O PRINCÍPIO E O TÉRMINO

O PRINCÍPIO E O TÉRMINO

O PRINCÍPIO

E O TÉRMINO

البداية والنهاية باللغة البرتغالية

 

 

Abd Ar-Rahman bin Abd Al-Kareem Ash-Sheha

د/ عبد الرحمن بن عبد الكريم الشيحة

 

 

Tradução

European Islamic Research Center (EIRC)

المركز الأوروبي للدراسات الإسلامية

& Ali Momade Ali Atumane

 

www.islamland.com

 

 

 

O PRINCÍPIO E O TÉRMINO

Em nome de Allah, o Ar-Rahman (Clemente), o Ar-Raheem (Misericordioso)

Introdução

Todos os louvores pertencem a Deus, Aquele que diz: “Ó ser humano! O que te ilude quanto a teu Senhor, O Generoso”, “Que te criou e te formou e te endireitou[1]?” Que a paz e bênção de Deus estejam com o nosso Profeta Mohammad, que disse: “Todos vós sois filhos de Adão, e este foi criado de barro” (Abu Daud).

A questão da criação do universo e do início de sua criação e composição é uma daquelas que preocupa o ser humano ao longo dos tempos, sobretudo aos não-muçulmanos. Porém, esta questão ficou explicitada para os muçulmanos desde o surgimento do Islam, de maneira clara e detalhada, de acordo com as necessidades da humanidade e de seus interesses. Por isso a confusão em relação à criação do universo não reside no seio dos muçulmanos, ao contrário do que acontece no meio dos não-muçulmanos onde pode-se observar a produção de suposições e teorias que mostram certas hipóteses, mas, sempre que se constrói nova hipótese anula-se gradualmente a anterior, e assim sucessivamente. Enquanto os muçulmanos estão convictos que a revelação divina (o alcorão) e os ensinamentos do Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – apresentam detalhes e evidências claras que desafiam todas as teorias. Pois, certamente, toda teoria, contrária, fracassará diante das evidências divinas.

Deus, Glorificado Seja, o Altíssimo, é o Criador deste e de outros mundos invisíveis. Ele é o Subsistente e toda a criatura necessita d’Ele. Ele diz: “Ó humanos! Vós sois pobres diante de Allah, e Allah é o Bastante a Si mesmo, O Louvável”, “Se Ele quisesse, far-vos-ia ir e faria chegar novas criaturas”, “E isso não é, para Allah, penoso[2]”.

A fé do ser humano e as suas boas ações baseadas nos ensinamentos proféticos trazem benefícios ao seu próprio favor. Deus diz: “Se renegais a Fé, por certo, Allah é Bastante a Si mesmo, Prescindindo de vós, e, por seus servos, Ele não Se agradará da renegação da Fé. E, se agradeceis disso Se agradará Ele, por vós[3]...”. E num Dito Sagrado, Deus diz: “Ó servos Meus, eis que proibi a injustiça a Mim Mesmo, e a declarei proibida para vós e entre vós. Ó servos Meus, cada um de vós se encontraria desencaminhado (por assim merecer), exceto aquele que tenha sido bem dirigido. Assim implorai por Minha diretriz, e Eu vos dirigirei. Ó servos Meus, cada um de vós se encontrará faminto, exceto a quem Eu houver alimentado. Assim, implorai para que vos alimente, e vos alimentarei. Ó servos Meus, cada um de vós se encontrará despido, exceto a quem Eu houver vestido. Assim, implorai para que vos vista, e vos vestirei. Ó servos Meus, cometeis faltas, noites e dias seguidos, e vos perdoo todos os pecados. Assim, implorai o perdão, e vos perdoarei. Ó servos Meus, jamais lograreis prejudicar-Me, por assim dizer, nem tampouco beneficiar-Me, por assim dizer. E ainda que o primeiro e o último, de vós, gênios e humanos, tivessem o coração mais devoto, isso em nada aumentaria o Meu reino. Ó servos Meus, ainda que o primeiro e o último de vós, humanos e gênios, se reunissem num mesmo lugar, e Me pedissem, e Eu concedesse a cada um o seu anseio, isso não diminuiria o que tenho, assim como o mar não aumentaria se lhe introduzíssemos uma gota d’água. Ó servos Meus, são as vossas obras que computo, e logo vos compensarei por elas. Aquele que achar boa a recompensa, que louve a Deus. Porém, aquele que achar o contrário, que não culpe a ninguém, mas a si mesmo” (Muslim).

O Islam é a religião de Deus, que o instituiu com Sua graça para os Seus servos. A humanidade necessita do Islam para que possa organizar a vida, os assuntos privados, públicos, internos e externos, por ser uma religião que releva os fundamentos e valoriza suas subdivisões. Deus diz: “Hoje, Eu inteirei vossa religião, para vós, e completei Minha graça para convosco e agradei-Me do Islão como religião para vós[4]”.

A aplicação das normas islâmicas conduz à felicidade humana, resulta em conforto e segurança psicológica e espiritual. Deus diz: “E não te enviamos, senão como misericórdia para a humanidade[5]”. E finalmente, na Vida derradeira, o cumpridor das normas logrará a prosperidade da graça do Senhor dos mundos, o que consistirá na entrada dele no Paraíso eterno. Deus diz: “Por certo, os que crêem e fazem boas obras terão os jardins de Al-Firdaus[6], por hospedagem”, “Neles, serão eternos e de onde não buscarão mudança[7]”.

Deus prometeu conservar e proteger o Islam até o final dos tempo. Deus diz: “Por certo, Nós fizemos descer o Alcorão e, por certo, dele somos Custódios[8]”. Mesmo que os adversários do Islam tentem denegri-lo e acusa-lo. Deus diz: “A falsidade não lhe chega, nem por diante nem por detrás dele. É a revelação descida de Um Sábio, Louvavel[9]”. Por isso, a ordem divina sempre prevalecerá e Sua Palavra triunfará. Ele diz: “Por certo, os que se opõem a Allah e a Seu Mensageiro serão desbaratados como foram desbaratados os que foram antes deles. E, com efeito, fizemos descer evidentes versículos. E, para os renegadores da Fé, haverá aviltante castigo[10]”.

Os adversários gastam fortunas avultadas para impedir a expansão do Islam e fomentar nele inimizades, mas sempre terminarão fracassados, porque Deus diz: “Por certo, os que renegam a Fé despendem suas riquezas para afastar (os homens) do caminho de Allah. Então, despendê-las-ão; em seguida, ser-lhes-á aflição; em seguida, serão vencidos. E os que renegam a Fé, na Geena, serão reunidos”.

A Lei de Deus deve ser obedecida; Sua ordem deve ser cumprida e Sua religião persiste, tal como Ele diz: “Desejam em apagar, com (o sopro) das bocas, a luz de Allah; e Allah completará Sua luz, ainda que odeiem os renegadores da Fé[11]”.

Deus prometeu salvar e fazer prevalecer o Islam. Deus diz: “Ele é Quem enviou Seu Mensageiro com a Orientação e a religião da verdade, para fazê-la prevalecer sobre todas as religiões. E basta Allah por Testemunha[12]”. E o Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Por certo, esta (religião) alcançará (toda a parte, cuja luz) do dia e (escuridão) da noite alcançam, e Deus não deixará casa alguma, seja urbana ou periférica, sem que tenha introduzido, nela, esta religião. Tornar-se-á nobre (aquele que abraçar) e plebeu (aquele que renegar); nobreza, pela qual, Deus eleva o Islam, e plebeísmo através do qual, Deus deprecia a incredulidade” (Ahmad e at-Tabrani).

A verdade do Islam consiste em sua concordância com a natureza humana; é a religião que concretiza os desejos do homem, garante-lhe a segurança em diferentes níveis, tais como, psicológico, social, econômico, político e etc., porque Deus instituiu, dentro do Islam, uma força interna que faz com que as pessoas abracem-no em massa, apesar do pouco apoio financeiro e da fraqueza de grande parte dos muçulmanos que trabalham para sua divulgação. Isto, associado ao trabalho feito por adversários do Islam que têm militado contra e aplicado todos seus recursos financeiros, humanos e militares para impedir a expansão do Islam, além disso, eles colocam barreiras e intimidam as pessoas alegadamente que o Islam é uma religião retrograda, terrorista e reacionária. Isto ocorre porque eles consideram a existência de instituições islâmicas como um impedimento ao alcance de seus interesses e ambições na exploração material de suas sociedades e de outros povos, uma vez que o Islam condena e proíbe a agressão, a injustiça, a exploração em todas suas formas e a servidão de outros, exceto a submissão voluntária a Deus. A proibição dessas práticas é maior, sobretudo quando as vítimas são pessoas fracas. Por isso, o Islam enfatiza sua rejeição a dominação de uma sociedade sobre outra ou de um grupo ou membros sobre outros, de acordo com a palavra de Deus: “Ó homens! Por certo, Nós vos criamos de um varão e de uma varoa, e vos fizemos como nações e tribos, para que vos conheçais uns aos outros. Por certo, o mais honrado de vós, perante Allah é o mais piedoso. Por certo, Allah é Onisciente, Conhecedor[13]”.

Neste pequeno livro, me apoio e faço uso das referências corânicas que revelam o que não é do conhecimento do ser humano em relação ao processo do início da criação. Deus diz: “Não os fiz testemunhas da criação dos céus e da terra nem da criação deles mesmos. E não é admissível que Eu tome os desencaminhadores por amparo[14]”. E recorro também aos ditos do Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – mas, farei a questão de não relacionar os preceitos do Alcorão e do Profeta com a ciência moderna, suas teorias e descobertas, porque aquilo que as teorias validam atualmente é suscetível à invalidade ou à contrariedade e é o que podemos observar na modernidade. Teorias que, no passado, foram validadas e atualmente o desenvolvimento científico desvenda o quão estavam erradas. O que comprova a palavra de Deus que diz: “E não vos foi concedido da ciência senão pouco[15]”.

 

 

Abd Ar-Rahman bin Abd Al-Kareem Ash-Sheha

 

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A crença em Deus

A crença em Deus, em Sua existência e unicidade são os fundamentos do Islam. E em seguida vem a crença no resto dos pilares mencionados pelo Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – quando o Anjo Gabriel o perguntou dizendo: fala-me sobre a fé. O Profeta respondeu: “Que creias e tenhas fé em Deus, em Seus anjos, em Seus mensageiros e no Dia do Juízo. E que creias e tenhas fé na predestinação, tanto no bom como no mau[16]”.

 

Quem é Deus?

Deus diz: “Ele é O Primeiro e O Derradeiro, e O Aparente e o Latente. E Ele, de todas as cousas, é Onisciente[17]”. E diz: “Ele é Allah, não existe deus senão Ele, O Rei, O Puro, A Paz, O Confortador, O Predominante, O Todo-Poderoso, O Transcendente, O Orgulhoso. Glorificado seja Allah, acima do que idolatram!”, “Ele é Allah, O Criador, O Iniciador da criação, O Configurador; dEle são os mais belos nomes. O que há nos céus e na terra glorifica-O. E Ele é O Todo-Poderoso, O Sábio[18]”. E diz noutro versículo: “Allah, não existe deus senão Ele, O Vivente, O Subsistente por Si mesmo. Não O tomam nem sonolência nem sono. D’Ele é o que há nos céus e o que há na terra. Quem intercederá junto dEle senão com Sua permissão? Ele sabe seu passado e seu futuro. E nada abarcam de Sua ciência senão aquilo que Ele quer. Seu Trono abrange os céus e a terra. E não O afadiga custodiá-los. E Ele é O Altíssimo, O Magnífico[19]”.

No Islam, Deus é conhecido e definido através de Seus atributos, assim como são explícitos os meios que levam a Ele. Certamente Deus é:

  1. O Criador de todas as coisas e, o mundo e tudo quanto nele existe servem como prova, por isso, Deus diz: “Dize: Olhai o que há nos céus e na terra. Mas nada valem os sinais e as admoestações a um povo que não crê[20]”.
  2. O Único, o Absoluto, sem parceiro em Seu reino, sem pai, sem filho, sem semelhante, sem esposa. Ele diz: “Dize: Ele é Allah, O Único!”, “Allah! O Absoluto!”, “Não gerou e não foi gerado!”, “E não há ninguém igual a Ele[21]!”.
  3. O Sapientíssimo de todas as coisas. Ele diz: “E nada escapa de teu Senhor peso algum de átomo, na terra nem no céu; e nada menor que isto nem maior, que não esteja no evidente Livro[22]”.
  4. O Vivente eternamente. Ele diz: “Ele é o vivente. Não existe deus senão Ele. Então, adorai-O, sendo sinceros com Ele, na devoção. Louvor a Allah, O Senhor dos mundos![23]”.
  5. O Justo, Ele diz: “E Nós poremos as balanças equitativas para o Dia da Ressurreição; então, nenhuma alma sofrerá nada de injustiça. E, se houver ação do peso de um grão de mostarda, fá-la-emos vir (à balança). E bastamos Nós por Ajustador de contas[24]”.
  6. Nada é igual a Ele; seja na essência, atributos ou ações. Ele é o Pleno em Suas qualidades e atributos, e nada acontece senão com a permissão d’Ele. Ele diz: “Allah, não existe deus senão Ele. D’Ele são os mais belos nomes[25]”. E noutro versículo, Deus diz: “Ele é O Criador dos céus e da terra. Ele vos fez, de vós mesmos, casais, e dos rebanhos, casais: com isso, multiplica-vos. Nada é igual a Ele. E Ele é O Oniouvinte, O Onividente[26]”.

Deus, Glorificado Seja, o Altíssimo, tem nomes e atributos que indicam a Sua Plenitude e Majestade. Porém, este assunto não faz parte do que vou tratar neste trabalho, mas quem quiser aprofundar sobre, pode consultar outros livros meus aonde abordo este assunto. Apesar disso, quero que saibam que os nomes e atributos de Deus são ilimitados, de acordo com o dito do Profeta Mohammad – paz e bênção de Deus estejam com ele: “Todo servo, que estiver passando preocupação ou tristeza, e (invocar a Deus) dizendo: ‘Ó Allah, sou Teu servo, filho de Teu servo e da Tua serva, minha fronte está em Tuas mãos. Teu comando está sobre mim. Eu peço-Te por todos os nomes que pertencem a Ti pelos quais Tu és nomeado, ou pelos que Tu revelaste em Teu livro ou por algum daqueles que Tu ensinaste a alguma de Tuas criaturas, ou Tu tiveste preservado-o no conhecimento do Oculto junto de Ti, faze com que o Nobre Alcorão se torne a primavera do meu coração, e a luz do meu peito, e a partida da minha tristeza e da minha ansiedade’. Deus o livrará da preocupação e substituirá sua tristeza em alegria[27]”.

Apesar de Deus ter nomes e atributos, mas estes diferem com os de Seus servos, porque Ele é o Criador de todas as coisas e nada é igual a Ele. É o Onividente, o Oniouvinte, sem semelhanças em todos os Seus nomes e atributos. Tal como Ele nos informa: “E eles não O abarcam, em ciência[28]”.

Os seres humanos não têm a capacidade de alcançar a Deus, por isso Ele diz: “As vistas não O atingem enquanto Ele atinge todas as vistas. E Ele é o sutil, O Conhecedor[29]”.

Apesar de o ser humano ser curioso por natureza, e procurar conhecer a verdade das coisas, a reflexão sobre as bênçãos de Deus e os sinais indicadores da Sua grandeza e existência, considera-se parte da adoração em Deus Todo-Poderoso, mas não é permissível ocupar a mente refletindo sobre a essência de Deus porque a mente humana não tem capacidade de concebê-Lo, para além de ser uma ação que contraria os princípios da fé. Segundo Abu Hurairah disse: um grupo dentre os companheiros do Profeta – paz e bênção de Deus estejam com ele – foi ter com o Profeta e disse-lhe: Nós sentimos dentro dos nossos corações tentações (do diabo, sussurrando questões tais como: quem criou Deus? como Ele é? de que matéria Ele é?) e nós detestamos isso porque não nos convêm falar sobre. O Profeta perguntou-lhes: “Então, vós ignorastes?”, responderam: sim. Disse o Profeta: “Tal é a evidente fé[30]”. Ou seja, o repudiardes dos maus pensamentos comprova a vossa fé e o abandonardes da reflexão sobre a essência divina revela vossa verdadeira crença e vitória contra o diabo, certamente este, joga dúvidas nos corações das pessoas para tirá-las da fé, por isso, o verdadeiro crente é aquele que pede refúgio em Deus contra tais pensamentos diabólicos.

Este tipo de pensamento provém do diabo, cujo propósito é tentar afastar as pessoas da religião de Deus, tal como prometeu. Deus o altíssimo diz a respeito da sua promessa: “Disse: Viste? É este quem preferiste a mim? Em verdade, se me concederes prazo, até o Dia da Ressurreição, tomarei as rédeas de sua descendência[31], exceto de poucos (deles)”.

São tentações do diabo, as quais o Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – advertiu claramente. Ibn Abbas – que Deus esteja satisfeito com ele - narrou que certa vez, um homem chegou diante do Profeta e disse: Ó Mensageiro de Deus! No meu coração, têm passado assuntos que prefiro cair do céu, do que proferi-los. O Profeta – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Deus é Maior, Deus é Maior, louvado seja Deus que te salvou das tentações do diabo[32]”.

Se o diabo começar a sussurrar no seu coração, sobre assuntos, pelos quais a mente humana é incapaz de concebê-los, siga o conselho do Mensageiro de Deus - paz e bênção de Deus estejam com ele – que disse: “Enquanto as pessoas permanecerem se questionando, interrogar-se-ão: Deus criou as criaturas, e quem criou Deus? quem passar por isso, que diga: “Creio em Deus” (Bukhari e Muslim).

Numa outra passagem narrada por Muslim, o Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – ensina-nos a solução deste problema. Ele disse: “O diabo aparece diante de um de vós e diz: Quem criou isto? Quem criou isto? Até ao ponto de dizer: Quem criou o teu Senhor? Quando chegar a este nível, pede refúgio em Deus contra o diabo e coloca trégua”. Bukhari e Muslim. E ainda em relação a este assunto, Deus, o Altíssimo diz: “E, se, em verdade, te instiga alguma instigação de Satã, procura refúgio em Allah. Por certo, Ele é Oniouvinte, Onisciente[33]”.

 

 

 

Evidências sobre a existência de Deus

Tudo quanto existe neste universo constitui prova clara, que não deixa sombra de dúvida, da existência do Criador; Deus, Glorificado Seja, o Altíssimo, e os dotados de mente sensata concebem esta realidade, mas os que renegam a existência de Deus exigem evidências físicas possíveis de observá-las, enquanto na verdade eles se contrariam ao colocar essa exigência, porque acreditam na existência de fenômenos neste universo, cuja observação está longe do alcance deles, mas sentem seus resultados e efeitos, sem que eles tivessem contato direto com a essência de tais fenômenos, como por exemplo, a crença na gravidade do globo terrestre. Fenômeno que eles acreditam sem que o tivessem visto, isto porque observam seus efeitos; creem na força magnética, mas nunca a viram, isto porque observam seus efeitos; creem na mente, que nunca a viram, mas observam seus efeitos. Note-se que estes fenômenos, às vezes, dão falsas impressões que só é possível descobri-las através da mente. Por exemplo, ao observar uma vara mergulhada parcialmente na água, ela parece quebrada, e de longe, as linhas paralelas parecem curvas, e ficamos com a impressão de que estamos sempre com a cabeça para cima mesmo quando estamos no polo norte ou sul ou sob linha do equador. Estas imagens mostram claramente que se não fosse à mente, os sentidos nos dariam observações erradas ao invés de fatos concretos, e se não fosse a mente não estaríamos cientes. Será que eles estão corretos ao reduzir as observações aos sentidos e às impressões? Será que estão logicamente certos por si mesmos ao renegar a fé em Deus pelo fato de não poderem observá-Lo com os sentidos? Apesar de, através de efeitos, crerem simplesmente em fenômenos que nunca viram. O pedido de coisas tangíveis para crer na existência de Deus, afastou muitas pessoas do caminho correto que leva a conhecer a Deus, tal é o da reflexão nos sinais e na criação de Deus. Ele, o Altíssimo diz: “E Faraó disse: ‘Ó Hamãn! Edifica, para mim, uma torre, na esperança de eu alcançar os meios”, “Os meios (de acesso) aos céus; então, poderei avistar O Deus de Moisés, e, por certo, penso que ele é mentiroso. E, assim, para Faraó, foi aformoseado o mal de seu ato, e ele foi afastado do caminho (reto). E a insídia de Faraó não foi senão em vão[34]”.

