse: ‘O que primeiro recebeu o Mensageiro de Deus (S.A.W), enquanto se encontrava na Caverna de Hira em Meca, foram visões boas [sonhos]. Cada vez que tinha um sonho, fazia-se realidade e ficava claro como o alvorecer. Mais tarde, o Mensageiro de Deus (S.A.W) começou a amar o estar sozinho, meditando. Passava dias e noites inteiras para cumprir com seu propósito, na caverna, antes de regressar para sua família. Levava uma ração de alimentos para sua estadia. Quando voltava para sua esposa Khadijah  que Deus esteja comprazido com ela, buscava mais alimentos frescos y regressava à Caverna para continuar meditando’.
A verdade chegou-lhe quando se encontrava na Caverna de Hira. O anjo Gabriel se aproximou de Muhammad (S.A.W) e ordenou-lhe que lesse. Muhammad respondeu-lhe: “Não sei ler!”. Gabriel abraçou Muhammad (S.A.W) até que este não pôde mais respirar, e o soltou: “Oh Muhammad! Leia!”. Novamente, Muhammad (S.A.W) respondeu: “Não sei ler!”. Gabriel abraçou Muhammad (S.A.W) pela segunda vez. Logo, ordenou-lhe que lesse pela terceira vez, e o abraçou fortemente até que não pôde mais respirar, e o soltou dizendo: “Oh, Muhammad!”.
Leia! Em nome do teu Senhor, Quem criou todas as coisas. Criou o homem de um zigoto. Leia! Que teu Senhor é o mais Generoso. [96:1-3]
O Mensageiro de Deus (S.A.W) regressou tremendo a sua casa. Entrou e disse a Khadijah: “Cobre-me, cobre-me !” Khadijah, que Deus esteja comprazido com ela, cobriu Muhammad (S.A.W) até que ele se sentiu melhor. Logo contou a sua esposa o que lhe havia sucedido na Caverna de Hira. Disse: “Temi por minha vida”. Khadijah, que Deus esteja comprazido com ela, tranquilizou Muhammad (S.A.W) dizendo: “Por Deus! Não deves te preocupar! Deus, o Exaltado, nunca te humilharia! És bom com os teus pares. Ajudas aos pobres e necessitados. És generoso e hospitaleiro com os teus hóspedes. Ajudas aqueles que necessitam.” Khadijah, que Deus esteja comprazido com ela, levou seu esposo Muhammad (S.A.W) à casa de um primo seu, chamado Waraqah bin Nawfal bin Assad bin Abdul Uzza. Esse homem havia se convertido ao cristianismo durante a era pagã. Era escriba de Escrituras hebraicas. Era um ancião que havia perdido a vista nos últimos anos de sua vida. Khadijah, que Deus esteja comprazido com ela, disse a seu primo: “Oh primo meu, escuta o que teu sobrinho [quer dizer, Muhammad, que Deus exalte sua menção] está a ponto de contar-te!”. Waraqah disse: “O que viste, querido sobrinho?”. O Mensageiro de Deus (S.A.W) contou-lhe o sucedido na Caverna de Hira. Ao ouvir o relato, Waraqah disse: “Por Deus! É o anjo Gabriel quem apareceu ante o Profeta Moisés, que Deus exalte sua menção. Oxalá pudesse eu estar com vida quando teu povo te tire de Meca”. O Mensageiro de Deus (S.A.W) perguntou: “Vão expulsar-me de Meca?”. Waraqah respondeu afirmativamente dizendo: “Nunca um homem transmitiu uma Mensagem semelhante à que levas contigo, sem que seu povo haja entabulado guerra contra ele – se chego a ser testemunha disso, dar-te-ei meu apoio”. Waraqah faleceu pouco tempo depois desse incidente. As revelações também cessaram logo. (Bukhari, 3).
O versículo do Alcorão citado no hadiz  anterior marca quando começou sua missão profética. Logo Deus, o Exaltado, revelou-lhe:
Oh, tu [Muhammad] que te envolves no manto! Levanta-te e adverte [aos homens]. Proclama a grandeza de teu Senhor, purifica tuas vestimentas. [74:1-4]
Este versículo do Alcorão marca o começo de sua missão como Mensageiro.
Com a revelação deste capítulo do Alcorão, o Profeta (S.A.W) começou abertamente a convocar seu povo ao Islã. Começou com seu próprio povo. Alguns se negaram a escutá-lo porque os convidava para algo que nunca haviam visto antes.
O Islã é uma forma de vida completa, que trata de temas religiosos, políticos, econômicos e sociais. Além disso, a religião do Islã não os convocava apenas para que adorassem somente a Deus e que deixassem de lado todos os ídolos e coisas que adoravam; também proibia coisas que considerava prazerosas, como a usura ou o consumo de bebidas alcoólicas, a fornicação e os jogos de azar. Também convocava as pessoas a serem justas entre si, e a conhecer que não há diferença entre elas salvo através de uma correção na forma de vida. Como podiam os de Quraish [a tribo mais nobre dos árabes] serem tratados de igual maneira que os escravos! Não somente se negaram totalmente a aceitar o Islã, como também culpavam e magoavam o Profeta (S.A.W) dizendo que estava louco, que era um feiticeiro e mentiroso. Culpavam-no por coisas que não o haviam culpado antes da chegada ao Islã. Incitavam as massas e os ignorantes a que se pusessem contra ele e também torturaram seus companheiros. Abd Allah bin Massud, que Deus esteja comprazido com ele, disse:
Enquanto o Profeta (S.A.W) se encontrava de pé orando perto da Ka’bah, um grupo da tribo de Quraish estava sentado, e um deles disse: ‘Vêem esse homem? Quem pode trazer a sujeira e as fezes dos camelos, esperar que ele se incline para jogá-las sobre suas costas? Os piores se ofereceram para fazê-lo e quando o Profeta (S.A.W) se prostrou, puseram as fezes sobre suas costas, mas o Profeta (S.A.W) continuou prostrado. Riram tanto que quase caíram. Alguém foi buscar Fátima, que Deus esteja comprazido com ela, que era apenas uma jovenzinha, e lhe informaram o que havia acontecido. Ela correu até o Profeta (S.A.W), limpou-lhe a sujeira das espáduas, e logo se voltou e amaldiçoou os da tribo Quraish que se encontravam sentados ali’. (Bukhari, 498).
Munib al-Azdi disse: ‘Vi o Mensageiro de Deus dizendo ao povo durante a era pagã: “Testemunhem que não existe deus digno de adoração exceto Deus, se querem alcançar êxito.” Alguns cuspiram em sua cara, outros lhe atiraram terra no rosto, e outros o insultaram até ao meio-dia. Uma menina se aproximou com uma vasilha de água, ele lavou as mãos e o rosto e disse: “Oh filha, não tenhas medo de que teu pai seja humilhado ou atormentado pela pobreza”. (Mu’jam al-Kabir de at-Tabrani, 805).
Urwah bin az-Zubair disse: ‘Pedi a Abd Allah bin Amr al-Aas que me contasse a pior coisa que os pagãos haviam feito contra o Profeta (S.A.W) e ele me disse:
‘Uqbah bin Mu’ait se aproximou do Profeta (S.A.W) enquanto ele orava perto da Ka’bah, e lhe retorceu sua túnica em volta do pescoço. Abu Bakr  , que Deus esteja comprazido com ele, aproximou-se rapidamente, agarrou Uqbah pelo ombro e o afastou dizendo: ‘vais matar um homem só porque proclama a Deus como seu Senhor e tem claros sinais do teu Senhor?’ (Bukhari, 3643).
Estes incidentes não detiveram o Profeta (S.A.W) em sua prédica. Convocou ao Islã muitas tribos que vinham a Meca realizar a Peregrinação . Alguns eram do povoado de Yazrib, conhecido hoje como Medina, e juraram ser-lhe leais e ajudar-lhe se optasse por ir a Medina. Ele enviou Muss’ab bin Umair, que Deus esteja comprazido com ele, para que lhes ensinasse o Islã. Depois de todas as dificuldades que os muçulmanos tiveram que enfrentar por parte de seu próprio povo, Deus lhes permitiu emigrar de sua cidade para Medina. O povo de Medina os recebeu de uma maneira extraordinária. Medina se converteu na capital do estado muçulmano, e o ponto do qual começou a expandir-se a pregação do Islã. O Profeta (S.A.W) instalou-se ali e mostrou ao povo a recitação alcorânica e a jurisprudência islâmica. Os habitantes de Medina se comoveram muito com os modos do Profeta. Amavam-no mais que a si mesmos; esmeravam-se por servi-lo e gastavam tudo o que tinham, em sua homenagem. A sociedade era forte, seu povo era rico em termos de Fé e eram muito felizes. O povo se amava e reinava uma verdadeira fraternidade entre as pessoas. Todos eram iguais; ricos, nobres e pobres, brancos e negros, árabes e não árabes – todos eram considerados iguais para a religião de Deus, não havia nenhuma distinção entre as pessoas, salvo através da piedade. Assim que a pregação do Profeta se expandira em Medina, as tribos de Meca atacaram o Profeta (S.A.W) dando início da primeira batalha no Islã, a Batalha de Badr. Esta batalha teve lugar entre dois grupos desiguais em armamento e preparação. Os muçulmanos eram 314, enquanto os pagãos somavam 1000 homens apetrechados. Deus deu a vitória ao Profeta (S.A.W) e seus Companheiros. Depois desta batalha aconteceram muitas outras entre os muçulmanos e os pagãos. Depois de oito anos, o Profeta (S.A.W) pôde preparar um exército de 10.000 homens. Empreenderam a marcha para Meca e a conquistaram, derrotando assim seu povo, que o havia perseguido e torturado. Muitos muçulmanos, inclusive, haviam sido obrigados a abandonar suas propriedades e riquezas, e fugir para salvar suas vidas. Derrotou-os de maneira decisiva, e esse ano foi chamado ‘O Ano da Conquista’. Deus, o Exaltado, diz no Alcorão:
 [Oh, Muhammad! Quando chegarem o socorro de Deus e a vitória [a conquista de Meca] e vires os homens em tropéis na religião de Deus, Glorifica e louva teu Senhor por isso, e pede Seu perdão; é certo que Ele é indulgente. [110:1-3]
Logo convocou o povo de Meca e lhe disse: ‘Que pensam que vou fazer-lhes?’. Eles responderam: ‘Só farás algo favorável; és um irmão e um sobrinho bom e generoso!’ O Profeta (S.A.W) disse: ‘ Ide, sois livres para fazer o que desejardes.’ (Baihaqi, 18055).
Essa foi uma das tantas razões pelas quais muitos deles aceitaram o Islã. O Profeta (S.A.W) regressou logo a Medina. Depois de um tempo, o Profeta (S.A.W) realizou a peregrinação e dirigiu-se a Meca com 114.000 seguidores. Esta Peregrinação é conhecida como ‘A Peregrinação de Despedida’ uma vez que o Profeta (S.A.W) nunca realizou outra Peregrinação, e morreu pouco depois de completá-la.
O Profeta (S.A.W) morreu em Medina, em 12 do mês lunar Rabi az-zani, no ano 11 da Hégira. O Profeta (S.A.W) foi sepultado também em Medina. Os muçulmanos ficaram chocados ao tomar conhecimento de sua morte; alguns companheiros não acreditavam no que ouviam. Umar, que Deus esteja comprazido com ele, disse: Quem disser que Muhammad morreu, eu o decapitarei! Abu Bakr, que Deus esteja comprazido com ele, fez um discurso e recitou as palavras de Deus:
Muhammad não é senão um Mensageiro, a quem precederam outros. Se morresse ou se o matassem, voltarias à incredulidade? Mas quem voltar à incredulidade, em nada prejudicará a Deus. Deus retribuirá aos agradecidos. [3:144].
Quando Umar, que Deus esteja comprazido com ele, ouviu este versículo, compreendeu que o Profeta (S.A.W) havia morrido. Aos 63 anos de idade.
Permaneceu em Meca durante 40 anos, antes de ser indicado como Profeta. Depois viveu ali outros 13 anos, durante os quais conclamou as pessoas ao monoteísmo. Depois emigrou para Medina, onde viveu dez anos. Onde constantemente recebia revelações, até que o Alcorão e a religião do Islã ficassem completos.
George Bernard Shaw disse: ‘Sempre tive um grande apreço pela religião de Muhammad, devido à sua maravilhosa vitalidade. É a única religião que parece ter essa capacidade de assimilar as fases mutantes da existência e que a fazem atrativa para qualquer época e idade – eu predisse que a fé de Muhammad seria aceite amanhã e já está sendo aceite na Europa de hoje. Os eclesiásticos medievais, por ignorância ou fanatismo, pintaram o maometismo com as cores mais escuras. De fato, foram treinados para odiar, tanto a Muhammad como à sua religião. Para eles, Muhammad era o anticristo. Eu estudei este homem maravilhoso e em minha opinião, longe de ser chamado o anticristo, deveria ser chamado de o Salvador da humanidade’ .

Descrição do Profeta (S.A.W)
O Mensageiro de Deus (S.A.W) foi um homem sensacional, respeitado por todos os que o conheciam. Era um homem de estatura mediana, nem muito alto nem muito baixo. Seu cabelo não ultrapassava os lóbulos das orelhas em circunstâncias normais. Tinha uma cor rosada e saudável. Sua frente era larga. Tinha uma barba cerrada e uma face suave. Sua boca era grande. Sua compleição era moderada e forte. Seu abdome e seu peito estavam no mesmo nível. Seu peito e seus ombros eram largos. Suas articulações eram de bom tamanho. Seus antebraços eram grandes assim como as palmas de suas mãos. Suas mãos e pés eram curtos e seus dedos tinham uma largura discreta.