Esta realidade não é limitada a determinada época, mas sim, constitui a natureza dos incrédulos por causa da ignorância deles. Por isso, Deus diz acerca deles: “E os que nada sabem, dizem: Que Allah nos fale ou que um sinal venha a nós! Assim, os que foram antes deles disseram (algo) igual a seu dito. Seus corações se assemelham. Com efeito, tornamos evidentes os sinais, para um povo que (deles) se convence[35]”. Ou;

Por causa da soberba deles, Deus diz: “E os que não esperam Nosso encontro dizem: Que se faça descer anjos sobre nós, ou que vejamos a nosso Senhor! Com efeito, eles se ensoberbecem, em seu âmago, e cometem desmesuradamente, grande arrogância”, “Um dia, quando eles virem os anjos, nesse dia, não haverá alvíssaras para os criminosos, e (os anjos) dirão: É, determinantemente, vedado (ir para o Paraíso)[36]”. Ou;

Por causa da injustiça, tal como os judeus procediam na antiguidade. Deus diz: “E (lembrai-vos de) quando dissestes: Ó Moisés! Não creremos em ti, até que vejamos Allah, declaradamente. Então, o raio apanhou-vos, enquanto olháveis[37]”.

 

Alguns exemplos que evidenciam a existência de Deus

Conclusões da natureza humana sensata:

O ser humano dotado de mente sensata e racional percebe indubitavelmente que nada existe sem criador e nada ocorre sem sujeito. Por exemplo, ao entrar num quarto e achar uma mesa, você concluirá que alguém a deixou lá e o fato não foi automático. No entanto, um beduíno foi perguntado, de que forma ele concebia o seu próprio Senhor? Como era um homem que gozava de uma mente sã e uma percepção inata, ele disse: A presença de fezes é um sinal de animal; as pegadas dos pés indicam o caminho do homem; uma noite das trevas; um dia luminoso; um céu repleto de estrelas; uma terra repleta de caminhos e oceanos produzindo ondas, não são sinais do Onisciente, o Sutilíssimo? Certamente, juro que tais sinais indicam a grandeza de Deus e da Sua inovação na criação.

Versículos do Alcorão:

Em muitos deles, nos incentivam a olhar para o universo que nos rodeia e a pensar sobre suas criaturas, que, sem qualquer dúvida, indicam a existência de um Criador e Organizador. Deus, o Altíssimo diz: “Dize: ‘olhai o que há nos céus e na terra’. Mas nada valem os sinais e as admoestações a um povo que não crê[38]”.

  1. Este universo, com sua notável perfeição e estimulante criatividade dos planetas e dos corpos celestes, os quais, se desviados do seu sistema, o universo conheceria uma catástrofe que somente Deus saberia a realidade da sua magnitude. Quem sustenta o universo e o mantém firme desde o início até hoje? E quem mantém sua funcionalidade dentro de um perfeito sistema? Deus, o Altíssimo diz: “Então, Glorificado seja Allah, quando entrardes no crepúsculo e quando entrardes na aurora!”, “E d’Ele é o louvor, nos céus e na terra – e na noite, e quando entrardes no tempo merídio”, “Ele faz sair o morto do vivo, e vivifica a terra, depois de morta. E, assim, far-vos-ão sair (dos sepulcros)”. “E, dentre Seus sinais, está que Ele vos criou de pó; em seguida, ei-vos homens, que vos espalhais (pela terra)”, “E, dentre Seus sinais, está que Ele criou, para vós, mulheres de vós mesmos, para vos tranquilizardes junto delas, e fez, entre vós, afeição e misericórdia. Por certo, há nisso sinais para um povo que reflete”, “E, dentre Seus sinais, está a criação dos céus e da terra, e a variedade de vossas línguas e de vossas cores. Por certo, há nisso sinais para os sabedores”, “E, dentre Seus sinais, está vosso dormir à noite e de dia, e vossa busca de Seu favor. Por certo, há nisso sinais para um povo que ouve”, “E, dentre Seus sinais, está o fazer-vos ver o relâmpago, com temor (do raio) e aspiração (da chuva), e o fazer descer do céu água; então, com ela, vivifica a terra, depois de morta. Por certo, há nisso sinais para um povo que razoa”, “E, dentre Seus sinais, está que o céu e a terra se mantêm firmes, por Sua ordem. Em seguida, quando Ele vos convocar, com uma convocação, da terra, ei-vos que dela saireis”, “E d’Ele é quem está nos céus e na terra. A Ele todos são devotos”, “E Ele é Quem inicia a criação; em seguida, repete-a; e isto Lhe é mais fácil. E d’Ele é a transcendência absoluta, nos céus e na terra. E Ele é O Todo-Poderoso, O Sábio[39]”. E noutro versículo diz: “E (criou) o sol e a lua e as estrelas, submetidos, por Sua ordem. Ora, d’Ele é a criação e a ordem. Bendito seja Allah, o Senhor dos mundos![40]”.
  2. E esse homem, extraordinário em sua criação e composição, e em que Deus colocou nele capacidades e possibilidades. Deus diz: “E, na terra, há sinais para os que estão convictos (da fé)”, “E há-os em vós mesmos. então, não os enxergais[41]?”.
  3. E quanto aos animais, os quais o homem tira deles proveito para sua alimentação, bebida, vestimenta e transporte. Deus diz: “E, por certo, há nos rebanhos, lição para vós. Damo-vos de beber, do que há em seus ventres – entre fezes e sangue – leite puro, suave para quem o bebe”, “E dos frutos das tamareiras e das videiras, deles tomais vinho e belo sustento. Por certo, há nisso um sinal para um povo que razoa”, “E teu Senhor inspirou às abelhas: ‘Tomai casas, nas montanhas e nas árvores e no que eles[42] erigem”, “Em seguida, comei de todos os frutos. E ide, docilmente, pelos caminhos de vosso Senhor. De seu ventre sai um licor; variadas são suas cores; nele há cura para os homens. Por certo, há nisso sinal para um povo que reflete[43]”.
  4. E quanto às flores, as árvores e as plantas, de diferentes tipos e cores, beneficiam o ser humano no seu alimento, bebida, habitação e medicação. Deus diz: “E Ele é quem estendeu a terra e nela fez assentes montanhas e rios. E, de todos os frutos, nela fez um par, um casal. Ele faz a noite encobrir o dia. Por certo, há nisso sinais para um povo que reflete”, “E, na terra, há extensões contíguas, (mas diversas); e jardins de videiras e searas e tamareiras, geminadas e não geminadas, irrigadas pela mesma água; e preferimos algumas delas a outras, no sabor. Por certo há nisso sinais para um povo que razoa[44]”.
  5. E quanto à criação de diferentes espécies que se movem sobre a terra com todas as suas raças, formas e características. Deus diz: “Ele criou os céus, sem colunas que vejais. E implantou na terra assentes montanhas, para que ela não se abale convosco. E nela espalhou todo ser animal. E fizemos descer do céu água; então fizemos brotar, nela, todos os casais (de plantas) preciosas”, “Essa é a criação de Allah; então, fazei-Me ver o que criaram aqueles (que adorais), além d’Ele. Mas os injustos estão em evidente descaminho[45]”.
  6. E quanto ao admirável sistema do universo por onde acontece à reprodução entre todos os seres vivos, o que garante a continuidade da vida e do equilíbrio. Deus diz: “E Allah criou todo ser animal de água. Então, dentre eles, há quem ande sobre o ventre, e, dentre eles, há quem ande sobre dois pés, e dentre eles, há quem ande sobre quatro. Allah cria o que quer. Por certo, Allah sobre todas as cousas, é Onipotente[46]”.
  7. E quanto à extraordinária distribuição de meios de subsistência e sua garantia a todas as criaturas e seres. Deus diz: “E não há ser animal algum na terra, sem que seu sustento impenda a Allah, e Ele conhece sua residência e seu depósito. Tudo está no evidente Livro[47]”. E Deus diz noutro verso: “E quantos seres animais não carregam seu sustento, e a vós. E Ele é O Oniouvinte, O Onisciente[48]”.

Deus, o Altíssimo, afirma que criou tudo em par: céu e terra, dia e noite, morte e vida, felicidade e tristeza, lua e sol, estática e movimento, frio e calor, bem e mal, descrença e fé, e assim por diante em animais, plantas e outras coisas que conhecemos ou desconhecemos. Deus diz: “E, de cada cousa, criamos um casal, para meditardes[49]”.

Refletir sobre estas criaturas aumenta o nosso conhecimento a respeito de Deus, o Glorificado Seja, o Altíssimo, para além de ser uma das qualidades dos bem-sensatos. Nisso, Deus diz: “Não viste que Allah faz descer, do céu, água e, com ela, fazemos sair frutos, de cores variadas, e, que, entre as montanhas, há-as de estratos brancos e vermelhos, de cores variadas, e as que são nigérrimas como corvos”, “E que, dentre os homens e os seres animais e os rebanhos, há-os, também, de cores variadas? Apenas, os sábios receiam a Allah, dentre Seus servos. Por certo, Allah é Todo-Poderoso, Perdoador[50]”.

Dentre as criaturas de Deus, existentes neste universo, há aquelas que, Ele, nos concedeu conhecimento sobre sua origem e há outras que não nos fez conhecê-las. Tal como Ele, o Altíssimo, diz: “Glorificado seja Quem criou todos os casais do que a terra brota, e deles mesmos e do que não sabem[51]!”.

Não tenha dúvida que existe alguma força poderosa que criou, que mantém persistente e que comanda todo esse universo. E nesse aspecto há três possibilidades:

Primeira possibilidade:

Que o universo e seu extraordinário sistema sejam o resultado de ação automática de autocriação. O que é impossível e basicamente infundado, porque toda ação pressupõe um sujeito.

Segunda possibilidade:

Que este universo tenha sido criado por algum ser; e este ser está dentro do universo, o que é ilógico e inaceitável, porque antes de ele existir, não pode se criar.

Terceira possibilidade:

Que o universo foi criado por um criador que está fora dele, que é diferente dele, e tal criador é o Deus, Senhor dos mundos. É nisto que os muçulmanos acreditam, enquanto que os incrédulos permanecem em dúvidas. Por isso Deus, o Altíssimo, diz: “Ou foram eles criados do nada, ou são eles os criadores?”, “Ou criaram os céus e a terra? (Não). Mas não se convencem (disso)”. “Ou têm os cofres de teu Senhor? Ou são eles os donos absolutos[52]?”.

  • Orientação inata: A alma humana, por natureza, tem o sentimento e o reconhecimento da existência do Criador dela e deste universo. O que os teólogos denominam de “Índole religiosa”, a prova disso, Deus, o Altíssimo, diz: “Então, ergue tua face para a religião, sendo monoteísta sincero. Assim é a natureza feita por Allah – segundo a qual Ele criou os homens. Não há alteração na criação de Allah. – Essa é a religião reta, mas a maioria dos homens não sabe[53]”.

O Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele - disse: “Toda criança nasce com a fé verdadeira no Islam (isto é, submisso a Allah), mas seus pais convertem-na para o judaísmo, o cristianismo ou artes mágicas, tal como um animal gera um perfeito animal bebê”. Você acha estranho? Então Abu Hurairah (que Deus esteja satisfeito com ele) recitou o seguinte versículo: “Assim é a natureza feita por Allah – segundo a qual Ele criou os homens”.

Mesmo numa situação em que as almas estiverem perdidas, elas necessitarão de alguma força para atender suas necessidades e pedidos, e que nela possam buscar amparo diante das dificuldades e infortúnio. Quando uma pessoa que não crê em Deus ou na Sua existência é açoitada por calamidade ou infortúnio ou doença, de repente, levanta as mãos invocando “ó meu Deus”, reconhecendo a existência de uma força poderosa capaz de aliviá-lo da situação que se encontra. Por isso, Deus diz: “E, quando o infortúnio toca ao ser humano, (este) Nos invoca, estando deitado ou assentado ou de pé. Então, quando lhe removemos o infortúnio, segue em frente, como se Nos não houvesse invocado, por infortúnio que o tocou. Assim, aformoseou-se, para os que se entregam a excessos, o que faziam[54]”.

  • O Alcorão lança uns desafios: O Alcorão desafia toda a humanidade, unida ou individualmente, a criar algo e colocar nele a alma. Deus, o Altíssimo diz: “Ó homens! É-vos proposto um exemplo, então, ouvi-o: ‘Por certo, os que invocais, além de Allah, não criarão uma mosca sequer, ainda que, para isso, se juntem. E, se a mosca lhes tirar algo, não poderão recuperá-lo. O procurador e o procurado[55] são fracos[56]”.

Isso ocorre porque a alma é criada somente pelo comando de Deus e ninguém sabe sua essência além d’Ele. A prova disso, Deus diz: “E perguntam-te eles pela alma. Dize: A alma é da Ordem de meu Senhor. E não vos foi concedido da ciência senão pouco[57]”.

Portanto, eles são incapazes até de criar o que não tem alma. O Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele –, disse – num dito sagrado – que Deus diz: “Há alguém mais injusto que aquele que tenta criar imitando Minha criação? Então, criai uma formiguinha ou um grão (de semente) ou centeio[58]”.

  • Incapacidade do ser humano de comandar o universo: É uma das provas da existência do Criador, que comanda todo o universo. Deus nos conta a história de Abraão e Diz: “Não viste aquele[59] que, porque Allah lhe concedera a soberania, argumentou com Abraão, sobre seu Senhor? Quando Abraão disse: ‘Meu Senhor é Aquele Que dá a vida e dá a morte’, (o outro) disse: Eu (também), dou a vida e dou a morte. Abraão disse: ‘E, por certo, Allah faz vir o sol do Levante; faze-o , pois, vir do Poente’. Então, ficou atônito quem renegou a Fé. E Allah não guia o povo injusto[60]”.
  • Talvez um dos sinais de Sua existência seja o de ter desafiado todas as pessoas a produzirem alguma escritura semelhante ao Nobre Alcorão – último Livro divino - o que representa um desafio permanente até o último dia. Deus diz: “Dize: ‘Se os humanos e os jinns[61] se juntassem, para fazer vir (algo) igual a este Alcorão, não fariam vir (nada) igual a ele, ainda que uns deles fossem coadjutores dos outros[62]”.

Por isso, aquele que duvida a existência de Deus e da mensagem de Mohammad – paz e bênção de Deus estejam com ele – que aceite este desafio e produza algo similar ao Nobre Alcorão. Lembrando que os peritos da linguística, da retórica e os mais eloquentes, dentre os árabes, cujo Alcorão foi revelado em língua deles, tentaram produzir algo similar, mas foram incapazes. E este desafio corânico se estende aos incrédulos, àqueles que alegam que o Alcorão é palavra do homem, e sobre o assunto, Deus diz: “Ou dizem: ‘Ele o forjou[63]?` Dize: ‘Então, fazei vir dez suras forjadas, iguais às dele, e, para tal, convocai quem puderdes, em vez de Allah, se sois verídicos[64]”. E Diz noutro versículo: “E, se estais em dúvida acerca do que fizemos descer sobre Nosso servo, fazei vir uma sura[65] igual à dele, e convocai vossas testemunhas, em vez de Allah, se sois verídicos[66]”.

O Alcorão é a palavra de Deus, revelada e isenta de forjamento. Deus diz: “E não é admissível que este Alcorão seja forjado por fora de Allah, mas é a confirmação do que havia antes dele e aclaração do Livro[67], indubitável, do Senhor dos mundos[68]”.

Se o Alcorão fosse a palavra de homem seria possível observar claramente contradição em seus versículos. Deus diz: “E não ponderam eles o Alcorão? E, fosse (vindo) de outro que Allah, encontrariam nele muitas discrepâncias[69]”.

Doravante, a nossa abordagem será centrada na contextualização do assunto “princípio e fim da criação”, com base na palavra de Deus que diz: “Allah é O Criador de todas as cousas. E Ele sobre todas as cousas, é Patrono”, “D’Ele são as chaves dos céus e da terra[70]”.

 

 

 

Primeiras criaturas no mundo tangível

Enquanto o conhecimento do homem e de sua consciência não transcenderem o mundo tangível, que o vive e o vê, não há necessidade de saber o que está por trás dele, salvo o que lhe orienta a conhecer a grandeza de seu Criador e lhe leva a alcançar a satisfação e ao Paraíso d’Ele, por isso, Ele enviou mensageiros e lhes revelou assuntos do invisível dentro do que é do interesse deles. E se a mente humana é incapaz de saber o que acontece noutro lado do muro, muito menos será capaz de saber os acontecimentos que ocorrem fora de seu mundo real. Deus diz: “Aquele Que criou sete céus superpostos! Não vês desarmonia alguma na criação do Misericordioso. Então, torna a vista (para o céu) vês nele alguma greta?”, “Em seguida, torna a vista duas vezes, que a vista se voltará para ti, malogrado e exausto[71]”.

 

Deus criou os céus e a terra e tudo quanto existe entre eles

Deus diz: “E Ele é Quem criou os céus e a terra, com a verdade. E, quando diz: ‘Sê’, então, é. Seu dito é a verdade. E d’Ele será a soberania, um dia, em que se soprará na Trombeta. É o Sabedor do invisível e do visível. E Ele é O Sábio, O Conhecedor[72]”.

 

Menção de certas criaturas de Deus

Deus, o Altíssimo, diz: “E fizemos do céu um teto custodiado. E eles, a seus sinais, então dando de ombros”, “E Ele é Quem criou a noite e o dia, e o sol e a lua. Cada qual voga, em uma órbita[73]”.

E Diz: “Sois vós mais difíceis, em criação, ou o céu? Ele o edificou”, “Elevou seu teto e formou-o”; “E fez escura sua noite, e fez sair a plena luz de sua manha”, “E a terra, após isso, estendeu-a”, “Dela, fez sair sua água e seus pastos”, “E as montanhas, assentou-as”, “(Tudo) para o gozo de vós e de vossos rebanhos[74]”.

E entre as criaturas de Deus há aqueles que podem representar o castigo e a repreensão. Deus diz: “Ou estais seguros de que Ele vos não fará tornar a ele[75], outra vez, e não enviará contra vós um vento devastador, então, afogar-vos-á por vossa renegação da Fé, em seguida, não encontrareis para vós um defensor, contra Nós[76]? E diz noutro versículo: “(...) então, uma tempestade, continente de fogo alcançasse seu jardim e o queimasse[77]? E noutro, Deus diz: “Então, enviamos contra eles estridente vento glacial, em dias funestos[78]”.

Deus criou sete céus e sete terras. Ele, o Altíssimo diz: “Allah é Quem criou sete céus, e da terra, outras tantas, entre os quais a ordem desce, para que saibais que Allah, sobre todas as cousas, é Onipotente, e que Allah, com efeito, abarca todas as cousas, em ciência[79]”.

No início da criação, os céus e a terra eram um compacto, Deus diz: “E os que renegam a Fé não viram que os céus e a terra eram um todo compacto, e Nós desagregamo-los, e fizemos da água toda cousa viva? – Então, não creem[80]?

Depois, Deus elucidou o tempo da criação dos céus e da terra e de tudo quanto existe entre eles, nos seguintes versículos: “Dize: ‘Renegai Aquele que criou a terra, em dois dias, e fazeis-Lhe semelhantes? Esse é O Senhor dos mundos”, “E fez nela assentes montanhas, em cima (de sua superfície) e abençoou-a; e, ao término de quatro dias exatos, determinou, nela, suas vitualhas, para os que solicitam”, “Em seguida, dirigiu-se ao céu, enquanto fumo, e disse-lhe e à terra: ‘Vinde ambos, de bom ou de mau grado’. Ambos disseram: ‘Viemos obedientes”, “Então, decretou (fossem) sete céus, em dois dias, e revelou a cada céu sua condição. E aformoseamos o céu mais próximo com lâmpadas, e custodiamo-lo. Essa foi a determinação do Todo-Poderoso, do Onisciente[81]”.

 

A criação de anjos

Os anjos são dentre as criaturas de Deus, que os criou a partir de luz, conforme o dito do Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele - disse: “Foram criados os anjos a partir de luz; os gênios, de fogo vivo; e o Adão, do que vos foi descrito (ou seja, de barro)” (Muslim).

Deus criou os anjos para desempenharem determinadas funções. Deus diz: “E os anjos dizem: ‘E não há ninguém entre nós que não tenha posição determinada”, “E, por certo, somos os enfileirados”, “E, por certo, somos os glorificadores[82]”.

Deus, o Altíssimo, denominou alguns deles, como os anjos Gabriel, Miguel e Israfil. Ele diz: “Quem é inimigo de Allah e de Seus anjos e de Seus Mensageiros e de Gabriel e de Miguel, por certo, Allah é inimigo dos renegadores da Fé[83]”.

O anjo Gabriel – paz esteja com ele – foi incumbido à missão de entregar a revelação divina aos mensageiros de Deus para estes divulgarem as leis de Deus a seus povos. Deus diz: “E, por certo, ele[84] é a revelação descida do Senhor dos mundos”, “Com a qual o leal Espírito[85] desceu”, “Sobre teu coração, (Muhammad), para que sejas dos admoestadores[86]”.

O anjo Miguel - paz esteja com ele - tem a responsabilidade de distribuir a chuva e zelar de plantas, enquanto o Israfil – paz esteja com ele – tem a responsabilidade de soar a trombeta três[87] vezes. A primeira será de pânico das criaturas. Deus, o altíssimo diz: “E soprar-se-á na Trombeta; então, quem estiver nos céus e quem estiver na terra, cairão fulminados[88]...”. A segunda soará para a extinção das criaturas e a terceira para a sua ressurreição. Deus diz: “E soprar-se-á na Trombeta; então, quem estiver nos céus e quem estiver na terra, cairão fulminados, exceto quem Allah quiser. Em seguida, soprar-se-á nela, outra vez: então, ei-los de pé, olhando, (estarrecidos)”.

Entre os anjos, há o da morte e seus auxiliadores. Deus diz: “E Ele é o Dominador sobre Seus servos. E envia (anjos) custódios, sobre vós, até que quando a morte chega a um de vós, Nossos Mensageiros (celestiais) lhe levam a alma, e de nada descuram”, “Em seguida, serão levados a Allah, seu Verdadeiro Protetor. Ora, d’Ele é o julgamento, e Ele é O mais Destro no ajuste de contas[89]”.

Há entre anjos, os que carregam o Trono de Deus e outros mais próximos a Deus. Deus diz: “O Messias não desdenhará ser servo de Allah nem os anjos (a Ele) achegados[90]”.

E dentre eles há os guardiões do Paraíso e do Inferno. Conforme a palavra de Deus que diz: “Ó vós que credes! Guardai-vos, a vós mesmos e a vossas famílias, de um Fogo, cujo combustível são os homens e as pedras; sobre ele, haverá anjos irredutíveis, severos: não desobedecem a Allah, a Sua ordem, e fazem o que lhes é ordenado[91]”.

Outros têm a responsabilidade de proteger o ser humano, conforme o seguinte versículo: “Ele tem anjos da guarda, adiante dele e detrás dele, que o custodiam, por ordem de Allah[92]”.

Outros foram incumbidos de registrar as ações do ser humano. Deus diz: “E, por certo, há, sobre vós, (anjos) custódios”, “Honoráveis escribas”, “Eles sabem o que fazeis[93]”.

No entanto, Deus criou os anjos para prestarem culto somente a Ele, conforme diz: “E d’Ele é quem está nos céus e na terra. E os que estão junto d’Ele não se ensoberbecem, diante de Sua adoração, nem esmorecem”, “Glorificam-nO, noite e dia; não se entibiam (jamais)[94]”.

Somente Deus é o Conhecedor da quantidade dos anjos, tal como Ele mesmo diz: “(...) E ninguém sabe dos exércitos de teu Senhor senão Ele[95]”.

Para mais informações, consulte os livros voltados a temática de anjos à luz do Alcorão e da tradição do Profeta.

 

A criação de gênios

Os gênios são dentre as criaturas de Deus, ocultas a nós, criados somente para adorarem a Deus. Deus diz: “E não criei os jinns[96] e os humanos senão para Me adorarem”, “ Não desejo deles sustento algum, e não desejo que Me alimentem”, “Por certo, Allah é o Sustentador, o Possuidor da força, o Fortíssimo[97]”.

Os gênios e os seres humanos têm as mesmas obrigações. Deus diz: “E (lembra-lhes de) quando dirigimos a ti um pequeno grupo de jinns, para ouvirem a (leitura) do Alcorão. E, quando presenciaram, disseram: ‘Escutai!’ Então, quando foi encerrada, retiraram-se a seu povo, admoestando-o”, “Disseram: ‘Ó nosso povo! Por certo, ouvimos um Livro, que foi descido depois de Moisés, que confirma o que havia antes dele; ele guia a verdade e a uma vereda reta[98]”.

Deus criou os gênios a partir de fogo. Deus diz: “Ele criou o ser humano de argila sonorosa, como a cerâmica”, “E criou o jinn de pura chama de fogo[99]”. E Diz noutros versículos: “E, com efeito, criamos o ser humano de argila sonorosa, de barro moldável”, “E os jinns criamo-los, antes, do fogo do Samum[100]”.

 

A criação de Adão (paz esteja com ele)

Adão, o pai da humanidade. Deus diz: “E quando teu Senhor disse aos anjos: ‘Por certo, farei, na terra, um califa[101]’, disseram: ‘Farás, nela, quem nela semeará a corrupção e derramará o sangue, enquanto nós Te glorificamos, com louvor, e Te sagramos?` Ele disse: ‘Por certo, sei o que não sabeis[102]”.

Todo o ser humano descende de Adão, de acordo com a palavra de Deus que diz: “Ó homens! Temei a vosso Senhor, Que vos criou de uma só pessoa[103]”.

O Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Ó povo, certamente vosso Senhor é Um só, vosso pai é um só, não há preferência de um árabe sobre o não árabe e nem de não árabe sobre o árabe; não há preferência do branco sobre o negro, nem do negro sobre o branco, exceto pelo (grau de) temor a Deus[104]”.

 

Processo da criação de Adão (paz esteja com ele)

Deus, glorificado Seja, o Altíssimo, evidenciou a criação de Adão a partir da matéria da terra. Ele diz: “Por certo, o exemplo de Jesus, perante Allah, é como o de Adão. Ele o criou de pó; em seguida, disse-lhe: ‘Sê’, então foi[105]”.

Diz-se também, a partir de barro de diferentes cores. Deus diz: “Ele é Quem vos criou de barro; em seguida, decretou-vos um termo[106]. E, junto d’Ele, há (outro) termo designado. Todavia, vós contestais[107]”.

E de substância aderente. Deus diz: “E consulta-os: ‘Quem é mais difícil, em criação, eles ou (outros) seres que criamos?’ por certo, criamo-los de barro viscoso”.

E passou por fases, tais como, a da argila como a cerâmica. Deus diz: “Ele criou o ser humano de argila sonorosa, como a cerâmica[108]”.

E de barro moldável. Deus diz: “E, com efeito, criamos o ser humano de argila sonorosa, de barro moldável”.

Com efeito, todas estas referências elucidam a criação a partir de uma única matéria. Por tanto, Deus, glorificado Seja, criou-o de barro, e em seguida, fê-lo passar por diferentes fases e soprado nele o Espírito. Deus diz: “Recorda-te de quando o teu Senhor disse aos anjos: Criarei um ser humano de argila, de barro modelável”, “E ao tê-lo terminado e alentado com o Meu Espírito, prostrai-vos ante ele”, “Todos os anjos se prostraram unanimemente”, “Menos Lúcifer, que se negou a ser um dos prostrados[109]”.

Depois tornou a reprodução humana a partir de esperma. Sobre este assunto Deus, o Altíssimo, diz: “Que fez perfeita cada cousa que criou, e iniciou de barro a criação do ser humano”, “Em seguida fez-lhe a descendência da quintessência de (gota) d’água desprezível”, “Em seguida formou-o, e, nele, soprou (algo) de Seu Espírito. E vos fez o ouvido e as vistas e os corações. Quão pouco agradeceis[110]”.

Como a origem do ser humano é do barro, nele retornará e dele será ressuscitado no Dia de Juízo Final. Deus diz: “Dela[111] vos criamos e a ela vos tornamos e dela vos faremos sair, outra vez[112]”.

 

Qualidades de Adão (paz esteja com ele)

O Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – evidenciou a estrutura fisionômica de Adão – paz de Deus esteja com ele – nas seguintes palavras: “Deus criou Adão com sessenta cúbitos de altura, e depois lhe disse: Vai e cumprimenta aquele grupo de anjos; eles saudar-te-ão e a tua descendência (que virá), então escuta! Adão saudou-os: “Paz esteja convosco!”, e os anjos responderam: “Paz esteja contigo e a misericórdia de Deus”, estes acrescentaram-lhe o termo “e a misericórdia de Deus”, todos os moradores do Paraíso terão a fisionomia de Adão, mas, desde (a época de Adão), a altura do homem está em contínua redução[113]”.

 

A causa da diferença entre os filhos de Adão

O Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – elucidou a causa da diferença da cor da pele entre os filhos de Adão, sua mistura e natureza com as seguintes palavras: “Por certo, Deus criou o Adão de todas as porções da terra; seus filhos são de acordo com elas, sendo que, há entre eles, vermelhos, pretos, brancos, amarelos, clementes, grosseiros, malignos e bondosos[114]”.

 

A criação da Eva (paz esteja com ela), mãe da humanidade!

Deus, depois de ter criado o Adão – paz esteja com ele -, criou a sua esposa Eva a partir da sua costela esquerda, para proporcionar a tranquilidade entre ambos e multiplicar a humanidade. Deus diz: “Ó homens! Temei a vosso Senhor, Que vos criou de uma só pessoa e desta criou sua mulher, e de ambos espalhou (pela terra) numerosos homens e mulheres. E temei a Allah, (em nome) de Quem vos solicitais mutuamente, e respeitai os laços consanguíneos. Por certo, Allah, de vós, é Observante[115]”.

E o Profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Aquele que crê em Deus e na Derradeira Vida, que não maltrate seu vizinho e, tratai bondosamente as mulheres. A mulher foi criada de uma costela, e a parte mais curva da costela é a sua parte superior. Se quiserem endireitá-la, irão quebrá-la; se a deixarem como ela é, continuará curva. Portanto, tratem bondosamente as mulheres[116]”.

 

Morada de Adão e Eva

Habitaram primeiramente no Paraíso antes da desobediência do Adão – que a paz esteja com ele – que resultou na saída deles a terra. Deus diz: “E quando dissemos aos anjos: ‘Prosternai-vos diante de Adão’, então, prosternaram-se, exceto Iblis[117]. Ele recusou (fazê-lo)”, “E dissemos: ‘Ó Adão! Por certo, este é um inimigo para ti e para tua mulher; então, que ele vos não faça sair do Paraíso: serias, pois, infeliz”, “Por certo, nele, não hás de estar com fome nem com nudez”, “E nele, não hás de estar com sede nem com calor do sol”, “E Satã sussurrou-lhe (perfídias). Disse: ‘Ó Adão! Queres que te indique a árvore da eternidade e um reino, que jamais perecerá?”, “Então, dela ambos comeram, e as partes pudendas mostraram-se-lhes, e começaram a aglutinar, sobre elas, folhas do Paraíso. E Adão desobedeceu a seu Senhor, e transviou-se”, “Em seguida, seu Senhor elegeu-o, e voltou-Se para ele, remindo-o, e guiou-o”, “Ele disse: ‘Descei ambos dele[118], todos vós, (como) inimigos, uns dos outros. E, se, em verdade, vos chega de Mim orientação, então, quem segue Minha orientação não se descaminhará nem se infelicitará”, “E quem der de ombros a Minha Mensagem, por certo, ele terá uma vida atormentada e ressuscitá-lo-emos cego, no Dia da Ressurreição[119]”.

 

 

O começo do envio de mensageiro de Deus a humanidade

Passado dez séculos depois de Adão – paz esteja com ele – as pessoas começaram a divergir, então, foi quando Deus enviou mensageiros. Ibn Abbas – que Deus esteja satisfeito com ele – conta que, entre Adão e Noé, havia dez séculos porquanto a humanidade seguia mesma lei, depois se divergiram; Deus lhes enviou profetas alvissareiros e admoestadores.

O primeiro mensageiro de Deus a ser enviado, quando houve divergência entre as pessoas, foi o Noé – que a paz de Deus esteja com ele. Deus diz: “Por certo, Nós te fizemos revelações, (Muhammad), como fizemos a Noé e aos profetas, depois dele[120]”.

Deus menciona a identidade de alguns profetas e mensageiros em Seu Livro. Deus diz: “E esse Nosso argumento concedemo-lo a Abraão contra seu povo. Elevamos, em escalões, a quem queremos. Por certo, teu Senhor é Sábio, Onisciente”, “E dadivamo-lo com Isaque e Jacó. A ambos. E a Noé, guiamo-lo, antes. E, de sua descendência, (guiamos) a Davi e a Salomão e a Jó e a José e a Moisés e a Aarão – e, assim, recompensamos os benfeitores”, “E a Zacarias e a Yahia (João Batista), e a Jesus e a Elias – todos eram dos íntegros”, “E a Ismael e a Eliseu e a Jonas e a Lot – e a todos (eles) preferimos aos mundos”, “E alguns de seus pais, e de sua descendência, e de seus irmãos. E Nós os elegemos e os guiamos a uma senda reta[121]”. E no capitulo 2, Deus diz: “Dizei: Cremos em Allah, no que revelado para nós, no que fora revelado para Abraão e Ismael e Isaque e Jacó e para as tribos; e no que fora concedido a Moisés e a Jesus e no que fora concedido aos profetas por seu Senhor; não fazemos distinção entre nenhum deles, e para Ele, somos moslimes[122]”. E no 21, Ele diz: “E (recorda-te) de Ismael, de Idris (Enoc) e de Dulkifl, porque todos se contavam entre os perseverantes[123]”.

Há outros profetas e mensageiros, pelos quais, não foram mencionados no Alcorão, de acordo com a palavra de Deus que: “E enviamos alguns mensageiros, que te mencionamos, e outros, que não te mencionamos; e Deus falou a Moisés diretamente[124]”.

De um período para outro Deus enviava mensageiros para reencaminhar as pessoas a unicidade em Deus e a Sua adoração. Porém, todos os mensageiros, do primeiro ao último, pregaram a mesma mensagem, ou seja, a unicidade em Deus na adoração, com convicção tanto na teoria como na prática; e a descrença sendo tudo que é adorado além de Deus. Deus diz: “Em verdade, enviamos para cada povo um mensageiro (com a ordem): Adorai a Deus e afastai-vos do sedutor! Porém, houve entre eles quem Deus encaminhou e houve aqueles que mereceram ser desviados. Percorrei, pois, a terra, e observai qual foi a sorte dos desmentidores[125]”.

Quanto às leis e aos deveres que são impostas sobre as pessoas, podem ser obrigatórias a alguém e não aos outros, e isso por sua vez é um teste de Deus. Deus diz: “(...) a cada um de vós temos ditado uma lei e uma norma; e se Deus quisesse, teria feito de vós uma só nação; porém, fez-vos como sois, para testar-vos quanto àquilo que vos concedeu. Emulai-vos, pois, na benevolência[126]”.

Desta forma, Deus selou o processo de envio de mensageiros com a vinda de Mohammad – paz e bênção de Deus estejam com ele -, enviado para toda a humanidade. Deus diz: “Em verdade, Mohammad não é o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageiro de Deus e o derradeiro dos profetas; sabei que Deus é Onisciente[127]”.

A missão dos mensageiros de Deus foi a convidar as pessoas à crença na existência de um Deus, o Criador, o Único digno de ser adorado. Isto é o que proporciona às pessoas felicidade espiritual, conforto psicológico e mental. O que Deus evidencia no seguinte versículo: “E não te enviamos, senão como misericórdia para a humanidade[128]”.

E a prova da felicidade daqueles que crêem em Deus, pode ser confirmada a partir de sociedades que descrêem a existência de Deus e da Sua lei. Elas seguem uma vida de insegurança, ansiedade e transtorno mental, o que lhes leva ao uso de drogas, ao consumo de bebida alcoólica e de sedativos para tentar preencher o vazio espiritual, e em outros casos recorrem ao suicídio. No entanto, que eu saiba, isto não é felicidade, se realmente existe essa felicidade, ela é temporária, ou seja, é como quem bebe água salgada, que não tem outro efeito senão aumentar sua sede, mas diante da fé na existência de Deus, Glorificado Seja, o Altíssimo, acompanhada pela humildade, submissão a Ele e cumprimento de Suas ordens, garante eliminar toda a perdição e proporcionar a verdadeira felicidade e conforto espiritual.

 

 

 

Quem é o ser humano?

É a criatura, na qual, Deus criou-a com perfeição. Deus diz: “Que criamos o homem na mais perfeita proporção[129]”. Em seguida, modelou-a. Deus diz: “Ó ser humano! O que te ilude quanto a teu Senhor, O generoso”, “Que te criou e te formou e te endireitou?”, “Na forma que Ele quis, Ele te compôs[130]”. E depois, constituiu-a em melhor textura e fisionomia completa. Deus diz: “Allah foi Quem fez a terra como berço, o firmamento como teto, modelou e aperfeiçoou as vossas configurações, e vos agraciou com todo bem. Tal é Allah, vosso Senhor. Bendito seja Allah, Senhor do universo[131]!”.

Deus honrou e preferiu o ser humano sobre todas outras criaturas. Ele, o Altíssimo diz: “Enobrecemos os filhos de Adão e os conduzimos pela terra e pelo mar; agraciamo-lo com todo o bem, e os preferimos enormemente sobre a maior parte de tudo quanto criamos[132]”.