Modos e características do Profeta (S.A.W)
1. Intelecto destacável: O Mensageiro (S.A.W) tinha um intelecto excelente, completo e destacável. Nenhum homem teve um intelecto tão completo e perfeito como ele. Qadhi Iyaadh  que Deus tenha piedade dele, disse: ‘Isto se faz evidente quando o pesquisador lê a biografia do Profeta e entende sua situação, suas significativas e compreensivas palavras, suas tradições, seus bons modos, sua ética e sua moral; seu conhecimento da Tora, do Evangelho, das Divinas Escrituras; seu conhecimento das palavras dos sábios e dos povos antepassados, sua capacidade de mostrar exemplos e de implementar políticas e comportamentos corretos. Foi um exemplo e um paradigma que sua gente procurava em todos os ramos do conhecimento; atos de adoração, medicina, leis de sucessão, linhagem e outros temas. Conhecia e aprendia tudo sem ler nem examinar as Escrituras daqueles que nos antecederam; também não se sentava com especialistas. O Profeta não teve uma educação formal, e ainda assim, sabia todo o conhecimento passado; foi designado como Profeta, sem saber ler nem escrever. O Profeta (S.A.W) era sábio no máximo de sua capacidade. Deus, o Altíssimo, informou-lhe do que havia acontecido, (no passado) e do que aconteceria no futuro. É um sinal de que o Domínio pertence a Deus, e de que ele é capaz de tudo.'  
2. Fazer coisas em Nome de Deus: O Profeta (S.A.W) sempre realizava ações através das quais buscava agradar a Deus. Foi atacado e perseguido quando convidava o povo para o Islã; ainda assim teve paciência e tolerou, e sempre teve esperanças na recompensa de Deus. Abd Allah bin Massud, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘É como se estivesse olhando o Profeta (S.A.W), falando sobre um Profeta que foi magoado pelo seu povo. Limpou o sangue do rosto e disse: ‘Oh Deus! Perdoa meu povo, pois não sabe o que faz!’ (Bukhari, 3290)
Jundub bin Sufyaan, que Deus esteja comprazido com ele, disse que o Mensageiro (S.A.W) tinha um dedo sangrando durante uma das batalhas, e disse: ‘Não és mais do que um dedo que sangra; que sofre no caminho de Deus’. (Bukhari, 2648).
3. Sinceridade: O Profeta (S.A.W) era sincero e honesto em todos os aspectos, tal como lhe havia ordenado Deus. O Altíssimo disse no Alcorão:
Diga-lhes: Por certo, que minha oração, minha oblação, minha vida e minha morte pertencem a Deus, Senhor do Universo, Quem não tem coparticipantes. Isto é o que me ordenaram crer, e sou o primeiro, desta nação, a submeter-se a Deus. [6:162-163].
4. Boa moral, ética e companheirismo: A’ishah, sua esposa, ao ser questionada sobre o comportamento do Profeta disse: ‘Seus modos eram o Alcorão.’
Isto significa que o Profeta (S.A.W) se regia pelas leis e mandamentos corânicos e se abstinha do que o Alcorão proibia. Cumpria com todos os seus atos virtuosos. O Profeta (S.A.W) disse: ‘Deus me enviou para aperfeiçoar os bons costumes’. (Muslim).
Deus, o Altíssimo, descreveu o Profeta (S.A.W) da seguinte maneira:
Certamente és de uma natureza e moral grandiosas. [68:4]
Anas bin Mâlik, que Deus esteja comprazido com ele, foi o serviçal do Profeta (S.A.W) durante dez anos, dia após dia, durante suas viagens e também quando residia em Medina. Durante esse tempo, conheceu os modos do Profeta. A esse respeito, disse: ‘O Profeta (S.A.W) não insultava ninguém, também não era grosseiro nem maldizia. Quando acusava alguém, dizia: ‘Que lhe sucede! Que seu rosto se encha de pó.’ (Bukhari, 5684).
5. Amabilidade e bons modos: Sahl bin Sa’d, que Deus esteja comprazido com ele, narrou: “Trouxeram-lhe algo para o Profeta (S.A.W) beber e ele bebeu. À sua direita havia um menino e à sua esquerda uns anciões. Perguntou ao menino:
‘Me permites que lhes dou de beber?’ O menino respondeu: ‘Oh Profeta de Deus! Por Deus! Não queria que ninguém, antes de mim, bebesse de onde tu bebeste ’. Então o Mensageiro de Deus (S.A.W) deu de beber ao menino. (Bukhari e Muslim).
6. Amor pela reforma e pela reconciliação: Sahl b. Sa’d, que Deus esteja comprazido com ele, narrou que, numa ocasião os do povo de Qubaa’  lutaram entre eles e se apedrejaram. Quando o Profeta (S.A.W) foi informado, disse: ‘Vamos resolver a situação e reconciliar entre eles.’ (Bukhari, 2547).
7. Ordenar fazer o bem e proibir fazer o mal: O Mensageiro de Deus viu um homem com um anel de ouro , tirou-o e jogou-o fora. Logo disse: ‘Acaso colocarias uma brasa quente em tua mão?
Quando o Profeta (S.A.W) se foi, disseram ao homem que pegasse o anel e o vendesse para obter algum lucro. O homem disse: ‘Não, por Deus! Jamais o pegaria depois que o Mensageiro de Deus (S.A.W) o tivesse jogado fora.’ (Muslim, 2090).
8. Amor pela Purificação: Muhaajir bin Qunfudz, que Deus esteja comprazido com ele, narrou que passou pelo Profeta (S.A.W) quando este estava urinando, e o saudou com a paz (Salaam), mas o Profeta (S.A.W) não lhe retribuiu a saudação até que se higienizou e fez a ablução; desculpou-se dizendo: ‘Não gosto de mencionar o nome de Deus quando não estou em estado de pureza.’ (Abu Dáud).
9. Cuidar das palavras: Abd Allah bin Abi O’faa, que Deus esteja comprazido com ele, disse que o Mensageiro de Deus (S.A.W) se ocupava com a recordação de Deus e não falava em vão. Fazia extensas suas orações e breves discursos; não duvidava em ajudar e encarregar-se das necessidades dos que mais precisavam, fossem pobres ou viúvas. (An-nassai e autenticado por Albani).
10. Destacar- se em atos de adoração: A’ishah, que Deus esteja comprazido com ela, disse que o Profeta de Deus (S.A.W) costumava orar durante a noite até que lhe inchavam os pés. Então, ela disse: ‘Por que fazes isto, Oh Mensageiro de Deus, sendo que Deus já perdoou teus pecados, passados e futuros?’. O Profeta (S.A.W) disse: ‘Acaso não devo ser um servo agradecido?’. (Bukhari e Muslim).
11. Tolerância e bondade: Abu Hurairah, que Deus esteja comprazido com ele, disse que At-Tufail bin Amr ad-Dawsi e seus companheiros vieram saudar o Profeta (S.A.W).
Disseram: ‘Oh Mensageiro de Deus, a tribo dos Daws, se negou a aceitar o Islã; suplica a Deus contra eles. Alguém disse: ‘A tribo dos Daws está condenada e será destruída!’. O Profeta (S.A.W) levantou suas mãos e contrariamente ao solicitado disse: ‘Oh Deus, guia a tribo dos Daws e trá-la para nós!’ (Bukhari e Muslim).
12. Bom aspecto: Al-Baraa bin Aazib, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘O Profeta (S.A.W) era uma pessoa de estatura média. Suas costas eram largas. Seu cabelo chegava aos lóbulos das orelhas. Uma vez o vi usando uma vestimenta vermelha; nunca vi alguém mais belo do que ele’. (Bukhari e Muslim)
13. Ascetismo em assuntos mundanos: Abd Allah bin Massud, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘O Mensageiro de Deus (S.A.W) dormiu uma vez sobre um tapete. Levantou-se e tinha as marcas do tapete em seu corpo. Perguntamos: ‘Mensageiro de Deus, queres que te façamos uma cama?’. Ele respondeu: ‘Que tenho eu que ver com este mundo? Não sou mais que um viajante que viaja com sua montaria e se detém à sombra de uma árvore e logo retoma sua viagem’. (Tirmizi, 2377)
Amr’ bin al-Haariz, que Deus esteja comprazido com ele, disse que o Mensageiro de Deus (S.A.W) não deixou Dirham nem Dinar  nem servente depois da sua morte. Só deixou sua mula branca, sua arma e um pedaço de terra que doou para caridade’. (Bukhari, 2588).
14. Altruísmo: Sahl bin Sa’d, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘Uma mulher presenteou o Mensageiro de Deus (S.A.W) com uma túnica. O Profeta (S.A.W) perguntou aos seus companheiros: ‘Sabeis o que é uma túnica?’. Eles responderam: ‘Sim, Oh Profeta de Deus! É uma peça tecida. A mulher disse: ‘Profeta de Deus! Teci esta túnica com minhas próprias mãos para que tu a uses’. O Mensageiro de Deus (S.A.W) a tomou, pois precisava dela tremendamente. Depois de um momento, o Mensageiro de Deus (S.A.W) saiu de sua casa com a túnica posta e um Companheiro lhe disse: ‘Profeta de Deus! Dá-me essa túnica para que eu possa usá-la’. O Mensageiro de Deus (S.A.W) lhe disse: ‘Sim’. Ficou sentado um pouco e voltou a sua casa; dobrou-a e deu-a à pessoa que a havia pedido. Os Companheiros, que Deus esteja comprazido com eles, repreenderam esta pessoa dizendo-lhe: ‘Não foi correto que tenhas pedido sua túnica; especialmente se sabes que ele não negaria nada a ninguém, nem deixaria que ninguém saísse com as mãos vazias’. O homem disse: ‘Por Deus! Somente a pedi porque quero que me envolvam com essa túnica quando eu morra’. Sahl, o narrador do Hadiz, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘A túnica foi utilizada como mortalha quando esse homem morreu’. (Bukhari, 1987)
15. Firmeza na fé e confiança em Deus: Abu Bakr, Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘Olhei os pés dos idólatras enquanto estávamos na caverna. [fugindo de seus perseguidores durante a emigração]. Disse: ‘Oh Profeta de Deus! Se algum deles olhasse para baixo nos veria!’. O Mensageiro de Deus (S.A.W) disse: ‘Abu Bakr! Que pensas de dois quando o Terceiro é Deus, o Altíssimo? (Muslim, 1854).
16. Bondade e compaixão: Abu Qatada, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘O Mensageiro de Deus (S.A.W) realizava a oração enquanto levava uma menina chamada Umamah, filha de Abul-Aas. Quando se inclinava, punha-a no solo; logo parava e a carregava nos braços novamente ’. (Bukhari, 5650).
17. Simplificação e facilidade: Anas, que Deus esteja comprazido com ele, contou que o Mensageiro de Deus (S.A.W) disse: ‘Começo a pregação com a intenção de estendê-la, mas quando ouço uma criança chorar, encurto-a pois sei que a mãe dessa criança sofre por seu pranto. ’ (Bukhari).
18. Temor a Deus, ter cuidado de não ultrapassar Seus limites e ser devoto: Abu Hurairah, que Deus esteja comprazido com ele, narrou que o Mensageiro de Deus (S.A.W) disse: ‘Ás vezes, quando regresso com minha família, encontro um dátil (tâmara) em minha cama. Pego-o para comer; mas tenho medo de que tenha sido dado por caridade ; por isso, deixo-o no mesmo lugar’. (Bukhari, 2300).
19. Ser generoso: Anas bin Mâlik, que Deus esteja comprazido com ele, disse:
‘Cada vez que uma pessoa aceitava o Islã, o Mensageiro de Deus (S.A.W) concedia-lhe o que pedia. A um homem, o Profeta (S.A.W) lhe deu um rebanho de ovelhas que estavam pastando entre as montanhas. O homem regressou ao seu povoado e disse: ‘Oh minha gente! Aceitai o Islã! Muhammad dá tão generosamente como quem não teme a pobreza. (Muslim, 2312).
20. Cooperação: A A’ishah, que Deus esteja comprazido com ela, perguntaram-lhe certa vez como se comportava o Profeta (S.A.W) com sua família. Ela respondeu: ‘Ajudava a todos os membros de sua família com suas tarefas; mas quando chamavam para a oração, retirava-se para realizar suas orações (na mesquita)’. (Bukhari).
Al-Baraa bin ‘Aazib, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘Vi o Mensageiro de Deus (S.A.W) no Dia da batalha “da Trincheira” levando terra [que haviam tirado de uma trincheira] até que seu peito estava coberto de pó. Era um homem peludo. Ouvi-o repetir uns versos da poesia composta por Abd Allah bin Rawaahah: ‘Oh Deus! Se não fosse por Ti, nunca tínhamos sido guiados, nem teríamos oferecido orações, nem feito caridade. Oh Deus! Que a tranquilidade desça sobre nós e faça-nos firmes ao enfrentar nossos inimigos. Certamente transgrediram contra nós! E se desejam uma rebelião, nós a rechaçaremos! E levantava a voz ao recitar esses versos’. (Bukhari, 2780).
21. Honestidade: A’ishah, que Deus esteja comprazido com ela, disse: ‘Um traço característico do Profeta (S.A.W) era que detestava a mentira. Se um homem mentia na sua presença, o Profeta (S.A.W) lutava até saber que o mesmo havia se arrependido da mentira.’ (Tirmizi, 1973).
Até seus inimigos reconheciam sua honestidade. Abu Jahl, um dos seus mais acirrados inimigos, disse: ‘Oh Muhammad! Não digo que és um mentiroso! Somente nego a mensagem que pregas e aquilo para o que convocas as pessoas.’ Deus, o Altíssimo, diz:
‘Por certo que sabemos que te causa pena o que dizem [sobre ti]. Não é a ti que desmentem, mas o que os iníquos rechaçam são os símbolos de Deus’. [6:33]
22. Honrar os limites e fronteiras de Deus: A’ishah, que Deus esteja comprazido com ela, disse: ‘O Profeta (S.A.W) sempre escolhia a mais fácil das opções, desde que não implicasse um pecado. Se o ato era pecado, afastava-se o mais que podia. Por Deus! Nunca se vingava. Só se aborrecia quando o povo transgredia os limites e fronteiras de Deus; nesse caso, fazia justiça. (Bukhari, 6404).
23. Expressão facial plácida: Abd Allah bin al-Hariz, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘Nunca vi um homem que sorrisse tanto como o Mensageiro de Deus (S.A.W)’. (Tirmizi, 2641).
24. Honestidade e lealdade: O Profeta (S.A.W) era bem conhecido por sua honestidade. Os idólatras de Meca – que tinham uma hostilidade declarada por ele – confiavam-lhe seus objetos de valor. Sua honestidade e lealdade foram postas à prova quando os idólatras de Meca perseguiram e torturaram seus companheiros e os expulsaram de seus lares. Ele ordenou a seu primo, Ali bin Abi Talib, que Deus esteja comprazido com ele, que adiasse por três dias sua emigração, para devolver às pessoas os objetos que estavam sob sua custódia.’