E submeteu tudo ao ser humano. Deus diz: “E vos submeteu tudo quanto existe nos céus e na terra, pois tudo d´Ele emana. Em verdade, nisto há sinais para os que meditam[133]”.

O ser humano resulta de uma criação autônoma e não de um processo evolutivo de outra espécie. Deus diz: “Que aperfeiçoou tudo o que criou e iniciou a criação do primeiro homem, de barro[134]”.

Onde é que se encontram descrições semelhantes com as apresentadas pelo Islam - que indicam a grandeza e o status do homem-, nas teorias que tornam o homem no grupo de animais irracionais? Pelo contrário, o Islam não o toma como um animal, mas o compara com ele, isto, quando o homem manifesta seus desejos de maneira descontrolada e não faz melhor uso do que Deus lhe concedeu, tal como, a graça da mente, a audição e a visão para pensar no reino dos céus e da terra. Deus diz: “Temos criado para o inferno numerosos gênios e humanos com corações com os quais não compreendem, olhos com os quais não veem, e ouvidos com os quais não ouvem. São como as bestas, quiçá pior, porque estão desatentos (às admoestações)[135]”.

Certamente, o uso destes membros e sentidos na reflexão, conduz os bem-sensatos a orientação, ao conhecimento e a fé em Deus – com a permissão d’Ele, Glorificado Seja, o Altíssimo.

Ibn al-Qayyim - que Deus tenha misericórdia dele - disse: Saiba que, dentre as criaturas, Deus concedeu a nobreza, a virtude, a honra exclusivamente ao ser humano e criou-o para Si Mesmo, enquanto que criou todas as coisas para ele (o ser humano). Ainda mais, permitiu ao ser humano que tivesse ciência e amor no Criador, e o elevou a posição mais próxima d’Ele. Tudo quanto existe nos céus e na terra, incluindo os anjos, estão sob serviços do ser humano. Quanto aos anjos, Deus os incumbiu à tarefa de proteger o ser humano durante a vida. Deus revelou ao homem, enviou-lhe Seus Livros e mensageiros; dialogou com ele através de Seus anjos e tomou, dentre os homens: amigos, encarregados, peritos, e fê-los o lugar de Seus segredos, prudência e amor, e criou o Paraíso e o Inferno por ele. Portanto, a conduta, a ordem, a recompensa e o castigo tudo depende da escolha do homem, porque ele é uma criatura livre, e é por isso que a ordem, a interdição, a recompensa e o castigo tomam sentido[136].

 

As fases da criação do ser humano

A princípio, o ser humano não era referenciado. Deus diz: “Com efeito, transcorreu, para o ser humano, um lapso de enorme tempo, (em que) não era cousa mencionada[137]”. E quando começou sua criação foi a partir de um coágulo desprezível. Deus diz: “Não vos criamos de uma água desprezível”, “E fizemo-la estar em lugar estável, seguro”, “Até um tempo determinado?”, “Então, determinamos (a criação). Quão Excelente Poderoso somos Nós[138]!”.

Diz al-Ghazali: que o homem olhe as graças de Deus para com ele, ao tirá-lo do aviltamento para a nobreza e dignidade, até que veio a vida após sua inexistência; concedeu-lhe a fala após a mudez, a visão após a cegueira, a força após a fraqueza, a sabedoria após a ignorância, a orientação após a perdição, a capacidade após a incapacidade, a riqueza após a pobreza, não era em si, nada e, nada pior do que ser nada, e um pouco menos do que nada, e Deus tornou-o algo[139].

 

A partir de que matéria o ser humano foi criado?

Deus evidencia que a procriação do ser humano ocorre no encontro entre o líquido do homem e da mulher. Ele, Glorificado Seja diz: “Então, que o ser humano olhe aquilo de que foi criado”, “Foi criado de água emitida”, “Que sai de entre a espinha dorsal e os ossos do peito[140]”.

Deus, Glorificado Seja elucida que o tal líquido propicia a multiplicidade da raça humana, de acordo com o seguinte versículo: “Ele foi Quem criou os humanos da água, aproximando-os, através da linhagem e do casamento; em verdade, o teu Senhor é Onipotente[141]”.

E que esta nova criatura permanece num lugar seguro, isolada e longe de influências externas, até o momento em que Deus autoriza sua saída. Deus diz: “Não vos criamos de uma água desprezível?”, “E fizemo-la estar em lugar estável, seguro”, “Até um tempo determinado?”, “Então, determinamos (a criação). Quão Excelente Poderoso somos Nós[142]!”.

Depois Deus diz que esta nova criatura permanece dentro de três trevas, passando por diferentes fases até chegar ao mundo – pelo poder de Deus, que diz: “(...) Ele vos cria, nos ventres de vossas mães, criação após criação, em trevas tríplices[143]?

 

As etapas pelas quais passa a criação humana

  1. Primeira etapa: O sêmen que é o resultado da convergência do esperma do homem e o da mulher, misturando-se. Deus diz: “E que Ele criou (tudo) em pares: o masculino e o feminino”, “De uma gota de esperma, quando alojada (em seu lugar)[144]”.

Durante esta fase, ou Deus determina a combinação entre os espermas do homem e da mulher, conduzindo ao processo de fecundação, ou não, resultando na evacuação mortal dos óvulos. Mas quando ocorre a fecundação, formando-se o sêmen, começa o processo da formação do ser humano. Deus diz: “Por certo, criamos o ser humano de gota seminal, mesclada, para pô-lo à prova, então, fizemo-lo ouvinte, vidente[145]”.

Ainda durante esta fase, são determinadas as características do ser humano. Deus diz: “Que morra o ser humano! Como é ingrato”, “De que cousa Ele o criou?”, “De gota seminal, Ele o criou; então, determinou-o[146]”.

É determinado também o tipo do sexo dele. Deus diz: “A Allah pertence o reino dos céus e da terra. Ele cria a que Lhe apraz; concede filhas a quem quer e concede varões a quem Lhe apraz”, “Ainda propicia igualmente mulheres, varões, e faz estéril quem Lhe apraz, porque é Poderoso, Sapientíssimo[147]”.

E noutros versículos, Deus diz: “Ele é Quem vos configura nas entranhas, como Lhe apraz. Não há mais divindades além d'Ele, o Poderoso, o Prudentíssimo[148]”. No entanto, durante esta etapa, o sêmen pode abortar, por determinação divina. Deus diz: “Allah sabe o que concebe cada fêmea, bem como o absorvem as suas entranhas e o que nelas aumenta; e com Ele tudo tem sua medida apropriada[149]”. Ou Deus determina que ele fecunde no útero e se transforme em coágulo desenvolvendo-se nas paredes do útero. Deus diz: “(...) E conservamos no útero o que queremos, até um período determinado, de onde vos retiraremos, crianças[150]”.

  1. Segunda etapa: o coágulo: aderência à parede do útero onde começa a se desenvolver através de seu sangue, o que assemelha a um parasita que se alimenta do sangue de outra criatura. Deus diz: “Lê, em nome do teu Senhor Que criou; Criou o homem de algo que se agarra[151]”. E diz: “Pensa, acaso, o homem, que será deixado ao léu?”, “Não foi a sua origem uma gota de esperma ejaculada”, “Que logo se converteu em algo que se agarra, do qual Allah o criou, aperfeiçoando-lhes as formas”, “De qual fez dois sexos, o masculino e o feminino[152]?”.
  2. Terceira etapa: feto, nesta fase ele é semelhante a porção de carne mastigada. Deus diz: “Então, convertemos a gota de esperma em algo que se agarra, transformamos o coágulo em feto e convertemos o feto em ossos[153]”.

E neste estágio começa a formação do ser humano até atingir sua forma final, Deus diz: “De Deus nada se oculta, tanto na terra como nos céus”. “Ele é Quem vos configura nas entranhas, como Lhe apraz. Não há mais divindades além d'Ele, o Poderoso, o Prudentíssimo[154]”.

É durante esta etapa que a alma é inspirada nele. Deus diz: “Depois o modelou; então, alentou-o com Seu Espírito. Dotou a todos vós da audição, da visão e das vísceras. Quão pouco Lhe agradeceis[155]!”.

Cada fase tem certa duração temporal segundo a narrativa de Ibn Masoud – que Deus esteja satisfeito com ele – que disse: o Mensageiro de Deus – paz e bênção de Deus estejam com ele – contou-nos que: “Em verdade qualquer um de vós é conformado no útero de sua mãe quarenta dias em esperma, e depois é transformado em um coágulo, permanecendo assim o mesmo período (40 dias), e depois é transformado em uma substância mastigada, permanecendo assim o mesmo período (40 dias), depois é enviado sobre ele um anjo que lhe assopra o espírito, e lhe decreta quatro questões: o seu sustento, a sua existência, os seus atos e se será um desventurado ou venturoso...” (Bukhari e Muslim).

 

O que é espírito?

Algo em que acreditamos, não o vemos, não o apalpamos com nossos sentidos, mas cremos nele porque observamos seus efeitos. O espírito constitui uma das fortes evidências da existência de Deus, Glorificado Seja, o Altíssimo. Como resposta aos materialistas que querem provas físicas palpáveis através de seus sentidos corporais, mas eles acreditam no espírito, embora não o absorvam com seus sentidos, mas percebem seu efeito. Isto porque espírito é um dos segredos de Deus, e não há pistas para pesquisá-lo ou desvendá-lo. Deus diz: “Perguntar-te-ão sobre o Espírito. Responde-lhes: O Espírito está sob o comando do meu Senhor, e só vos tem sido concedida uma ínfima parte do saber[156]”.

Al-Raguibo al-Assfahani disse: o espírito ao chegar no corpo constitui-se a vida, o movimento, o sentido, a ciência, a escolha, e é através dele que o corpo se movimenta, transporta, se torna agradável, estável e amoroso, sendo que com a ausência do espírito tudo torna-se desativado e morto. O espírito é o lugar da exposição espiritual tal como o corpo é o lugar da exposição corporal[157].

Durante esta fase é formado o esqueleto ósseo e revestido de carne. Deus diz: “Então, convertemos a gota de esperma em algo que se agarra, transformamos o coágulo em feto e convertemos o feto em ossos[158]”.

E na história de Ezra (Esdras), Deus diz: “(...) Observa como dispomos os seus ossos e em seguida os revestimos de carne. Diante da evidência, exclamou: Reconheço que Deus é Onipotente[159]!”.

O feto permanece no ventre se desenvolvendo até o momento que Deus determina o seu nascimento. Deus diz: “Só a Ele concerne o conhecimento da Hora. E nenhum fruto sai do seu invólucro e nenhuma fêmea fica prenhe ou gera, sem o Seu conhecimento. No dia em que Ele os convoca, (perguntará): Onde estão os parceiros que Me atribuístes? Dirão: Asseguramos-Te que nenhum de nós pode testemunhar[160]!”.

No único versículo Deus detalhou todas as fases da criação do ser humano, o que confirma, evidentemente, que o Alcorão é o Livro milagroso revelado ao Mohammad – paz e bênção de Deus estejam com ele – há mais de 1400 anos, assim como demonstra a veracidade da sua mensagem e profecia. Acerca dele, Deus diz: “Nem fala por capricho”, “Isso não é senão a inspiração que lhe foi revelada[161]”. E diz também: “Criamos o homem de essência de barro”, “Em seguida, fizemo-lo uma gota de esperma, que inserimos em um lugar seguro”, “Então, convertemos a gota de esperma em algo que se agarra, transformamos o coágulo em feto e convertemos o feto em ossos; depois, revestimos os ossos de carne; então, o desenvolvemos em outra criatura. Bendito seja Allah, Criador por excelência”, “Então morrereis, indubitavelmente”, “Depois sereis ressuscitados, no Dia da Ressurreição[162]”.

Ainda sobre o assunto, Deus diz: “Ó humanos, se estais em dúvida sobre a ressurreição, reparai em que vos criamos do pó, depois do esperma, e logo vos convertemos em algo que se agarra e, finalmente, em feto, com forma ou amorfo, para demonstrar-vos (a Nossa onipotência); e conservamos no útero o que queremos, até um período determinado, de onde vos retiraremos, crianças para que alcanceis a puberdade. Há, entre vós, aqueles que morrem (ainda jovens) e há os que chegam à senilidade, até ao ponto de não se recordarem do que sabiam. E observai que a terra é árida; não obstante, quando (Nós) fazemos descer a água sobre ela, move-se e se impregna de fertilidade, fazendo brotar todas as classes de pares de viçosos (frutos)”, “Isto, porque Allah é Verdadeiro e vivifica os mortos, e porque é Onipotente”, “E a Hora chegará indubitavelmente, e Allah ressuscitará aqueles que estiverem nos sepulcros[163]”.

E diz ainda: “De pronto lhes mostraremos os Nossos sinais em todas as regiões (da terra), assim como em suas próprias pessoas, até que lhes seja esclarecido que ele (o Alcorão) é a verdade. Acaso não basta teu Senhor, Que é Testemunha de tudo[164]?”.

Keith L. Moore, na sua obra intitulada “The developiong human”, afirma que: “não encontro nenhuma dificuldade em aceitar que o Alcorão é a Palavra de Deus; por certo, as descrições do embrião apresentadas pelo Alcorão não podem ser construídas a partir do conhecimento científico do século VII, a única conclusão razoável é que essas descrições foram reveladas a Mohammad por Deus[165]”.

 

 

 

 

A realidade da vida mundana

A vida mundana é uma realidade passageira tal como explicita o próprio Criador no seguinte versículo: “Sabei que a vida terrena é tão-somente jogo e diversão, veleidades, mútua vanglória e rivalidade, com respeito à multiplicação de bens e filhos; é como a chuva, que compraz aos cultivadores, por vivificar a plantação; logo, completa-se o seu crescimento e a verás amarelada e transformada em feno. Na outra vida haverá castigos severos, indulgência e complacência de Allah. Que é vida terrena, senão um prazer ilusório[166]?”.

Ela é sedutora e prazerosa que deve ser evitada. Deus diz: “Tudo quanto vos foi concedido (até agora) é o efêmero gozo da vida terrena; no entanto, o que está junto a Allah é preferível e mais perdurável, para os fiéis que se encomendam a seu Senhor[167]”.

Ela deve ser tomada como um meio que leve a Outra Vida eterna. O mundo não é senão como uma fazenda, cuja, quem nela semear o bem colherá o mesmo, e se o mal, também colherá, de acordo com a palavra de Deus: “Expõe-lhes o exemplo da vida terrena, que se assemelha à água, que enviamos do céu, a qual se mescla com as plantas da terra, as quais se convertem em feno, que os ventos disseminam. Sabei que Allah prevalece sobre todas as coisas”, “Os bens e os filhos são o encanto da vida terrena; por outra, as boas ações, perduráveis, às mais meritórias e mais esperançosas, aos olhos do teu Senhor[168]”.

E pelo fato de o mundo ser desprezível, Deus concede tanto ao crente como ao descrente. Deus diz: “E quando Abraão implorou: Ó Senhor meu, faze com que esta cidade seja de paz, e agracia com frutos os seus habitantes que crêem em Allah e no Dia do Juízo Final! Allah respondeu: Quanto aos incrédulos dar-lhe-ei um desfrutar transitório e depois os condenarei ao tormento infernal. Que funesto destino[169]!”. E diz noutro versículo: “Tanto a estes como àqueles agraciamos com as dádivas do teu Senhor; porque as dádivas do teu Senhor jamais foram negadas a alguém”, “Repara em como temos dignificado uns mais do que outros. Porém, na outra vida, há maiores dignidades e mais distinção[170]”.

Sohal Ibn Saad – que Deus esteja satisfeito com ele – disse: Certa vez o Mensageiro de Deus passava pela tribo de Halifah, viu uma ovelha morta, com patas erguidas. Ele disse: “Pensais que esta ovelha é depreciável para o seu proprietário”? Responderam: Sim! O Profeta disse: “Juro em nome d’Aquele cuja minha alma está entre Suas mãos, o mundo não tem muito valor para Deus, de mesma maneira que esta ovelha tem para com o proprietário, e se para Deus, o mundo valesse o tamanho da asa de mosquito, nenhum incrédulo beberia uma gota de água[171]”.

Deus, Glorificado Seja, prefere as graças e a Vida Derradeiras. Ele diz: “Entretanto, vós, (ó incrédulos) preferis a vida terrena”, “Ainda que a outra seja preferível, e mais duradoura[172]!”.

O Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Juro em nome de Deus, a vida mundana não equivale diante da Vida Derradeira senão como o mergulhar de um de vós, seu dedo indicador, no mar, então, que olhe o que tira dele![173]

A Vida Derradeira é para os escolhidos e preferidos por Deus. Deus diz: “Porém, àquele que dá (em caridade e é temente a Allah)”, “E crê no melhor”, “Facilitaremos o caminho do conforto”, “Porém, àquele que mesquinhar e se considerar suficiente”, “E negar o melhor”, “Facilitaremos o caminho da adversidade[174]”.

Isso não significa monaquísmo e renúncia do gozo das bênçãos de Deus, como comida, bebida, vestimenta e casamento, por isso Deus diz: “Dize-lhes: Quem pode proibir as galas de Deus e o desfrutar os bons alimentos que Ele preparou para Seus servos[175]?”.

O Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: "O crente forte é melhor e mais amado por Deus do que o fraco. E ambos são benéficos. Continua pedindo a ajuda de Deus e não te desesperes. Se te atingir algum mal, não digas: 'Se tivesse feito isso ou aquilo, isto não teria acontecido', mas dize: 'Somente Deus determina e age de acordo com a Sua vontade' , porque a frase 'tivesse eu... ' apenas abre as portas para as ações de Satanás” (Muslim).

E a lei islâmica exige uma vida equilibrada, de acordo com o seguinte versículo, Deus diz: “Não cerres a tua mão excessivamente, nem a abras completamente, porque te verás censurado, arruinado”, “Teu Senhor prodigaliza e provê, na medida exata, a Sua mercê a quem Lhe apraz, porque está bem inteirado e é Observador dos Seus servos[176]”.

 

 

 

Qual foi o propósito da criação do ser humano e do gênio?

Os seres humanos e os gênios foram criados para único propósito: A adoração em Único Deus, tal como Deus diz nos seguintes versículos: “Não criei os gênios e os humanos, senão para Me adorarem”, “Não lhes peço sustento algum, nem quero que Me alimentem”, “Sabei que Deus é o Sustentador por excelência, Potente, Inquebrantabilíssimo[177]”.

O ser humano não foi criado em vão. Deus diz sobre ele: “Pensais, porventura, que vos criamos por diversão e que jamais retornareis a Nós?”, “Exaltado seja Allah, Verdadeiro, Soberano! Não há mais divindade além d'Ele, Senhor do honorável Trono[178]!”.

Ao longo de um período a outro, Deus foi enviando Seus mensageiros para mostrar às pessoas a senda reta que leva a satisfação do Criador. Deus diz: “No princípio os povos constituíam uma só nação. Então, Allah enviou os profetas como alvissareiros e admoestadores e enviou, por eles, o Livro, com a verdade, para dirimir as divergências a seu respeito, depois de lhes terem chegado às evidências, por egoística contumácia. Porém, Allah, com a Sua graça, orientou os fiéis para a verdade quanto àquilo que é causa das suas divergências; Allah encaminha quem Lhe apraz à senda reta[179]”.

O último profeta a ser enviado por Deus para toda a humanidade foi o Mohammad – paz e bênção de Deus estejam com ele. Deus diz: “E não te enviamos, senão como universal (Mensageiro), alvissareiro e admoestador para os humanos; porém, a maioria dos humanos o ignora[180]”.

Portanto, o propósito pelo qual foi criado o ser humano é claramente para a adoração em Deus, por isso aquele que aplicar a sua vida nos objetivos pelos quais foi criado, encontrará a verdadeira felicidade, independentemente do sentimento da insuficiência do bem-estar mundano, e aquele que não aplicar a esse propósito, provará o descaminho, problemas espirituais, sufoco, infelicidade na vida, mesmo que tenha a sua disposição todos os prazeres mundanos. Deus diz: “(...) E quem seguir a Minha orientação, jamais se desviará, nem será desventurado”, “Em troca, quem desdenhar a Minha Mensagem, levará uma mísera vida, e, cego, congregá-lo-emos no Dia da Ressurreição[181]”.

Todas as criaturas neste universo foram criadas por prudência e não existem senão por algum propósito, quer saibamos ou não. Deus diz: “E não foi em vão que criamos os céus e a terra, e tudo quanto existe entre ambos! Esta é a conjectura dos incrédulos! Ai, pois, dos incrédulos, por causa do fogo (infernal)[182]”.

A adoração em Deus consiste na observação exemplar de Seus mandamentos, obrigações e interdições, ou seja, de acordo com a legislação divina. Deus diz: “E (o Senhor ordenou-vos, ao dizer): Esta é a Minha senda reta. Segui-a e não sigais as demais, para que estas não vos desviem da Sua. Eis o que Ele vos prescreve, para que O temais[183]”.

É preciso separar a lei divina dos caprichos dos seres humanos, que atribuem a Deus o que não instituiu, seja de maneira voluntária ou não. Deus diz: “Dize: Meu Senhor vedou as obscenidades, manifestas ou íntimas; o delito; a agressão injusta; o atribuir parceiros a Ele, porque jamais deu autoridade a que digais d'Ele o que ignorais”. E noutro versículo, diz: “Os mais sublimes atributos pertencem a Deus; invocai-O, pois, e evitai aqueles que profanam os Seus atributos, porque serão castigados pelo que tiverem cometido[184]”.

 

 

 

O término

Tudo quanto existe neste universo tem seu inevitável fim, de acordo com o decreto de Deus: “Tudo quanto existe na terra perecerá”, “E só subsistirá o Rosto do teu Senhor, o Majestoso, o Honorabilíssimo[185]”.

O ser humano pode fazer tudo, mas nunca conseguirá evitar a morte. Deus diz: “Dize-lhes: Sabei que a morte, da qual fugis, sem dúvida vos surpreenderá; logo retornareis ao Conhecedor do cognoscível e do incognoscível, e Ele vos inteirará de tudo quanto tiverdes feito[186]!”.

Ele pode fazer tudo, mas jamais antecipará ou adiará o seu destino. Deus diz: “Por que, então, (não intervis), quando (a alma de um moribundo) alcança a garganta?”, “E ficais, nesse instante, a olhá-lo”, “E Nós, ainda que não Nos vejais, estamos mais perto dele do que vós”, “Por que, então, se pensais que em nada dependeis de Nós”, “Não lhe devolveis (a alma), se estais certos[187]?”.

E quando chega a hora da morte certas pessoas declaram a crença, mas infelizmente é um momento, que não lhes é oferecida a possibilidade de retorno à vida. Deus diz: “(Quanto a eles, seguirão sendo idólatras) até que, quando a morte surpreender algum deles, este dirá: Ó Senhor meu, mande-me de volta (à terra)”, “A fim de eu praticar o bem que negligenciei! Pois sim! Tal será a frase que dirá! E ante eles haverá uma barreira, que os deterá até ao dia em que forem ressuscitados[188]”.

Quanto à hora e ao lugar da morte do ser humano são segredos de Deus, somente Ele tem o conhecimento. Deus diz: “Em verdade, Deus possui o conhecimento da Hora, faz descer a chuva e conhece o que encerram os ventres maternos. Nenhum ser sabe o que ganhará amanhã, tampouco nenhum ser saberá em que terra morrerá, porque (só) Deus é Sapiente, Inteiradíssimo[189]!”.

Existem dois tipos de morte: A maior - que consiste na saída definitiva da alma do corpo; e a menor - que consiste na saída temporária da alma do corpo durante a dormida, com a permissão de Deus que diz: “Deus recolhe as almas, no momento da morte e, dos que não morreram, ainda (recolhe) durante o sono. Ele retém aqueles cujas mortes tem decretadas e deixa em liberdade outros, até um término prefixado. Em verdade, nisto há sinais para os sensatos[190]”.

 

 

 

Qual será o destino depois da morte?

Depois da morte vem à ressurreição e a congregação. Deus diz: “Isto, porque Allah é Verdadeiro e vivifica os mortos, e porque é Onipotente”, “E a Hora chegará indubitavelmente, e Allah ressuscitará aqueles que estiverem nos sepulcros[191]”.

Em todos os tempos, os incrédulos desmentiram a possibilidade da ressurreição e congregação. Deus diz: “Os incrédulos crêem que jamais serão ressuscitados. Dize-lhes: Sim, por meu Senhor que, sem dúvida, sereis ressuscitados; logo sereis inteirados de tudo quanto tiverdes feito, porque isso é fácil para Allah[192]”.

Os incrédulos usam todos os meios possíveis para desviar as pessoas e induzi-las a descrer na possibilidade de sua ressurreição. Deus descreve as afirmações deles no seguinte versículo: “Qual! Promete-vos ele que, quando morrerdes e vos tiverdes convertido em pó e ossos, sereis ressuscitados?, “Longe, muito longe está o que vos é prometido!”, “Não há mais vida do que esta, terrena! Morremos e vivemos e jamais seremos ressuscitados[193]!”.

Eles afirmam que a vida e a morte deles dependem da natureza e não sabem que ela foi também criada como eles. Deus nos revela as afirmações deles no seguinte versículo corânico: “E dizem: Não há vida, além da terrena. Vivemos e morremos, e não nos aniquilará senão o tempo! Porém, com respeito a isso, carecem de conhecimento e não fazem mais do que conjecturar”.

Alguns deles, para crerem, pedem provas impossíveis. Deus desvenda-os dizendo: “Em verdade, estes (os coraixitas) dizem”, “Não há mais morte do que a nossa primeira, e jamais seremos ressuscitados!”, “Fazei, então, voltar os nossos pais, se estiverdes certos[194]!”.

Deus, o Altíssimo, responde-lhes com as seguintes palavras: “Dizem: Quê! Quando estivermos reduzidos a ossos e pó, seremos, acaso reencarnados em uma nova criação?”, “Dize-lhes: Ainda que fôsseis pedras ou ferro”, “Ou qualquer outra criação inconcebível às vossas mentes (seríeis ressuscitados). Perguntarão, então: Quem nos ressuscitará? Responde-lhes: Quem vos criou da primeira vez! Então, meneando a cabeça, dirão: Quando ocorrerá isso? Responde-lhes: Talvez seja logo!”, “Será no dia em que Ele vos chamar e em que vós O atendereis, glorificando os Seus louvores; e vos parecerá que não permanecestes ali senão pouco tempo[195]”.

E descrêem no Dia do Juízo final: “Os incrédulos dizem: Nunca nos chegará a Hora! Dize-lhes: Sim, por meu Senhor! Chegar-vos-á, procedente de Conhecedor do incognoscível, de Quem nada escapa, nem mesmo algo do peso de um átomo, quer seja nos céus ou na terra, e (nada há) menor ou maior do que isso, que não esteja registrado no Livro lúcido”, “Isso para certificar os fiéis, que praticam o bem, de que obterão indulgência e um magnífico sustento”, “Mas, aqueles que lutam contra os nossos versículos sofrerão um castigo e uma dolorosa punição[196]”.

Nesse Dia Deus ressuscitará toda a humanidade. Deus diz: “Vossa criação e ressurreição não são mais do que (o são) a de um só ser; sabei que Deus é Oniouvinte, Onividente[197]”.

Serão congregados para a prestação de contas. Deus diz: “Dize-lhes: Em verdade, os primeiros e os últimos”, “Serão congregados, para o encontro de um dia conhecido[198]”.

Ninguém estará ausente ou tardará, dos primeiros aos últimos. Deus diz: “Nós conhecemos os vossos predecessores, assim como conhecemos os vossos sucessores[199]”.

Deus vai julgar os seres humanos e os gênios, de acordo com as suas práticas. Deus diz: “No dia em que cada alma se confrontar com todo o bem que tiver feito e com todo o mal que tiver cometido, ansiará para que haja uma grande distância entre ela e ele (o mal). Allah vos exorta a d'Ele vos lembrardes, porque Allah é Compassivo para com os Seus servos[200]”.

Deus, o Altíssimo, diz: “Será o dia em que Allah os ressuscitará a todos e os inteirará de tudo quanto tiverem feito. Allah o memoriza, enquanto eles o esquecem, porque Allah é Testemunha de tudo[201]”.

Nesse grande Dia, o ser humano fugirá dos parentes mais próximos e mais amados. Deus diz: “Porém, quando retumbar o toque ensurdecedor”, “Nesse dia, o homem fugirá do seu irmão”, “Da sua mãe e do seu pai”, “Da sua esposa e dos seus filhos”, “Nesse dia, a cada qual bastará a preocupação consigo mesmo[202]”.

Nesse Dia, quando os criminosos observarem o fogo, desejarão sacrificar os mais próximos para se livrarem do castigo. Deus diz: “Nesse dia, o pecador quererá redimir-se do castigo, com o sacrifício dos seus filhos”, “Da sua esposa, do seu irmão”, “Dos seus parentes, que o amparavam”, “E de tudo quanto existe na terra, como se isso, então, pudesse libertá-lo (do castigo)[203]”.

Nesse Dia, todas as chances estarão esgotadas e não haverá espaço para compromissos. Deus diz: “Ainda que os incrédulos possuíssem tudo quanto existisse na terra e outro tanto de igual valor, e o oferecessem para redimir-se do suplício do Dia da Ressurreição, não lhos seria aceito; sofrerão, isso sim, um severo castigo[204]”.

Nesse Dia, somente as boas ações serão aceitas. Deus diz: “E não serão nem as vossas riquezas, nem os vossos filhos que vos aproximarão dignamente de Nós; outrossim, serão os fiéis, que praticam o bem, que receberão uma multiplicada recompensa por tudo quanto tiverem feito, e residirão, seguros, no empíreo[205]”.

Nesse Dia de medo “Será inútil a fé do ser que não tiver acreditado antes, ou mesmo com a crença, mas não tenha agido com retidão”.

A partir desse momento, todos os recursos materiais que os humanos recorriam na vida não lhes valerão mais. Deus diz: “E comparecereis ante Nós, isolados, tal como vos criamos da primeira vez, deixando atrás de vós tudo quanto vos concedemos, e não veremos convosco vossos intercessores, os quais pretendíeis fossem vossos parceiros; rompeu-se o vínculo entre vós e eles, e se vos desvaneceu tudo quanto inventastes[206]”.

Os únicos recursos que acompanharão o ser humano são as suas ações, sejam elas, boas ou más. Deus diz: “Quem tiver feito o bem, quer seja do peso de um átomo, vê-lo-á”, “Quem tiver feito o mal, quer seja do peso de um átomo, vê-lo-á[207]”.

 

 

 

Qual será o destino depois da Ressurreição e congregação?

Existem dois destinos, ou o Paraíso ou o Inferno, eternamente. Nesse dia as pessoas estarão diante da justiça divina, e ninguém será injustiçado. Deus diz: “E instalaremos as balanças da justiça para o Dia da Ressurreição. Nenhuma alma será defraudada no mínimo que seja; mesmo se for do peso de um grão de mostarda, tê-lo-emos em conta. Bastamos Nós por cômputo[208]”.

Cada nação seja julgada com base na legislação revelada a seu profeta e mensageiro. Deus diz: “Um dia convocaremos todos os seres humanos, com os seus (respectivos) imames. E aqueles a quem forem entregues os seus livros na destra, lê-los-ão e não serão defraudados no mínimo que seja”, “Porém, quem estiver cego neste mundo estará cego no outro, e mais desencaminhado ainda[209]!”.

Os crentes submissos, seguidores de mensageiros de Deus, obedientes a ordens e proibições de Deus, estarão no Paraíso deleitando e felizes eternamente, conforme a promessa de Deus: “Todavia, os tementes estarão em lugar seguro”, “Entre jardins e mananciais”, “Vestir-se-ão de tafetá e brocado, recostados frente a frente”, “Assim será! E os casaremos com huris de maravilhosos olhos”, “Aí pedirão toda a espécie de frutos, em segurança”, “Lá não experimentarão a morte, além da primeira, e Ele os preservará do tormento da fogueira”, “Como uma graça do teu Senhor. Tal é o magnífico benefício[210]!”.

E o Mensageiro de Deus descreveu o conforto dos moradores do Paraíso em um dito sagrado, disse: Deus diz: "Preparei para os Meus servos virtuosos o que nenhum olho jamais viu, nenhum ouvido jamais ouviu e nenhum coração pode imaginar", confirmando o versículo corânico, onde Deus diz: “Nenhuma alma caridosa sabe que deleite para os olhos lhe está reservado, em recompensa pelo que fez[211]” (Bukhari e Muslim).

O Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “O primeiro grupo a entrar no Paraíso resplandecerá a luz como a da lua cheia; depois, seguir-se-á outro com a luz como a da estrela, eles não expelirão urina nem fezes nem cuspirão nem se entediarão; pentearão de ouro, suarão de almíscar e usarão aloés no braseiro. Casarão com Huris[212], terão a mesma estatura de sessenta cúbitos de seu pai (Adão)[213]”.

Jaber narrou que ouviu o Profeta de Deus – paz e bênção de Deus estejam com ele – dizendo: “Os moradores do Paraíso se alimentarão e beberão, mas não cuspirão, não expelirão urina nem fezes nem se entediarão”, foi perguntado: e como será (a finalidade) da comida? O Profeta respondeu: “Será expelida em arroto e em suor bem cheiroso como almíscar, inspirados por glória e louvor como o inspirardes da alma[214]”.

Segundo Zaid Ibn Arcam narrou que um homem judeu chegou diante do Profeta - paz e bênção de Deus estejam com ele – e disse: Ó pai de Cássimo, é certo que tu alegas que os moradores do Paraíso comerão e beberão? O Profeta respondeu: “Juro em nome d’Aquele cuja minha alma está entre Suas mãos, cada um dos moradores terá a capacidade de comer, beber, caprichar e praticar relações sexuais, equivalente a cem homens”. O judeu questionou dizendo: quem come e bebe tem a necessidade de evacuar (pelo sistema excretor). O Profeta disse: “Eles expelirão em suor que sairá de suas peles como o cheiro de almíscar, sempre que a barriga enche[215]”.

Abu Hurairah narrou que o Profeta Mohammad - paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “O chamador dirá aos moradores do Paraíso: eis que morareis eternamente sãos e jamais adoeçais; vivereis eternamente e jamais morrais; rejuvenescereis eternamente e jamais envelheçais; desfrutai eternamente e jamais vos preocupeis, tal é o significado da palavra de Deus: (Eis o Paraíso que herdastes em recompensa pelos que fizestes)[216]”.

O Profeta esclareceu também a graça que contemplará a mais baixa categoria dos moradores do Paraíso. Abdullah Ibn Massoud narrou que o Mensageiro de Deus - paz e bênção de Deus estejam com ele - disse: “Tenho a ciência de último homem a ser retirado do Inferno e último a entrar no Paraíso, será um homem que sairá do Inferno arrastando-se, Deus lhe dirá: vai e entra no Paraíso, ao chegar diante dele, imaginará que está cheio. O homem voltará a Deus dizendo: Ó Deus achei o Paraíso cheio! Deus lhe dirá outra vez: vai e entra no Paraíso, ao chegar diante dele, imaginará que está cheio. O homem voltará a Deus (novamente) dizendo: Ó Deus achei o Paraíso cheio! Deus lhe dirá, vai e entra no Paraíso, nele terás dez vezes mais que o mundo. Ele dirá: Ó Deus, sendo tu o Rei, tratar-me-ás de maneira escarnecida ou divertida? Ibn Massoud disse: vi o Mensageiro de Deus de gargalhada até sobressaírem seus dentes. Disse: Assim é descrito o homem da categoria mais baixa do Paraíso[217]”.

Enquanto que os incrédulos e desmentidores dos mensageiros permanecerão eternamente no Inferno. Deus diz: “Por outra, os incrédulos experimentarão o fogo infernal. Não serão condenados a morrer, nem lhes será aliviado, em nada, o castigo. Assim castigamos todo o ingrato”, “E aí clamarão: Ó Senhor nosso, tira-nos daqui, que agiremos de uma forma diferente da que agíamos! Acaso, não vos prolongamos as vidas, para que, quem quisesse refletir, pudesse fazê-lo, e não vos chegou o admoestador? Provai, pois, (o castigo)! Sabei que os iníquos não têm socorredor algum[218]”.

Depois o Mensageiro de Deus – paz e bênção de Deus estejam com ele – evidenciou sobre o homem que será submetido o castigo mais leve. Ele disse: “Abu Tuálib será o morador do Inferno submetido ao mais leve castigo, ele calçará sapatos (de ferro) que provocarão fervura do seu cérebro” (Muslim).

E ao que indica a multiplicidade do desfruto dos moradores do Paraíso e da desgraça dos do Inferno, o dito do Profeta - paz e bênção de Deus estejam com ele: “A morte[219] será apresentada em forma de carneiro branco”, serão chamados: “Ó moradores do Paraíso! Então, eles erguerão as cabeças e dirigirão os olhares”, ser-lhes-á dito: “Acaso vós conheceis este?” Eles dirão: “Sim, esta é a morte” e todos a terão visto! Em seguida, serão chamados os moradores do Inferno, eles erguerão as cabeças e dirigirão os olhares, ser-lhes-á dito: “Acaso vós conheceis este?” Eles dirão: “Sim, esta é a morte” e todos a terão visto e será eliminada. E ser-lhes-á declarado: “Ó moradores do Paraíso, viveis eternamente!”. “Ó moradores do Inferno, viveis eternamente!”, Em seguida, será lido (o seguinte versículo): (E admoesta-os sobre o dia do lamento, quando a sentença for cumprida, enquanto estão negligentes e não crêem), tais negligenciaram na vida mundana[220].

O Profeta disse ainda: “Ninguém entrará no Paraíso sem que tenha sido mostrado seu lugar no Inferno, caso tivesse pecado, para que este multiplique a gratidão. E ninguém entrará no Inferno sem que tenha sido mostrado seu lugar no Paraíso, caso fosse benfeitor, tal inteirar-se-á da perda[221]”.

É a partir daqui que começa a verdadeira vida derradeira, de felicidade para quem preparou e trabalhou para tal.

 

 

 

Evidências sobre a Ressurreição a luz do Alcorão

Em muitos versículos, o Alcorão exorta o homem a refletir sobre sua origem. Porque Aquele que fez surgir o ser humano do nada é capaz de retorná-lo ao que era antes. Deus diz: “Porém, o homem diz: Quê! Porventura, depois de morto serei ressuscitado?”, “Por que não recorda o homem que o criamos quando nada era[222]?”.