Outro exemplo de sua honestidade e lealdade fica demonstrado na Trégua de Hudaibiyah, através da qual ele esteve de acordo com o artigo do tratado que dizia que todo homem que abandonasse o Profeta (S.A.W) não seria devolvido, e todo homem que abandonasse Meca para unir-se ao Profeta, seria devolvido a eles. Antes de concluir o tratado, um homem chamado Abu Jandal bin Amr havia logrado escapar dos pagãos de Meca e correu a juntar-se a Muhammad (S.A.W). Os pagãos pediram a Muhammad que cumprisse sua promessa e lhes devolvesse o fugitivo. O Mensageiro de Deus pediu para que eles o tolerassem, mas eles negaram insistindo no cumprimento do tratado. Jandal ficou preocupado e disse: Oh vós que sois muçulmanos, devolver-me-íeis aos pagãos enquanto me tornei muçulmano? A caso não vejais o quanto eles me castigaram pela causa de Deus? Mas, mesmo assim o Mensageiro de Deus cumpriu com o tratado devolvendo Jandal aos pagãos. (Bukhari)
O Mensageiro de Deus (S.A.W) disse: ‘Abu Jandal! Tem paciência e pede a Deus que te conceda. Deus, seguramente, ajudará a ti e aos que são perseguidos, e te facilitará uma saída. Firmamos um acordo com eles e certamente haveremos de cumpri-lo; não nos comportaremos de forma traiçoeira’. (Ahmad).
25. Valentia e coragem: Ali, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘Deveriam ter-me visto no Dia de Badr! Refugiámo-nos com o Mensageiro de Deus (S.A.W). De todos nós, ele era o que estava mais perto do inimigo. Esse dia, o Mensageiro de Deus (S.A.W) foi o mais forte de todos nós’. (Ahmad, 654)
Sobre a sua valentia e coragem em circunstâncias normais, Anas bin Mâlik, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘O Mensageiro de Deus (S.A.W) era o melhor dos homens e o mais valente. Uma noite, o povo de Medina teve medo e enviou alguns ginetes em direção aos ruídos que se ouviam. O Mensageiro de Deus (S.A.W) os encontrou quando regressava de onde provinha o ruído, depois de assegurar-se de que não havia nenhum problema. Vinha sobre o lombo de um cavalo que pertencia a Abu Tal-hah, que Deus esteja comprazido com ele, sem arreios, e tinha uma espada consigo. Disse às pessoas: ‘Não temam! Não temam’.
Encontrou-se com os ginetes enquanto ia a cavalo, sem arreios, e levava sua espada, pois poderia ser necessária. Não esperava que os demais verificassem a origem dos problemas.
Na Batalha de Uhud, o Mensageiro de Deus (S.A.W) consultou seus Companheiros. Eles resolveram combater, enquanto ele não via necessidade de fazê-lo.
Não obstante, aceitou seu conselho. Os Companheiros, ao saber o que sentia o Profeta, lamentaram-se pelo que haviam feito. Os Ansar disseram-lhe: ‘ Oh Profeta de Deus! Faz o que te pareça melhor.’ Mas ele respondeu: ‘Não é digno de um Profeta tirar sua indumentária de combate sem lutar.’ (Ahmad, 14829).
26. Generosidade e hospitalidade: Ibn Abbas, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘O Profeta (S.A.W) era o mais generoso dos homens. Era ainda mais generoso no Ramadã, quando se encontrava com o anjo Gabriel; encontrava-se com ele todas as noites durante o Ramadã para praticar e rever o Alcorão. O Mensageiro de Deus (S.A.W) era tão generoso, como os ventos bondosos.’ (Bukhari, 6)”.
Abu Dharri, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘Ia caminhando com o Profeta (S.A.W) na Har’rah, região vulcânica de Medina, e nos encontramos frente ao monte Uhud; o Profeta (S.A.W) disse: ‘Abu Dharr!’ Disse-lhe: ‘Aqui estou, Oh Mensageiro de Deus!’ Ele respondeu: ‘Não me comprazeria ter uma quantidade de ouro igual ao peso do Monte Uhud até que não o gaste e o entregue (em nome de Deus) em uma ou três noites. Guardaria um dinar para ajudar a quem tem dívidas”. (Bukhari)
Jabir bin Abd Allah, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘O Profeta (S.A.W) não se negava a dar nada do que tinha se alguém lhe pedisse’. (Bukhari).
27. Timidez e modéstia: Abu Sa’id al-Judri, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘O Profeta (S.A.W) era mais modesto e tímido que uma virgem. Se algo não lhe agradava, notava-se nas suas expressões faciais’. (Bukhari e Muslim)
28. Humildade: O Mensageiro de Deus (S.A.W) era a pessoa mais humilde. Era tão humilde que um estranho entrava na mesquita e se aproximava de onde o Profeta (S.A.W) estava sentado com seus Companheiros, não podia distingui-lo de seus Companheiros. Anas bin Mâlik, que Deus esteja comprazido com ele, disse:
‘Uma vez, enquanto estávamos sentados com o Mensageiro de Deus (S.A.W) na mesquita, aproximou-se um homem em seu camelo, amarrou-o com uma corda e perguntou: ‘Quem dos senhores é Muhammad? O Mensageiro de Deus (S.A.W) encontrava-se sentado no chão, com seus Companheiros. Nós o indicamos ao beduíno: ‘Este homem branco, que está sentado no chão’, porque o Profeta (S.A.W) não se distinguia de seus Companheiros.
O Profeta (S.A.W) não duvidava em ajudar aos pobres, necessitados ou viúvas, em suas necessidades. Anas bin Mâlik, que Deus esteja comprazido com ele, disse: ‘Uma mulher de Medina que estava um pouco demente disse ao Profeta (S.A.W): ‘Tenho que te pedir algo’. Ele a ajudou e atendeu às suas necessidades.’ (Bukhari, 670)
29. Misericórdia e Compaixão: Abu Massud al-Ansari disse: ‘Um homem veio até o Profeta (S.A.W) e disse: “Mensageiro de Deus! Por Deus! Eu não rezo a oração da alvorada (na mesquita) porque fulano a alonga” Disse o narrador: ‘Nunca vi o Mensageiro de Deus (S.A.W) pronunciar um discurso com tanto enfado. Disse: ‘Gente! Na verdade há entre vós, aqueles que perseguem as pessoas! Se vos dirigirdes às pessoas em oração, sede breves. Há pessoas anciãs e frágeis, e outras com necessidades especiais, atrás de vocês nas orações ’. (Bukhari e Muslim)
Osâma bin Zaid disse: ‘Estávamos sentados com o Mensageiro de Deus (S.A.W). Uma de suas filhas enviou uma pessoa para chamá-lo, para que a visitasse e ao seu filho, que estava agonizando. O Mensageiro de Deus (S.A.W) disse à pessoa, que lhe dissesse: ‘A Deus pertence o que toma. Ele deu um limite de tempo. Ordenou-lhe que fosse paciente e que buscasse recompensa em Deus, o Altíssimo. Sua filha enviou de volta a mesma pessoa dizendo: ‘Profeta de Deus! Sua filha jura que deve vir’. O Mensageiro de Deus (S.A.W) parou; Sa'd bin Ubaadah e Mu’adth bin jabal acompanharam-no. O Mensageiro de Deus (S.A.W) sentou-se junto ao menino que agonizava. Os olhos do menino se congelaram como pedras. Ao ver isso o Mensageiro de Deus (S.A.W) chorou. Sa’d perguntou-lhe: ‘Que é isto, Profeta de Deus?’ Ele disse: ‘É a misericórdia que Deus, o Altíssimo, coloca nos corações de seus servos. Deus é misericordioso com aqueles que são misericordiosos com os outros. (Bukhari e Muslim).
30. Perseverança e Perdão: Anas bin Mâlik disse: ‘Uma vez, estava caminhando com o Mensageiro de Deus (S.A.W) quando usava uma túnica Iemenita, com uma gola de bordas ásperas. Um beduíno agarrou-o fortemente. Olhei seu pescoço por trás e vi que a gola da túnica havia lhe deixado uma marca. O beduíno disse: ‘Oh Muhammad! Dá-me um pouco da riqueza de Deus que tu tens. O mensageiro de Deus (S.A.W) virou-se para o beduíno, riu e ordenou que lhe entregassem algum dinheiro.’ (Bukhari, 2980)
Outro exemplo de sua perseverança é a história do Rabino Judeu, Zaid bin Sa'nah. Zaid emprestou algo ao Mensageiro de Deus (S.A.W). Zaid disse: ‘Dois ou três dias antes da devolução da dívida, o Mensageiro de Deus (S.A.W) assistia ao funeral de um homem dos Ansar. Abu Bakr, ‘Umar, ‘Usmân e alguns outros Companheiros, estavam com o Profeta (S.A.W). Depois de rezar a oração fúnebre sentou-se junto a uma parede; eu fui até ele, agarrei-o pelo colarinho, olhei-o de maneira severa e disse-lhe: ‘Muhammad! Não me pagarás a dívida do empréstimo? Eu não conheci a família de Abdul-Muttalib para que se demore a devolução da minha dívida! Olhei Umar bin al-Jattaab. Seus olhos estavam cheios de raiva! Olhou-me e disse: ‘ Inimigo de Deus, falas ao Mensageiro de Deus e te diriges a ele desta maneira? Por aquele que me enviou com a verdade, se não fosse o medo de perder a entrada no Paraíso, ter-te-ia decapitado com a minha espada! O Profeta de Deus (S.A.W) olhando para ‘Umar de forma calma e pacífica, disse: ‘Umar, deverias ter-nos dado um conselho sincero em vez de fazer o que fizeste! Umar, vai e paga-lhe a dívida; entrega-lhe vinte Sa’a (medida de peso) extras por o teres assustado!’ Zaid disse: ‘Umar partiu comigo e me pagou a dívida e me entregou os vinte Sa’a extras. Eu lhe perguntei: ‘Que é isto? Ele disse: O Mensageiro de Deus (S.A.W) ordenou-me que te desse, porque eu te assustei. ‘Zaid logo perguntou a Umar: ‘Umar, sabes quem sou eu?’ Umar disse: ‘Não, não sei – Quem és?’ Zaid disse: ‘Eu sou Zaid bin Sa’nah’. Umar perguntou: ‘O Rabino?’ Zaid respondeu: ‘Sim, o Rabino.’ Umar, a seguir, perguntou: ‘Que te fez dizer o que disseste ao Profeta?’ Zaid respondeu: ‘Umar, vi todos os sinais de um profeta no rosto do Mensageiro de Deus (S.A.W) exceto dois: sua paciência e perseverança antecedem a sua ignorância e, a segunda, quanto mais duro és com ele, mais amável e paciente se torna, e agora estou satisfeito. Umar, tenho-te como testemunha e testemunho que não há Deus exceto Deus, minha Religião é o Islã e Muhammad (S.A.W) é o meu Profeta. Também te tomo como testemunha que a metade da minha riqueza – e eu hoje estou entre os mais ricos de Medina –a entregarei pela causa de Deus, a todos da comunidade. ‘Umar disse: ‘Não será possível distribuir tua riqueza entre todos da comunidade. Terás que distribuí-la a alguns da Comunidade de Muhammad (S.A.W)’. Zaid disse: ‘Então distribuirei, em proporção, a riqueza a alguns da comunidade de Muhammad’. (Zaid e Umar viraram-se para o Mensageiro de Deus). Zaid disse-lhe: ‘Testemunho que nada nem ninguém merece ser adorado senão Deus, e que Muhammad (S.A.W) é servo e mensageiro de Deus’. Assim foi como se tornou crédulo, morreu na Batalha de Tabuk, quando se enfrentava com o inimigo - que Deus tenha piedade de Zaid’. (Ibn Hibban, 288)
Um exemplo de perdão se faz evidente quando oferece sua anistia total a todo o povo de Meca, depois da conquista. Quando o Mensageiro de Deus (S.A.W) reuniu aqueles que o perseguiram, torturaram-no e abusaram dos seus companheiros, levou-os para fora da cidade de Meca e lhes disse: ‘Que crêem que eu teria que lhes fazer?’ Eles disseram: ‘Tu és um irmão e sobrinho bondoso e generoso’ Ele disse: ‘Retirem-se – são livres!’ (Baihaqi, 18055)
31. Paciência: O Mensageiro de Deus (S.A.W) era um modelo de paciência. Foi paciente com seu povo antes do Islã; eles adoravam ídolos e agiam pecaminosamente. Ele foi paciente e tolerante com a perseguição e o mal que os pagãos de Meca lhe causaram, assim como a seus companheiros, e buscou a recompensa em Deus. Também foi paciente e tolerante com o mau trato dos hipócritas em Medina.
Foi um paradigma de paciência quando perdeu seus parentes queridos; sua esposa Khadijah, morreu durante sua vida. Todos os seus filhos morreram durante sua vida, exceto Fátima. Seus tios Abu Talib e Hamzah também morreram. O Profeta (S.A.W) foi paciente e buscou a recompensa em Deus.
Anas bin Mâlik disse: ‘Entramos na casa de Abu Saif – o ferreiro – com o Profeta (S.A.W). A esposa de Abu Saif era a encarregada de amamentar seu filho Ibrahim. O Mensageiro de Deus (S.A.W) pegou seu filho Ibrahim no colo, abraçou-o e beijou-o. Um tempo depois, foi ver novamente seu filho – que estava agonizando. O Profeta (S.A.W) começou a chorar. Abdurrahmaan bin Auf disse: ‘Profeta de Deus, tu também choras!’ O Mensageiro de Deus (S.A.W) disse: ‘Ibn Auf, isto é compaixão’ – o Profeta (S.A.W) derramou mais lágrimas e disse: ‘Os olhos derramam lágrimas, o coração se entristece, mas somente dizemos o que agrada a nosso Criador. Estamos tristes por tua morte, Oh Ibrahim!’. (Bukhari, 1241)
32. Justiça e Equidade: O Mensageiro de Deus (S.A.W) era justo e imparcial em todos os aspectos de sua vida e na aplicação da Legislação Islâmica (Shari'ah).