A refletir sobre a terra, quando Deus vivifica, faz sair dela diferentes plantas. Deus diz: “E entre os Seus sinais está a terra árida; mas quando fazemos descer a água sobre ela, eis que se reanima e se fertiliza. Certamente, quem as faz reviver é o Mesmo Vivificador dos mortos, porque é Onipotente[223]”.

A refletir sobre a criação dos céus e da terra, por ser um fato maior do que a criação dele. Deus diz: “Não reparam, acaso, em que Allah, que criou os céus e a terra sem Se esforçar, é capaz de ressuscitar os mortos? Sim! Porque é Onipotente[224]”.

A refletir sobre o sono e o despertar por representar um estado da vida após a morte, o estado denominado por “morte menor”. Deus diz: “Allah recolhe as almas, no momento da morte e, dos que não morreram, ainda (recolhe) durante o sono. Ele retém aqueles cujas mortes tem decretadas e deixa em liberdade outros, até um término prefixado. Em verdade, nisto há sinais para os sensatos[225]”.

Al ‘Aas Ibn Wáel - era descrente – foi ter com o Mensageiro de Deus – paz e bênção de Deus estejam com ele - com um osso [em suas mãos] no estado de decomposição, esmagou-o e disse: ‘Ó Mohammad, Deus vai ressuscitar isso depois de se transformar em pó? ’ Ele disse: “Sim, Deus fará você morrer, vai ressuscitá-lo, e então vai arrojá-lo no fogo do Inferno.” E por este episódio, Deus, Glorificado Seja revelou o seguinte: “Acaso, não sabe o homem que o temos criado de uma gota de esperma? Contudo, ei-lo um oponente declarado! E Nos propõe comparações e esquece a sua própria criação, dizendo: Quem poderá reviver os ossos, quando já estiverem decompostos? Dize: Revivê-los-á Quem os criou da primeira vez, porque é Conhecedor de todas as criações. Ele vos propiciou fazerdes fogo de árvores secas, que vós usais como lenha. Porventura, Quem criou os céus e a terra não será capaz de criar outros seres semelhantes a eles? Sim! Porque Ele é o Criador por excelência, o Onisciente!. Sua ordem, quando quer algo, é tão-somente: Seja!, e é. Glorificado seja, pois, Aquele em Cujas Mãos está o domínio de todas as coisas, e a Quem retornareis[226]”.

 

 

Como alcançar a salvação?

Se tu queres saber qual é a religião que será aceite no Dia do Juízo Final, possível de levar-te a eterna felicidade – com a permissão de Deus – e capaz de afastar-te do sofrimento e desgraça, é o Islam, religião trazida por Mohammad - paz e bênção de Deus estejam com ele.

 

 

 

O que é o Islam?

É a religião revelada ao Mohammad – paz e bênção de Deus estejam com ele – revogadora de todas as religiões antecedentes. Deus diz: “Ele foi Quem enviou Seu Mensageiro com a Orientação e a verdadeira religião, para fazê-la prevalecer sobre todas as outras, embora isso desgostasse os idólatras[227]”.

Deus não reconhece outra religião além do Islam, desde o momento em que enviou Seu Mensageiro, Mohammad – paz e bênção de Deus estejam com ele. Deus diz: “(...) Mas aquele dos partidos que o negar, sua morada será o fogo infernal[228]”.

Islam significa total submissão a Deus; obediência em Seus mandamentos e abstinência de idolatrá-Lo. É a religião na qual as pessoas abraçam em massa, apesar do fraco apoio material e humano em prol da sua expansão, mas os que nela entram nunca renunciam.

Depois do envio do profeta Mohammad – paz e bênção de Deus estejam com ele – para a humanidade, Deus não aceita outra religião além do Islam. Deus diz: “E quem quer que almeje (impingir) outra religião, que não seja o Islam, (aquela) jamais será aceita e, no outro mundo, essa pessoa contar-se-á entre os desventurados[229]”.

E o profeta Mohammad – paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Juro em nome d’Aquele cuja minha alma está entre Suas mãos, quem desta nação ouvir de mim, seja judeu ou cristão, e morrer enquanto renegador do Islam, não será senão entre moradores do Inferno[230]”.

 

Os pilares básicos da lei islâmica

O Islam instituiu um conjunto de formas de adoração, tais como, verbais, práticas e credos. Relativamente à adoração verbal e por prática, é aquela denominada por pilares do Islam, que sustentam o Islam e distinguem o muçulmano do não-muçulmano. A obrigatoriedade da observação destes pilares não representa apenas uma questão simbólica, mas sim objetiva purificar as almas dos muçulmanos, mantê-los firmes, e educá-los. Ao colocar estes pilares na prática, o Islam almeja que eles sirvam como meio para restaurar e reformar os indivíduos. Deus diz em relação à oração: “Recita o que te foi revelado do Livro e observa a oração, porque a oração preserva (o homem) da obscenidade e do ilícito[231]”. E em relação à caridade (zakat) Ele diz: “Recebe, de seus bens, uma caridade que os purifique e os santifique[232]”. E em relação ao Jejum Ele diz: “Ó fiéis, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para que temais a Allah[233]”. E diz a respeito da peregrinação: “A peregrinação se realiza em meses determinados. Quem a empreender, deverá abster-se das relações sexuais, da perversidade e da polémica[234]”.

No Islam as práticas religiosas desempenham um grande papel para o estabelecimento da ética, no aperfeiçoamento das virtudes, na preservação da união e coesão da sociedade muçulmana.

 

Os pilares do Islam

A Palavra do Testemunho (As-Sahadah)

Consiste em prestar testemunho que “Não há outra divindade além de Deus e que Mohammad é servo e mensageiro de Deus”. Ela é a porta de entrada ao Islam, pela qual se estabelecem o resto dos pilares.

E termo “Não há outra divindade além de Deus” quer dizer: não há outro criador deste universo além de Deus; não há outro rei e governador deste universo além de Deus; e ninguém é digno de ser adorado além de Deus.

E o Testemunho que “Mohammad é servo e mensageiro de Deus” quer dizer: ter crença que ele é o servo e mensageiro de Deus. Foi-lhe revelado e ordenado a divulgar sua mensagem a toda humanidade, com ele Deus encerrou o envio de mensageiros, o que implica segui-lo e crer na sua mensagem, obedecer suas ordens e afastar-se do que proibiu.

 

A oração

É uma relação entre o servo e o seu Senhor. Sempre que o homem se entrega aos prazeres mundanos e sua fé começa a enfraquecer, é chamado para a oração. O que repreende os prazeres e renova sua relação para com seu Criador. Tal processo ocorre cinco vezes por dia em congregação numa mesquita, salvo os que tiverem algum impedimento. Nas mesquitas os muçulmanos estabelecem laços, amizades e fortificam as relações de irmandade e buscam se inteirar de situação e condição de outros muçulmanos. O enfermo é visitado; o necessitado é aliviado; o entristecido é consolado; o fraco é aconselhado e em caso de ruptura por diferenças sociais, o Islam ordena que todos os muçulmanos se ajudem mutuamente porque o pequeno, o rico, o nobre, o fraco, são todos iguais diante de Deus, e se dirigem a mesma direção durante as orações.

 

A caridade (zakat)

Uma porção estipulada de bens, que um muçulmano afortunado contribui de boa vontade, no cumprimento da ordem de Deus para ajudar seus irmãos pobres e necessitados com vista a cobrirem suas necessidades, evitando que eles estendam humilhantemente suas mãos. Tirar caridade é um ato obrigatório para todo muçulmano com propriedade que atinge a quantidade mínima sobre a qual começa a se calcular a caridade (zakat), de acordo com a palavra de Deus: “E lhes foi ordenado que adorassem sinceramente a Allah, fossem monoteístas, observassem a oração e pagassem o zakat; esta é a verdadeira religião[235]”.

Todo aquele que renegar a caridade é considerado apóstata por ter impedido o direito dos fracos, pobres e necessitados – e a caridade (zakat) não é concebida tal como alegam os desconhecedores do Islam – que dizem que é um tributo, cujas, autoridades islâmicas recolhem de seus cidadãos, pois, se fosse tributo seria, então, obrigatória para todos, incluindo os não-muçulmanos, que se encontrem sob governo islâmico, aliás, um dos requisitos, é que o caridoso deve ser muçulmano, sendo que os não-muçulmanos são isentos.

 

Alguns requisitos da caridade (zakat)

  1. A propriedade (bens) deve atingir an-nissaab: que significa atingir a quantidade mínima, sobre a qual, o Islam estabelece tirar caridade parte dela, e deve ser aquela propriedade que sobrou, depois de o proprietário cobrir todas as necessidades básicas, tais como, alimentação, vestimenta, bebida e habitação.
  2. Completar um ano (al-haul) em posse do proprietário, caso contrário, carece de obrigatoriedade de tirar caridade.

A legislação islâmica estabeleceu os grupos que têm direito de recebê-la, de acordo com o seguinte versículo. Deus diz: “As esmolas são tão-somente para os pobres, para os necessitados, para os funcionários empregados em sua administração, para aqueles cujos corações têm de ser conquistados, para a redenção dos escravos, para os endividados, para a causa de Allah e para o viajante; isso é um preceito emanado de Allah, porque é Sapiente, Prudentíssimo[236]”.

A quantia ou o valor da caridade é de 2,5%, que tem como propósito erradicar a pobreza na sociedade e salvá-la dos males resultantes de práticas de roubo, homicídio, violência contra propriedade e honra dos membros da sociedade, e por outro lado, cultivar o espírito de solidariedade social entre os muçulmanos, atendendo às necessidades dos necessitados e dos desfavorecidos; assim como é uma ação de purificação das almas dos afortunados contra a avareza, a ganância, o amor ao mundo, e evita mergulhar o rico nos desejos mundanos através dos quais acaba se esquecendo de seus irmãos pobres e dos necessitados.

A ação tem também o propósito de purificar as almas dos necessitados contra o ódio e aversão em relação aos afortunados.

 

O jejum do mês de Ramadan

Os muçulmanos jejuam durante um mês por ano, o que consiste em abster-se de bebida, comida e relações sexuais, da alvorada até ao pôr do sol. Esta prática não é exclusiva ao Islam, porém, Deus havia também instituído a nações anteriores. Deus diz: “Ó fiéis, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para que temais a Allah[237]”.

O jejum não é apenas a ação de abster-se de alimentos, mas também abster-se de práticas abomináveis tais como a mentira, a calúnia, a fraude, o engano, a trapaça, a bobagem e outras ações similares. Lembrando que abster-se destes comportamentos é obrigatório para um muçulmano, seja durante o jejum do ramadan ou depois. Porém, essa obrigação é reiterada, sobretudo no mês de ramadan, de acordo com o Mensageiro de Deus – paz e bênção de Deus estejam com: “Aquele que não se abster de dizer e praticar falsidade, para Deus não há necessidade de ele deixar de comer e beber[238]”.

O jejum é um combate contra o coração e os desejos, contra caprichos e vontades. O jejum tem seus benefícios sociais tal como evidenciou o Mensageiro de Deus – paz e bênção de Deus estejam com – em seu dito: “Todo ato do filho de Adão é dele, menos o jejum. Ele é Meu e Eu recompenso por ele. O jejum é um escudo. Se alguém estiver jejuando, não deverá dizer obscenidades, nem brigar. Se alguém discutir com ele, deve dizer-lhe: 'estou jejuando'. Por Aquele em cujas mãos está a alma de Mohammad, no Dia da Ressurreição, o cheiro da boca do jejuador será mais agradável para Allah do que o cheiro de almíscar. O jejuador tem duas alegrias, quando quebra o jejum ele fica satisfeito com a quebra e após a morte, seu Senhor fica satisfeito com o seu jejum". (Bukhari).

O jejum faz com que o muçulmano perceba as necessidades de seus irmãos, dentre os pobres e os necessitados, que são desprovidos de alimentação, vestimenta e moradia. Por isso, ele cobre as necessidades deles e preocupa-se pela condição deles.

 

A peregrinação

A peregrinação consiste em visitar a Casa de Deus (na cidade de Meca) com o objetivo de fazer práticas específicas em lugares e horas determinadas. É um dos pilares obrigatórios para todo muçulmano, ajuizado, púbere, tanto homem como mulher, e deve cumprir, pelo menos, uma vez na vida, desde que preencha os seguintes requisitos: capacidade física e financeira. Enquanto aquele que tem capacidade financeira e encontra-se doente, no estado terminal ou com uma enfermidade que lhe impede fazer a peregrinação, pode encarregar alguém para que faça em nome dele. E relativamente ao pobre, incapaz de cobrir próprias necessidades básicas, não tem a obrigação de fazê-la, de acordo com a prescrição de Deus: “(...) A peregrinação à Casa é um dever para com Allah, por parte de todos os seres humanos, que estão em condições de empreendê-la; entretanto, quem se negar a isso saiba que Allah pode prescindir de toda a humanidade[239]”.

A peregrinação é considerada como o momento de maior congregação de muçulmanos num único lugar, num determinado espaço-temporal, invocando Único Senhor; todos com a mesma vestimenta; praticando o mesmo culto e reproduzindo mesmas palavras: “Labbaika Allahumma Labbaik, lá charika laka labbaik. Innal Hamda wan ni’mata laka wal mulk, lá charika lak”, o que significa: “Eis-me aqui, ó Allah, eis-me aqui, não tens parceiro algum, eis-me aqui. A Ti pertence o louvor, a bênção e a soberania, não tens parceiro algum”. Ou seja, ó Deus, comparecemos a este lugar em resposta a Teu chamamento, em busca da Tua satisfação, e como declaração nossa em Tua unicidade, somente Tu És digno de ser adorado.

Não há diferença entre o rico e o pobre, o nobre e o desprezível, o branco e o negro, o árabe e o não árabe, todos são iguais diante de Deus, exceto em grau de temor a Deus. Isto reafirma as relações de irmandade entre os muçulmanos e união em seus sentimentos e esperanças.

 

 

Os pilares da fé

 Fé em Deus

Consiste em crer na existência de Deus e que não há outra divindade além d’Ele, o Único sem parceiro, o Criador do universo e de tudo quanto existe nele, Ele governa e nada acontece senão com Sua permissão e determinação. Ele, o Altíssimo, diz: “(...) Acaso, não Lhe pertencem a criação e o poder? Bendito seja Allah, Senhor do Universo[240]”.

Crer que Deus não tem parceiro em Sua Senhoria. Deus diz: “Dize: Minhas orações, minhas devoções, minha vida e minha morte pertencem a Allah, Senhor do Universo”, “Que não possui parceiro algum, Tal me tem sido ordenado e eu sou o primeiro dos muçulmanos[241]”.

Crer que Deus não tem parceiro em Sua Divindade. Deus diz: “Jamais enviamos mensageiro algum antes de ti, sem que lhe tivéssemos revelado que: Não há outra divindade além de Mim. Adora-Me, e serve-Me[242]!”.

Deus não tem parceiro em Seus nomes e atributos. Ele diz: “Os mais sublimes atributos pertencem a Allah; invocai-O, pois, e evitai aqueles que profanam os Seus atributos, porque serão castigados pelo que tiverem cometido[243]”.

Somente a Deus devemos adorar; somente a Deus devemos confiar; somente a Deus devemos invocar e apresentar nossas necessidades, e a Deus se voltam todas as formas de adoração.

É preciso crer que Deus tem nomes e atributos plenos, livres de forma, interrupção e configuração, pois, Ele é livre de qualquer defeito. Lê-se no seguinte versículo: “Nada se assemelha a Ele, e é o Oniouvinte, o Onividente[244]”.

 

Fé nos anjos

Consiste em crer que Deus criou anjos e somente Ele sabe a quantidade deles, criou-os para Lhe adorarem. Deus diz: “O Messias não desdenhará ser servo de Allah nem os anjos (a Ele) achegados[245]”.

Para além de prestarem a adoração, Deus lhes encarrega a execução de tarefas. Deus diz: “(...) Anjos inflexíveis e severos, que jamais desobedecem às ordens que recebem de Allah, mas executam tudo quanto lhes é imposto[246]”.

Os anjos não são divindades e nem filhos de Deus. Deus diz: “E dizem: O Clemente teve um filho! Glorificado seja! Qual! São apenas servos veneráveis, esses a quem chamam de filhos”, “Que jamais se antecipam a Ele no falar, e que agem sob o Seu comando[247]”. Há entre os anjos, aqueles cujos nomes, Deus nos fez saber e outros não, mas devemos crer em todos eles.

 

Fé nos Livros

Crer que Deus enviou Livros para Seus mensageiros, para que estes divulgassem as pessoas. Dentre tais Livros citamos os seguintes:

Livros de Abraão: o Alcorão menciona alguns mandamentos contidos nesses livros, no seguinte versículo. Deus diz: “Qual, não foi inteirado de tudo quanto contêm os livros de Moisés”, “E os de Abraão, que cumpriu (as suas obrigações)”, “De que nenhum pecador arcará com culpa alheia?”, “De que o homem não obtém senão o fruto do seu proceder?”, “De que o seu proceder será examinado?”, “Depois, ser-lhe-á retribuído, com a mais equitativa recompensa?”, “E que pertence ao teu Senhor o limite[248]”.

A Torá: o Livro sagrado revelado a Moisés – que a paz de Deus esteja com ele. Sobre este livro, Deus diz o seguinte: “Revelamos a Torá, que encerra Orientação e Luz, com a qual os profetas, submetidos a Allah, julgam os judeus, bem como os rabinos e os doutos, aos quais estavam recomendadas a observância e a custódia do Livro de Allah. Não temais, pois, os homens, e temei a Mim, e não negocieis as Minhas leis a vil preço. Aqueles que não julgarem, conforme o que Allah tem revelado, serão incrédulos[249]”.

Livro de Salmos: Livro sagrado revelado ao profeta Davi - que a paz de Deus esteja com ele -, Deus diz: “(...) E concedemos os Salmos a Davi[250]”.

O evangelho: Livro sagrado revelado a Jesus - que a paz de Deus esteja com ele -, Deus diz: “E depois deles (profetas), enviamos Jesus, filho de Maria, corroborando a Torá que o precedeu; e lhe concedemos o Evangelho, que encerra orientação e luz, corroborante do que foi revelado na Torá e exortação para os tementes[251]”.

O muçulmano tem a obrigação de crer nestes livros divinos porque todos foram revelados por Deus, mas infelizmente, tais livros não são os que estão atualmente em circulação, e se por acaso forem achados os verdadeiros livros, livres de qualquer adulteração, o muçulmano tem a obrigação de crer neles como revelação divina, mas sem obrigação de segui-los, uma vez que foram revelados a um período e povo, determinados. Jesus disse, segundo a Bíblia: “Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel[252]”.

O Alcorão menciona alguns preceitos contidos na Bíblia, entre eles, a vinda do Profeta Mohammad – paz e bênção de Deus estejam com ele -, Deus diz no Alcorão: “(...) E Minha clemência abrange tudo, e a concederei aos tementes (a Allah) que pagam o zakat, e crêem nos Nossos versículos”, “São aqueles que seguem o Mensageiro, o Profeta iletrado, o qual encontram mencionado em sua Torá e no Evangelho, o qual lhes recomenda o bem e que proíbe o ilícito, prescreve-lhes todo o bem e veda-lhes o imundo, alivia-os dos seus fardos e livra-os dos grilhões que o deprimem[253]”.

O Nobre Alcorão: é mandatório crer que o Alcorão é a Palavra de Deus, revelada a Mohammad - paz e bênção de Deus estejam com ele – através do anjo Gabriel. Ele é o último Livro divino que substituiu todos os livros revelados no passado. Toda a humanidade deveria crer nele e na sua mensagem.