A’ishah disse: ‘As pessoas de Quraish estavam muito preocupadas com a mulher Makhzumi porque ela havia roubado. Conversaram entre eles e disseram: ‘Quem pode interceder por ela ante o Mensageiro de Deus (S.A.W)?’ Finalmente disseram: ‘Quem melhor para conversar com o Mensageiro de Deus (S.A.W) sobre o assunto do que Ussamah bin Zaid, o rapaz mais apreciado pelo Mensageiro de Deus (S.A.W)’. Então Ussamah falou com o Mensageiro de Deus, sobre a mulher. O Mensageiro de Deus (S.A.W) disse-lhe: ‘Ussamah! Intercedes, em seu benefício para desatender um dos castigos impostos por Deus!
O Mensageiro de Deus (S.A.W) se levantou e pronunciou um discurso, no qual disse: ‘Povos que os precederam foram destruídos porque quando um nobre roubava, deixavam-no livre; mas se um pobre o fazia, castigavam-no. Por Deus! Se Fátima, a filha de Muhammad roubasse, eu ordenaria que sua mão fosse cortada’. (Bukhari e Muslim).
O mensageiro de Deus (S.A.W) era justo e imparcial, e permitia que os outros se vingassem ainda que ele os machucasse. Usaid bin Hudhair disse: ‘Um homem estava fazendo graça e provocando o riso das pessoas; o Profeta (S.A.W) passou ao seu lado e o golpeou suavemente com um ramo que levava. O homem exclamou: ‘Profeta de Deus! Permita-me vingar-me!’ O Profeta (S.A.W) disse: ‘Avante!’ O homem disse: ‘Mensageiro de Deus, tu usavas uma vestimenta quando me golpeaste, eu não!’ O Mensageiro de Deus (S.A.W) levantou a parte superior de sua vestimenta, e o homem beijou seu dorso dizendo: ‘Eu só pretendia fazer isto, Mensageiro de Deus!’ (Abu Dawud, 5224)
33. Temor a Deus: O Mensageiro de Deus (S.A.W) era a pessoa mais temente a Deus. Abd Allah bin Massud disse: ‘Uma vez o Mensageiro de Deus (S.A.W) me disse: ‘Recita o Alcorão para que possa escutar-te!’ Abd Allah b. Massud disse: ‘Recito-o para ti e a ti ele foi revelado!’ O Profeta (S.A.W) disse: ‘Sim’. ‘Comecei a recitar Surat an-Nisaa , até que cheguei ao versículo: Que acontecerá quando trouxermos uma testemunha de cada comunidade e te trouxermos [Oh, Muhammad!] como testemunho contra estes os incrédulos do teu povo? [4:41].
Ao escutar este versículo, o Mensageiro de Deus (S.A.W) disse: ‘Suficiente!’ Abd Allah bin Massud disse: Virei-me e vi o Mensageiro de Deus (S.A.W) chorando’. (Bukhari e Muslim).
A'ishah disse: ‘Se o Mensageiro de Deus (S.A.W) via nuvens escuras no céu, passeava inquieto para trás e para frente, saía de sua casa e voltava a entrar. Quando começava a chover, o Profeta (S.A.W) se relaxava. A'ishah disse: perguntei-lhe sobre isso e me respondeu: ‘Não sei; pode ser que seja como se diz:
E quando viram uma nuvem que se aproximava dos seus vales, disseram: Esta é uma nuvem que nos traz chuva [Mas seu Mensageiro lhes disse:] Não, é o castigo que pedíeis que lhes sobrevenha. Então um vento lhes infligiu um doloroso castigo’.  [46:24].
34. Satisfação e Riqueza de Coração: Umar bin al-Khattab disse: ‘Entrei na casa do Mensageiro (S.A.W) e o encontrei sentado em um tapete. Tinha uma almofada de couro feita de fibras. Uma panela com água a seus pés, e havia alguma roupa pendurada na parede. Suas costas estavam marcadas pelo tapete em que estava recostado. Umar chorou quando viu esta realidade, mas o Mensageiro (S.A.W) lhe perguntou: ‘Por que choras?’ Umar disse: ‘Profeta de Deus! Cosroes e César desfrutam do melhor deste mundo, e tu sofres na pobreza’. Ele disse: ‘Não te dá prazer que eles desfrutem o melhor deste mundo, e que nós desfrutemos no Além?’ (Bukhari e Muslim)
35. Desejos de bondade até com seus inimigos. A'ishah disse: ‘Perguntei ao Mensageiro de Deus (S.A.W): “Enfrentaste um dia mais duro e difícil que o da Batalha de Uhud?” Ele respondeu: ‘Sofri muito por tua gente! O pior dia que sofri foi o dia de al-Aqabah quando falei com Ibn Abd Yalil bin Abd Kilaal (para receber seu apoio e proteção) mas me abandonou. Quando deixei aquele lugar estava muito preocupado; caminhei – até que cheguei a uma área chamada Qarn ath-Za'alib. Ergui meu olhar para o céu e notei que uma nuvem me sombreava. O anjo Gabriel me chamou e disse: ‘Muhammad! Deus, o Altíssimo, escutou o que tua gente te disse – e enviou o Anjo encarregado das montanhas, para que lhe ordenes o que desejas’. O profeta (S.A.W) disse: ‘O Anjo encarregado das montanhas me chamou dizendo: ‘Que a paz de Deus esteja contigo! Muhammad, farei o que aches necessário. Se quiseres posso juntar as montanhas Al-akhashabain e destruir tudo que há entre eles. O Mensageiro de Deus (S.A.W) disse: Não, pois, espero que Deus tire de entre eles pessoas que creiam em Deus e não o associem. (Bukhari e Muslim).
Ibn Umar disse: quando morreu Abd Allah bin Ubayyi bin Saloul , chegou seu filho, chamado Abd Allah bin Abd Allah bin Ubayyi bin Saloul ao Profeta (S.A.W) pedindo a camisa do Profeta para amortalhar o corpo do seu pai. Profeta (S.A.W) deu-lhe a camisa. Depois ele pediu ao Profeta (S.A.W) para que fizesse por ele a oração fúnebre, e quando o Profeta (S.A.W) se levou para efetua-la, Umar pegou na roupa dele dizendo: Oh Mensageiro de Deus, vais orar por ele enquanto Deus proibiu-te. O Mensageiro de Deus respondeu: Deus deixou ao meu critério e Disse: ‘Implora perdão para eles; ou, não implores perdão para eles; se imploras perdão para eles, setenta vezes’ [9:80]. Eu vou implorar mais de setenta vezes. Umar disse: mas ele é hipócrita! O Mensageiro de Deus orou por ele. Em seguida Deus lhe revelou o seguinte: ‘E não ores, nunca, por nenhum deles, quando morrer, nem te detenhas em seu sepulcro’ [9:84] .


 
A ética do Profeta com seus companheiros
1. As relações próximas do Profeta com seus companheiros: Isto é sabido já que temos relatos detalhados da biografia do Profeta. O Profeta é o exemplo que deveríamos emular em todos nossos assuntos. Jarir bin Abd Allah disse: ‘O Profeta (S.A.W) não me impediu que me sentasse com ele desde que eu aceitei o Islã. Sempre sorria quando me olhava. Uma vez me queixei com ele, já que não podia andar a cavalo e me deu um leve golpe no peito e suplicou a Deus, dizendo ‘Oh Deus! Segura-o e converte-o em uma pessoa que guie os demais e que seja uma fonte de orientação’. (Bukhari e Muslim).
2. O Profeta (S.A.W) costumava entreter seus companheiros e brincava com eles: Anas bin Mâlik disse que o Mensageiro de Deus (S.A.W) era a pessoa mais educada. Tenho um irmão menor cujo nome é Abu Umair – ele costumava brincar com um pequeno pássaro chamado 'An-Nughair'. O Profeta (S.A.W) lhe disse:
‘Abu Umair! Que foi que o Nughair te fez?’. (Bukhari e Muslim).
O Profeta (S.A.W) não só entretinha seus companheiros com palavras, mas também os divertia brincando. Anas bin Mâlik disse: ‘Um beduíno chamado Zahir bin Haram dava presentes ao Profeta (S.A.W) e ele também lhe dava presentes. O Profeta (S.A.W) disse: ‘Zahir é nosso deserto, e nós somos sua cidade’.
O Profeta (S.A.W) se aproximou, enquanto ele estava vendendo suas mercadorias, abraçou-o por trás, e este não o viu. Logo disse: ‘Solta-me!’ Quando percebeu que era o Profeta (S.A.W) quem o estava abraçando, pressionou suas costas contra o peito do Mensageiro! O Mensageiro de Deus (S.A.W) lhe disse: ‘Quem compraria este escravo para mim?’ Zahir disse: ‘Mensageiro de Deus, não valho nada!’ O Mensageiro de Deus (S.A.W) então, disse-lhe: ‘Deus não te considera sem valor!’ ‘Tu és valioso e precioso para Deus’ (Ibn Hibban, 5790).
3. Consultava seus companheiros. O Profeta (S.A.W) consultava seus companheiros e tinha em conta suas opiniões e pontos de vista em assuntos e problemas nos quais não se revelavam os textos sagrados.
Abu Hurairah disse: ‘Não vi uma pessoa mais entusiasta pelos conselhos sinceros de seus companheiros que o Mensageiro de Deus (S.A.W).’ (Tirmizi, 1714).
4. Visitar os enfermos, fossem ou não muçulmanos. O Profeta (S.A.W) se preocupava com seus companheiros e se assegurava que estivessem bem. Se soubesse que alguém estava doente, corria para visitá-lo, com quem estivesse com ele. Não só visitava os muçulmanos como também aqueles que não eram muçulmanos e que estavam doentes. Anas bin Mâlik disse: ‘Um rapaz judeu prestava serviços ao Profeta (S.A.W) e adoeceu. Então o Profeta (S.A.W) disse: ‘Vamos visitá-lo’. Foram vê-lo e encontraram seu pai sentado ao seu lado; o Mensageiro de Deus (S.A.W) disse: ‘Testemunhe que não há outro verdadeiro deus merecedor de adoração que não seja Deus e eu intercederei por ti no Dia da Ressurreição. ‘O rapaz olhou seu pai, que lhe disse: 'Obedece a Abul-Qasim! ' Então o rapaz disse: ‘Não há outro verdadeiro deus merecedor de adoração que Deus, e Muhammad é o último Mensageiro’. O Profeta (S.A.W) disse: ‘Todos os louvores cabem a Deus, Quem o salvou do Fogo do Inferno.’ (Bukhari).
5. Era agradecido com a bondade das pessoas com ele, e as recompensava generosamente. o Mensageiro de Deus (S.A.W) disse: ‘Quem busque refugiar-se em Deus de seu demônio, não será prejudicado. Quem te pede algo por Deus, entrega-lhe. Quem te convida, aceita seu convite. Quem te faz um favor ou um ato de bondade, paga-lhe de forma similar; mas se não encontras como recompensá-lo, então suplica a Deus por ele continuamente, até que consideres que o hás recompensado’. (Abu Daud)
A'ishah disse: ‘O Mensageiro de Deus (S.A.W) aceitava presentes e os recompensava com generosidade’. (Bukhari, 2445)
6. O amor do Profeta por tudo que é bom e bonito: Anas disse: ‘A mão do Mensageiro de Deus (S.A.W) era mais suave que qualquer seda que jamais haja sido tocada, e o aroma de sua pele era mais agradável que qualquer perfume que jamais foi sentido.’ (Bukhari e Muslim)
7. O Mensageiro de Deus (S.A.W) amava ajudar aos outros, intercedendo por eles: Abd Allah bin Abbas disse: ‘O marido de Barirah era um escravo que se chamava Mughís – Eu o vi caminhando atrás dela, chorando pelas ruas de Medina, e suas lágrimas caiam de sua barba. O Mensageiro de Deus (S.A.W) disse a Abbas: ‘Não te assombres com o quanto Mughís ama a Barirah, e quanto Barirah o despreza!’ O Profeta (S.A.W) disse a Barirah: ‘Por que não voltas com ele?’ Ela lhe disse: ‘Estás me ordenando que o faça?’ Ele disse: ‘Não, estou intercedendo em seu favor’. Ela disse: ‘Não preciso disso’. (Ibn Maajah).
8. O Mensageiro de Deus (S.A.W) servia –se a si mesmo: A'ishah disse: ‘Perguntaram-me como o Mensageiro de Deus (S.A.W) se comportava em sua casa’. Ela disse: ‘Ele era como qualquer homem; lavava sua roupa, tirava o leite de sua ovelha e servia a si mesmo.’ (Ibn Hibban).
Os excelentes modos do Profeta, não só faziam com que se servisse a si mesmo, como também aos demais. A'ishah disse: ‘Perguntaram-me como se comportava em sua casa o Mensageiro de Deus (S.A.W)’. Ela disse: ‘Ele ajudava em casa com as tarefas diárias e quando ouvia o chamado para a oração, dirigia-se para a mesquita’. (Bukhari 5048)


 
Declarações de Justiça e Equidade
1. O Poeta alemão, Göethe , disse: ‘Procurei na história o homem mais exemplar e o encontrei no profeta árabe Muhammad’.
2. O professor Keith Moore , disse em seu livro ‘The Developing Human: “É evidente que estas declarações devem ter sido apresentadas a Muhammad através de Deus, o Allah, já que muito desses conhecimentos só foram descobertos muitos séculos mais tarde. Isto prova que Muhammad deve ter sido um Mensageiro de Deus ou Allah’. Depois disse: ‘Não tenho dificuldades em aceitar que é uma inspiração ou revelação divina, o que o levou a fazer essas declarações’.
3. O Dr. Maurice Bucaille , disse em seu livro "The Qur'an and Modern Science": ‘Um exame totalmente objetivo do Alcorão à luz do conhecimento moderno, nos leva a reconhecer a coincidência entre ambos, como já foi visto em repetidas ocasiões. Faz-nos considerar impensável que um homem da época de Muhammad tenha sido o autor dessas afirmações, tendo-se em conta o grau de conhecimento desses tempos. Essas considerações são parte do que dá um lugar único à Revelação Corânica e obriga ao Cientista imparcial a admitir sua incapacidade em oferecer uma explicação baseada exclusivamente no racionalismo materialista’.
4. Annie Besant  em “The Life and Teachings of Mohammad”, disse: é impossível para qualquer um que estude a vida e caráter do grande Profeta da Arábia, que sabia como ensinar e viver, sinta não menos que veneração pelo poderoso Profeta, um dos grandes mensageiros do Supremo. E ainda que muitas das coisas que expressei pareçam familiares a muitos, ainda assim, sinto em cada ocasião que o releio, um novo modo de admiração, um novo sentido de veneração ao grande Mestre árabe ’.
5. Dr. Gustav Weil em “History of the Islamic Peoples” disse: ‘Muhammad era um brilhante exemplo para sua gente. Seu caráter era puro e imaculado. Seu lar, sua vestimenta, sua comida – estavam caracterizados por uma rara simplicidade. Tão poucas pretensões tinha, que não aceitava receber nenhum tipo especial de reverências, nem tampouco algum serviço de serviçais, que ele mesmo pudesse fazer. Era acessível a todos, em todos os momentos. Visitava os enfermos e estava repleto de solidariedade para com todos. Ilimitada era sua benevolência e generosidade como também seu ansioso cuidado pelo bem-estar de sua comunidade.’
6. Maurice Gaudefroy disse: ‘Muhammad era um Profeta, não um teólogo, um fato tão evidente que se resiste a declará-lo. Os homens que o rodeavam e que constituíam a influente elite da comunidade Muçulmana original, relutavam em ter que obedecer à lei que ele havia proclamado em nome de Deus e em seguir seu conselho e exemplo.’  
7. Washington Irving  disse: ‘Seus triunfos militares não despertaram nele nem orgulho nem vaidade como o teriam feito se tivessem sido afetados com propósitos egoístas. No tempo de maior poder, ele manteve a mesma simplicidade nos modos e aparência que nos dias de adversidade. Muito longe de adotar um estado majestoso, incomodava-se se, ao entrar em algum cômodo, fizessem alguma demonstração diferente de respeito.’
8. O Marquês de Dufferin disse: ‘É pela ciência Muçulmana, pela arte e literatura Muçulmanas que a Europa tem uma dívida por ter logrado sair da obscuridade da Idade Média’ .


 
As esposas do Profeta (S.A.W)
Depois da morte de sua primeira esposa, Khadijah, o Profeta (S.A.W) se casou com onze mulheres; todas elas divorciadas, exceto A’ishah. Seis de suas esposas eram da tribo de Quraish, uma de origem judia e as outras eram de diferentes tribos árabes. Casou-se com uma servente, Máriyah, egípcia copta, mãe de seu filho Ibrahimo. Ela foi presente do Ciro, rei de Alexandria, ao Mensageiro de Deus (S.A.W). E este disse: ‘Em breve ireis conquistar o Egito, onde há uma terra chamada Quirat. Então, tratai as pessoas de lá com bondade, porque haverá laços de parentesco e a nossa responsabilidade quanto a elas’. Outra narrativa diz que ele disse: ‘Logo ireis conquistar uma terra onde o quilate é por demais falado’ [Musslim].
O Profeta (S.A.W) se casou com essas mulheres por muitas razões:
1. Propósitos religiosos e legislativos: O Profeta (S.A.W) se casou com Zainab bint Jahash. Os árabes na Era Pagã pré-Islâmica proibiam a um homem casar- se com a esposa de seu filho adotivo ; eles acreditavam que o filho adotivo era como o filho biológico em todos os aspectos. O Profeta (S.A.W) se casou com ela, embora ela tenha sido casada com seu filho adotivo, Zaid bin Hárissah. O Mensageiro de Deus (S.A.W) casou-se com ela para abolir essa crença. Deus, o Altíssimo, disse:
 Então, quando Zaid satisfez seu desejo de estar com ela, fizemo-te com ela casar, para que não houvesse, sobre os crentes, constrangimento em relação às mulheres de seus filhos adotivos, quando estes satisfazerem seu desejo de estar com elas. E a ordem de Allah deve ser cumprida. [33:37].
2. Razões políticas, com vista à difusão do Islã, harmonização dos corações e conquista da simpatia das tribos árabes: O Mensageiro de Deus (S.A.W) se casou com mulheres das mais influentes tribos árabes. O Profeta (S.A.W) ordenou a seus Companheiros fazer o mesmo. O Profeta (S.A.W) enviou Abd Ar-Rahmân bin Auf para islamizar o povo de Dumat al-Jandal e disse-lhe: ‘Se te seguirem (aceitarem o Islã), então casa com a filha do chefe da tribo’. (História de at-Tabri. V.2, p. 126)
O Dr. Cl. Cahan  disse: ‘Alguns dos aspectos de sua vida podem parecer confusos devido à mentalidade atual. O Mensageiro é criticado por sua obsessão de realização mundana e por suas nove esposas, com as quais se casou depois da morte de sua primeira esposa, Khadijah. Já ficou confirmado que a maioria desses matrimônios foram realizados por razões políticas, com o propósito de obter lealdade de alguns nobres e tribos’.
3. Razões sociais: O Profeta (S.A.W) se casou com as esposas de alguns de seus Companheiros que morreram em batalha. Casou-se com elas embora fossem mais velhas do que ele, e o fez para honrá-las e para honrar seus defuntos maridos.
Veccia Vaglieri  em seu livro “In Defense of the Islam”, disse: Durante os anos de sua juventude, Muhammad (S.A.W) se casou só com uma mulher, embora a sexualidade masculina estivesse em seu ponto mais alto durante esse período. Ainda que vivendo na sociedade em que viveu, onde os matrimônios plurais eram considerados a regra geral, e o divórcio era algo muito fácil – ele só se casou com uma mulher, embora sendo mais velha do que ele. Ele foi um marido fiel por vinte e cinco anos, e não se casou com outra mulher, exceto depois de enviuvar. Tinha então cinquenta anos. Casou-se com suas esposas mais tarde por razões sociais ou propósitos políticos; tanto por querer a honra da mulher piedosa, ou por querer a lealdade de certas tribos para poder expandir o Islã entre eles. Nenhuma das esposas com que Muhammad (S.A.W) se casou era virgem, nem jovem ou bela; exceto A’ishah. Então, como pode alguém proclamar que era um homem luxurioso? Ele era um homem e não um deus. Seu desejo de ter um filho poderia também tê-lo levado a se casar, já que todos os filhos que teve com Khadijah morreram. Por outro lado, foi quem assumiu as responsabilidades financeiras de sua extensa família, sem ter grandes recursos. Era justo e equitativo e não fazia distinção entre eles. Seguiu a prática de antigos Profetas como Moisés, a quem ninguém se opôs por seus múltiplos matrimônios. Será que a razão pela qual se objeta pelos múltiplos matrimônios de Muhammad, é o fato de que conhecemos até o mais íntimo detalhe de sua vida, e sabemos muito pouco da vida dos Profetas anteriores?
Thomas Carlyle disse: ‘Muhammad mesmo, depois de tudo que se pode dizer dele, não era um homem sensual. Erramos ao considerar esse homem com intenções de desfrutar dos prazeres básicos, ou prazeres de qualquer outro tipo’ .


 
Algumas evidências textuais que confirmam a mensagem e profecia de Muhammad (S.A.W)
Provas do Alcorão
1. Deus, o Altíssimo, diz:
Muhammad não é o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageiro de Deus e o selo dos Profetas; e Deus é Onisciente. [Alcorão 33:40]
2. Jesus (S.A.W) se alegrou com o advento do Profeta Muhammad no Evangelho. Deus, o Altíssimo diz:
E quando Jesus, filho de Maria, disse: Oh, filhos de Israel! Eu sou o Mensageiro de Deus, enviado a vós para corroborar a Tora e anunciar um Mensageiro que virá depois de mim, chamado Ahmad [Este era um dos nomes do Profeta Muhammad]. Mas quando lhes apresentou as evidências, disseram: Isto é pura magia! [Alcorão 61:6]
E diz:
Os que seguem o Mensageiro, o Profeta iletrado – que eles encontram escrito junto deles, na Tora e no Evangelho – o qual lhes ordena o que é conveniente e os coíbe do reprovável, e torna lícitas, para eles, as cousas benignas e torna ilícitas, para eles, as cousas malignas e os livra de seus fardos e dos jugos a eles impostos. Então, os que creem nele e o amparam e o socorrem e seguem a luz, que foi descida, (e está) com ele, esses são os bem-aventurados. [Alcorão 7:157].

Provas da Sunnah :
O Profeta (S.A.W) disse: Meu exemplo e o dos Profetas anteriores, para mim, são como um homem que construiu uma casa, com grande perfeição, exceto pelo espaço de um tijolo; as pessoas a rodeariam e a olhariam com respeito por sua perfeição e diriam: ‘Se não fosse por este espaço! O Profeta (S.A.W) disse: ‘Eu sou esse tijolo, eu sou o último dos Profetas’. (Bukhari, 3342)

Escrituras sagradas prévias :
Ataa' bin Yassar disse: ‘Conheci Abd Allah b. Amr bin al-Aas e perguntei-lhe:
‘Conta-me sobre a descrição do Mensageiro de Deus (S.A.W) na Tora’. Ele disse: ‘Ele é descrito na Tora como é descrito no Alcorão: ‘Enviamos a ti como testemunha (para toda a humanidade) para alegrar, para advertir, para proteger e resguardar os humildes. Tu és Meu servo e mensageiro, te chamo Mutawakkil (O leal). Não tens maus modos, não és rude nem levantas a voz. Não pagas o mal com o mal; em troca, perdoas e desculpas. Não tomarei tua alma até que guies as Nações, até que digam: ‘Não há outro verdadeiro deus merecedor de adoração exceto Deus’ até que por ele as visões, a audição e os corações sejam abertas’ (Bukhari).
Abd Al-Ahad Dawud  disse: ‘Tratei de fundamentar meus argumentos em citações da Bíblia, que escassamente permite discussões linguísticas. Não o farei em Latim, Grego ou Aramaico, porque não teria sentido: só farei a seguinte anotação, com as palavras da Versão Corrigida publicada pela Sociedade Bíblica britânica.
Podemos ler as seguintes palavras no Livro do Deuteronômio 18:18: “Eu farei que se levante do meio de seus irmãos um profeta, o mesmo que fiz contigo. Eu porei minhas palavras em sua boca e ele lhes dirá tudo o que eu mande”. Se estas palavras não se aplicam ao Profeta Muhammad, ainda permanecem não cumpridas. O próprio profeta Jesus nunca afirmou ser o Profeta a que se aludia. Até seus discípulos pensavam o mesmo: esperaram a segunda aparição de Jesus para o cumprimento da Profecia. Até agora é evidente que a primeira aparição de Jesus não foi o advento do Profeta, e sua segunda chegada pode dificilmente cumprir essas palavras. Jesus, como se crê na Igreja, aparecerá como um juiz e não como um legislador; mas o prometido virá com uma “lei de fogo em sua mão direita”.
Comprovando a personalidade do Profeta prometido, a outra profecia de Moisés é, no entanto, de muita ajuda porque fala de iluminada marcha desde Parán, a montanha de Meca. As palavras no Livro de Deuteronômio, capítulo 13:2, diz o seguinte: “O Senhor saiu do Sinai; para eles, levantou-se sobre o horizonte de Seir; resplandeceu desde o monte Parán; para eles chegou a Meriba de Cadés acompanhado de seus santos.”
Com estas palavras o Senhor foi comparado com o sol. Ele vem do Sinai, ilumina-os desde Seir, mas resplandece cheio de glória desde Parán, onde aparece com dez mil santos com uma lei de fogo em sua mão direita.
Nenhum dos israelitas, incluindo-se Jesus, tem alguma relação com Parán. Hagar, com seu filho Ismael, preambularam pelo deserto de Beersheba; mais tarde morou no deserto de Parán. (Gen. XXI.21). Casou-se com uma mulher egípcia, e através do nascimento de seu primeiro filho, deu descendência aos árabes que desde então são os moradores do deserto de Parán. Se o Profeta Muhammad tem ascendência de Ismael a Cedar, aparece como o Profeta do deserto de Parán, entra em Meca com dez mil santos e dá ao povo uma lei de fogo, não está cumprida na totalidade a profecia mencionada anteriormente?
As palavras da profecia em Habakkuk são dignas de atenção. Sua (o santo de Parán) glória cobriu os céus e a terra se encheu de louvores. A palavra “louvor” tem um significado importante, porque o nome Muhammad significa “o louvado”. Além dos árabes, aos habitantes do deserto de Parán também lhes foi prometido uma Revelação: “permitam que os desertos e as cidades levantem sua voz; os povos que Cedar habitou: permitam que os habitantes das pedras cantem, permitam-lhes gritar de cima das montanhas. Permitam-lhes brindar glória ao Senhor, e clamem seus louvores nas ilhas. O Senhor resplandecerá como um homem poderoso, removerá os ciúmes como um homem de guerra, chorará, gritará, rugirá, ele triunfará sobre seus inimigos” (Isaías).
Há outras duas profecias em conexão com esta, onde se menciona Cedar. Uma se apresenta desta maneira no capítulo IX de Isaías: “Levanta-te e brilha, que chegou tua luz e a Glória de Jeová amanheceu sobre ti. Enquanto as trevas cobriam a terra e os povos estavam na noite, sobre ti se levantou Jeová, e sobre ti apareceu sua Glória. Os povos se dirigem à tua luz e os reis, ao resplendor da tua aurora. Levanta os olhos ao teu redor e contempla: todos se reúnem e te vêem; teus filhos chegam de longe e tuas filhas são trazidas ao colo. Tu então, ao vê-lo, ficarás radiante, palpitará teu coração muito emocionado; hão-de trazer-te tesouros do outro lado do mar e chegarão a ti as riquezas das nações. Inundar-te-á uma multidão de camelos: chegarão os de Madián e Efá. Os de Sabá virão todos trazendo ouro e incenso, e proclamando os louvores de Jeová. Todos os rebanhos de Cedar se reunirão junto a ti, e os carneiros de Nebayot serão teus para serem oferecidos em meu altar, pois quero dar esplendor ao templo de minha Glória” (1-7). A outra profecia está também em Isaías, “Profecia sobre Edom: Alguém me grita desde Seír: «Sentinela, que hora é da noite? «Sentinela, que hora é da noite? O sentinela responde: «Chega a manhã, mas também a noite; se vocês querem perguntar, perguntem, mas voltem outra vez.» Profecia sobre a Arábia: Entre as matas da estepe passam a noite as caravanas dos dedanitas. Saiam ao encontro do sedento, habitantes do país de Tema, levando-lhe água; acolham o fugitivo e dêem-lhe pão. Pois eles vêm fugindo das espadas, das espadas afiadas, do arco pronto para disparar, da violência da guerra. Sim, assim me disse o Senhor: «Dentro de um ano, o mesmo que dura o contrato de um soldado, toda a riqueza de Quedar terá terminado e não sobrará quase nada dos arqueiros valentes de Quedar, - isto é palavra de Jeová, o Deus de Israel.”; se podem entender estas profecias em Isaías à luz de uma mencionada no Deuteronômio, que fala da iluminada marcha de Deus desde Parán.