 

Fé nos profetas

Crer que Deus, Glorificado seja, dentre Seus servos elegeu mensageiros, revelou-lhes livros e leis para divulgarem Seus mandamentos as pessoas, de modo que elas não venham a apresentar argumentos diante de Deus. E elegeu também profetas para convidarem as pessoas para o caminho de Deus. No entanto, somente Deus sabe o número exato de Seus mensageiros e profetas. Ele diz: “Antes de ti, havíamos enviado mensageiros; as histórias de alguns deles te temos relatado, e há aqueles dos quais nada te relatamos.[254]”.

Todos os mensageiros e profetas foram da espécie humana. Deus diz: “Antes de ti não enviamos nada além de homens, que inspiramos[255]”.

E a respeito de Jesus, Deus diz o seguinte: “O Messias, filho de Maria, não é mais do que um mensageiro, do nível dos mensageiros que o precederam; e sua mãe era sinceríssima. Ambos se sustentavam de alimentos terrenos, como todos. Observa como lhes elucidamos os versículos e observa como se desviam[256]”.

É obrigatório crer em todos eles, sendo que descrer alguns deles torna a pessoa incrédula e apóstata, conforme a prescrição divina: “Aqueles que não crêem em Allah e em Seus mensageiros, pretendendo cortar os vínculos entre Allah e Seus mensageiros, e dizem: Cremos em alguns e negamos outros, intentando com isso achar uma saída”, “São os verdadeiros incrédulos; porém, preparamos para eles um castigo ignominioso[257]”. Assim sendo, o primeiro foi o Noé e o último, o Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com eles.

 

Fé na Vida Derradeira

Consiste em crer que a vida mundana é passageira e que num dia findará. Deus diz: “Tudo quanto existe na terra perecerá”, “E só subsistirá o Rosto do teu Senhor, o Majestoso, o Honorabilíssimo[258]”.

Consiste em crer na vida após-morte, e que nessa vida os crentes usufruirão e os incrédulos estarão no castigo infernal.

Consiste em crer no Dia da Ressurreição da humanidade para o julgamento e prestação de contas diante de Deus. Os benfeitores serão recompensados por merecimento e por terem sido crentes e seguidores de mensageiros de Deus. E os malfeitores serão castigados de acordo com suas ações criminosas, por incredulidade e descrença em mensageiros. Deus diz: “Os incrédulos crêem que jamais serão ressuscitados. Dize-lhes: Sim, por meu Senhor que, sem dúvida, sereis ressuscitados; logo sereis inteirados de tudo quanto tiverdes feito, porque isso é fácil para Deus[259]”.

Crer no Dia da Congregação. Deus diz: “Sabei que o Dia da Discriminação está com a hora fixada[260]”.

Crer no Dia da Apresentação: Deus diz: “Então serão apresentados em filas, ante o seu Senhor, que lhes dirá: Agora compareceis ante Nós, tal como vos criamos pela primeira vez, embora pretendêsseis que jamais vos fixaríamos este comparecimento[261]”.

Crer no Interrogatório: Deus diz: “E detende-os lá, porque serão interrogados”, “Por que não vos socorreis mutuamente?”, “Porém, nesse dia, submeter-se-ão (ao juízo)[262]”.

Crer que os membros testemunharão. Deus diz: “Até que, quando chegarem a eles, seus ouvidos, seus olhos e suas peles, testemunharão contra eles a respeito de tudo quanto tiverem cometido”, “E perguntarão às suas peles; Por que testemunhastes contra nós? Responderão: Allah foi Quem nos fez falar; Ele faz falar todas as coisas! Ele vos criou anteriormente e a Ele retornareis”, “E jamais podereis subtrair-vos a que vossos ouvidos, vossos olhos e vossas peles testemunhem contra vós. Não obstante, pensastes que Allah não saberia muito do quanto fazíeis[263]!”.

Crer na prestação de contas. Deus diz: “Quanto àquele a quem for entregue o registro na destra”, “De pronto será julgado com doçura”, “E retornará, regozijado, aos seus[264]”.

Crer no dia da recompensa com o Paraíso ou Fogo infernal, eternamente. Deus diz: “Em verdade, os incrédulos, entre os adeptos do Livro, bem como os idólatras, entrarão no fogo infernal, onde permanecerão eternamente. Estas são as piores das criaturas!”, “Por outra, os fiéis, que praticam o bem, são as melhores criaturas”, “Cuja recompensa está em seu Senhor: Jardins do Éden, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente. Allah se comprazerá com eles e eles se comprazerão n'Ele. Isto acontecerá com quem teme o seu Senhor[265]”.

 

Fé na predestinação

Crer firmemente que Deus, Glorificado seja, o Altíssimo, detém o conhecimento das coisas antes de acontecerem e sabe do futuro delas antes de virem a existência, de acordo com a Sua prudência e decreto. Deus diz: “(...) E que criou todas as cousas e determinou-as na justa medida[266]!”.

Deus tem a ciência de todos os acontecimentos, do passado, presente e futuro, e tudo acontece de acordo com a Sua prudência, decreto, vontade e medida. O profeta Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Em toda coisa, há verdade! um servo não atinge a verdade da fé até que saiba que tudo quanto lhe atingiu nunca lhe teria falhado, e o que lhe falhou jamais lhe atingiria” (Ahmad).

Esta realidade não contraria o princípio de tomada de atitude causal e nortear-se com base nela. Por exemplo, quem deseja ter filhos precisa tomar a ação que lhe leve a concretizar sua necessidade, ou seja, deve casar-se, mas esta ação da causa pode resultar ou não em procriação, dependendo da vontade de Deus, porque a causalidade não é o maior determinante, mas sim a vontade de Deus, Glorificado seja, o Altíssimo. Porém, toda nossa ação causal é uma determinação de Deus. Por isso, o Profeta deixou claro, quando foi questionado por seus companheiros. Eles disseram: Ó Mensageiro de Deus, nós exorcizávamos e medicávamo-nos, será que isso sucedia pela vontade de Deus? Ele disse: “Acontecia com a determinação de Deus[267]”.

Por tanto, a fome, a sede, o frio, são determinações e as pessoas se esforçam para preencher estas necessidades de acordo com a determinação divina.

 

Vantagens da fé na predestinação após a causalidade

Aceitar a predestinação de tudo que acontece conduz a tranquilidade mental e espiritual, o que não oferece espaço de preocupação e tristeza em relação aos acontecimentos. Todos sabem que a ausência dessa tranquilidade resulta em doenças. Por isso ter fé na predestinação, tal como Deus diz, evita todos esses problemas. Deus diz: “Não assolará desgraça alguma, quer seja na terra, quer sejam a vossas pessoas, que não esteja registrada no Livro, antes mesmo que a evidenciemos. Sabei que isso é fácil a Allah”, “Para que vos não desespereis, pelos (prazeres) que vos foram omitidos, nem nos exulteis por aquilo com que vos agraciou, porque Allah não aprecia arrogante e jactancioso algum[268]”,

- O convite para descobrir e explorar o que Deus ocultou neste universo, de modo que o que foi determinado ao ser humano, como por exemplo, a doença, é parte da predestinação que conduz a busca de tratamento, cuja determinação remove a primeira predestinação, o que ocorre através de pesquisas em remédio a partir daquilo que Deus Todo-Poderoso criou neste universo.

- Mitigar o infortúnio que atinge o homem e não se arrepender sobre o passado que independia de você. Se alguém tiver uma perda no seu comércio, estará passando infortúnio, e se ficar bastante preocupado e triste, ele se envolve no segundo problema. O primeiro, pela perda e o segundo pelo estado melancólico. Quem crê na predestinação não fica angustiado pela perda porque sabe que foi predestinado e nunca lhe falharia. O Profeta Mohammad – paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Empenha-te no que te traz benefícios, pede refúgio a Deus incansavelmente, caso fores atingido por algo, diz: Assim Deus prescreveu e Ele faz o que Lhe apraz, e não digas: “se tivesse...[269]”, porque “se eu tivesse...” conduz a abertura da porta do Diabo” (Muslim).

- Ligar o coração com Deus e não recear das maldades humanas. Ibn Abbas – que Deus esteja satisfeito com ele - narrou que um dia estava atrás do Profeta - paz e bênção de Deus estejam com ele -, quando este se virou e lhe disse: “Ó jovem, ensinar-te-ei algumas palavras: Recorda a Deus e Ele te guardará. Recorda a Deus, e O encontrarás sempre junto a ti. Se implorares por algo, imploras a Deus. E se necessitares de ajuda, recorre a Deus. E tem certeza de que ainda que se reúna todo o povo para beneficiar-te em algo, não o farão, a não ser aquilo que Deus houver disposto para ti. E se reunirem-se para prejudicar-te em algo, não o farão, a não ser naquilo que Deus houver determinado sobre ti. Assim, as penas (das canetas) ficam retiradas, e as folhas (dos livros do destino) secas” (Tirmizi).

A fé no destino não é como pensam certas pessoas, de que ela incita a abstinência de causalidades e a acomodação. Olhemos os ensinamentos do Mensageiro de Deus, quando este dizia: “Juro em nome d’Aquele cuja minha alma está entre Suas mãos; é melhor para qualquer um de vós levar uma carga de lenha às costas do que pedir a alguém, que esse alguém pode dar ou negar" (Bukhari).

Certa vez um homem perguntou o Profeta, dizendo: posso deixar minha camela solta e confiar (em Deus)? O Profeta - que paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “amarre-a e confie (em Deus)”. Ibn Hibbane.

 

 

 

Disseram acerca do Islam

Segundo Bernard Shaw em seu livro “O Islam após 100 anos”, o mundo inteiro aceitará o Islam e se não aceita-lo em seu nome, o aceitará francamente por um pseudônimo. Chegará um dia em que o Ocidente abraçará o Islam, por este ter passado séculos lendo livros cheios de mentiras sobre o Islam. Escrevi um livro acerca de Mohammad, mas este foi excluído da tradição inglesa. O autor afirma ainda que, o Islam é a religião, na qual, encontramos as boas práticas sobre todas as religiões, o que não encontramos noutras religiões[270].

 

 

 

Quem é o Mensageiro do Islam?

É o Mohammad filho de Abdullah, último profeta. Deus diz: “Mohammad não é o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageiro de Allah e o selo dos Profetas; e Allah, de todas as cousas, é Onisciente[271]”.

Deus, o Altíssimo, enviou-o para toda a humanidade, e não exclusivamente aos árabes. Deus diz: “E não te enviamos (Mohammad), senão a toda a humanidade, por alvissareiro e admoestador[272]”.

Mohammad foi enviado por Deus para trazer a felicidade a todas as pessoas, mostra-las o caminho da verdade e do bem, e admoesta-las contra o caminho da perdição. Deus diz: “E não te enviamos, senão como misericórdia para a humanidade[273]”.

Mohammad passou toda a vida sendo honesto e fiel. Nunca traiu alguém ou mentiu. Era conhecido entre o seu povo, como o fiel. Quando as pessoas decidiam viajar guardavam suas propriedades com ele. Era honesto nas suas falas e ações. E quando recebeu a revelação divina, a primeira pessoa, a qual contou, foi sua esposa Khadija e disse-lhe: Temi por minha vida. Khadija - que Deus esteja comprazido com ela -, tranquilizou o marido dizendo: “Por Deus! Não deves te preocupar! Deus, o Exaltado, nunca te humilharia! És bom com os teus pares, ajudas os pobres e necessitados, és generoso e hospitaleiro com todos, ajudas aqueles que necessitam” (Bukhari).

Mohammad é a criatura mais íntegra e de melhor caráter. Deus diz acerca dele: “Porque és de nobilíssimo caráter[274]”.

 

Disseram acerca de Mohammad – paz e bênção de Deus estejam com ele!

Goethe, um poeta alemão disse: procurei na história um exemplo mais elevado do homem e encontrei no profeta árabe, Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele[275].

Will Durant, em seu livro “The Story of Civilization” parte 11 disse: "Se julgamos pela grandeza do que foi tão grande para as pessoas, dissemos que o Mensageiro dos muçulmanos é o maior da história. Ele reprimiu o fanatismo e a superstição. Se estabeleceu sobre o judaísmo e o cristianismo. Introduziu a seu país uma religião fácil, clara e forte, que prevaleceu até os dias de hoje como uma força de grande perigo[276].

 

 

 

O que é o Alcorão

É a Palavra de Deus revelada a Mohammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – através do Anjo Gabriel; é um Livro que difere com os que foram revelados anteriormente, em seguintes aspectos.

  • O fato de o Alcorão ser o último Livro divino, por isso, Deus prometeu conservá-lo e mantê-lo até o último dia. Nunca sofreu alterações, sejam elas adições ou subtrações desde a época que foi revelado a Mohammad - paz e bênção de Deus estejam com ele-, até a atualidade. Deus diz: “Nós revelamos a Mensagem e somos o Seu Preservador[277]”.
  • É o Livro pelo qual, sua leitura é uma das formas de adoração a Deus, sendo esta uma das principais causas de sua conservação contra adições, subtrações e alterações. O Profeta Mohammad - paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Aquele que ler uma letra do Livro de Deus (Alcorão) tem uma recompensa, e a recompensa é multiplicada dez vezes; não digo ‘Alf-Lam-Mim’ é uma letra, mas sim ‘Alf’ é uma, ‘Lam’ é outra e ‘Mim’ é outra letra” (Tirmizi).
  • A memorização do Alcorão é uma prática de adoração a Deus. Ibn Abbas – Deus esteja satisfeito com ele – narrou que o Mensageiro de Deus - paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Aquele cujo seu interior está livre de algo do Alcorão, é como uma casa destruída[278]”.
  • Cuidar e preocupar-se do Alcorão constitui adoração a Deus. o Profeta Mohammad - paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “O melhor entre vós é aquele que aprende o Alcorão e o ensina”. Bukhari.
  • O Alcorão integra todas as legislações, cuja sua implementação, garante a felicidade para toda a humanidade. Deus diz: “(...) Temos-te revelado, pois, o Livro, que é uma explanação de tudo...[279]”.
  • É considerado como um documento histórico que mostra a sequência das religiões reveladas sobre os profetas e mensageiros e suas histórias junto com seus povos, desde a época de Adão - paz de Deus esteja com – até a época de Mohammad - paz e bênção de Deus estejam com ele.
  • Deus revelou o Alcorão para o bem-estar de toda a humanidade. Deus diz: “Alif, Lam, Ra. Um Livro que te temos revelado para que retires os humanos das trevas (e os transportes) para a luz, com a anuência de seu Senhor, e o encaminhes até à senda do Poderoso, Laudabilíssimo[280]”.

 

 

Disseram acerca do Alcorão

Will Durant em “The Story of Civilization” afirma que, o Alcorão permaneceu quatorze séculos preservado na memória dos muçulmanos, causando efeitos em sua imaginação, construindo o seu caráter e aguçando o intelecto de centenas de milhões de homens. O Alcorão introduziu nas almas a mais fácil doutrina, descrita por menos ambiguidade, longe de liturgias e rituais, a mais livre da idolatria e sacerdócio pagão. O Alcorão é o maior responsável a elevação do nível moral e cultural dos muçulmanos. Conseguiu estabelecer, no seio muçulmano, as bases do sistema e unidade sociais, para além de ter incentivado o seguimento de normas saudáveis. Libertou suas mentes de mitos, ilusões, injustiça, crueldade e melhorou as condições de escravos. Concedeu dignidade e prestígio aos desprezados. Estabeleceu o equilíbrio entre os muçulmanos e os afastou de caprichos de forma incomparável com qualquer parte do mundo, sobretudo em países da população branca.

 

 

 

 

A posição do Islam em relação à ciência

O Islam exorta a busca do conhecimento e incentiva-o. Censura e adverte contra a ignorância. Deus diz: “(...) Dize: ‘Igualam-se os que sabem e os que não sabem?` Apenas meditam os dotados de discernimento[281]”. E diz: “(...) Pois Allah dignificará os fiéis, dentre vós, assim como os sábios, porque está inteirado de tudo quanto fazeis[282]”. E incentivou-nos a pedir o múltiplo, conforme o seguinte versículo: “(...) Outrossim, dize: Ó Senhor meu, aumenta-me em sabedoria[283]”.

O Islam valoriza o sábio, concede-lhe seus direitos e destaca a sua posição, de acordo com o dito do Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele: “Não faz parte da minha comunidade, aquele que desonra o velho; aquele que não tem misericórdia para com as crianças e aquele que não dá ao sábio o seu direito[284]”.

O Islam considera o ato de se esforçar em busca do conhecimento e do aprendizado, como um dos meios que conduz a entrada do Paraíso. o Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Aquele que percorrer um caminho à procura do conhecimento, Deus lhe facilitará o caminho ao paraíso; os anjos inclinam suas asas para o procurador do conhecimento por agrado pelo que faz; e tudo quanto existe nos céus e na terra, até mesmo os peixes na água imploram a Deus o perdão para o sábio; e a virtude do sábio sobre o adorador é como a virtude da lua sobre os outros planetas; e os sábios são os herdeiros dos profetas, e os profetas não deixaram nem moedas de ouro nem de prata, mas deixaram o conhecimento, quem adquiri-lo estará conquistando algo valioso[285]”.

 

 

 

A posição do Islam em relação à riqueza

No Islam, toda riqueza é propriedade de Deus, concedida ao servo por confiança e responsabilidade, que no entanto, ele tem a obrigação de usar meios lícitos para ganha-la, assim como deve gastar no que é licito, religiosamente. O Profeta Mohammad - que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “No Dia da Ressurreição, todo servo permanecerá de pé, até que preste contas acerca da sua vida, em que a empregou; do seu conhecimento, o que fez com ele; da sua riqueza, como a conseguiu, e em que a gastou; do seu corpo, como o consumiu” (Tirmizi).

O Islam incentiva o trabalho em prol da riqueza visando à própria assistência da pessoa e aos que estiverem em sua tutela, assim como para cobrir as necessidades da vida. O ato de gastar em prol do bem-estar proporciona a pessoa o ganho de recompensa. O Profeta Mohammad - que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: "O crente forte é melhor e mais amado por Deus do que o fraco. E ambos são benéficos. Continua pedindo a ajuda de Deus e não te desesperes. Se te atingir algum mal, não digas: 'Se tivesse feito isso ou aquilo, isto não teria acontecido', mas dize: 'Somente Deus determina e age de acordo com a Sua vontade' , porque a frase 'tivesse eu... ' apenas abre as portas para as ações de Satanás” (Muslim).

Além da caridade obrigatória (zakat), o muçulmano tem a obrigação de gastar sua riqueza no que lhe é benéfico neste mundo e no Outro. Deus diz: “Mas procura, com aquilo com que Allah te tem agraciado, a morada do outro mundo; não te esqueças da tua porção neste mundo, e sê amável, como Allah tem sido para contigo, e não semeies a corrupção na terra, porque Allah não aprecia os corruptores[286]”.

O Profeta Mohammad - que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Agraciada seja a riqueza lícita na posse do homem piedoso[287]”.

O Islam proíbe o desperdício da riqueza. Deus diz: “(...) Mas não sejas perdulário”, “Porque os perdulários são irmãos dos demônios, e o demônio foi ingrato para com o seu Senhor[288]”.