Se Ismael habitou o deserto de Parán, onde deu vida a Cedar, quem é o antecessor dos árabes; e se os filhos de Cedar receberam revelações do Senhor, se os carneiros de Cedar foram oferecidos com agrado sobre o Divino altar para glorificar “A casa de minha gloria” onde a escuridão cobriu a terra por alguns séculos, para que logo essa terra recebesse luz Divina; e se por glória de Cedar a quantidade de arqueiros e os poderosos filhos de Cedar, diminuíssem um ano depois de fugir das espadas e da inclinação dos arcos – O Bendito de Parán (Habakkuk III 3) não é outro mais que o profeta Muhammad. O profeta Muhammad é a Bendita prole de Ismael através de Cedar, que se instalou no deserto de Parán.
Muhammad é o único Profeta do qual os árabes receberam revelações nos tempos em que a escuridão havia coberto a terra.
Através dele Deus resplandeceu desde Parán, e Meca é o único lugar de onde A Casa de Deus é glorificada e os carneiros de Cedar foram oferecidos com agrado sobre o altar. O Profeta Muhammad foi perseguido por sua gente e teve que deixar Meca. Ele estava sedento e fugiu das espadas e dos arcos; e depois de um ano de sua fuga, os descendentes de Cedar o encontraram em Badr, o lugar da primeira batalha dos Mecanos e o Profeta, os filhos de Cedar, e sua quantidade de arqueiros diminuíram e toda a glória de Cedar se consumou. Se o Profeta não é aceite como o cumprimento de todas essas profecias, estas não foram cumpridas. “A casa de minha glória” a que se refere Isaías 1X, é a casa de Deus em Meca e não a Igreja de Cristo como clamam os Cristãos. Os carneiros de Cedar, como se menciona no verso 7, nunca chegaram à Igreja de Cristo, e é um fato que os povoados de Cedar e seus habitantes são os únicos no mundo que permaneceram impenetráveis à Igreja de Cristo.
Outra vez, a menção dos dez mil santos em Deuteronômio 30:3 tem muito significado. Ele (Deus) resplandeceu desde Parán, e chegou com dez mil santos. Lendo a história completa do deserto de Parán não se encontra outro evento além daquele em que Meca foi conquistada pelo Profeta. Ele chegou com dez mil seguidores de Medina e entrou em “A casa de minha glória”. Entregou a lei de fogo ao mundo, que reduziu a cinzas todas as demais leis. O Confortador – O Espírito da Verdade - de que falou o Profeta Jesus não foi outro mais que o Profeta Muhammad. Não pode ser tomado como o Espírito Santo como diz a Igreja. “É necessário para vocês, que eu desapareça”, diz Jesus, “já que se eu não me for o Confortador não virá”.
As palavras mostram claramente que o Confortador virá depois da partida de Jesus, e não estava com ele quando pronunciou estas palavras. Podemos supor que Jesus estava desprovido do Espírito Santo se sua chegada dependia da partida de Jesus: além disso a forma como Jesus o descreve faz com que ele pareça um homem e não um espírito. “Ele não falará por si mesmo, falará por inspiração”.
Temos que supor que o Espírito Santo e Deus são duas entidades diferentes, que o Espírito Santo fala por si e também o que escuta de Deus? As palavras de Jesus se referem claramente a um Mensageiro de Deus. Chama-o O Espírito da Verdade, e então o Alcorão fala do Profeta Muhammad: “Por certo que ele se apresentou com a Verdade, e corroborou a Mensagem dos Profetas que o precederam”. Alcorão 37:37 .

No Novo Testamento:
Há várias passagens no Novo Testamento que claramente anunciam a vinda de Muhammad de maneira bem clara ou pela menção de suas ações.
João, o Batista: “Este foi o testemunho de João, quando os judeus enviaram sacerdotes e levitas de Jerusalém para perguntar-lhe: Quem és tu? João declarou e não ocultou a verdade: Eu não sou o Messias. Perguntaram-lhe: Então, quem és ? Elias? Respondeu: Não sou. Disseram-lhe: És o Profeta? Respondeu: Não. Então lhe disseram? Quem és, então? Pois temos que levar uma resposta aos que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo? João respondeu: Eu sou, como disse o profeta Isaías, a voz que grita no deserto: Tomem o caminho do Senhor.Os enviados eram do grupo dos fariseus, e lhe fizeram outra pergunta: Por que batizas então, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?” (João 1:20-25)
Esse Profeta não era Jesus, mas sim Muhammad, porque João Batista continuou pregando, batizando e anunciando a vinda desse Profeta durante a vida de Jesus.
Jesus: O Profeta Jesus predisse a vinda de outro Profeta cujo nome seria 'Periqlytos', ou 'Paráclito', ou 'Paracalon'. Diz: “e eu rogarei ao Pai e lhes darei outro Protetor (Paráclito) que permanecerá sempre com vocês”. (João XIV, 16)
A palavra Paráclito significa 'ilustre, renomado e louvado' e isto é exatamente o que significa o nome 'Ahmad'. No Sagrado Alcorão são mencionadas as Profecias feitas por Jesus sobre o advento de um profeta chamado 'Ahmad'. Deus, o Altíssimo, diz:
E quando Jesus, filho de Maria, disse: Oh, filhos de Israel! Eu sou o Mensageiro de Deus, enviado a vós para corroborar a Tora e anunciar um Mensageiro que virá depois de mim, chamado Ahmad [Este era um dos nomes do Profeta Muhammad]. [Alcorão 61:6]


Provas intelectuais que confirmam a mensagem e profecia de Muhammad (S.A.W)
1. O Profeta (S.A.W) era iletrado. Não sabia ler nem escrever. Viveu entre pessoas iletradas como ele. Portanto não se pode afirmar que Muhammad (S.A.W) foi o autor do Alcorão. Deus, o Altíssimo, diz:
E tu não sabias ler nenhum tipo de escritura antes que te fora revelado [o Alcorão] nem tampouco transcrevê-la com tua direita; porque se assim fosse, poderiam ter semeado dúvidas [sobre ti] os que inventam mentiras. [29:48]
2. Os árabes foram desafiados a escrever algo similar ao Alcorão, e não o puderam fazer! A formosura de sua estrutura e o profundo significado do Alcorão assombravam aos árabes. O Alcorão é o eterno milagre de Muhammad. O Mensageiro de Deus (S.A.W) disse: ‘Os milagres dos Profetas (antes de mim) estavam restritos a suas épocas. O milagre que me foi dado é o Alcorão que é eterno, e por ele espero ter muitos seguidores até o Dia da Ressurreição’. (Bukhari 4598)
Ainda que sua gente tenha sido eloquente e conhecida por sua imponente poesia, Deus os desafiou a produzir algo similar ao Alcorão, mas não o conseguiram.
Deus diz:
Se duvidardes do que revelamos ao Nosso servo [Muhammad] trazei um capítulo similar, e recorrei a ele, a quem pedis socorro em lugar de Deus, se é que dizeis a verdade. [2:23]
Deus desafia os homens a produzir algo similar ao Alcorão. Deus diz:
Diga-lhes: Se os homens e os gênios se unissem para fazer um Alcorão similar, não lograriam, ainda que se ajudassem mutuamente. [17:88]
3. O Profeta (S.A.W) continuou rezando e convocando as pessoas ao Islã, embora tenha passado por muitas dificuldades e tenha sido contestado por sua gente, que planejou inclusive assassiná-lo. Ainda assim o Profeta (S.A.W) continuou pregando e foi paciente. Se fosse um impostor – teria parado de pregar e teria temido por sua vida.
W. Montgomery Watt disse: Sua disposição para sofrer perseguições por suas crenças, a alta moral dos homens que creram nele e o respeitaram como líder, e a grandeza do seu último resultado – tudo sustenta sua integridade fundamental. Supor que Muhammad foi um impostor traz mais problemas do que os resolve. Além disso, nenhuma das figuras da história é tão pobremente apreciada no Ocidente como Muhammad... Portanto, não só devemos dar crédito a Muhammad por sua honestidade essencial e propósitos íntegros. Se é que o vamos a entender, se queremos corrigir os erros que herdamos do passado, não devemos esquecer que uma prova conclusiva é um requerimento mais estrito que uma demonstração de plausibilidade e, em um caso como este, só se consegue com dificuldade.
Dr. M. H. Durrani  disse: Esta crença e busca incessante, este projeto e determinação que impulsionaram os movimentos de Muhammad até a vitória final, é uma prova de sinceridade absoluta de sua mensagem. Se alguma dúvida ou perturbação estivessem no coração dele nunca poderia suportar a tempestade que enfrentou durante 20 anos. Depois de tudo isto, será que precisam de outra prova sobre a sinceridade de seu propósito, de sua integridade moral e de sua nobreza espiritual!? Todos esses fatores conduzem inevitavelmente à conclusão do que é o inevitável, de que este homem é verdadeiramente o mensageiro de Deus, realmente, este é o nosso Profeta Muhammad. Seus sinais revelavam qualidades raras, um modelo completo da virtude e bondade, e um símbolo de honestidade e sinceridade. Sua vida, seus pensamentos, sua sinceridade, sua perseverança, seu temor, sua doutrina e realizações, são todas provas singulares da sua profecia. Qualquer ser humano que estudar sua vida e mensagem, sem preconceito, vai testemunhar que ele é realmente um mensageiro de Deus, e que o Alcorão, que ele trouxe para as pessoas é o livro de Deus. Qualquer pensador sincero, pesquisador da verdade sempre chegará a este julgamento.
 4. Todas as pessoas gostam dos ornamentos e belezas, e poderiam ser influenciados por eles. Deus, o Altíssimo, diz:
Foi arraigada no coração dos homens a inclinação pelos prazeres: as mulheres, os filhos, o acúmulo de riquezas em ouro e prata, os cavalos de raça, os rebanhos e os campos agrícolas. Esse é o gozo da vida mundana, mas Deus lhes tem reservado algo mais belo. [3:14]
O homem, por natureza, se entusiasma por adquirir ornamentos e belezas deste mundo. As pessoas diferem no método que usam para adquirir essas coisas. Alguns usam como recurso para obtê-las, meios legais, enquanto que outros utilizam meios ilegais.
Quraish tratou de persuadir o Profeta (S.A.W) para que deixasse de convidar as pessoas ao Islã. Ofereceram-lhe transformá-lo no Senhor de Quraish, casá-lo com a moça mais bela e fazer dele o homem mais rico. Ele respondeu a estas ofertas tentadoras, com toda firmeza e inspiração divina dizendo: ‘Nunca desistirei da minha missão até que me apresentem fortes provas que ateiem fogo do sol’.
Se o Profeta (S.A.W) fosse um impostor, teria aceite esta oferta sem pensar.
Dr. M. H. Durrani disse: Muhammad pacientou o sofrimento durante 13 anos em Meca e 8 anos em Medina  sem interrupção, e permaneceu firme física e espiritualmente, nunca desistiu de seus propósitos e posicionamento. O povo colocou a disposição dele o reino e a riqueza para que desistisse da pregação do Islã, mas ele refutou tudo e preferiu sofrer em nome da sua missão, e por quê? Porque não se preocupou e nem preferiu a riqueza, o prestígio, o reino, a glória, o conforto, a comodidade e a prosperidade? É preciso pensarmos profundamente sobre isso se queremos chegar a alguma resposta.
5. Sabe-se que o domínio e a riqueza de um reino estão sujeitos à vontade do rei. Tratando-se de Muhammad (S.A.W) ele sabia que esta vida era uma etapa transitória. Ibrahim b. Alqamah narrou que Abd Allah disse: ‘O Profeta (S.A.W) se recostou sobre um tapete de palha, que deixou suas costas marcadas, então disse: ‘Mensageiro de Deus! Daria minha mãe e meu pai como resgate, por ti! Permite-nos pôr uma cama sobre o tapete em que deitas, para que tuas costas não fiquem marcadas’. O Profeta (S.A.W) disse: ‘Meu exemplo nesta vida é como um viajante que descansa à sombra de uma árvore e logo continua sua viagem’. (Tirmizi).
An-Nu'man bin Bashir disse: ‘Vi teu Profeta (S.A.W) (durante um tempo) quando não podia nem sequer encontrar tâmaras boas para encher seu estômago’. (Muslim, 2977)
Abu Hurairah disse: ‘O Mensageiro de Deus (S.A.W) nunca teve a oportunidade de alimentar- se durante três dias seguidos até à sua morte’. (Bukhari, 5059)
Ainda que a Península Árabe estivesse sob seu domínio, e ele era a fonte de bondade para sua gente, o Profeta (S.A.W), algumas vezes, não encontrava comida para satisfazer suas próprias necessidades. Sua esposa, A’ishah, narrou que ele uma vez comprou um pouco de comida de um Judeu (e combinou de pagar-lhe logo) e entregou-lhe sua armadura como garantia’. (Bukhari, 2088)
Isto não significa que ele não pudesse obter o que queria, já que lhe ofereciam dinheiro e riqueza em sua Mesquita, e ele não saía do lugar, até distribuir tudo entre os pobres e os necessitados. Entre seus Companheiros havia ricos e endinheirados – apressavam-se a servi-lo e lhe ofereciam as coisas mais valiosas. A razão pela qual o Profeta (S.A.W) renunciou às riquezas do mundo, foi porque sabia a realidade da vida. Ele disse: ‘A comparação desta vida com a do além, é como uma pessoa que submerge seu dedo no oceano; quanto pode tirar dele? (Muslim, 2858)
Lady E. Cobold disse em seu livro ‘A peregrinação em Meca’ publicado em Londres (1934): Muhammad era o governante da península arábica, mas ele não objetivou em adotar identidade nobre, nem visou boa-aventura mundana, mas limitou-se em afirmar que era somente mensageiro de Deus e servidor dos muçulmanos. Ele limpava pessoalmente a sua casa, consertava seus sapatos com próprias mãos, era generoso, piedoso como um vento suave, atendia o pobre e o necessitado do pouco que possuía apesar de normalmente for insuficiente.
6. Ao Profeta de Deus (S.A.W) sucederam certos incidentes que necessitaram ser esclarecidos, e ele não teve a oportunidade de fazer algo porque não recebeu nenhuma revelação esclarecedora. Durante este período (entre o incidente e a revelação) encontrava-se exausto. Um destes incidentes é o Ifk'   em que sua esposa A’ishah foi acusada de ser infiel. O Profeta (S.A.W) não recebeu nenhuma revelação sobre este incidente por um mês; enquanto isso seus inimigos falaram mal dele, até que recebeu a revelação e ficou evidente a inocência de A’ishah. Se o Profeta (S.A.W) fosse um impostor teria resolvido este incidente no instante em que surgiu. Mas Deus diz: Não fale de acordo com suas paixões. [53:3]
7. O Profeta (S.A.W) não pedia às pessoas que o bajulassem. Pelo contrário, o Profeta (S.A.W) se desgostava quando uma pessoa o adulava de qualquer forma. Anas disse: ‘Não havia um indivíduo mais amado por seus Companheiros que o Mensageiro de Deus’. Ele disse: ‘Se o viam, não se levantavam por ele, já que sabiam que isso o desgostava. ’. (Tirmizi, 2754)
Washington Irving disse: ‘Seus triunfos militares não despertaram nele, nem orgulho nem vaidade, do mesmo modo que teria sido afetado por propósitos egoístas. No tempo de maior poder ele manteve a mesma simplicidade nos costumes e aparência que em seus dias de adversidade. Muito longe de viver de forma majestosa, incomodava-se se, ao entrar em um cômodo, era tratado com alguma forma de respeito’.
8. Alguns dos versículos do Alcorão foram revelados para admoestar o Profeta (S.A.W) sobre a causa de certos incidentes, tal como, as palavras de Deus, o Altíssimo:
Oh, Profeta! Por que proíbes o que Deus fez lícito, pretendendo com isso agradar às tuas esposas? E [sabe que apesar disso] Deus é Condescendente, Misericordioso [66:1]
O Profeta (S.A.W) se absteve de comer mel, por causa do comportamento de algumas de suas esposas. Deus, então o advertiu já que ele se proibiu a si mesmo o que Deus considera lícito.
a)    Deus, o Altíssimo, diz:
Deus te desculpou [Oh, Muhammad!] por haver-lhes eximido sem antes comprovar quem era verdadeiro e quem era mentiroso. [9:43]
Deus admoestou o Profeta (S.A.W) porque aceitou rapidamente as falsas desculpas dos hipócritas que se ausentaram na Batalha de Tabuk. Perdoou-os e aceitou seus pretextos, sem verificá-los. Deus, o Altíssimo, diz:
Não é permitido ao Profeta [nem aos crentes] tomar como prisioneiros de guerra aos incrédulos antes de tê-los combatido e dizimado na Terra. Pretendeis assim [cobrando seu resgate] obter um benefício mundano, mas saiba que Deus quer para vós a recompensa da outra vida. Certamente Deus é Poderoso, Sábio. [8:67]
b) Deus, o Altíssimo, diz:
Não é assunto teu se [Oh Muhammad, somente de Deus] Ele os absolve ou os castiga, porque foram iníquos. [3:128]
c) Deus, o Altíssimo, diz:
 [Oh, Muhammad!] Franziste o cenho e viraste as costas ao cego quando se apresentou a ti. E talvez pretendesse instruir-se para assim purificar sua conduta e moral, ou beneficiar – se, reflectindo sobre tuas palavras. [80:1-4]
Abd Allah bin Ummo Maktum, que era cego, veio ao Profeta (S.A.W) quando estava pregando a alguns dos líderes Quraish, e o Profeta (S.A.W) franziu o cenho e continuou seu sermão – e Deus o admoestou por isso.
Se o Profeta (S.A.W) fosse um impostor, este versículo não se encontraria no Alcorão.
Muhammad Marmaduke Pickthall disse: ‘Um dia, quando o Profeta estava conversando com um dos grandes homens de Quraish, tratando de persuadi-lo da verdade do Islã, um homem cego lhe fez uma pergunta sobre a fé. O Profeta se irritou pela interrupção, franziu o cenho e se afastou do cego. Neste versículo se diz que a importância de um homem não deve ser julgada por sua aparência ou condição ’.
9. Um dos sinais de sua profecia se encontra no capítulo 111 do Alcorão. Nele, Deus, o Altíssimo, condena Abu Lahab (tio do Profeta) ao tormento do inferno. Este capítulo foi revelado durante as primeiras etapas de seu chamado ao Islã. Se o Profeta (S.A.W) fosse um impostor não imporia uma regra como esta, já que seu tio poderia ter aceitado o Islã mais tarde! Dr. Gary Miller diz: ‘Por exemplo, o Profeta (S.A.W) tinha um tio com o nome Abu Lahab. Este homem odiava tanto o Islã que costumava seguir o Profeta só para desacreditá-lo. Se Abu Lahab via o Profeta (S.A.W) falando com um estranho, esperava que se fosse para ir encontrá-lo e perguntar-lhe: ‘Que te disse? Disse-te negro? Bem, é branco. Disse dia? Bem, é noite’. Ele dizia exatamente o contrário do que Muhammad (S.A.W) comunicava. Entretanto, aproximadamente dez anos antes que Abu Lahab morresse foi revelado um pequeno capítulo do Alcorão. Este expressava, distintivamente, que ele iria ao Fogo do Inferno. Em outras palavras, afirmava que nunca se converteria em Muçulmano e por essa razão seria condenado para sempre. Por dez anos tudo o que Abu Lahab fez foi dizer, ‘Diz-se que uma revelação mostrou a Muhammad que eu nunca mudarei, que nunca me converterei em Muçulmano e entrarei no Fogo do Inferno. Bem, agora quero converter-me em Muçulmano. Agrada-lhes isto? Que pensam de sua divina revelação agora?’ Mas nunca o fez. E apesar de tudo, este é o tipo de comportamento que se poderia esperar dele já que a única coisa que fez foi contradizer o Islã. Em essência, Muhammad (S.A.W) disse ‘Odeias-me e queres terminar comigo? Aqui, diga estas palavras e terás terminado comigo. Vamos diga-as!’ Mas Abu Lahab nunca as disse. Dez anos! E em todo esse tempo nunca aceitou o Islã nem apoiou sua causa. Como Muhammad podia saber com segurança que Abu Lahab cumpriria a revelação do Alcorão se ele não fosse o verdadeiro Mensageiro de Deus? Como é possível que estivesse tão seguro para deixar que alguém o desacredite por dez anos? A única resposta é que ele era o Mensageiro de Deus, já que por ter-se exposto a um desafio tão arriscado, deve-se entender que teve que ser a causa de uma revelação divina.  
10. O Profeta (S.A.W) é chamado: 'Ahmad' em um versículo do Alcorão, em lugar de ‘Muhammad’. Deus, o Altíssimo, diz:
E quando Jesus, filho de Maria, disse: Oh, Filhos de Israel! Eu sou o Mensageiro de Deus, enviado a vós para corroborar a Tora e anunciar um Mensageiro que virá depois de mim chamado Ahmad. Mas quando lhes apresentou as evidências, disseram: Isto é pura magia! [61:6]
Se ele fosse um impostor, o nome 'Ahmad' não seria mencionado no Alcorão.
11. A religião do Islã ainda existe e segue expandindo-se por todo o mundo. Milhares de pessoas abraçam o Islã e o preferem às outras religiões. Isto acontece ainda que os seguidores do Islã não estejam respaldados financeiramente como se espera; e apesar dos esforços de seus inimigos para interromper a expansão do Islã. Deus, o Altíssimo, diz:
Certamente Nós revelamos o Alcorão e somos Nós os seus anjos guardadores. [15:9]
Thomas Carlyle disse: ‘Um impostor fundou uma religião? Como, um homem impostor não pode construir uma casa de tijolos! Se realmente não conhece e segue as características do pilão, a terra cozida e tudo no que trabalha, não seria uma casa o que se constrói, mas uma pilha de sobras! Não estaria de pé por doze séculos, para alojar mil oitocentos milhões de pessoas; seria derrubada de imediato. Um homem deve se conformar com as leis da natureza, viver em comunhão com a natureza e a verdade das coisas, ou a Natureza irá reclamar. Não, para nada! Os erros são enganosos.
O Profeta (S.A.W) preservou o Alcorão, depois que Deus preservou seu conteúdo, na memória de geração após geração. Com efeito, memorizá-lo e recitá-lo, aprendê-lo e ensiná-lo, são as coisas que os muçulmanos desfrutam fazer, já que o Profeta (S.A.W) disse:
‘O melhor de vocês é quem aprende o Alcorão e logo o ensina’. (Bukhari, 4639)
Muitos trataram de acrescentar ou omitir versículos do Alcorão; mas nunca tiveram êxito, já que estes erros foram descobertos de imediato. A Sunnah do Mensageiro de Deus (S.A.W) que é a segunda fonte da legislação islâmica, foi preservada por homens honrados e piedosos. Passaram suas vidas reunindo estas tradições, revendo-as para separar o falso do verdadeiro; até clarificaram quais haviam sido planejadas. Quem leia os livros escritos na ciência do Hadith constatará que as narrações que são autênticas, na realidade o são.
Michael Hart diz: ‘Muhammad fundou e promulgou uma das maiores religiões do mundo, e se converteu em um efetivo líder político. Hoje, treze séculos mais tarde, sua influência ainda é poderosa e dominante’.
12. A verdade e sinceridade de seus princípios são boas e adequadas para todos os tempos e lugares. Os resultados da aplicação do Islã são claros e bem conhecidos, e mostra que com efeito é uma revelação de Deus. Além disso, por que não é possível para Muhammad (S.A.W) ser um Profeta – se é crença que muitos Profetas e Mensageiros foram enviados antes dele? Se a resposta desta pergunta é que nada o impede – então nos perguntamos: Por que rejeitam este Profeta, e confirmam os anteriores a ele?
13. Os homens não podem forjar leis similares às do Islã que tratam cada aspecto da vida, como transações, casamentos, conduta social, política e atos de adoração. Então, como é que um homem iletrado pôde criar algo como isto? Não é isto uma clara prova de que é Profeta?
14. O profeta (S.A.W) não começou a convidar as pessoas ao Islã até que atingiu quarenta anos. Sua juventude havia passado e a idade em que deveria descansar e passar seu tempo livre, foi a idade em que se encarregou, como Profeta, de difundir o Islã. Thomas Carlyle, disse: ‘É o contrário da teoria do impostor, o fato em que viveu toda sua vida de forma irrepreensível, completamente, em silêncio e de maneira comum, até que terminou sua vida. Até os quarenta anos, nunca falou de alguma missão do céu. Todas suas irregularidades, reais e supostas, datam de antes de seus cinquenta anos, quando sua esposa Khadijah morreu. Toda sua “ambição”, aparentemente, havia sido, até esse momento, viver uma vida honesta; sua “fama”, a simples opinião dos vizinhos que o conheceram, havia sido suficiente até o momento ’.
R. Landau  em seu livro ‘O Islã e os árabes’ disse: Muhammad (S.A.W) tinha grande missão. Ele não tinha nenhum propósito movido pela vigarice ou egoísmo, tal como é acusado por alguns escritores ocidentais inventores de um mensageiro árabe. Ele (S.A.W) conquistou a vitória pessoalmente; sua honestidade no cumprimento da mensagem do Islã e a plena fé que reinava dentro de seus seguidores em relação a revelação divina, ao longo das gerações e séculos, são evidências que impedem qualquer sensato de acusa-lo de impostor, além de que, na história nada consta que ele se desviou de religião, porém, o Islã continua crescendo dia-pós-dia. E os registros da história não nos apresentam nenhum exemplo de vigarice, aliás, sua mensagem teve um papel preponderante na criação de império, dentre os maiores impérios mundiais e no desenvolvimento das civilizações mais nobres.

Em que consiste no testemunho que Muhammad é mensageiro de Deus!
1.    Credibilidade de sua Mensagem (S.A.W) e sua universalidade: a mensagem do Profeta Muhammad (S.A.W) não se restringe ao seu povo e ao seu tempo, mas sim é para todas as nações independentemente do lugar e tempo, até o último dia. Deus diz: ‘Bendito Aquele Que fez descer o Critério sobre Seu Servo, para que seja admoestador dos mundos’ [25:1].
2.    Crença na impecabilidade do Profeta Muhammad (S.A.W) em relação a transmissão da mensagem divina, conforme a palavra de Deus: ‘E não fala, por paixão; (Sua fala) não é senão revelação (a ele) revelada’ [53:3-4].
Em relação a outros assuntos, ele é igual a qualquer ser humano, tanto em questões de julgamento e procedimento, precisava de esforçar-se. Ele mesmo disse: ‘Vós apresentais vossas queixas para eu julga-las, e provavelmente, alguns dentre vós são mais eloquentes para provar a seu favor, e baseando-me nisso eu julgar a seu favor. Porém, aquele, cujo julgamento for a seu favor em detrimento do direito de seu irmão, que o revogue, pois, meu julgamento a seu favor torna-se parte do Fogo’[Bukhari e Muslim].
3.    Convicção que seu envio representa misericórdia para a humanidade. Deus diz: ‘E não te enviamos senão como misericórdia para os mundos’ [21:107].
E a veracidade da palavra de Deus sobre ele é tudo que representa o significado da misericórdia. Certamente, ele tirou as pessoas da adoração de criaturas à adoração ao Senhor, o Criador de tudo; salvou-as da injustiça de religiões à justiça do Islã e do infortúnio mundano ao prazer da Vida Derradeira.
4.    Crença de que Muhammad (S.A.W) é último dos mensageiros e profetas e é dos melhores. Deus, o Altíssimo diz: ‘Muhammad não é pai de nenhum de vossos homens, mas o Mensageiro de Deus e o selo dos Profetas. E Deus, de todas as cousas, é Onisciente’[33:40].