 

 

 

Conclusão

Neste pequeno livro tentei ser muito breve na abordagem dos assuntos por medo de delongas diante do leitor. Talvez o que foi apresentado representa sugestões e chaves para quem tem a vontade de conhecer o Islam, sobretudo aquelas pessoas que não o professam e o consideram como inimigo por causa das alusões que ocupam suas mentes e são induzidas a combater contra o Islam e a afastar as pessoas dele, e nunca souberam de que a felicidade e a salvação são possíveis se tomarem o Islam como religião; implementarem suas regras e convidarem as pessoas a abraça-lo. Eu chamo atenção a este tipo de pessoas para que não permitam que os outros pensem em nome delas e nem determinem o destino delas. Deus diz: “Se obedeceres á maioria dos seres da terra, eles desviar-te-ão da senda de Allah[289]”.

Na verdade as pessoas que vocês seguem hoje, serão as primeiras que se apartaram de vós no Dia da Ressureição. Deus diz: “Então, os chefes negarão os seus prosélitos, virão o tormento e romper-se-ão os vínculos que os uniam[290]”.

Tomem a independência da reflexão e capacidade de análise dos fenômenos, tentando conhecer a verdade da falsidade através da mente que Deus vos agraciou. E livrai-vos das emoções, do fanatismo e da subordinação cega. Deus diz: “E quando lhes foi dito: Vinde para o que Allah revelou, e para o Mensageiro!, disseram: Basta-nos o que seguiam os nossos pais! Como? Mesmo que seus pais nada compreendessem nem se guiassem[291]?”.

E a porta está aberta e disponível para aqueles que quiserem, mas que seja através dos canais de confiança que dão a definição correta do Islam, nem todos que reivindicam o Islam são verdadeiros muçulmanos, nem todos os livros que falam do Islam fazem uma abordagem de maneira clara e coerente. Por isso, devem aprender o Islam a partir de fontes confiáveis e legais. O Profeta Mohammad - que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Os judeus se dividiram em 71 grupos; Os cristãos se dividiram em 72 grupos; Minha nação se dividirá em 73 grupos, todos entrarão no Inferno, salvo um”. Perguntaram: Ó Mensageiro de Deus, qual será (salvo)? Ele respondeu: “aquele que seguir o que eu e os meus companheiros seguimos” (Ibn Maajah).

 

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[1] Alcorão Cap. 82. V. 6-7

[2] Alcorão Cap. 35. V. 15-17

[3] Alcorão Cap. 39. V. 7

[4] Alcorão Cap. 5. V. 3

[5] Alcorão Cap. 21. V. 107

[6] Al-Firdaus: etimologicamente, é um vale fértil. No versículo, é o lugar mais elevado do Paraíso.

[7] Alcorão Cap. 18. V. 107-108

[8] Alcorão Cap. 15. V. 9

[9] Alcorão Cap. 41. V. 42

[10] Alcorão Cap. 58. V. 5

[11] Alcorão Cap. 61. V. 8

[12] Alcorão Cap. 48. V. 28

[13] Alcorão. Cap. 49. V. 13

[14] Alcorão. Cap. 18. V. 51

[15] Alcorão. Cap. 17. V. 85

[16] Muslim, Vol. 1, p, 36, n:8

[17] Alcorão. Cap. 57. V. 3

[18] Alcorão. Cap. 59. V. 23-24

[19] Alcorão. Cap. 2. V, 255

[20] Alcorão. Cap. 10. V. 101

[21] Alcorão. Cap. 112. V. 1- 4

[22] Alcorão. Cap. 10. V. 61

[23] Alcorão. Cap. 40. V. 65

[24] Alcorão. Cap. 21. V. 47

[25] Alcorão. Cap. 20. V. 8

[26] Alcorão. Cap. 42. V. 11

[27] Compilado por Ahmad e Ibn Hibbane, vol: 3, p, 253, n, 972.

[28] Alcorão. Cap. 20. V. 110

[29] Alcorão. Cap. 6. V. 103

[30] Compilado por Muslim, vol:1, p, 119, n, 132; Abu Daud e an-Nassai.

[31] Descendência de Adão.

[32] Compilado por Ahmad, Vol.1, p, 235, n, 2097.

[33] Alcorão. Cap. 7. V. 200

[34] Alcorão. Cap. 40. V. 36-37

[35] Alcorão. Cap. 2. V. 118

[36] Alcorão. Cap. 25. V. 21-22

[37] Alcorão. Cap. 2. V. 55

[38] Alcorão. Cap. 10. V. 101

[39] Alcorão. Cap. 30. V. 17-27

[40] Alcorão. Cap. 7. V. 54

[41] Alcorão. Cap. 51. V. 20-21

[42] Eles: os homens

[43] Alcorão. Cap. 16. V. 66-69

[44] Alcorão. Cap. 13. V. 3-4

[45] Alcorão. Cap. 31. V. 10-11

[46] Alcorão. Cap. 24. V. 45

[47] Livro do destino. Alcorão. Cap. 11. V. 6

[48] Alcorão. Cap. 29. V. 60

[49] Alcorão. Cap. 51. V. 49

[50] Alcorão. Cap. 35. V. 27-28

[51] Alcorão. Cap. 36. V. 36

[52] Alcorão. Cap. 52. V. 35-37

[53] Alcorão. Cap. 30. V. 30

[54] Alcorão. Cap. 10. V. 12

[55] Isto é, o idólatra e o ídolo invocado.

[56] Alcorão. Cap. 22. V. 73

[57] Alcorão. Cap. 17. V. 85

[58] Compilado por Bukhari, vol:6, p,2747, n, 7120

[59] Aquele: Nemrod, rei da Mesopotâmia. Esse diálogo ocorreu, quando Abraão quebrou os ídolos e, seguidamente, foi preso por ordem de Nemrod, que o tirou da prisão, para queimá-lo vivo. Antes, porém, perguntou a Abraão quem era Seu Senhor: “Aquele que dá a vida e dá a morte”. Vide Cap. 21. V. 51-69

[60] Alcorão. Cap. 2. V. 258.

[61] Gênios

[62] Alcorão. Cap. 17. V. 88.

[63] O Alcorão.

[64] Alcorão. Cap. 11. V. 13.

[65] Sura: capitulo.

[66] Alcorão. Cap. 2. V. 23

[67] Todos os Livros e preceitos divinos, revelados por Deus.

[68] Alcorão. Cap. 10. V. 37

[69] Alcorão. Cap. 4. V. 82

[70] Alcorão. Cap. 39. V. 62-63

[71] Alcorão. Cap. 67. V. 3-4

[72] Alcorão. Cap. 6. V. 73

[73] Alcorão. Cap. 21. V. 32-33

[74] Alcorão. Cap. 79. V. 27-33

[75] Ou seja, o mar.

[76] Alcorão. Cap. 17. V. 69

[77] Alcorão. Cap. 2. V. 266

[78] Alcorão. Cap. 41. V. 16

[79] Alcorão. Cap. 65. V. 12

[80] Alcorão. Cap. 21. V. 30

[81] Alcorão. Cap. 41. V. 9-12

[82] Alcorão. Cap. 37. V. 164-166

[83] Alcorão. Cap. 2. V. 98

[84] Ele: o Alcorão.

[85] Ou seja, o anjo Gabriel.

[86] Alcorão. Cap. 26. V. 192-194

[87] Há divergência entre os teólogos em relação ao número de vezes em que a trombeta soará. Alguns, entre eles, o Qurtubi, apontam duas, outros, como Ibn Kathir em sua exegese, defende três, fazendo referência ao dito profético narrado por Muslim. Segundo o dito, a trombeta soará ao ponto de as pessoas estenderem seus pescoços para escutá-la e gradualmente soará produzindo pânico. Noutro dito relatado por Abu Hurairah, narrado por at-Tabri e al-Thaalabi, e autenticado por Ibn al-Arabi, o Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – afirma que a trombeta soará três vezes, conforme mencionamos anteriormente.

[88] Alcorão. Cap. 39. V. 68

[89] Alcorão. Cap. 6. V. 61-62

[90] Alcorão. Cap. 4. V. 172

[91] Alcorão. Cap. 66. V. 6

[92] Alcorão. Cap. 13. V. 11

[93] Alcorão. Cap. 83. V. 10-12

[94] Alcorão. Cap. 21. V. 19-20

[95] Alcorão. Cap. 74. V. 31

[96] Gênios.

[97] Alcorão. Cap. 51. V. 56-58

[98] Alcorão. Cap. 46. V. 29-30

[99] Alcorão. Cap. 55. V. 14-15

[100] Alcorão. Cap. 15. V. 26-27

[101] Califa: sucessor. No versículo refere-se ao Adão.

[102] Alcorão. Cap. 2. V. 30

[103] Alcorão. Cap. 4. V. 1

[104] Compilado por Ahmad, vol: 5, p, 411, n, 23536

[105] Alcorão. Cap. 3. 59

[106] A vida que termina com a morte.

[107] Alcorão. Cap. 6. V. 2

[108] Alcorão. Cap. 55. V. 14

[109] Alcorão. Cap. 15. V. 28-31

[110] Alcorão. Cap. 32. V. 7-9

[111] Da terra.

[112] Alcorão. Cap. 20. V. 55

[113] Bukhari, vol, 3, p, 1210, n, 3148.

[114] Compilado por Ibn Hibbane, vol: 14, p, 29, n, 6160.

[115] Alcorão. Cap. 4. V. 1

[116] Bukhari, vol, 5, p, 1987, nº 4890.

[117] Lúcifer.

[118] Do paraíso.

[119] Alcorão. Cap. 20. V. 116-124

[120] Alcorão. Cap. 4. V. 163

[121] Alcorão. Cap. 6. V. 83-87

[122] Alcorão. Cap. 2. V. 136

[123] Alcorão. Cap. 21. V. 85

[124] Alcorão. Cap. 4. V. 164

[125] Alcorão. Cap. 16. V. 36

[126] Alcorão. Cap. 5. V. 48

[127] Alcorão. Cap. 33. V. 40

[128] Alcorão. Cap. 21. V. 107

[129] Alcorão. Cap. 95. V. 4

[130] Alcorão. Cap. 82. V. 6-8

[131] Alcorão. Cap. 40. V. 64

[132] Alcorão. Cap. 17. V. 70

[133] Alcorão. Cap. 45. V. 13

[134] Alcorão. Cap. 32. V. 7

[135] Alcorão. Cap. 7. V. 179

[136] Cf. Ibn al-Qayyim. Madárijo as-Sálikinah.

[137] Alcorão. Cap. 76. V. 1

[138] Alcorão. Cap. 77. V. 20/23

[139] Cf. al-Ghazali. Ihiyai uloumi dine, v, 3, p, 349.

[140] Alcorão. Cap. 86. V. 5-7

[141] Alcorão. Cap. 25. V. 54

[142] Alcorão. Cap. 77. V. 20/23

[143] Alcorão. Cap. 39. V. 6

[144] Alcorão. Cap. 53. V. 45-46

[145] Alcorão. Cap. 76. V. 2

[146] Alcorão. Cap. 80. V. 17-19

[147] Alcorão. Cap. 42. V. 49-50

[148] Alcorão. Cap. 3. V. 6

[149] Alcorão. Cap. 13. V. 8

[150] Alcorão. Cap. 22. V. 5

[151] Alcorão. Cap. 96. V. 1-2

[152] Alcorão. Cap. 76. V. 36-39

[153] Alcorão. Cap. 23. V. 14

[154] Alcorão. Cap. 3. V. 5-6

[155] Alcorão. Cap. 32. V. 9

[156] Alcorão. Cap. 17. V. 85

[157] Cf. Al-Raguibo al-Assfahani. Al-Thariah ilá makárimil-shariah, p, 75.

[158] Alcorão. Cap. 23. V. 14

[159] Alcorão. Cap. 2. V. 259

[160] Alcorão. Cap. 41. V. 47

[161] Alcorão. Cap. 53. V. 3-4

[162] Alcorão. Cap. 23. V. 12-16

[163] Alcorão. Cap. 22. V. 5-7

[164] Alcorão. Cap. 41. V. 53

[165] Keith L. Moore: Professor de anatomia e embrião na Universidade de Toronto, Canadá. Ver em: Ganhei Mohammad e não perdi Jesus Cristo, por Dr. Abdul Muti Dalati.

[166] Alcorão. Cap. 57. V. 20

[167] Alcorão. Cap. 42. V. 36

[168] Alcorão. Cap. 18. V. 45-46

[169] Alcorão. Cap. 2. 126

[170] Alcorão. Cap. 17. V. 20-21

[171] Al-Mostadrak alál saheihaine, vol, 4, p, 341, n, 7847.

[172] Alcorão. Cap. 87. V. 16-17

[173] Sahihu Muslim, v, 4, p, 2193, n, 2858.

[174] Alcorão. Cap. 92. 5-10

[175] Alcorão. Cap. 7. V. 32

[176] Alcorão. Cap. 17. V. 29-30

[177] Alcorão. Cap. 51. V. 56-58

[178] Alcorão. Cap. 23. V. 115-116

[179] Alcorão. Cap. 2. V. 213

[180] Alcorão. Cap. 34. V. 28

[181] Alcorão. Cap. 20. V. 123-124

[182] Alcorão. Cap. 38. V. 27

[183] Alcorão. Cap. 6. V. 153

[184] Alcorão. Cap. 7. V. 33 e 180

[185] Alcorão. Cap. 55. V. 26-27

[186] Alcorão. Cap. 62. V. 8

[187] Alcorão. Cap. 56. V. 83-87

[188] Alcorão. Cap. 23. V. 99-100

[189] Alcorão. Cap. 31. V. 34

[190] Alcorão. Cap. 39. V. 42

[191] Alcorão. Cap. 22. V. 6-7

[192] Alcorão. Cap. 64. V. 7

[193] Alcorão. Cap. 23. V. 35-37

[194] Alcorão. Cap. 44. V. 34-36

[195] Alcorão. Cap. 17. V. 49-52

[196] Alcorão. Cap. 34. V. 3-5

[197] Alcorão. Cap. 31. V. 28

[198] Alcorão. Cap. 56. V. 49-50

[199] Alcorão. Cap. 15. V. 24

[200] Alcorão. Cap. 3. V. 30

[201] Alcorão. Cap. 58. V. 6

[202] Alcorão. Cap. 80. V. 33-37

[203] Alcorão. Cap. 70. V. 11-14

[204] Alcorão. Cap. 5. V. 36

[205] Alcorão. Cap. 34. V. 37

[206] Alcorão. Cap. 6. V. 94

[207] Alcorão. Cap. 99. V. 7-8

[208] Alcorão. Cap. 21. V. 47

[209] Alcorão. Cap. 17. V. 71-72

[210] Alcorão. Cap. 44. V. 51-57

[211] Alcorão. Cap. 32. V. 17.

[212] Ver Alcorão Sagrado, cap. 44. V. 54, nota:1941, tradução Samir El Hayek, ed. 18. 2016,

[213] Saheihu Ibn Hibbane, v, 16, p, 464, n, 7437.

[214] Saheihu Muslim, vol, 4, p, 2180, n, 2835.

[215] Saheihu Ibn Hibbane, v, 16, p, 443, n, 7424.

[216] Saheihu Muslim, vol, 4, p, 2182, n, 2837.

[217] Saheihu al-Bukhari, v, 5, p, 2402, n, 6202.

[218] Alcorão. Cap. 35. V. 36/37.

[219] Alusão à morte que será figurada em carneiro, pelo que não se refere ao anjo da morte.

[220] Saheihu al-Bukhari, vol, 4, p, 1760, n, 4453.

[221] Saheihu al-Bukhari, vol, 5, p, 2402, n, 6200.

[222] Alcorão. Cap. 19. V. 66-67

[223] Alcorão. Cap. 41. V. 39

[224] Alcorão. Cap. 46. V. 33

[225] Alcorão. Cap. 39. V. 42

[226] Alcorão. Cap. 36. V. 77-83. Compilado por al-Hákim

[227] Alcorão. Cap. 9. V. 33

[228] Alcorão. Cap. 11. V. 17

[229] Alcorão. Cap. 3. V. 85

[230] Saheehu Muslim, v, 1, p, 134, n, 153.

[231] Alcorão. Cap. 29. V. 45

[232] Alcorão. Cap. 9. V. 103

[233] Alcorão. Cap. 2. V. 183

[234] Alcorão. Cap. 2. V. 197

[235] Alcorão. Cap. 98. V. 5

[236] Alcorão. Cap. 9. V. 60

[237] Alcorão. Cap. 2. V. 183

[238] Saheehul Bukhari, V. 2, p, 673, n, 1804

[239] Alcorão. Cap. 3. V. 97

[240] Alcorão. Cap. 7. V. 54

[241] Alcorão. Cap. 6. V. 162-163

[242] Alcorão. Cap. 21. V. 25

[243] Alcorão. Cap. 7. V. 180

[244] Alcorão. Cap. 42. V. 11

[245] Alcorão. Cap. 4. V. 172

[246] Alcorão. Cap. 66. V. 6

[247] Alcorão. Cap. 21. V. 26-27

[248] Alcorão. Cap. 53. V. 36-41

[249] Alcorão. Cap. 5. V. 44

[250] Alcorão. Cap. 4. V. 163

[251] Alcorão. Cap. 5. V. 46

[252] Mateus 15:24

[253] Alcorão. Cap. 7. V. 156-157

[254] Alcorão. Cap. 40. V. 78

[255] Alcorão. Cap. 21. V. 7

[256] Alcorão. Cap. 5. V. 75

[257] Alcorão. Cap. 4. V. 150-151

[258] Alcorão. Cap. 55. V. 26-27

[259] Alcorão. Cap. 64. V. 7

[260] Alcorão. Cap. 78. V. 17

[261] Alcorão. Cap. 18. V. 48

[262] Alcorão. Cap. 37. V. 24-26

[263] Alcorão. Cap. 41. V. 20-22

[264] Alcorão. Cap. 84. V. 7-9

[265] Alcorão. Cap.98. V. 6-8

[266] Alcorão. Cap. 25. V. 2

[267] Al-Musstadraku ala as-sahihaine, v, 1, p, 85, n, 87

[268] Alcorão. Cap. 57. V. 22-23

[269] Exprimindo hipótese ou condição.

[270] Cf. Ganhei Mohammad e não perdi Jesus Cristo, por Dr. Abdul Muti Dalati.

[271] Alcorão. Cap. 33. V. 40.

[272] Alcorão. Cap. 34. V. 28.

[273] Alcorão. Cap. 21. V. 107.

[274] Alcorão. Cap. 68. V. 4.

[275] Cf. Mohammad Osman. Mohammad na literatura descritiva mundial, p. 20.

[276] Cf. Dr. Abdul Muti Dalati. Ibid.

[277] Alcorão. Cap. 15. V. 9

[278] Compilado por Ahmad e Tirmizi, mas segundo Chuaib al-Arnauti e al-Albani sua autenticidade é fraca.

[279] Alcorão. Cap. 16. V. 89.

[280] Alcorão. Cap. 14. V. 1.

[281] Alcorão. Cap. 39. V. 9.

[282] Alcorão. Cap. 58. V. 11.

[283] Alcorão. Cap. 20. V. 114.

[284] Mossnad Imam Ahmad. Vol, 5, p, 323, n, 22807.

[285] Ibn Hibbane, vol, 1, p, 289, n, 88.

[286] Alcorão. Cap. 28. V. 77.

[287] Ibn Hibbane, vol, 8, p, 6, n, 3210.

[288] Alcorão. Cap. 17. V. 26-27.

[289] Alcorão. Cap. 6. V. 116.

[290] Alcorão. Cap. 2. V. 166.

[291] Alcorão. Cap. 5. V. 106.