5.    Firmeza na crença que Muhammad (S.A.W) integralizou a religião e nela, nada pode ser acrescido ou subtraído. Deus, o Altíssimo diz: ‘[...] Hoje, eu inteirei vossa religião, para vós, e completei Minha graça para convosco e agradei-Me do Islã como religião para vós’ [5:3].
Esta realidade é observada e comprovada, ou seja, a universalidade do Islã em todos os aspectos da vida, tanto política, económica, social como moral. O Islã é religião e Estado em todos os significados. Sobre o assunto, o pensador inglês, Kwelem afirma em seu livro intitulado ‘A doutrina islâmica, pp.119-120’, que as jurisdições do Alcorão vão além de meras obrigações éticas e religiosas. Elas representam o código jurídico no mundo islâmico e são leis abrangentes em matéria de direito civil, comercial, militar, judicial, criminal e penal, assim como consistem em direito religioso que rege todos os assuntos, que vão de religiosos aos mundanos; da preservação da alma à saúde corporal; dos direitos coletivos aos direitos individuais; da prosperidade individual ao bem-estar social; da retribuição mundana a retribuição na Vida Derradeira. Por isso, o Alcorão difere em matéria com a Bíblia Sagrada, por esta, não apresentar fundamentos religiosos, mas sim, em grande parte, histórias, mitos e contradições em assuntos de adoração. A Bíblia, não é apenas irracional, mas também não produz efeitos.
6.    Crença na transmissão integral da mensagem que lhe foi incumbido por parte de Deus, o Altíssimo. E que ele (Muhammad) foi leal ao seu povo; orientou-o ao bem e proibiu o mal e o advertiu. O Profeta (S.A.W) perguntou seus companheiros durante a peregrinação de despedida, diante de milhares e disse: ‘Será que transmiti a mensagem? Responderam: Sim! Ele disse: Oh Deus, sê O testemunha!’ [Bukhari e Muslim].
7.    Convicção de que Deus aceita somente a Lei Que revelou ao Muhammad (S.A.W) desde o primeiro dia da profecia. Qualquer adoração a Deus feita com base noutra lei que não seja a revelada ao Muhammad (S.A.W) Deus rejeita-a, e é com base nela que Deus vai julgar as pessoas. Deus diz: ‘E quem busca outra religião que o Islã, ela não lhe será aceita, e ele, na Derradeira Vida, será dos perdedores’ [3:85]. E o Profeta Muhammad (S.A.W) disse: ‘Juro em nome d’Aquele cuja minha alma está em Suas mãos, todo que ouvir a minha mensagem, seja judeu como cristão, e renega-la, será dentre os companheiros do Fogo infernal’ [Muslim].
8.    Obediência ao Profeta (S.A.W). Deus diz: ‘E quem obedece a Deus e ao Mensageiro, esses estarão com os que Deus agracia: os Profetas e os veracíssimos e os mártires e os íntegros. E que belos companheiros esses!’ [4:69]. E isso consiste em cumprimento de seus mandamentos e abstinência de suas interdições. Deus diz: ‘[...] E o que o Mensageiro vos conceder, tomai-o; e o que vos coibir, abstende-vos dele. E temei a Deus. Por certo, Deus é Veemente na punição’ [59:7]. Deus, o Altíssimo, revelou claramente os efeitos advindos da desobediência ao Profeta Muhammad (S.A.W). Deus diz: ‘E a quem desobedece a Deus e a Seu Mensageiro e transgride Seus limites, Ele o fará entrar em Fogo; nele, será eterno. E terá aviltante castigo. [4:14].
9.    Satisfação com seu julgamento e não contradize-lo no que instituiu e ordenou. Conforme a palavra de Deus: ‘Então, por teu Senhor! Não crerão; até que te tomem por árbitro das dissensões entre eles, em seguida, não encontrem, em si mesmos, constrangimento no que julgaste, e até que se submetam, completamente’ [4:65].
Bem como preferir sua legislação e regras sobre todas outras regras, disposições, regulamentos e leis. De acordo com a palavra de Deus: ‘Buscam, então, o julgamento dos tempos da ignorância? E quem melhor que Deus, em julgamento, para um povo que se convence da Verdade? [5:50].
10.    Seguir integralmente sua tradição. Deus diz: ‘Dize: Se amais a Deus, segui-me, Deus vos amará e vos perdoará os delitos. E Deus é Perdoador, Misericordiador’ [3:31].
Limitar-se no seguimento de seu exemplo e de seu método como único exemplo a ser seguido. Deus diz: ‘Com efeito, há, para vós, no Mensageiro de Deus, belo paradigma, para quem espera em Deus, e no Derradeiro Dia, e se lembra amiúde de Deus’ [33:21].
Seguir os passos do Mensageiro de Deus implica conhecer sua biografia e estudar sua história. Zaine al-Ábidine – Ali bin al-Husseine bin Ali bin Abi Tálib disse: éramos ensinados a história das batalhas do Profeta (S.A.W) de igual modo que éramos ensinados um capítulo do Alcorão .
11.    Colocar o Profeta (S.A.W) na posição estabelecida por Deus, sem exagero nem desonra, de acordo com o dito do próprio Profeta (S.A.W): ‘Não me presteis elogios de maneira que os cristãos prestaram ao Jesus filho de Maria, certamente, eu sou um servo, por isso, chamai-me por: servo de Deus e Mensageiro de Deus” [Bukhari].
12.    Suplicar por ele (S.A.W) quando for mencionado. Deus diz: ‘Por certo, Deus  e Seus anjos oram pelo Profeta. Ó vós que credes! Orai por ele e saudai-o, permanentemente’ [33: 56]. E o Profeta Mohammad (S.A.W) disse: ‘O avarento é aquele, cujo meu nome é mencionado na sua presença e não invoca bênçãos de Deus por mim’ [Tirmizi].
13.    Amar o Profeta Muhammad (S.A.W) acima de todos e todas as coisas, não obstante, depois de Deus, o Profeta tem todo o mérito por ter orientado as pessoas à religião certa, na qual há prosperidade para quem segui-la neste mundo e na Vida Derradeira. Deus diz: ‘Dize: “Se vossos pais e vossos filhos e vossos irmãos e vossas mulheres e vossos clãs, e riquezas, que ganhastes, e comércio, de que receais a estagnação, e vivendas, de que vos agradais, são-vos mais amados que Deus e Seu Mensageiro e a luta em Seu caminho, então, aguardai até que Deus faça chegar Sua ordem. E Deus não guia o povo perverso’ [9:24].
O Profeta Mohammad (S.A.W) explicitou os efeitos benéficos resultantes do amor para com ele ao responder um beduíno que perguntou-lhe: ‘Oh Mensageiro de Deus! Quando será o Dia do Juízo? O Mensageiro de Deus (S.A.W) lhe perguntou: "Que tens tu preparado (para esse Dia)?" E o beduíno respondeu: "Meu amor por Deus e por Seu Profeta". Disse: "Tu estarás com quem amas!" [Bukhari e Muslim].
E disse também: ‘Há três qualidades; e quem as tiver, testará o sabor da fé (a primeira) é a de quem ama a Deus e Seu Mensageiro acima de tudo; (a segunda) é a de quem ama aos outros por amor a Deus; e (a terceira) é a daquele que abomina retornar à incredulidade, depois de Deus tê-lo resgatado dela, pois ele abomina ser arrojado no Inferno’ [Bukhari e Muslim].
Amar o Profeta (S.A.W) implica amar também os que ele amou, tais como, sua família, seus companheiros – que Deus esteja satisfeito com eles – e desgostar os que odiavam a ele; defender os que foram a seu prol e opor-se contra os que se posicionaram como inimigos dele, porque o Profeta amava ou odiava somente para agradar a Deus.
14.    Obrigatoriedade em divulgar sua religião (Islã), envidar esforços para prega-la, transmiti-la a quem ainda não conhece, revivificar a tradição dele de maneira prudente e através do bom discurso ensinando o ignorante e recordando ao negligente. Deus diz: ‘Convoca ao caminho de teu Senhor, com a sabedoria e a bela exortação, e discute com eles, da melhor maneira. Por certo, Deus é bem Sabedor de quem se descaminha de Seu caminho e Ele é bem Sabedor dos que são guiados’ [16:125].
E em cumprimento do dito profético: ‘Transmitam de mim, mesmo que seja um verso’ [Bukhari].
15.    Defender o Profeta (S.A.W) e sua tradição: isso consiste em refutar todas as calúnias dirigidas contra a imagem dele e em contrapartida, transmitir o que é verdade sobre ele, sobretudo a quem não o conhece. Bem como defender seus ensinamentos contra todas as acusações associadas a ele por parte dos inimigos do Islã.
16.    Apegar-se da tradição do Profeta (S.A.W) em cumprimento do que ele disse: ‘É da vossa incumbência seguirdes a minha tradição (sunnah) e as práticas dos meus sucessores adequadamente dirigidos (califas); apegai-vos firmemente a esses preceitos e essas tradições, e tende cuidado com as inovações e invenções quanto à religião! Porque todo forjado é inovação e toda inovação leva para um caminho errado' [Ahmad].


 
Conclusão
Talvez seja plausível terminarmos este trabalho com as afirmações de Lamartine, um poeta francês, que escreveu sobre a grandeza de Muhammad e disse: "Jamais algum homem se propôs, voluntária ou involuntariamente, a uma meta mais sublime, sendo esta meta sobre-humana; subverter as superstições que haviam- se colocado entre o homem e seu Criador, trazer Deus ao homem, e o homem a Deus; restabelecer a ideia racional e sagrada da divindade no meio do caos dos então existentes deuses materiais e desfigurados da idolatria. Jamais homem algum empreendeu uma tarefa tão superior à força humana com tão parcos recursos, pois ele não possuía na concepção e também na execução de tão imenso projeto, nenhum instrumento além de si mesmo, e nenhuma outra ajuda senão a de um punhado de homens que habitavam um canto do deserto.
Finalmente, jamais algum homem realizou revolução tão imensa e duradoura em todo o mundo, pois em menos de dois séculos após o seu surgimento, o Islã, pela fé e pelas armas, reinava sobre toda a Arábia, e havia conquistado, em nome de Deus, a Pérsia, o Khorasan, a Transaxônia, a Índia Ocidental, a Síria, a Abissínia, todo o continente conhecido do Norte da África, numerosas ilhas do Mediterrâneo, a Espanha, e uma parte da Gália (França).
Se a grandeza de propósitos, carência de recursos e resultados espantosos fossem os três critérios de medida do gênio humano, quem ousaria comparar qualquer outro grande personagem da história moderna com Muhammad? Os homens mais famosos criaram tão apenas armas, leis, e impérios. Eles fundaram, quando muito, não mais que poderes materiais que no mais das vezes desintegravam-se diante dos seus próprios olhos. E este homem, moveu não apenas a exércitos, leis, impérios, povos e dinastias, mas a milhões de homens de um terço do mundo habitado naquela época; e mais que isso, ele moveu os altares, os deuses, as religiões, as ideias, as crenças e as almas. Fundamentando-se em um Livro, do qual cada letra tornou-se lei, ele criou uma nacionalidade espiritual que mesclou num conjunto de povos de todas as línguas e raças. Ele deixou para nós como característica indelével dessa nacionalidade muçulmana, o ódio aos deuses falsos e em seu lugar a paixão pelo Deus único e Espiritual. Tal patriotismo vingador contra a profanação do Céu forjou a virtude dos seguidores de Muhammad; a conversão de um terço da terra ao seu dogma foi o seu milagre; ou melhor dizendo, este não foi o milagre de um homem mas sim o da razão. A ideia da unicidade de Deus proclamada no seio de fabulosos, mas esgotadas teogonias, foi por si só, um milagre, pois, ao ser pronunciada por seus lábios, destruiu todos os antigos templos dos ídolos e incendiou um terço do mundo. Sua vida, suas meditações, suas revoltas heróicas contra as superstições do seu país, e sua ousadia em desafiar as fúrias da idolatria; sua firmeza em suportá-las por quinze anos em Meca , sua aceitação do papel de alvo do escárnio público e de quase ter-se tornado vítima dos seus conterrâneos; tudo isso, e mais a sua incessante pregação, sua batalha contra desvantagens imensuráveis, sua fé no êxito, e sua segurança sobre-humana diante do infortúnio, sua moderação na vitória, sua ambição inteiramente, dedicada à ideia única e desprendida de qualquer pretensão de criar um império; sua incessante devoção à prece, suas conversações místicas com Deus, sua morte e seu triunfo após a morte; todas essas coisas afirmam não uma impostura mas a uma convicção decidida. Foi essa convicção que deu a ele a força para restabelecer um dogma. Este dogma era baseado em duas noções, na unicidade de Deus e na imaterialidade d'Ele; a primeira noção dizendo o que é Deus; e a segunda dizendo o que Ele não é. ‘’Filósofo, orador, apóstolo, legislador, guerreiro, conquistador, de ideias, institucionalizador de dogmas racionais, de um culto sem imagens; fundador de vinte impérios terrenos e de um império espiritual, este foi Muhammad’’. No que respeita a todos os padrões pelos quais se possa medir a grandeza humana, podemos seguramente perguntar: há algum homem maior que ele ?".
Ó Mensageiro de Deus, eu confesso que não pude conferir-te teu direito e abordar tudo que tu mereces neste pequeno livro. Na verdade, tudo que apresento neste livro é apenas um breve resumo sobre o grande apóstolo, na qual, quando foi enviado, os politeístas se afogaram, e ao mesmo caminho seguirão aqueles que estão mergulhados em caprichos, ambições mundanas, instintos animalescos e os promotores da veneração aos seres humanos.
Espero que Deus permita que este livro corrija os equívocos e acusações dirigidas ao Profeta Muhammad (S.A.W) e sirva como meio didático para quem busca aumentar seu conhecimento a respeito desta nobre figura orientadora de todo benigno e admoestadora de todo maligno. Dele, saíram palavras e práticas que regulamentam a vida e uma legislação que leva a Deus e ao Paraíso.
É preciso livrarmo-nos da época da reprodução de tradições dos pais e avós, que foram baseadas em conhecimento da antiguidade, para que o nosso moderno seja baseado em ciência, investigação, análise e reflexão em relação ao credo e ao que pretendemos aplicar.

 

 
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